Quando Edward chegou à mansão, encontrou Bella dormindo.

—Não percebi que já estava dormindo. – se desculpou apagando a luz.

—Tudo bem. – sentou na cama. – Acho que cochilei o dia todo. Que horas são?

—Nove. – respondeu indo em direção ao banheiro, mas parou ao ver a expressão dela. – Você comeu?

—Não estou com fome.

—Você precisa comer. Quer que pegue algo para você?

—Não precisa. Estava no hospital?

—Sim. Minha mãe vai receber alta essa semana.

 -Que ótima notícia. – Bella queria que o avô também estivesse vindo para casa, mas isso nunca aconteceria.

—Ela disse que quando vir para casa, vai cozinhar para você. Será que pode pelo menos fingir que ficou feliz com isso? – perguntou cauteloso com a atitude que ela poderia ter. Bella era bem imprevisível.

—Não sou a madrasta da Cinderela. – revirou os olhos. – Sei ser gentil.

—Não foi nada gentil com o seu tio. – tocou no assunto esperando que ela revelasse algo, mas Bella apenas voltou a deitar na cama. – Tem algo que precise saber sobre ele?

—Marcus não vale o chão que pisa. – respondeu de má vontade. – Nem ele e nem o Caius. – estremeceu ao falar o nome.

—Quem é Caius?

—Um filho da puta e também do Marcus. Vai encontrar com ele na empresa, ele também trabalha lá, ou pelo menos finge trabalhar.

—Não achei que se importasse realmente com a empresa. – Edward sentou na beira da cama.

—Eu me importo. – se levantou e o encarou. – Me importo tanto que tenho medo de estragar tudo. Meu avô trabalhou muito duro para que a empresa chegasse a esse nível e não quero manchar a imagem dele. Sei que todo mundo lá só me vê como a garotinha mimada e o conselho só está à espera que eu cometa o primeiro erro para poder me tirar de lá.

—Então prove que eles estão errados. Eu vi como falou lá na reunião. Você pode não dominar o assunto, mas tem força e pessoas ao seu lado para ajudar.

—Então não acha que sou só um rostinho bonito? – bateu os cílios.

—Você é bonita, mas tem que provar que é muito mais do que apenas uma garotinha mimada que não sabe o que faz.

—Amo um desafio e se eles querem que prove o meu valor, terão uma bela surpresa.

—Você é bem decidida. Admiro isso em você. – confidenciou se levantando. – Vou tomar um banho.

—Se quiser pode dormir na cama. Vai ficar com dor nas costas se continuar a dormir no chão. Prometo que não vou fazer nada. – ergue as mãos em sinal de paz.

Bella não queria admitir, mas tinha sido muito bom dormir ao lado dele. Ela tinha algumas regras e uma delas, era nunca ficar para dormir. Não gostava de se envolver, então ela apenas satisfazia seus desejos e depois caia fora ou fazia seus parceiros caírem fora. Mas com Edward tinha sido diferente, não tinha nada sexual ali e ela queria mais daquilo. É claro, que se ele quisesse algo carnal, ela toparia na hora. Ela o achava muito bonito e sexy e já se pegará imaginando como seria ficar com ele.

—Tudo bem. – Edward respondeu e foi para o banheiro, quando voltou Bella já estava dormindo. Ele se acomodou na cama e deitou o mais longe possível dela. Ele era apaixonado por Victoria, mas tinha que admitir que Bella era muito atraente e ele não queria motivos para cair em tentação.

[...]

—Acorda! – Edward sacudiu Bella e ela grunhiu um palavrão se levantando.

—Eu odeio você por acordar tão cedo e tão disposto. – resmungou se debatendo lutando para se livrar da coberta.

—Você se acostuma. – respondeu por cima do ombro e saiu do quarto dando privacidade para ela se arrumar.

[...]

—Rose, se arrume. – Bella ordenou entrando na sala de jantar.

—Por quê? – perguntou engolindo um grande pedaço de pão. Seus olhos estão arregalados e ela olhava para a cunhada num misto de medo e surpresa.

—Vai ir conosco para empresa. Você é minha nova assistente. – anunciou sorrindo ao ver a expressão dela.

—Você nem perguntou se ela quer ser. – Edward repreendeu a esposa e Bella o olhou como se ele tivesse algum problema. – E nem deu bom dia. – ela teve vontade de lhe estendeu o dedo médio.

—Por que ela não iria querer trabalhar comigo? –se apoiou na cadeira.

—Talvez pelo fato de você não ser muito gentil com os seus funcionários. – respondeu forçando um sorriso.

—Te tratei mal Emmett? – se virou para o cunhado.

—Não. Estou amando trabalhar com você Belinha. – ele soprou um beijo para ela.

—Viu só? – ela até ignorou o apelido.

—O que quero dizer, amor. É que você deveria ter perguntando a Rose se ela quer trabalhar com você. Nem sabe qual é a profissão dela. – ele estava tentando manter o controle. Ao que parece a fase gentil e melancólica da esposa, tinha passado.

—O que você fazia antes de vir para cá Rose? Se formou em que? – perguntou tentando soar o mais doce possível.

—Eu era garçonete e não fui para a faculdade. – respondeu constrangida.

—Por que não?

—Não consegui bolsa e não tive condições de pagar. – respondeu com pesar.

—Gostaria de ter ido? - dessa vez ela estava realmente interessada no assunto.

—Sim. Sempre quis fazer algo mais.

