Happy Ending escrita por Yume


Capítulo 11
Capítulo XI – Tiro no peito


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Quem ainda está surtando com o ep 6x09???
Vocês pediram e eu trouxe mais capítulo enorme. Dessa vez maior que outro!
Admito que é cansativo, porque tenho que revisar e quando vou postar aqui tenho que editar todos os espaços dos parágrafos, pq o Nyah buga o espaçamento, então dá trabalho kkkk
Ah, tem um link de uma música do ultimo POV (do Oliver), é mais para ambientação, não chega a ser realmente necessária, mas acho que ajudaria vocês na imersão da cena, se quiserem escutar.
Se repararem eu peguei uma frase de diálogo do ep 6x01, kkkk vamos ver quem acha (tá bem fácil)!
Acho que é isso!
Nos vemos nos comentários!!!
Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746482/chapter/11

 

FS

Foi um choque ver Oliver Queen vestido casualmente? Foi.

Foi um choque ele nem mesmo notar a presença da Helena? Com certeza!

Está sendo um choque tê-lo constantemente ao meu lado, puxando assuntos idiotas? Definitivamente!

Estamos em uma dessas salas de jogos, as crianças ficaram super animadas em jogar, então Oliver comprou seis passaportes e aqui estamos. Helena está sentada em um simulador de corrida, ela não está jogando, na verdade está apenas sentada, com um bico maior que ela, dois adolescentes tentaram chegar para jogar, ela não precisou falar nada para afugentá-los. De alguma forma era satisfatório vê-la assim. Mas ninguém precisa saber.

Amy e Anna estão jogando contra William alguma coisa sobre matar zumbis, parecem estar se divertindo, eu sorria apenas de ver Amy dar gargalhadas altas. Anna é engraçada, tem um jeito meio moleca, William está se adaptando muito bem com elas, percebo que isso deixa Oliver satisfeito.

Falando no Diabo, ele está ao meu lado falando alguma coisa sobre como no seu tempo haviam fliperamas e que ele gastava boa parte da mesada quando tinha a idade do William, em lugares assim. Minha função era apenas sorrir e concordar, admito que estava um pouco desconfortável. Oliver não me parecia o tipo sociável/amigável na maioria das vezes em que nos encontramos. Não sei se isso se deve ao fato de eu estar meio em êxtase com ele vestido assim tão relaxado e que dessa vez não temos William perto. A única vez que ficamos sozinhos, foi no episódio da carona e não fomos exatamente amigáveis por boa parte do que aconteceu.

— Felicity? – Me surpreendi com o toque em meu braço, Oliver me encarava com um sorriso incerto – Eu estou entediando você, não é? Me desculpe, mas estou tão empolgado com isso, eu nunca vi William tão feliz – Agora seu rosto era mais leve e um brilho diferente tomou conta de seus olhos – Muito obrigado – Eu já vi Oliver sorrir, foram poucas às vezes, mas nenhum dos sorrisos foi como o de agora. Era doce, sincero e me fez falhar uma batida no coração.

— Não precisa me agradecer, de verdade, não fiz nada, uma hora ou outra vocês dois iam acabar se aproximando, William só queria que o pai dele estivesse presente, e agora você está fazendo esse papel, toda criança quer a atenção dos pais – Desviei o olhar, estava me deixando nervosa.

— Mesmo assim, foi você que ajudou nessa aproximação – Ficamos quietos por um pouco, apenas vendo os três brincarem entre si – Você é uma boa mãe – Oliver me surpreendeu com a afirmação vinda do nada, voltei a prestar atenção em seu rosto, o sorriso ainda estava lá, era um pouco mais contido e direcionado às crianças – O pouco que sei da sua história, foi Diggle que contou, mas posso dizer que admiro muito você por ter criado uma criança sozinha, fez um excelente trabalho.

