Escolhas escrita por Rayanne Reis


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Passando rapidinho para postar o capítulo. Espero que gostem.



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—O que acha? – Bella perguntou dando uma voltinha.

—Está maravilhosa. – Rose respondeu com um sorriso enorme. Ela estava tão feliz por ter conseguido um ótimo emprego. Ela não tinha vergonha de ter sido garçonete.  Era um emprego digno e foi ele que garantiu o seu sustento por muitos anos, mas ela sempre sonhou em ter um emprego melhor. E agora que tinha conseguido um, seria a melhor assistente que o mundo já viu.

—Tem certeza? – Bella foi para frente do espelho. – Não está muito indecente não? – analisou o vestido preto. Ele era um dos mais comportados que ela tinha e não revelava muita coisa, tinha apenas um leve decote, mas ele era muito justo.

—Está ótimo e o Edward vai amar. – cantarolou a última palavra. – Só me deixe arrumar o seu cabelo. – Bella sentou em frente à penteadeira e Rose começou a mexer no cabelo dela. –Que bom que vão sair. Você precisa se distrair um pouco. Ficou tão séria o dia todo e enfurnada naquela papelada.

—Ainda bem que tenho o Emmett para me ajudar. Não faço à mínima ideia do que metade daquilo significa.

—Acho que se saiu muito bem e com o tempo vai aprendendo. Sabe para onde o Edward vai te levar? – perguntou curiosa.

—Ele não disse.

—Prontinho. O que achou? – as duas fitaram a imagem no espelho.

—Ficou excelente. Obrigada. – deu um abraço na cunhada e só depois percebeu o que tinha feito. Ela geralmente fugia de abraços e as únicas pessoas que ela abraçava por livre e espontânea vontade, eram o avô e Carmen.

—Estou à disposição. – Bella sorriu e pegou a bolsa e as duas desceram as escadas encontrando com Edward andando de um lado para o outro. Ela estava demorando muito, Victoria era tão prática quando o assunto era sair. Ela não se arrumava muito e ele amava aquilo, mas ele ofegou baixinho quando viu Bella. Ela estava muito bonita, a maquiagem destacava os olhos e os lábios dela. Ele só achava que ela estava arrumada demais. O vestido era mais apropriado para algum evento chique e não para onde ele a levaria.

—Já está pronto? – perguntou o olhando de cima a baixo. Ele usava uma calça jeans e blusa de manga comprida preta, que estava deixando em evidência o corpo bem definido dele.

—Sim. Vamos? – estendeu o braço e Bella se apoiou nele

—Fez as reservas? – perguntou curiosa e Edward a olhou sem entender a pergunta.

—Aonde vamos não precisa de reserva. – ela o encarou imaginando que tipo de lugar não precisava de reserva.

[...]

—Está de brincadeira comigo! – Bella olhava desacreditada para a fachada do restaurante. – Você me trouxe ao Mcdonalds?

—Aqui não é o Mcdonalds. – revirou os olhos. - É muito melhor. Eles têm o melhor hambúrguer da cidade. – respondeu sentindo o cheiro ainda do lado de fora. – Vem. – a chamou, mas Bella deu um passo para trás.

—Não mesmo. Não me arrumei toda para ir numa porcaria de lanchonete. – ela tinha vontade de socá-lo.

—Qual é Bella. – pediu impaciente. – Você vai gostar do lugar. É bem aconchegante e a comida é maravilhosa.

—Me recuso a entrar aí. Você não entende nada de encontros, Edward. – cruzou os braços na defensiva.

—A primeira vez que sai com a Vic, a levei em uma lanchonete. – respondeu lembrando-se do dia.

—Vocês tinham quantos anos? 10? – debochou ainda parada no meio da calçada. Ela poderia pegar um táxi e deixar Edward plantado naquele lugar estranho.

—Tínhamos 15 e a pedi em namoro no mesmo dia. Entre e te conto mais. Sei que está curiosa sobre isso. – Bella ponderou sobre a situação e se odiando, segurou na mão dele e os dois entraram na lanchonete.

Pelo menos, do lado de dentro não parecia ser uma espelunca como Bella imaginou que seria.

—Viemos aqui no nosso primeiro dia em Nova York. Vamos sentar naquela parte. – Edward apontou para os fundos, onde estava quase vazio. Os se encaminharam para lá e todos se viraram para olhar para eles, principalmente para Bella, que definitivamente estava arrumada demais para o local.