—Então faça. O que quer fazer? É só se inscrever que cuido do resto para você. Você pode ser o que quiser. – Bella pegou uma maça sobre o olhar atônito da cunhada.

—Isso é sério?

—Vocês perguntam muito isso. – murmurou olhando o celular.

—Não tem que fazer isso por mim.

—Eu posso e eu vou fazer. Isso não é grande coisa. – balançou a mão. - Agora vá se arrumar ou chegaremos tarde.

—Você é incrível Bella. – deu um beijo no rosto dela a pegando de surpresa. – Não demoro. – subiu correndo as escadas.

—Obrigado Belinha. – Emmett agradeceu emocionado pelo gesto dela.

—Gente, não fiz nada demais. E você Alice?

—Obrigada, mas não acho que possa te ajudar em algo. – respondeu rispidamente.

—O que fazia antes de vir para cá?

—Era professora de dança, para crianças.

—Que interessante. Fiz balé quando era criança, posso ligar para o meu antigo estúdio e conseguir uma vaga para você.

—Obrigada, mas já tenho algumas entrevistas.

—Ok. Vou ver se o motorista já está pronto. – Bella queria sair o mais rápido de lá. Alice não era nenhum pouco gentil com ela e ela considerava aquilo muito ingrato da parte dela. E como não queria brigar com a família do marido, resolveu ignorar a cunhada, pelo menos Rose era agradável e se mostrou uma excelente assistente na organização do funeral.

—Queríamos conversar sobre isso. – ela olhou para Edward. – Não gostamos de ficar andando com motorista.

—Tudo bem. Peguem o carro que quiserem na garagem. Desde que alguém me dê carona, não tem problema algum. – deu de ombros e voltou à atenção para o celular.

—Você não dirige? – Jasper perguntou curioso.

—Não. – respondeu e saiu da sala os deixando sem entender o que tinha acontecido. Bella parecia ter ficado muito irritada com a pergunta.

—Falei algo que não devia?

—Os pais dela morreram em um acidente de carro e ela nunca conseguiu superar esse trauma. – Carmen explicou baixinho, não queria que Bella a ouvisse contando aquela história.

—Sinto muito, acho que deveria pedir desculpas. – Jasper ameaçou levantar, mas Edward o impediu.

—Deixa que eu falo com ela. - se levantou e foi atrás da esposa.

—Veio fazer mais alguma crítica? – perguntou sem olhar para ele.

—Vim me desculpar. – ela largou o celular e se virou para olhá-lo. – O que fez pela Rose foi muito nobre da sua parte. – ele escolhia as palavras com cuidado, não queria soar rude.

—Nobre? – perguntou fazendo uma careta. - Já sei o que vou dar para a sua família de presente de natal.

—O que? – cruzou os braços e um pequeno sorriso surgiu no canto da boca dele.

—Um dicionário. Porque vocês não sabem muito bem o significado das palavras. Não foi nada nobre o que fiz.  Ela precisa de um emprego e eu ofereci e ponto final.

—Você poderia ter dado o emprego para qualquer um. – Edward se aproximou dela.

—Ela tem as qualidades que preciso em uma assistente. – ela franziu o nariz e ele achou aquilo muito fofo, depois se chutou mentalmente por ter tido tal pensamento.

—Você tem um bom coração Isabella. – o modo como ele falava o nome dela, lhe causava um arrepio muito bom.

—Assim espero. Meu avô morreu por problemas no coração e não quero seguir o mesmo caminho. – voltou à atenção para o celular e Edward teve vontade de tomar das mãos dela. Ele achava essa geração tão insuportável por estar sempre grudada ao celular e não reparar no que estava a sua frente.

—O que está vendo de tão interessante aí? – perguntou não suportando mais aquilo.

—Estou trancando a faculdade para poder me dedicar 100% a empresa. – respondeu satisfeita ao receber a confirmação de que tudo estava finalizado. – Quando as coisas se ajeitarem, eu volto. – jogou o celular na bolsa. – E algo me diz que vou aprender muito mais com o Emmett. As aulas são muito chatas e aprendo melhor observando e colocando em prática.

—Estive pensando em uma coisa. – mudou de assunto - O que acha de termos um encontro? – perguntou um pouco inseguro. Ele não queria que ela interpretasse errado o convite. Bella olhou para ver se ele estava brincando e depois caiu na gargalhada.

—Desculpa, mas não acha que é tarde para termos um encontro. – balançou a mão mostrando a aliança.

—Não seja boba. Iremos passar um tempo juntos e acho justo e mais confortável que nos conheçamos melhor. – ela parou de rir e balançou a cabeça concordando.

—Acho que está certo. Então temos um encontrou? – perguntou sorrindo maliciosamente e Edward revirou os olhos se arrependendo da ideia que teve. – Eu nunca tive um encontro.

—Está falando sério? – ele não podia acreditar naquilo. Como uma mulher como ela nunca tinha dito um encontro?

—Nunca sai para jantar. Meu negócio é ir direto ao ponto. – piscou para ele.

—Teremos um encontro que você nunca mais vai se esquecer dele. – ele piscou de volta e Bella estranhou aquela atitude dele.

—Vamos pombinhos? – Emmett perguntou se aproximando deles, junto com a família.  – Estavam falando sacanagem é? – ele deu um tapa no irmão. – Respeita ela, o avô dela acabou de morrer. – colocou os braços sobre o ombro da cunhada. – Vamos lá Belinha, tive umas ideias para a empresa