City of Angels escrita por May Prince


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Vídeo da musica do capítulo: https://youtu.be/YhztwwSy5Ww (Kathryn Dean - City Of Angels)

Escutem!! Juro que vale a pena!



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City Of Angels - Kathryn Dean

When the silence won't stop scream
And your words have no meaning
And I've lost faith in believe
You're all I'm seeking
Seeing

In the city of angels
With secrets I won't tell
The soul I just might sell for you
Got the devil in my veins
I'm leaning to the insane
Got you under brain

 

Desespero. Agonia. Raiva. Ódio. Nojo. Principalmente nojo.
Sentia nojo de mim por um dia ter posto Raymond Palmer na minha vida e na vida da minha filha. Nojo por ter começado um relacionamento com ele. Nojo por nunca ter conseguido ver a pessoa podre que ele é por dentro.

Eu me sentia suja, tão suja que nenhuma das 3 vezes que eu passei sabão me fizeram me sentir diferente.

Deixei a água do chuveiro da casa de Oliver cair fria em mim. Eu não conseguia raciocinar direito. Eu não conseguia pensar em como seria daqui pra frente. Eu não conseguia ter uma linha de pensamento, eu só conseguia chorar.

Tudo aquilo era culpa minha.

E se ele tivesse feito algo com a minha filha?

E se Oliver não tivesse chego?

Quando senti Ray voando pra longe de mim eu só consegui chorar e agradecer, Oliver me salvou de um pesadelo horrível.

Oliver sempre me salvava.

Oliver me tirou das ferragens do carro no dia do meu acidente anos atrás, se Oliver não tivesse chego, eu teria explodido.

Oliver me salvou de uma depressão depois da perda do nosso bebê.

Oliver sempre estava lá por mim, Oliver sempre me salvaria.

Eu estava perdendo a minha sanidade, eu não posso mais ficar longe dele.

Tremi e me agachei no chão do box. Eu não queria sair dali. Eu estava com vergonha.

Eu fui tão culpada quanto eu fui vítima.

Ray chegou bêbado de seja lá onde ele estava. Bêbado e fedendo a sexo. Ele me traiu. Mas eu também havia o traído. Certo?

Eu tentei conversar com ele depois que ele saiu do banho, tentei contar o que aconteceu comigo e com o Oliver e me desculpar. Dizer que poderíamos ir embora e viver a nossa vida, Oliver já sabia sobre Melanie e eu podia forçar o divórcio. Mas não deu tempo, não deu tempo de nada disso, não deu tempo de me desculpar. Eu apenas falei sobre Oliver e ele voou em mim. Ray partiu pra cima de mim em fúria dizendo que eu era dele e de mais ninguém, ele dizia que ia me marcar como sua como nunca marcara outra mulher. Eu só demorei pra entender do que ele estava falando... Quando percebi, levei um soco no estômago e um tapa na cara. Ray rasgou a minha roupa começou a abusar de mim.

Se Oliver não tivesse aparecido...

Ray ficou estirado no chão quando Oliver me pegou no colo e me levou pra longe dali. Melanie ficou assustada ao ver o pai batendo em Ray, ela ainda pedia pra ir embora. Melanie entrou no carro de Oliver contra a vontade, Melanie passou o caminho inteiro dizendo que estava com medo do pai e que não queria ir para a casa dele. E então, pelo primeira vez em toda a vida dela, eu gritei com a minha menina e fui rude. Me arrependi no primeiro momento e senti toda a minha vida desandar quando gritei um “Cala boca, merda” e minha filha me olhou assustada e chorou.

Ela já estava com medo do pai, agora estava com medo de mim também.

Oliver não viu outra alternativa a não ser ter ligado para Laurel e Tommy irem buscá-la.

Minha bebê me odiava.

— Felicity? - escutei Oliver bater na porta. Eu não conseguia falar, abri a boca, porém nenhum som saiu - Felicity? - ele falou de novo - Querida, abre a porta ou vou arromba-lá.

Suspirei e me levantei, desliguei o chuveiro me enrolando na toalha. Eu sabia que Oliver iria arrombar se eu não abrisse, não seria a primeira vez que ele faria isso.

— O que foi? - falei abrindo a porta

— Você não precisa mais chorar ok? Nada disso é sua culpa - disse me analisando

— Minha filha me odeia, Oliver - meus olhos se encheram de lágrimas e ele me puxou para seus braços

Braços esses que eu me sentia bem em estar. Segura. Ninguém me faria mal enquanto eu estivesse ali.