— Eu não estava sozinha – Sorri lembrando de todos que me ajudaram quando precisei. Que ainda me ajudam – Tive Helena, Dig, minha mãe e outros que sempre estiveram ali por mim, eu só não tive o apoio do único que deveria estar ao meu lado – Suspirei, ainda me doía lembrar de Cooper – Mas agora eu vejo que na verdade, não fez falta, realmente – Fiquei em silêncio novamente, o barulho de crianças e pessoas, conversando, rindo e dos brinquedos, com as músicas e sons característicos me distraiam vez ou outra – Sabe por que escolhi colocar o nome de Amy, na verdade, Amélia, para minha filha? – O encarei, Oliver estava atento ao que eu falava. Sorri com carinho conforme lembrava.

— É um nome bonito – Falou simplesmente, acredito que apenas para ter algo que acrescentar.

— Não só por isso – Encarei Amy cutucar William por alguma brincadeira – Amélia ou Amy, significa basicamente, aquela que é amada. Quando soube que estava grávida com dezessete anos, muita coisa passou pela minha cabeça, mas o único pensamento que não esteve presente, era o de abandoná-la – Respirei fundo, não sabia ao certo porque estava contando isso para Oliver, mas as palavras estavam apenas saindo e ele estava prestando atenção, acho que isso me encorajou a continuar – O cara que eu namorava na época, disse que não iria tomar a responsabilidade por uma criança, falou para que eu a tirasse, podíamos pensar nisso quando fosse a hora, admito que foi um choque que eu ainda não consigo engolir direito – Encarei Oliver e sorri fraco – Desde o momento que soube que estava grávida, eu amei minha filha, com um amor maior do que qualquer coisa que já senti na vida. Daquele momento em diante eu decidi que ela seria amada por todos ao seu redor e que eu nunca deixaria ela passar pelo que passei, fiz das tripas coração para chegar até hoje, abri mão de muitas coisas, apesar de tudo consegui terminar a faculdade, com muita ajuda, mas consegui – Eu não conseguia ler o que estava passando na mente de Oliver nesse momento, mas ele me olhava diferente – Mas apesar de tudo, teve uma coisa muito importante que aprendi – Encarei Amy e aquela sensação de coração quente que sempre me dava ao vê-la, tomou conta do meu corpo – Não importa o que aconteça, o laço de amor entre mãe e filha, ou pai e filho, ninguém jamais vai poder romper – Oliver estava concentrado em William – E eu sei que você ama seu filho Oliver – Ele me encarou surpreso.

— Acho que tenho que admitir que estou enxergando você um pouco diferente agora – Novamente um sorriso desenhou-se em seu rosto, senti o calor de seu corpo mais próximo.

— O que quer dizer com isso?

— Não se sinta ofendida – Ele tomou uma longa respiração – Mas logo que a conheci, não achei que passasse de mais um dos clichês que a vida tem, mãe solteira que procura emprego para sustentar a filha.

Soltei uma risada e revirei olhos – Eu vi isso no exato momento que bati os olhos em você, as palavras “sem graça” estavam praticamente estampadas na sua testa – Oliver fez uma expressão culpada e sorriu amarelo – Não se incomode, eu na verdade, sou mais um desses clichês – Dei uma piscadela e ele riu negando com a cabeça.

— Até pode ser, mas você se esforça todos os dias para mudar isso – Isso foi a última coisa que ele falou. Logo as crianças vieram até nós e disseram que estavam com fome. Helena praticamente soltou um “aleluia” e levantou resmungando. Fomos até a praça de alimentação.

OQ

Fiquei surpreso ao escutar Felicity me contar um pouco da sua vida, mas me deixou aquecido poder ter parte de sua confiança em ouvir isso. Não posso negar que ela na verdade é uma guerreira, por ela e principalmente pela filha. Eu nunca precisei de esforço para nada, sempre tive tudo e sempre foi fácil, meu único desafio de verdade até agora, tem sido William. Por isso que passei a admira-la um pouco mais. Eu gostaria de ajuda-la também.

Fomos até a praça de alimentação, reparei que a irmã de Felicity a estava cutucando e rindo em seu ouvido, Felicity estava vermelha e em dado momento deu um tapa estalado no braço de Helena, acabou por chamar a atenção de duas senhoras que passavam ao lado, a fazendo ficar ainda mais envergonhada, sorri. Tommy tinha razão, ela é adorável.

