Sinnerman - Os Irmãos Cullen - Vol. 1 escrita por Mari


Capítulo 17
Edward Senior


Notas iniciais do capítulo

Capítulos mais reveladores daqui pra frente!
Ótima leitura!



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— Oh, meu Deus! - disse Isabella quando sentiu o enjôo atingi-la pela terceira vez naquela manhã. Correu para o quarto de banho, entretanto nada saía pela sua boca. Era apenas fortes náuseas, o que era pior. Não a deixava sentir sensação de alívio.
Ela estava euforicamente aterrorizada. Durante os últimos dias que passaram, o enjoo a acometia pela manhã. Sentia-se terrivelmente cansada e se Edward não a acordasse, passava o dia inteiro adormecida. Ele não desconfiava de nada. Isabella o julgava muito ingênuo em assuntos femininos, entretanto ela crescera aprendendo coisas sobre o próprio corpo e sabia o que poderia ser.
Tomou um banho morno e logo vestiu-se para visitar Sue, a curandeira dos Cullen. O caminho até a aldeia era longo e perigoso, porém não podia arriscar que seu marido a visse. Ele não entenderia por que ela iria ver Sue.
Colocou uma capa com o capuz completamente preta e pegou qualquer cavalo para chegar até lá. A trajetória durou cerca de quarenta minutos, até que por meio de informações chegou à pequena casa da curandeira.
— Olá? - falou ela ao ver alguém encapuzado pela janela. Isabella tirou um pouco do capuz e mostrou seu rosto. Sue logo abriu a porta. - O que houve, minha menina? - indagou ela de cenho franzido após fechar a porta com todos os ferrolhos. Não era seguro nas redondezas, muito menos para a senhora daquele lugar.
— Sue... necessito que me examine.
— O que estás sentindo? - indagou ela, sentando Isabella numa cadeira rangente.
— Acordo sempre tonta e nauseada, ando sentindo-me demasiadamente cansada e sonolenta... Acho que pode ser-
— Sim, sim, de fato. Tire a capa para que eu possa vê-la melhor. - pediu a curandeira e ela o fez. - Sua barriga já está a aparecer, ainda que minimamente... Sente-se inchada?
— Sim e muito. Por mim dormiria o dia todo. Quando levanto e tento fazer meus deveres de castelã já fico pesada.
— Teremos que esperar cerca de duas semanas para ter toda a certeza, porém em minha experiência e intuição sei que está grávida. Parabéns, minha senhora. - ela disse devolvendo a capa e sorrindo. - Quem é o seu amante?
— Amante? - Isabella indagou de cenho franzido.
— Sim. O pai de seu filho. - ela sussurrou como se fosse óbvio.
— O pai de meu filho é o meu marido! - exclamou Isabella sobressaltada.
— Com todo o respeito, milady, não entendas mal. Apenas nunca achei que alguém conseguisse chegar a ter este contato com lorde Sinnerman. Metade das moças do baronato têm medo de chegar próximo dele e a outra metade foi rejeitada pelo mesmo. Espero que o seu filho não tenha a maldade de seu marido. - despejou ela, ofendendo Isabella.
— Espero que seja a cópia fiel de meu marido. - retrucou ela raivosa e pôs sua capa. - Obrigada pelo serviço. - agradeceu deixando algumas libras ali. Andou rapidamente sem dar mais uma palavra para o seu cavalo. Cavalgou depressa, querendo chegar em casa o mais breve possível. Esperava que Edward não sentisse sua falta.