Eu tinha que parar de pensar assim... Ele ia me odiar depois que eu contasse o que eu ia fazer.

— Ela não te odeia - beijou o topo da minha cabeça - Ela só está assustada. Ela está assustada igual a você.

— Mas eu...

— Para de tentar trazer a culpa para você, Felicity... A culpa não é sua. - se afastou para me olhar nos olhos - A culpa é daquele desgraçado e nós vamos à delegacia

Eu não queria ir à polícia, eu não queria denunciar. Isso tornaria tudo público, isso tornaria tudo mais real. E eu estava com vergonha.

— Não vou a lugar algum - me desvencilhei dele e fui em direção ao quarto

— Raymond não pode ficar impune - rosnou

— Você também vai preso Oliver - parei de andar e cruzei os braços - Você quase o matou

— Eu mato qualquer um por você. Não entende? - suspirou derrotado e eu o encarei encantada

— Oliver, por favor - me aproximei e pus uma mão em seu rosto - Te agradeço por tudo. Mas eu não quero, não hoje.

— Tudo bem - fechou os olhos se acalmando a medida em que eu acariciava seu rosto. - Isso me acalma - deu um sorriso curto e um suspiro

— Obrigada por ter aparecido na hora certa - passei a mão no contorno dos seus olhos

— Sempre estarei lá para te salvar - abriu os olhos e o clima mudou

Ficamos minutos nos encarando nos olhos, uma guerra intensa de azuis que foi interrompida pelo telefone tocando insistente.

Oliver riu sem humor algum e foi atender o telefone. Eu não quis saber do que se tratava, entrei no quarto que um dia fora nosso e fechei a porta. Estar ali dentro era nostálgico, a mesma cama de ferro preta, as mesas persianas nude, o chão de madeira rústica e o cheiro de lar. O local onde nosso amor fora consumado diversas vezes.

Mais um motivo para eu me sentir suja. Ray teve que abusar de mim para que eu percebesse que Oliver era o meu caminho. Se Ray não tivesse feito nada disso, eu estaria indo embora. Deixando Oliver sem filha e Melanie sem um pai novamente.

Sem muita alternativa do que vestir, coloquei uma blusa de Oliver que caia como um vestido em mim, coloquei uma cueca dele que ficava como um short e penteei meu cabelo com as mãos. Sai do quarto e encontrei Oliver sentado no sofá, com uma cerveja na mão, olhando para a TV desligada.

— Pra assistir você tem que ligar - falei me sentando ao seu lado e pegando a cerveja da sua mão e dando um grande gole

— Felicity... - me olhou - O que aconteceu lá? Porque ele fez isso com você? Porque você não quer colocar esse filho da puta na cadeia?

— Eu quero, tá legal? - dei outro gole - Ray é rico, ele tem influência em tudo. Você quase o matou, ele pode usar isso contra. Eu não quero tornar nada público - funguei - Se eu tornar isso público vai ser mais real, vai ser pior do que já é e eu vou me sentir mais culpada. - lágrimas já escorriam a essa altura e dei outro gole na cerveja

— A culpa não é sua, Felicity - limpou minhas lágrimas - E eu sempre vou estar aqui, ninguém vai chegar em você.

Eu sabia que Oliver nunca ia deixar ninguém chegar em mim para me prejudicar, sabia que ali eu estava segura. Mas ele não entendia o motivo de eu me sentir tão culpada, tão suja. Quando ele soubesse, ele mesmo ia se afastar.

— Eu contei a ele, Oliver - falei por fim

— Contou o que? - levantou uma sobrancelha

— Sobre o que aconteceu com a gente na academia - encolhi minhas pernas pra junto do meu peito e as abracei

— Contou sobre o beijou? - assenti - Por isso ele te atacou?

— Oliver... Ray foi o homem que me ajudou quando eu mais precisei. O homem que me amparou e aceitou minha filha, se eu não tivesse vindo pra cá... Nada disso teria acontecido.

— Se você não tivesse vindo pra cá, Melanie teria morrido porque eu não estava em Ivy Town pra salvar ela. - ele se levantou irritado - Se você não tivesse vindo pra ca, não teria descoberto quem aquele crápula é de verdade - passou a não na nuca sinal de irritação - Olha o que aquele cara te fez, como pode ser tão cega?