O pensamento de Tommy me fez ter arrepios, olhei para todos os lados em busca de uma cabeleira morena bem penteada e um sorriso sacana, para meu alívio, não vi perigo.

As crianças haviam escolhido uma mesa em frente a uma sorveteria. Notei com alegria que William estava bastante entrosado com Amy e Anna. Tudo o que queria era que ele tivesse uma vida normal e acho que aos poucos estou conseguindo isso.

— O que vocês querem pedir? – Felicity sentou-se ao lado de Amy e Helena ao meu lado. Suspirei e forcei um sorriso amarelo.

— Sorvete de pistache com chocolate! – Amy respondeu para mãe com empolgação.

— Um Sundae de morango – Anna também estava empolgada e encarava com desejo a vitrine onde alguns sabores de sorvetes estavam expostos.

— E você William? – Coloquei a mão sobre seu ombro e sorri.

— Um milk-shake de baunilha com chocolate.

— Só o pensamento do que vocês pediram me fizeram engordar três quilos – Helena falou mal-humorada, Felicity a cutucou com um sorriso.

— Que tal dividirmos uma taça de torta de sorvete maninha? – Vi que Helena segurou o sorriso e se esforçou em manter a pose, sem muito sucesso.

— Você vai acabar comendo tudo sozinha – Resmungou e virou o rosto fingindo estar prestando a atenção no movimento. Felicity sorriu vitoriosa.

— É claro – Era engraçado ficar observando as duas. Apesar da relação meio explosiva, era notável que eram bastante próximas.

Fui até o caixa e fiz todos os pedidos, incluindo uma banana-split para mim. Fiquei na fila, logo Felicity juntou-se a mim.

— Vamos dividir a conta – Falou sem me encarar. Soltei uma risada que a fez me olhar feio – Não estou brincando Oliver, na verdade eu deveria pagar tudo, já que fui eu quem convidei todos.

— Não seja ridícula, se estou aqui, posso pagar por alguns sorvetes, não é nenhum esforço.

— Na verdade não era para você estar aqui – A encarei em descrença, ela estava mesmo me dispensando?

— Não quer que eu esteja?

Felicity riu e negou com a cabeça – Não é bem isso, mas não precisa que eu esteja aqui como sua segurança para poder levar seu filho para tomar sorvete.

— Não é segurança, é companhia – Sorri e antes que ela pudesse falar alguma coisa o pedido estava pronto. Tivemos uma pequena discussão sobre pagamento e por fim ela acabou pagando o que ela e Helena iriam consumir.

Eu tinha certeza que aquela quantidade de açúcar não era uma boa para crianças de doze anos. Os três já estavam super elétricos antes, tenho medo do que serão nas próximas horas. Sorri ao ver Anna insistir para tomar um gole do milk-shake de William, ambos tiveram uma pequena discussão até que notaram que Amy já havia ela mesmo tomado um pouco. Estava sendo uma tarde melhor do que o esperado.

— Cara, nunca achei que procurar alguém em um shopping fosse ser tão difícil! – Retiro o que disse sobre a tarde estar melhor do que o esperado.

Tommy apareceu e pegou uma cadeira de outra mesa, colocou ao meu lado, entre eu e Helena. Sorriu como um cretino e levantou os polegares bem na minha cara, soltou uma risada e então encarou Felicity, soltou um “Olá Lis!”, para que então, notasse Helena. Tive vontade de me levantar e tapar os olhos das três crianças na nossa frente, pois o olhar que Tommy lançou para ela é no mínimo indecente. Não foi surpresa nenhuma Helena ter correspondido com devido afinco, vi Felicity revirar os olhos.

— Olá doçura, não nos conhecemos ainda, mas pode me chamar de amor – Helena soltou uma risada melodiosa e estendeu a mão para Tommy que tomou seu tempo com um beijo demorado.