—Poderia pelo menos ter me avisado aonde viríamos, teria colocado uma roupa de caipira. – puxou a cadeira e sentou encarando o marido que tentava segurar o riso. – Fico feliz que esteja se divertindo.

—Você precisa relaxar um pouco e esquecer-se dos problemas. – pegou o cardápio e levou poucos segundos para se decidir. – O que vai querer?

—Ir embora. – respondeu quase choramingando.

—Vou pedir o mesmo para você. – a ignorou e chamou o garçom. – Boa noite. – o cumprimentou com cordialidade. – Vamos querer dois desse - apontou para o cardápio. - Com bastante batata frita e duas cocas.

—Já trago o pedido. – sorriu para eles e se retirou.

—Você é um idiota. – Bella resmungou.

—Idiota? Só porque te trouxe aqui?

—Sim, por isso. – se ajeitou na cadeira o fuzilando com o olhar. – Vai pelo menos terminar a história do seu primeiro encontro?

—Ah certo, vamos lá. Eu tinha arrumado um emprego em um supermercado, ajudava a embalar as compras, para conseguir o dinheiro e leva-la para sair. Meus pais disseram que poderíamos namorar, mas que deveríamos ter o nosso próprio dinheiro para gastar com as namoradas. Então foi isso que fiz, a chamei para sair e a levei na lanchonete de Forks. Estava muito nervoso, nunca tinha um encontro e a Vic era a menina mais linda que já tinha visto. Fiquei com medo de passar vergonha, mas ela também estava um pouco insegura.

—E como foi? – perguntou interessada.

—No começo foi meio estranho, mas depois as coisas começaram a fluir e nos demos super bem. Quando chegamos a casa dela, pedi ela em namoro.

—Você tem quantos anos?

—Tenho 27.

—Vocês namoram há muito tempo, por que não se casaram?

—Nos separamos por um tempo, quando ela foi estudar na Flórida e depois quando fui fazer o curso em Seattle.

—Tem um namoro ioiô então?

—Não exatamente. – respondeu ofendido com a insinuação dela. – Só tivemos alguns contratempos. Íamos nos casar no próximo ano.

—Aí eu apareci. – Bella finalizou a frase dele.

—Sim. Aí você apareceu e eu pensei: essa garota tem problemas. – Bella riu.

—Foi bem estranho e ainda é, mas tem que admitir que foi uma coisa boa para nós dois. Você salvou a sua mãe e eu salvei a minha herança.

—Acho que foi mais do que isso. – ele se inclinou na direção dela. – Não salvei apenas a minha mãe. Salvei, na verdade, você salvou a todos nós. Estávamos sem emprego e vivendo num apartamento que só tinha dois quartos. Imagina a situação? Se falar que faz tempo que não nos sentimos tão leves e despreocupados.

—Então você não me odeia por ter feito a proposta a você? – perguntou cruzando as mãos e se apoiando na mesa.

—Eu nunca te odiei. Eu me odeio por não ter conseguido outra solução para os nossos problemas e ter me colocado nessa posição. Você não tem culpa de nada e não me obrigou a aceitar o acordo, mas é só por um ano, não é?

—Nossa. Como o pedido está demorando. – Bella olhou em volta procurando pelo garçom, ela queria fugir daquela pergunta. Será que deveria contar a verdade para Edward? Ela iria esperar mais um pouco.

—Você nem queria vir aqui e agora está ansiosa? – Edward riu dela.

—Estou com fome.

—Agora é a sua vez. – ele apontou para ela.

—Vez? – perguntou confusa.

—De falar sobre você.

—O que quer saber?

—Sua família é italiana? Minha mãe queria saber.

—Na verdade, eu sou italiana. – ele a olhou surpreso com a informação. – Meus pais tinham ido para Itália visitar alguns parentes, aí minha mãe passou mal e os médicos a proibiram de viajar, então tiveram que ficar por lá até eu nascer. Então sou italiana e americana.

—Interessante. Eu nunca saí no país.

—Sério? Podemos ir aonde você quiser. – comentou animada com a possibilidade de viajarem. Tinha alguns meses que ela não viajava. – Tenho um jatinho que pode nos levar para qualquer lugar.

—Vou pensar no assunto, mas acho que não é um bom momento para nos ausentarmos.

—Podemos ir num final de semana. – os olhos dela brilhavam e Edward sorriu vendo a animação dela e contagiado pela alegria dela, acabou cedendo.