— Onde. diabos. tu. estavas? - fazia um esforço enorme para não gritar. Edward estava mais que enfurecido. Sabia a resposta. Arrastou-a para o aposento do castelão, não querendo expor-se ali no pátio. Isabella acabara de adentrá-lo num cavalo. Fazia quase três horas que sua esposa tinha sumido. - Será mesmo que não podia ter esperado a noite chegar para sair para o seu amante? Teve que fazer isto à luz do dia, todos procurando-a e preocupados? Todos levantando suspeitas sobre ti? - disse, segurando a mulher fortemente pelos braços.
— Amante? Achais que possuo um amante? - perguntou ela soltando-se dele com um safanão.
— Quem é ele? Posso ao menos saber? - indagou, surpreendendo até a si mesmo com a intensidade de sua fúria.
— Edward, eu não tenho um amante. Não acreditas em uma palavra que sai da minha boca? Não compreendes que eu o amo? - inquiriu magoada.
— Então, onde diabos estava?
— Eu fui à Sue... - começou ela porém não terminou.
— Por causa que estás adoentada há algum tempo. Por que não chamou-me para acompanhá-la? Isabella, onde ela mora é mais que perigoso...
— Eu fui disfarçada. Ninguém viu a mim.
—Meu Deus, se algo tivesse acontecido com você...
— Estou grávida. - confessou ela de uma vez.
— Desculpe, o que disse? - perguntou sem acreditar. Não queria acreditar.
— Estou grávida de você, marido. - repetiu mais assustada. Edward estava pálido e seus olhos estavam vazios, não continham nada além do medo.
— Sue tem algum chá para retirá-lo? Minha mãe biológica tentou, todavia não serviu. Nasci mesmo assim e a matei no parto.
— Não matastes ninguém, meu amor. - ela disse sentando-o na cama e sentando em seu colo em seguida. - Foi um descuido. Talvez até pelo chá que ela tomou. Cuidarei bem de nosso filho desde já aqui na barriga.
— Isabella, se morrer dando a luz eu não serei capaz de amá-lo. - confessou amargurado.
— Eu não morrerei no parto, marido.
— Não pode prometer isto.
— Não, não posso, de fato. Porém tenho fé em Deus e sei que nosso filho faz parte do plano Dele. Irá amá-lo sim. - ela disse, acariciando o rosto infeliz do esposo. Seus olhos estavam marejados.
— Não irei mais ter tua atenção. - disse ele verdadeiramente preocupado com isso. Entretanto, Isabella riu.
— És o meu mundo, Edward. Terá atenção e dará atenção para o nosso filho junto a mim. Será bem criado e nós que seremos seu mundo. - tentou tranquilizá-lo mais uma vez. Era nítido sua dor.
Deitaram-se e ali ficaram por um bom tempo. Edward estava mais do que distante, relembrando de seu terrível passado.


— Não consigo... - o homem chorava copiosamente, olhando para as crianças ali. Seus filhos. Durante anos tentara esquecer a morte da esposa, todavia parecia impossível. Olhou para o menino que era a cópia de sua falecida esposa. - Não consigo... - repetiu debulhando-se em lágrimas. O casal de crianças apenas o olhava, assustados e receosos. - São os rostos de Elizabeth. - comentou ele com o amigo.
— Sim, de fato. Mas o que irá fazer?
— Não sei, apenas é impossível para mim olhá-los. Não sei como consegui por tanto tempo. - admitiu o homem mergulhado em dor. - Amanhã os levarei para St. Louis. É um bom orfanato...
— Edward, aquele lugar é horrível... As crianças vivem desleixadas... - disse o amigo para o homem.
— Não os matando de fome já é o suficiente. Amanhã os levarei. Não aguento olhar para o rosto desse garoto. - disse olhando de relance para o menino que havia herdado o seu nome. - Foi por causa dele...
— Talvez seja melhor levá-los. Melhor do que sofrerem seu julgamento. - o homem loiro falou tristemente. Aquelas crianças mal sabiam que iam vê-lo por um bom tempo.
— Sim, sim. Até logo, Carlisle.
— Até logo, Edward.
Alguns meses depois, Esme, esposa do barão Cullen, desejava ardentemente ter filhos e decididamente foram ao orfanato St. Louis, onde encontraram bonitas crianças, porém duas sobressaiam-se das outras. Era um casal, muito parecidos. Cabelos acobreados, olhos cor de âmbar, brancos como a neve e rechonchudos. Carlisle os reconheceu subitamente. Eram os filhos de Edward Masen Senior.
— São tão lindos e deslumbrantes! - Esme suspirou olhando o casal. O menino tinha expressões de anjo e sua beleza era incontestável. - Por favor Carlisle, vamos adotar.
— Escolha, querida. - ele disse tranquilamente, pedindo-a para decidir entre os dois. O menino se encontrava grudado na irmã, que parecia desprezá-lo.
— Por favor, levemos os dois, Carlisle?
— Esme...
— Por favor? São irmãos biológicos, não merecem ficar separados! - exclamou ela.
— Tudo bem. Vou preencher os infindos documentos.