O puxei pelo colarinho da camisa e sussurrei em seu ouvido – Estamos em um local público, tem crianças aqui, então trate de deixar o pequeno Tommy dentro das calças!

Tommy aproximou-se do meu ouvido – Que fique claro, não é pequeno Tommy, eu poderia chama-lo de o... — O puxei com força pela gola, fazendo com que tossisse.

— O que faz aqui seu grande imbecil? – Eu sentia meu sangue ir todo para cabeça, estava além da irritação.

— Você sabe como sou ciumento com você saindo nos sábados sem mim – Ele fingiu uma falsa cara magoada e colocou o braço sobre meu ombro – Por que quando queremos achar alguém e temos mais de uma opção, acabamos encontrando a pessoa na última?

— Porque você não deveria procurar essa pessoa em questão!

— Ok, vamos deixar isso para depois – Tommy bateu em minhas costas e então encarou os sorvetes – Isso parece bom! – Pegou minha colher e deu uma bela colherada em minha banana-split – Está muito bom! – Puxou o prato para si e começou a comer, não me dei ao trabalho de reclamar, era perda de tempo. Encarou Felicity – Então Lis, como andam as aulas?

— Boas.

— Ainda com as respostas monossilábicas – Ele sorriu e voltou sua atenção para Helena – O que você faz aqui? Se está perdida posso te ajudar a achar o caminho de casa!

— Ela é minha irmã – Apontou para Felicity. Tommy deixou a colher cair de sua mão em ato dramático. Encarou as duas de uma para outra por algum tempo.

— Você foi trocada na maternidade, certo? – Falou para Felicity, Amy riu e recebeu um olhar sério da mãe.

— Não, não está vendo que na verdade somos irmãs gêmeas? – O tom irônico apenas atiçou Tommy ainda mais.

— Oh! Temos uma gêmea santinha e outra depravada! – Lhe dei um tapa na nuca, admito que com uma força um pouco desnecessária – Qual é Oliver! Me deixe me divertir.

— Como eu disse, estamos em local público.

— Eu sei! Agora apenas me deixe ter uma conversa com... – Encarou Helena que era toda sorrisos – Qual o seu nome mesmo doçura?

— Helena.

— Um nome forte, como Helena de Tróia! Sou Tommy Merlyn – Estendeu a mão novamente para ela que riu.

— Não falou que eu poderia chama-lo de amor?

— Você é tão linda que me confunde princesa – Uma cantada em uma piscadela. Revirei os olhos, eu sabia essa de cor.

Eu até teria continuado a ouvir as cantadas de Tommy, mas meu celular tocou e nome de Thea acendeu na tela. Meu coração acelerou, fazia algum tempo que ela não me ligava. Pedi licença e fui para uma área com menos barulho para atender o telefone.

— Thea!

— Hey Ollie – Escutar seu tom de voz doce me deixou mais calmo e um leve sorriso desenhou-se em meu rosto.

— Como você está?

Bem— Ela ficou em silêncio e a escutei suspirar – Estou na cidade.

— Sério? Onde você está, posso encontra-la daqui a pouco.

Na verdade, pode me encontrar na boate à noite, quero falar com Tommy também.

— Certo! Encontro você lá – Minha cabeça estava funcionando rápido, eu estava ansioso para vê-la – Roy está com você?

— Sim, mais tarde nos falamos, tenho que desligar agora.

— Tudo bem, estou com saudades Speedy.

Ela riu – Eu também Ollie — Depois disso a ligação acabou.

O dia realmente estava muito bom, estava tendo uma boa tarde com meu filho e ainda iria ver minha irmã. Voltei para a mesa e sussurrei para Tommy que Thea estava de volta, notei que ele ficou um pouco tenso, mas logo voltou a sua atitude normal.

Não ficamos muito tempo no shopping, logo Sara veio buscar Anna e levar Amy também. Eu insisti em levar Felicity e Helena, Tommy também fez sua chantagem para tentar leva-las, mas apesar de Helena claramente estar disposta a aceitar qualquer uma das caronas, Felicity negou.

