Trish encontrou um prédio condenado vazio, de três andares e paredes rachadas, a algumas ruas da loja de doces. Fez dali sua ‘base’, dormindo lá para que pudesse visitar a loja todo dia. Não acreditava em Deus, mas sabia que Emily era religiosa, então toda noite, antes de dormir, ajoelhava-se numa rogatória silenciosa, pedindo que ela voltasse, e bem.

Nesse intervalo, gangues da cidade, turmas que a odiavam, brigões que queriam fama às suas custas, que tinham perdido seu rastro desde a quarta expulsão, voltaram a reencontrá-la. Um por um, surgiam nos arredores da loja, ainda sem saber da base no prédio, mas sempre rondando à procura dela. Sem uma gota de misericórdia, declarando a cada um que percebesse seu lugar, ela chutou todos pra longe dali, deixando o lugar ‘limpo’ pra volta da amiga. Mas, aos poucos, a notícia se espalhava.

As orações da delinquente levaram três semanas pra dar resultado. Emily apareceu na loja um dia como se nada tivesse acontecido, apenas mais magra e pálida que de costume, perguntando com uma voz doce se ‘ela tinha esperado muito’.

Ah, tinha. Trish a puxou para perto sem sequer responder e lhe deu o primeiro beijo de sua vida.