Caleb se arrumava para a reunião no DEO, estava preocupado, mas ao mesmo tempo radiante. Poder conversar com a mãe, sem segredos, era maravilhoso. Ela era maravilhosa e ele sentia como se tudo estivesse por um fio. Sabia que não seria igual, se voltasse para o futuro sem sucesso na missão. Sabia que dessa vez, seria mil vezes pior perder a mãe, tanto para ele, quanto para sua família. Todos tinham esperança e ele segurava essa esperança nas mãos, não podia decepcionar todos e muito menos, ele mesmo.Estava fechando a mochila, quando uma luz verde começou a piscar no seu relógio de pulso. Aquele relógio era sua conexão com o futuro. Lena lhe dissera que quando tudo estivesse terminado, bastaria ele apertar 3 vezes o botão central, que ela entenderia o código e ativaria a máquina do tempo. Ficou tentando desligar a luz até que um holograma saiu do dispositivo. Se animou quando viu que as tias estavam nele:

—Caleb! — Uma Alex mais velha exclamou.— Graças a Deus!

—Estamos tentando contato há dias, querido. —Lena sorriu.

—Como conseguiram isso?— Ele disse entusiasmado.

—Eu instalei um dispositivo de holograma antes de você ir, mas não sabíamos se funcionaria ai. Estamos tentando contato desde então. Parece que finalmente acertamos a frequência.— Lena explicou.

—Como estão as coisas aí? Como está Lily?— Perguntou se referindo a priminha.

—Ela está bem. Mas o Apocalypse não deve demorar a aparecer, a Kryptonita deve estar perdendo o efeito .

—Apocalypse?

—É o nome que o Winn apelidou o idiota. Bem, devo admitir que faz jus a fama dele.— Alex ponderou.— E aí, como estão as coisas? Você voltou no dia certo? Estávamos tão preocupadas.— Ela apertou os olhos.

—Bom… O plano saiu um pouco dos trilhos.— Ele sorriu sem graça.— Meus pais descobriram tudo, ontem, na verdade e…

—Caleb, você está pronto? — Kara disse entrando no quarto.— Wow, o que é isso?

Ela prestou atenção na imagem que se projetava no ar. Reconheceu Alex e Lena mais velhas. A irmã quando a viu, desmoronou.

—É...é você, Kara?— Alex disse tentando tocar o rosto dela.

—Sou eu...— Kara sorriu.

—Você não tem ideia de como é bom vê-la...— Lena abraçou a esposa de lado.— Você faz tanta falta aqui.— Ela abaixou a cabeça enquanto Alex ainda chorava.

—Me desculpem...Eu… farei de tudo para mudar isso…

—Por favor, Kara...Por favor...— Alex implorou.

Kara assentiu, emocionada:

—Mas… se não der certo e … Só queria dizer que amo vocês, não importa onde eu esteja...Amo vocês de todo coração. E obrigada por cuidarem do meu bebê e de Mon El também. Vocês fizeram um ótimo trabalho.— Ela segurou as mãos de Caleb, enquanto as mulheres sorriram.

—Alguma coisa mudou desde que vim para cá?—Caleb questionou.

—Por enquanto nada. Na verdade não sabemos o que acontecerá quando algo de fato ser alterado né. Tudo por acontecer. Mas vai valer a pena.—Alex disse sorrindo para Kara. De repente, a imagem começou a falhar e Lena percebeu que o tempo de contato estava acabando:

—Certo, vamos perder a conexão. Caleb, lembre-se do código. Estamos torcendo por você.

—Se cuidem, não vou demorar a voltar.—Ele disse tentando passar a maior confiança possível. — Por favor, não corram riscos desnecessários.

—Pode deixar.—Alex assentiu. — E Kara, se nada disso der certo. Eu te amo e penso em você a cada segundo do meu dia.

—Você foi e sempre será minha melhor amiga.—Lena fungou.

—Obrigada meninas. Eu amo vocês.—Ela tentou tocar o holograma, mas sua mão atravessou a imagem.

—Eu vou conseguir. Voltarei logo. Amo vocês.—Caleb sorriu enquanto a imagem sumia.

Meia hora depois, na sala de conferência do DEO, Caleb explicava mais uma vez sobre tudo que estava previsto. Com os amigos e alguns dos agentes mais confiáveis da organização, Mon El escutava atentamente o plano. Segundo as previsões, Apocalypse apareceria novamente dali a três dias. Como a principal missão era não deixá-lo chegar perto de Kara, todos concordaram que o mais seguro seria que a moça ficasse nas dependências do DEO, todo o tempo. Atacariam em frentes com a Kryptonita azul trazida por Caleb até que conseguissem enfraquecer o monstro o suficiente para que colocá-lo na nave não fosse um sacrifício tão grande. J’onn anunciou que estava trabalhando no transporte e que quando a hora chegasse, estariam prontos. Enquanto Caleb tratava de contar os mínimos detalhes que pudessem ajudar, Mon El percebia nos olhos de Kara, o quanto esta, estava incomodada com a situação.  Ela estava ali, negando todos os seus instintos e permitindo ser protegida por todos naquela sala, enquanto ficaria assistindo sem poder ajudar. Ele segurou sua mão e lhe lançou um sorriso reconfortante, que foi retribuído. Por dentro, ele sabia que nem tudo sairia como eles estavam planejando naquele momento. Mas também tinha certeza de que faria o impossível para salvar Kara e para que seu filho não crescesse sem a mãe. Ele estava disposto a tudo. Mesmo que isso custasse sua vida.