City of Angels escrita por May Prince


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Voltei rapidinho, né gente!
Espero que gostem!



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I wanted to play my hand... The salvation

But all I got was a heart

That won't stop racing

Racing ♫

City Of Angels— Kathryn Dean

 

Starling City - Natal 2010

Olhei para o primeiro teste. Positivo.

Olhei para o segundo teste. Positivo.

Olhei para o terceiro teste. Positivo.

Eu estava ferrada. Muito ferrada.

— Lissy - ouvi a voz da minha mãe e em seguida batidas na porta - Querida já é 00:00. Feliz Natal! Sai desse banheiro.

Prendi as lágrimas que queriam cair e dando um suspiro eu abri a porta e fui recebida por abraços da minha mãe. Deixei ser acalentada pelo seu toque.

— Feliz Natal, mamãe - falei a apertando mais forte

— Venha, querida, vamos ceiar. Depois trocaremos presentes. - assenti e a segui até a sala de jantar.

"Estou grávida!" era a única coisa que rondava a minha cabeça.

Com que condições eu cuidaria dessa criança? Eu não trabalhava e Oliver recebia muito mal dando aulas de luta em uma academia na cidade. Eu sei que eu tenho meus pais e meus sogros que sempre nos ajudaram, mas eu não queria ficar a mercê da boa vontade de ninguém, mesmo que essas pessoas fossem a nossa família.

Mamãe me puxou para sala onde forcei um sorriso e recebi "Feliz Natal" de todos. Menos de Oliver. Não estávamos bem fazia umas semanas, poucas vezes nos encostávamos. E nessas poucas vezes... Voialá! 

Fomos para a mesa onde havia uma farta ceia. Todos contribuíram com um pouco. Olhei a felicidade estampada no rosto de todos que estavam a minha volta. Meus sogros, Moira e Robert, meus pais, Donna e Noah, minha cunhada, Thea, meus amigos e meu marido conversavam animadamente durante a refeição, e única coisa que eu conseguia fazer era forçar um sorriso e fingir que estava tudo bem.

O espírito natalino sempre me contagiou, mas hoje em especial era um dia que eu queria estar dentro do meu quarto sem ter que fingir simpatia para todos ali.

Oliver percebeu isso. Meneando a cabeça ele se levantou do lugar onde estava e saiu sem dizer nada. Forcei mais um sorriso para todos e sai atrás dele pela nossa casa.

Sai da sala de jantar e o encontrei na varanda olhando os fogos de Natal estourarem no céu.

— Oliver... - coloquei a mão em seu ombro

— Você podia pelo menos fingir estar feliz - falou duro sem me olhar - Todos ali te amam.

— Eu os amo também, muito. Eu estou feliz... Eu só quero completar tudo isso... Eu... Eu... - gaguejei e dei um longo suspiro - Amor, essa é uma oportunidade única e podemos mudar de vida.

— Eu não vou pra Ivy Town, Felicity - me olhou nos olhos - Eu estou feliz com a vida que eu tenho. Não vou ser bancado por você lá.

— Oliver, você da aula de luta e eu não trabalho aqui. Que futuro podemos dar para um bebê? - fui direta - Eu estou grávida Oliver.

— Um bebê... - segurou meus braços irritado - Você está inventando isso para nos mudarmos, Felicity?

— É o que? - eu digo que estou à espera de um filho nosso, fruto do amor que sentimos e ele duvida de mim? A que ponto chegamos?

O encaro com os olhos cheios de lágrimas, mas as seguro. Eu não ia fraquejar, tinha que ser forte pelo meu bebê que estava a caminho.

— Ficamos grudados o dia todo, você não tem nenhum sintoma de gravidez. Tá inventando isso pra nos mudarmos? - sua voz estava alterada e me sacudiu a medida que falava, o olhei assustada. Nunca vi Oliver assim.