William se despediu com um forte abraço e agradeceu, mais uma vez me vi sorrindo ao observar como ela foi carinhosa com ele. Por fim nos despedimos e eu fui para casa, Tommy me seguiu, disse que iriamos juntos para boate mais tarde, não discordei, eu sabia que ele estava tão ansioso quanto eu para ver Thea.

FS

Admito que não estava acostumada a voltar para casa sem Amy. Eu estava preocupada, mesmo que Sara tenha sido bastante cuidadosa, ela até mesmo me deixou um cartão com o número dela e do marido e fez questão de pegar o meu e também anotou onde morávamos. Fiquei mais tranquila com sua preocupação, me deixou mais relaxada em deixar Amy ir com ela.

Helena veio o caminho inteiro calada, nem mesmo reclamou do fato de termos chamado um táxi, por mim iríamos de ônibus, mas não queria ficar escutando pelo resto da eternidade o quanto isso era uma tortura para ela e seus saltos. Apesar do silêncio, Helena exibia um sorriso de canto discreto, isso estava me preocupando, aquele leve erguer de lábios nunca era boa coisa.

Quando chegamos no apartamento a primeira coisa que ela fez foi tirar os saltos e larga-los em qualquer lugar, antes de sentar-se em uma das cadeiras. Suspirou satisfeita, conferiu o celular e então me encarou. Me senti uma presa indefesa prestes a ser devorada.

— Maninha querida – Isso realmente estava me preocupando. Cheguei a pensar na possibilidade de sair correndo para as colinas.

— Seja lá no que você se meteu, não vou escondê-la da polícia – Apesar do meu tom ter um pouco de humor, a possibilidade existia.

— Não seja ridícula Felicity – Ela levantou e veio até mim, pegou em meus ombros e abriu o mais perigoso dos sorrisos, eu praticamente podia ver a malicia escorrer pelo canto da boca – Você tem três horas para se arrumar.

Não era bem o que estava esperando ela falar – O quê?

— Vamos em uma festa.

Agora fazia sentido – Não mesmo!

Helena revirou os olhos – Qual é Felicity? Amy não está aqui, é uma chance única.

— E como pretende conseguir dinheiro para ir em uma festa?

— Então, sabe o Tommy? – Droga! Isso não estava soando bem – Mais especificamente Thomas Merlyn, dono da boate mais badalada que essa cidade tem – Definitivamente não estava bem! – Enquanto você e Oliver Queen brincavam de família feliz, ele me deu duas pulseiras VIP para hoje à noite.

— Não posso ir!

— Me dê uma razão plausível!

— Você nem sabe o que quer dizer plausível! – Me movimentei inquieta pela sala. Eu definitivamente não iria em uma boate com Helena!

— Esse não é o ponto! Vamos lá Felicity, uma boa razão para não ir e não falo mais nada – Ela ergueu as sobrancelhas em desafio. A bem da verdade, eu não tinha uma boa razão, a não ser não querer ir.

— Não tenho roupa!

— Eu trouxe algumas extras – Um pequeno sorriso de vitória estava desenhado em seu rosto.

— Não é um bom ambiente para mim!

— Nenhum ambiente que não seja sua casa é um bom ambiente para você maninha.

Pensei mais um pouco, eu estava de mãos atadas – Eu não sei que horas Amy chega amanhã, se ela vier cedo ou então se no meio da noite sentir minha falta e Sara precisar traze-la, quero estar em casa e bem acordada! – Na minha cabeça isso parecia bom, mas pela expressão de Helena, eu seria esmagada assim que ela abrisse a boca.

— Amy tem quase treze anos, ela não vai sentir sua falta em um lugar que deve ter muitas coisas com o qual ela vai se entreter, fora que tenho certeza que Sara vai traze-la amanhã próximo ao fim do dia, para ela e a amiga possam aproveitar o domingo – Helena cruzou os braços e aproximou-se – Acabou? Posso começar a dizer os motivos para que você deva ir?