— Eu não ia deixar nossa filha morrer... Eu teria vindo atrás de você Oliver. Não entende? Ray nunca foi assim.

— Não, eu não entendo. As pessoas não vem com uma placa na testa dizendo que é um maldito.

— Tudo me trás de volta pra você e isso me assusta - me levantei e fiquei de frente pra ele - Me assustou tanto que antes de Ray abusar de mim eu estava disposta a pegar Ray, minha filha, minha sanidade e voltar pra Ivy Town. Eu ia dar as costas pra você e ir embora sem ao menos te dar uma explicação. Eu ia forçar um divórcio litigioso e nunca mais pisar aqui de novo.

— Você ia fugir? Igual fez a 7 anos? - gritou e eu me encolhi - Só não fugiu porque, provavelmente, Ray não gostou de ter ganho um maldito par de chifres e tentou te estuprar

Ouvir aquela realidade exposta em palavras machucava... E machucava muito. Por isso eu não queria ir na delegacia, falar doia e deixava tudo mais real.

— Oliver...

— Não! - chutou a mesa de centro me assustando e vidros voaram pra toda parte - Você ia me tirar da minha filha de novo. Você ia sumir com ela! Ia me deixar aqui como se eu fosse nada na vida dela!

— Me desculpa - chorei

— E você só tá aqui ainda porque Ray Palmer tentou te estuprar!

— Oliver...!

Meu coração estava apertado e eu me sentia sufocada comigo mesma. Porque eu sempre tomava as decisões erradas? Porque eu estava pensando que ir embora de novo era a coisa certa a se fazer? Do que eu queria fugir afinal?

Eu não era tão tola, eu sabia perfeitamente do que eu queria fugir.

Oliver.

Queria fugir do amor que eu sentia por ele. A perda de Connor ainda doida, ele não ter acreditado na minha gravidez também (por mais que ele tenha ido atrás de mim depois)... Meu pai ser um crápula, Robert me odiar... Ray ter mentido em relação a Oliver. Eu injustamente estava descontando todas essas frustrações em cima dele. Logo ele que sempre esteve lá por mim.

O amor que eu sentia me dava medo também, recuar era sempre a melhor opção.

— Me deixa em paz por um tempo ok? - andou até a porta da rua - Laurel e Sara estão vindo trazer Mel aqui, eram elas no telefone.

— Oliver, me desculpa. Deixa eu me explicar - andei até ele e coloquei a mão em seu ombro. Ele se desvencilhou como se eu fosse tóxica e saiu batendo à porta.

Rezei para que ele não fizesse nenhuma besteira.

Eu queria dizer que estava arrependida de tudo, queria me explicar e dizer que eu agora via tudo com mais clareza. Dizer que me sentia suja por ter esperado o meu ex noivo atentar contra mim para que eu tivesse coragem de assumir meu amor pelo Oliver.

Oliver não merecia isso.

Oliver merecia mais.

Catei entre soluços os vidros da sala, coloquei a mesa quebrada nos fundos da casa e paralisei com a árvore que tinha ali.

Connor.

Quando perdemos o nosso filho, eu me neguei a descartar o feto como muitos fazem. Fiz Oliver fezer uma pequena caixa de madeira onde enchi de pano e entregamos para que o médico colocasse o feto ali. Oliver na época achou uma ideia absurda, mas viu que eu me sentiria melhor assim, então cedeu. Ele cavou no quintal e plantamos uma árvore no local.

E ali estava ela, grande e bonita. Como Connor deveria ser hoje. Me aproximei e sentei embaixo da mesma, me senti bem estando ali. Me senti acolhida.

— Oi, meu amor. - falei por fim fechando os olhos. Parecia idiota estar ali e falar sozinha, mas parecia o certo a se fazer. - As vezes eu me pergunto como seria se você estivesse aqui ainda. Como seria seu rostinho, sua voz, seu toque. - suspirei e as lágrimas tomaram conta - Qual seriam suas primeiras palavras, “mamãe” ou “papai”. Melanie falou “mamãe”, mas ela puxa saco mesmo é do pai de vocês - ri sem humor - Hoje foi um dia difícil, se você tivesse aqui tudo teria sido diferente. Hoje eu vi o quanto fui hipocrita com o seu pai, ele não merece o que eu fiz com ele, Connor. Eu não mereço o amor que ele sente por mim. - fiz silêncio e um vento acolhedor passou por mim. Eu sabia que eu não estava sozinha ali. Connor sempre estaria comigo - Eu só queria que seu pai me perdoasse por tudo que eu fiz com ele. - limpei as lágrimas

— Eu perdoo, Felicity - a voz de Oliver tomou conta do quinta, baixa e calma, abri meus olhos e o vi encostado na lateral da casa de braços cruzados - Me desculpa por ter sido rude também. Eu não tinha o direito

— Eu também não tinha direito de ter feito muitas coisas, e mesmo assim as fiz - mordi o lábio - A quanto tempo está aí?