Edward suspirou. Não conseguiria fazer aquilo. Talvez faria o que o seu pai biológico fez, dá-lo a adoção se Isabella morresse. Deus, isso não podia acontecer.
— Isabella, precisa tirar essa criança de dentro de ti. - confessou a moça que acabara de acordar.
— Edward, eu não irei retirá-lo.
— Ele vai matá-la. E
— Como ousas dizer isto? Não acredito que escuto isto vindo de ti, a pessoa mais injustiçada no mundo. Achas que quis matar sua mãe? Responda-me, Edward. - ela disse incrivelmente sobressaltada. Grávidas...
— Óbvio que não, eu nem tinha consciência antes de nascer.
— Logicamente achas que teu filho tem algo disto? Acha que ele está esfregando as mãozinhas na minha barriga arquitetando um plano para matar-me? - gritou ela e ele negou com a cabeça.
— Ótimo. Não nasceras em pecado muito menos ele irá ser nascido em pecado. Pode até ser uma menina, não sabemos. Apenas sei que deve parar de preocupar-se que a criança sofra o que o pai já sofreu. Ele será muito amado e não lhe faltará nada. Se iniciar este assunto novamente, juro por todos os santos que irei embora para Bridgetown morar com meu irmão e criar o seu filho lá! - bradou.
— Pensas que pode mandar em mim? Nunca mais quero ser propriedade de ninguém, Isabella! - gritou ele. Ela sabia que ele não cedia por conta disto. Medo de confiar alguém e de se doar.
— Não falei em momento algum que desejo ser tua proprietária, marido. Apenas já amo nosso filho e não farei nenhum mal à ele. É pequenino e indefeso e precisa de nós dois. - ela disse, acariciando o ventre. Ele estava chocado com a sagacidade e garra de sua esposa.
— Não a terá se morrer dando a luz a ele. - argumentou baixinho o homem amedrontado.
— Já disse que não irá acontecer! - berrou ela, assustando-o ainda mais. - Edward. - murmurou o nome dele baixo, tentando manter o controle. - Isto não irá acontecer. Alimento-me bem, sou saudável.
— Sua mãe falecera ao dar luz ao seu irmão. - argumentou ele e ela sentiu a dor.
— Edward... por favor. Eu não desistirei do nosso filho. Minha mãe não desistiu de Beaufort. Ele é um ótimo rapaz. Eu não desistirei do nosso filho. - repetiu ela. - A decisão é tua. Escolha entre deixar-me desamparada e então seremos só eu e ele. Ou poderias apoiar-me e seremos nós três.
— Não sei como reagir a isto. Creio que é impossível para mim ser pai. - confessou ele. Sentia tanto medo...
— Deixe-me ajudar-te, Edward. Terá seu próprio filho.
— Preferia não tê-lo ao dá-lo um pai ruim.
— Será um pai perfeito, querido. Não repetirá os erros de seu pai biológico, tampouco de seu pai adotivo. Tenha fé no Senhor.
— Deus parou de amar a mim a muito tempo. Sequer que um dia amou.
— Depois de um tempo compreenderá que ele nunca deixou de amar a ti. Nem por um segundo sequer. Não importa quantas vidas tirou em batalha. Ele te ama. - afirmou, dando um beijo casto nos lábios do marido.
— Como sabeis? - indagou ele. Era como um menino. Genuino e curioso.
— Ele o presenteou com um filho. É assim que eu sei. - disse sorrindo e ficou por cima do corpo do marido, beijando-o. Passou as mãos pelas cicatrizes no abdômen do homem, que gemeu com o contato. Era estranho que agora sentisse prazer onde ele sentira tanta dor um dia.
Sentiam o mais puro e intenso desejo pelo outro. Amavam-se verdadeiramente ainda que não soubessem. Eram gelo e fogo, leão e cisne, Edward e Isabella.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Odiaram?
Gente, vai ter fic Emm e Rose sim. Será o Volume 2 de Sinnerman e o nome será algo como O Leão Domado.
Ainda que não estejam acostumados com este casal sendo protagonista, tenho CERTEZA que farei vocês amarem tanto quanto Sinnerman! O casal Beward participará mas o foco será em Emmett e Rosalie.
Até a próxima!!