— O quê? Não existem motivos, além de que você é uma cretina manipuladora e mimada!

— Esse é um deles – Eu sabia que não teria muita opção, mas ainda sim não queria ir – Tem também o fato de que tenho certeza de que você não quer sua irmãzinha voltando tarde da noite para cá, bêbeda, nesse bairro perigoso – Helena era uma boa atriz, seu olhar preocupado, quase me comprou.

— Conhecendo você como eu conheço, você não vai voltar para casa sozinha, isso é, se voltar para casa. É mais fácil que eu fique lá sozinha e tenha que voltar para casa tarde da noite.

— Você também não precisa voltar sozinha – Mais uma vez o olhar de malicia estava presente.

— Não!

— Qual foi a última vez que foi em uma boate?

— Nunca?

Helena arregalou os olhos e colocou a mão na testa – É claro, eu havia esquecido que você não curtiu a parte boa da faculdade.

— Se por parte boa você quer dizer os idiotas bêbedos tendo sexo como cachorros em um ambiente escuro e fedido? É, acho que não me diverti.

— Qual é Felicity, eu sei que no ensino médio você ia em festas com Cooper.

— E vemos como isso acabou, não é? – Sentei em uma das cadeiras – Nunca fomos a boates, apenas em algumas casas de amigos deles e em uma dessas festas, nós dois tomamos um porre e nove meses Amy nasceu.

— Isso não vai acontecer.

— Exato! Porque eu não vou! – Cruzei meus braços como uma criança birrenta, Helena crispou os olhos.

— Eu não ia usar isso, mas você pediu – Arregalei os olhos, ela pegou o celular e discou para alguém, alguns minutos depois ela abriu um sorriso – Olá mamãe!... Está tudo ótimo, eu só queria falar para você uma coisinha sobre a Felicity... – Não! Ela não iria fazer isso! Levantei às pressas e tentei pegar o telefone de sua mão, mas nessas horas nossa diferença de idade contava bastante, ela ergueu o telefone e pude escutar a voz da minha mãe.

— O que há Helena? Felicity está bem? – Fiquei um pouco comovida com o tom preocupado, mas não me deixei distrair, tentei novamente pegar o telefone, sem sucesso.

— Sim, ótima! Mas acontece que nós temos uma festa hoje e já que ela não quer ir, mesmo com a Amy não estando em casa, eu pensei em contar uma coisinha para você – Helena sorriu maldosa – Sabe que Felicity na verdade está trabalhando diretamente com Oliver Queen?

— O quê? – Mamãe gritou. Eu não havia contado para ela que estava trabalhando para Oliver, porque conhecia minha mãe e tinha certeza que se ela soubesse disso, iria vir para cá no mesmo momento, para garantir que teria pelo menos uma casquinha de um bilionário, ou então ela iria fazer de tudo para vergonhosamente me jogar para cima dele. Helena sabia disso!

— Isso mesmo, ela está trabalhando com o gostoso do Queen, inclusive hoje à tarde foi... – Eu consegui arrancar o telefone dela. Se Helena contasse que eu havia saído com Oliver, mesmo que não sozinha, mamãe se encheria de expectativas de que eu estava tendo encontros e isso seria desastroso.

— Helena? Me deixe falar com Felicity! – Sua voz estava afetada, eu podia jurar que ela estava dando pulinhos enquanto segurava o telefone.

— Mamãe! Acalme-se ok.

— Sua filha da mãe!

— Não é muito conveniente que fale assim, já que sou sua filha.

— Não parece! Como assim você está trabalhando com Oliver Queen e não me conta? Eu poderia estar aí e te dar uma ajudinha, afinal de contas ele é um bilionário e até onde sei está solteiro, fora que...

— É exatamente por isso que não contei! Meu Deus! Só estou sendo tutora do filho dele!

— E como assim Helena disse que tem uma festa e você não quer ir? Ele vai estar lá?

— Não! Ela só está me provocando – Suspirei e apertei a ponte entre os olhos – Quer saber, eu vou desligar, depois nos falamos, tchau mãe.