— Eu nunca saí, na verdade - suspirou e se aproximou se sentando ao meu lado - Sai pela porta da frente e fiquei na lateral da casa o tempo todo

— Ouviu tudo o que eu disse...

— Sim - riu sem humor - Concordo quando diz que seria tudo diferente se ele -olhou para a árvore - ainda estivesse aqui.

— Eu queria ir embora porque eu estou perdendo a sanidade Oliver, não consigo parar de pensar em você e... - solei o olhando nos olhos

— E você acha que deve algo ao Palmer por ele sempre ter te ajudado.

— Sim - abaixei a cabeça - Desculpe por tudo. - mordi os lábios

— Falei que te perdoo. - levantou minha cabeça segurando meu queixo - Só não tira a minha filha de mim, tá legal?

— Eu prometo - falei olhando no fundo dos olhos - Daremos um jeito em tudo.

— Sempre damos - sorriu

— Sim, sempre damos - retribui o sorriso olhando para as minhas mãos

Passaram-se alguns minutos e fiquei perdida em pensamentos, acredito que Oliver também. Pois não falou nada, apenas ficou aproveitando a sombra da árvore de Connor olhando para o nada. Ouvi a campainha tocando e me levantei às pressas. Melanie.

— Felicity? - ele me chamou antes que eu passe pela porta que dava pra cozinha

— Sim?

— Eu também não consigo parar de pensar em você


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Notas finais do capítulo

Oi babys!

FELIZ 2018 PRA GENTE!!!

Que esse ano seja cheio de realizações, conquistas, inspirações, amor e mt Olicity pra gente!

Demorei, mas voltei!

Esse cap tá bem draminha... Mas ele foi preciso né, eles precisam de uma reconciliação e tem mt drama envolvido.

Spoiler:

— Felicity e Oliver finalmente vão chegar nos finalmentes.

— Ray vai destilar o mal mais uma vez

— Robert e Noah vão conhecer a neta

— Felicity descobre que está grávida



Cada um desses vão acontecer no decorrer dos caps, a primeira vez depois de mt tempo do nosso casal vai ser no próximo

Comentem!!!!

Comentem!!!!

Beijos! Semana que vem tem mais e amanhã tem dois caps seguidos de Dinastia.

Heeey! Novidade! Depois de tantos pedidos... Eis que surge: Unidos pelo acaso 2

Preciso de uma CAPA!

Fiz algumas:

1- https://scontent.fsdu11-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/26195967_1538975496189013_5589424927852000474_n.jpg?oh=8b97ae71af2894579d7dd695725a252d&oe=5ABD03AF

2- https://scontent.fsdu11-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/26168451_1538975492855680_8684546805937844990_n.jpg?oh=86d94b21e458c25c93a31da98dca069e&oe=5AF51F94

3- https://scontent.fsdu11-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/26167259_1538975472855682_9161702940275909435_n.jpg?oh=ab9064082476aecd887c84a45c1cad04&oe=5AB3C329

4- https://scontent.fsdu11-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/26230705_1538975632855666_8148774500805565924_n.jpg?oh=def5ae4e312ecbd1c9c0c14ba7ad3f5b&oe=5AEDA11C

Qual? Eu não consigo escolher. Me fale os números nos comentário.

O que vocês acham da ideia? Preciso de um feedback para continuar.

EU NÃO SEI FAZER SINOPSE rsrs

Saiu isso aqui:

No aniversário de 4 anos dos gêmeos, Oliver e Felicity recebem em sua porta a visita que vai virar a vida dos dois de cabeça para baixo. Samantha. Samantha diz ser mãe de um herdeiro Queen, William, de 8 anos. A relação do casal será colocada a prova quando Samantha passa a ser uma presença constante na vida de Oliver, fazendo de tudo para tomar o lugar de Felicity.

Alguém tem uma ideia pra melhorar essa sinopse?

HELP ME!

XOXO,

May!



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