—Tudo bem então. Só não podemos ir nesse, porque minha mãe vai para casa.

—Certo então.

—Então, você é italiana, ama viajar... O que mais?

—Não tenho muito que dizer. Nunca tive um amor arrebatador e não sou uma pessoa interessante. – deu de ombros.

—Não diga isso. – a repreendeu. – Você é muito interessante. Sei que disse coisas horríveis sobre você quando a conheci, mas você está me mostrou que eu estava completamente errado. Você é uma boa pessoa, apesar de tratar muito mal algumas pessoas, principalmente a Carmen.

—Não trato a Carmen mal. – se defendeu e se aproximou dele. – Eu amo aquela velha enxerida, mas não conte a ela.

—Deveria dizer isso a ela. Já deu para perceber que ela te ama muito e as amanhã pode ser muito tarde para dizer a pessoa que se ama o quanto ela é importante para você. – Bella se lembrou do avô. - E mudando um pouco de assunto, tive uma ideia.

—Diga. – pediu sorrindo. Ela não sabia o porquê, mas de uma hora para outra estava tão sorridente.

—A Vic. – começou e ela segurou para não revirar os olhos a menção do nome. – Ela participou de um projeto que construía casas para pessoas carentes. – então além de ser bonita, a mulher fazia caridade? Bella sentiu algo que poderia ser descrito como ciúmes, mas ela não tinha motivos para isso, ou tinha? – Acho que deveríamos investir nisso. Poderíamos começar ajudando pessoas de cidades próximas e depois expandiríamos. Vai ser bom para imagem da empresa e para a sua imagem também. As pessoas vão ver que você quer inovar nos negócios e que está disposta a ajudar o próximo. O que acha? – ele queria propor aquilo para ela, mas ainda não tinha achado o momento certo.

—Gostei, mas preciso analisar e pensar um pouco. Amanhã conversarei com o Emmett sobre isso.

—Viu? Você tem coração.

—E você tem senso de humor, quem diria hein? – os dois riram.

—Já que estamos nesse clima de sinceridade. Queria te pedir uma coisa.

—Mais uma? - perguntou fingindo desânimo.

—Desculpa, acho que temos exigido muito de você. - ele se encostou-se à cadeira e Bella fez sinal para ele prosseguir.

—Só estou brincando. O que quer?

—Minha família está se apegando muito a você e eles gostam muito de você. Até mais do que gostavam da Vic. – lá vinha o nome dela de novo. – O que queria te pedir é que quando isso acabar, você ainda continue os considerando como da família. – pediu num sussurro.

—Você está doido para se livrar de mim hein? – deu um sorriso triste. – Eu gosto da sua família e está sendo interessante a nossa convivência, mas acho que quando eles souberem da verdade, não vão querer continuar me vendo. E não sei se eles me consideram como parte da família, principalmente a Alice.

—Alice está sendo infantil, mas pode deixar que vou conversar com ela. E quanto aos outros, eles te consideram sim como da família. – ele estendeu a mão para segurar a dela. – Eu também te considero como da família. – sorriu para ela e os dois foram interrompidos pelo garçom que chegou com o pedido deles.

—Bom apetite.

—Como se come isso? – Bella perguntou procurando pelos talheres.

—Você pega com a mão e enfia na boca. – respondeu e ela o olhou maliciosamente.

—Isso eu sei fazer, querido. Se quiser ver o quão boa sou nisso, é só falar. – piscou para ele e pela primeira vez, ele não se sentiu incomodado, apenas riu dela. – Não ria, tenho necessidades e preciso apagar o fogo. – Edward quase engasgou.

—Você é impossível mulher. – balançou cabeça.

—Depois daqui, podíamos ir a uma boate. O que acha? – perguntou gemendo ao mastigar o hambúrguer e o som foi direto para as partes de Edward. – Caramba, isso é muito bom. Até que você entende de encontros.

—Eu disse que ia gostar. – se mexeu na cadeira e resolveu ignorar o que estava sentindo. – Sobre a boate, vamos deixar para outro dia.

—Qual é? Você me trouxe aqui e o mínimo que deveria fazer é me deixar leva-lo a um lugar que eu gosto.

—Eu concordo em ir com duas condições. Primeiro, não vai beber e segundo, vamos ficar no máximo duas horas.

—Tem certeza que tem 27? Parece ter 87. – murmurou devorando o hambúrguer. –Não vai ser a mesma coisa, mas vamos lá. Eu concordo com os seus termos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.
Bjs e até mais.