— Espera Feli... – Não esperei que terminasse, desliguei o celular e o joguei na cadeira ao lado, encarei Helena com raiva.

— Quer que eu ligue de novo ou quem sabe posso mandar essa foto para mamãe – Pegou o celular e mostrou uma foto onde eu e Oliver conversávamos no momento que ele havia me oferecido carona. Estávamos sorrindo um para o outro. A legitima foto fora de contexto.

— Droga Helena! Eu odeio você! – Respirei fundo sabendo que iria me arrepender – Vamos para essa maldita boate!

OQ

MÚSICA

Finalmente estávamos na boate, o barulho e movimento de sempre. Era sábado, a casa estava lotada, muitos corpos agitados, cheiro de bebida e suor já tomavam conta, apesar de ser relativamente cedo. Subi com Tommy para o segundo andar, eu sabia que Thea estaria ali. Sorri ao vê-la, havia cortado os cabelos até um pouco abaixo das orelhas, estava conversando e rindo com Roy, fui em sua direção, ela sorriu ao me ver e veio em minha direção, me dando um abraço apertado.

— Ollie – Escutar o tão conhecido apelido depois de tanto tempo sem vê-la pessoalmente, aqueceu meu coração.

— Eu senti sua falta Speedy – Eu não poderia soltá-la, era tão bom tê-la aqui de volta.

— Eu também – Thea me afastou um pouco, ainda sorria, encarou Tommy que parecia um pouco apreensivo.

Desde que Thea havia descoberto que na verdade era filha de Malcon Merlyn, ela e Tommy não haviam conversado de fato, ambos estavam em choque com a revelação e logo depois ela mesmo tomou a decisão de se afastar por um tempo. Então, acredito que essa era a primeira vez que os dois se viam como irmãos.

— Tommy – Para surpresa do mesmo, ela o abraçou da mesma forma que havia feito comigo – Eu senti sua falta.

Tommy estava com os olhos fechados e sorria com carinho enquanto a mantinha apertada entre os braços – Eu também Thea – A afastou e encarou seu rosto – Eu sinto muito.

— Não se desculpe, você também não sabia de nada – Thea tocou seu rosto – Para falar a verdade, a única parte boa disso tudo é ter ganhado você como irmão.

— Sempre fomos irmãos Thea.

— Mas dessa vez é oficial, eu tenho o mesmo sangue cafajeste que você – Ela deu um soco em seu ombro e sorriu zombeteira – Mas não quero falar sobre isso, não hoje e nem aqui – Nos encarou e logo olhou para Roy – Vocês devem lembrar do Roy.

— Com certeza – O cumprimentei com um firme aperto de mão, Tommy fez o mesmo, só que sério.

— Sabe que o sou o irmão mais velho dela, não é garoto?

Vi Roy engolir em seco, bati em suas costas e sorri – Não se preocupe Roy, ele é assim, mas é como um cachorro que ladra mais não morde, fora que você já o conhecia Tommy.

Tommy finalmente sorriu – Eu sei, mas sempre quis fazer esse papel de irmão super protetor.

— Vocês dois são uns idiotas! – Thea comentou rindo e beijou o namorado – Eu queria que viessem aqui para conversarmos um pouco e não para que sejam dois cretinos com meu namorado.

— Está certo, o que quer falar irmãzinha? – Sentei em um dos banquinhos, Tommy fez o mesmo.

Thea suspirou – Quero deixar claro que eu voltei, então, vou voltar com minhas responsabilidades com a boate e que pretendo comprar um apartamento.

— Não vai voltar para mansão?

— Não Ollie, ainda não estou pronta para enfrentar mamãe – Acenei com a cabeça. Eu não achava isso certo, mas a entendia, não iria contestar, não por agora, pelo menos.

— Está certo, não vou ir contra o que você quer, mas eu gostaria que você conhecesse meu filho.

— Ah sim! William, estou ansiosa para conhecer meu sobrinho, pelo menos devidamente, como estão as coisas com ele?

Suspirei – Ainda é difícil, mas estamos tendo ajuda – Sorri ao lembrar da tarde que passamos e de Felicity.

Tommy me cutucou – Na verdade, o motivo do seu bom relacionamento com seu filho, acabou de entrar pela porta da frente – Encarei confuso na direção que ele apontava e tive o maior soco no estômago que eu jamais imaginei levar.

Felicity Smoak entrou na boate. Ela estava linda! Um vestido vermelho, um pouco acima do joelho, exibia um decote generoso que ia até quase a metade da barriga e deixava a linha entre os seios perfeitamente visível. Ela estava maquiada, com os olhos azuis bem marcados e um batom tão vermelho quanto o vestido deixavam os seus lábios tão desejáveis, que chegava a ser um pecado encará-los, os cabelos estavam soltos e caiam em ondas até um pouco depois dos ombros. Mesmo a distância eu podia notar cada pequeno detalhe, notei também que ela parecia deslocada. Não sei quanto tempo demorou entra ela entrar e eu ver Tommy lá em baixo, trocando cumprimentos empolgados com Helena que eu até então não havia notado.

— Quem é ela? – Thea tocou em meu braço a encarei um pouco atordoado.

— A tutora do William.

— Tutora?

— Depois conversámos – Me afastei, Tommy estava subindo as escadas com as duas atrás de si.

Me aproximei, Felicity paralisou no exato momento que botou os olhos em mim, acredito que se não fosse pela maquiagem, ela estaria pálida agora. Sorri e cheguei mais perto. Eu estava extasiado, nunca imaginei que ela pudesse se destacar tanto, sempre com roupas apagadas, um rabo de cavalo e óculos, vê-la vestida literalmente para matar, foi como um tiro no peito.

— Felicity – Falei com um sorriso, acredito que meio afetado, ela ainda estava em choque, apenas me encarava, o azul de seus olhos nunca pareceu tão sedutor – Não sabia que gostava de lugares assim – Optei pelo mais óbvio, apesar de todos os cheiros, eu conseguia sentir uma doce fragrância vir dela, estava me deixando um pouco inebriado.

— Não gosto – Falou nervosa e encarou em volta – Para falar a verdade, é a primeira vez que venho em uma boate – Segurou os braços, como se escondesse o corpo – Esse vestido é desconfortável – Falou baixo, eu quase não escutei.

— Você está linda – Ela voltou a me encarar e seu rosto ainda demonstrava receio e nervosismo e agora exibia um tom corado – Não tem porque se esconder – Um pouco receoso, tomei a liberdade de pegar em seus braços delicadamente e afasta-los de seu colo – Divirta-se.

— Estar aqui não é bem o meu conceito de diversão.

— Não quer tomar nada?

— Definitivamente não! – Negou com a cabeça – Só vim porque Helena me chantageou, não pretendo beber, na verdade, estou considerando a ideia de pegar um táxi e voltar para casa.

Eu não queria que ela fosse para casa.

— Sabe que se você tomar apenas um gole de alguma coisa forte, isso vai fazer você curtir um pouco mais isso aqui?

— Sim, e correr o risco de ficar bêbada no processo – Me encarou com certa descrença – Não, obrigada.

— Eu não vou deixar que fique bêbeda – Dessa vez o que recebi foi uma risada irônica.

— Com todo respeito Oliver, mas você não é bem o exemplo de alguém que ficaria de anjo da guarda para me impedir de beber.

— E por que não?

— Tenho certeza que em matéria de ficar bêbado, você sempre tirou dez – Não pude evitar sorrir. Apesar da roupa e maquiagem, ela ainda era Felicity Smoak, a tutora atrapalhada do meu filho.

— Me dê um voto de confiança, tomamos apenas um drink, se ainda sim quiser ir para casa, eu mesmo pago o táxi – Ela me encarou por alguns segundos, avaliava minha oferta.

— Certo, um gole e estou livre?

Ergui minha mão em sua direção – Tem minha palavra de honra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

NOTAS INICIAIS



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Happy Ending" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.