Realmente, eu não estava sentindo nenhum sintoma de gravidez - a não ser o sono em excesso - e por isso não comentei nada com ninguém. Apenas estranhei minha menstruação que nunca atrasa então decidi fazer o teste.

— Como você pode duvidar de mim? - me soltei dos seus braços e dei passos para trás - Como você pode pensar isso de mim? - desabei no choro, não aguentei.

Oliver e eu nos conhecemos no ensino fundamental, foi amor à primeira vista e desde então não nos separamos mais. Até que no último ano do ensino médio, pouco antes da formatura, eu descobri que estava grávida. Não tive escolha... Meu pai me obrigou a casar mesmo eu não querendo.

— Você tem se mostrado uma pessoa muito diferente da menina que me casei a um ano. Cheia de ambição.

— A menina virou mulher, Oliver. - alterei a minha voz - Querer mais não é pecado, não anseio por luxúria, não sou ambiciosa. Apenas quero uma vida melhor. Ou você esqueceu...

— Não esqueci que não tínhamos condições quando nos casamos por causa daquele bebê que você perdeu.

— Você vai jogar isso na minha cara... Que casou comigo porque estava grávida? Pode se separar agora. Crio essa criança sozinha.

— Para de inventar história, Felicity - gritou - Agora você está inventando uma gravidez para que eu me mude para o outro lado do país com você, pra realizar um capricho teu. E ainda fala que não está mudada? - aumentou o tom de voz - Tá me manipulando!

— Chega Oliver - gritei - Acredite no que quiser. - funguei tentando me acalmar - Recebi essa proposta de emprego, ela é única e pode mudar a nossa vida, se você não quiser. Eu quero.

— O que isso significa?

— Significa que é um adeus, Oliver. Viva nesse mundinho precário que eu me mudarei para Ivy Town atrás de uma vida melhor.

Com lágrimas escorrendo no rosto eu virei as costas e fui correndo para o quarto. Escutei Oliver chamando meu nome, mas ignorei. Passei pelos meus familiares que me olhavam atordoados, mas ignorei. Eu estava cansada, exausta dessas brigas. Porque ele era tão cabeça dura? Mas eu já estava só a gota. E já tinha tomado minha decisão. Eu estava convicta de ir embora, lutaria por um futuro melhor.

Recebi uma proposta da Palmer Tech para ser estagiária enquanto eu terminava a faculdade, depois da faculdade eu teria um emprego garantido na área de tecnologia. Meu salário seria o dobro do que Oliver ganha com essas aulas de luta no mês. E eu tinha que pensar no bem do meu bebê.

Sentei na cama e abracei meus joelhos desabando no choro.

Lembro perfeitamente do início do meu casamento, Oliver e eu não tínhamos onde cair mortos. Ele herdou a casa de um avô que morreu pouco antes de nos casarmos, se não fosse essa casa provavelmente estaríamos morando com meus pai ou com os pais dele. Por conta de um acidente de carro eu perdi o bebê que esperava - eu já estava voltando da consulta, tinha acabado de descobrir o sexo, um menino, Connor. Minha mãe foi contra o casamento, não que ela não gostasse de Oliver, ela só me achava muito nova para me prender a alguém que não tinha condições de bancar uma família. Nem eu e nem ele tínhamos. Minha mãe sonhava grandes coisas para mim, as mesmas coisas que eu sonhava. Se eu teria o apoio de alguém com essa minha decisão, seria dela.

Me levantei da cama ao escutar vozes no corredor. Era Oliver e John Diggle, nosso melhor amigo.

— Deixa ela se acalmar, Oliver - John disse

— Ela inventou uma gravidez, Dig - ouvir Oliver dizer e encostei mais na porta para ouvir - Ela está tão obcecada com isso que até uma gravidez inventou.

— Oliver você tem certeza?

— Claro! - disse como se fosse o dono da razão. Idiota! - John, da outra vez ela passou tão mal. Que eu ficava desesperado só de vê-la vomitando. Dessa vez não aconteceu nada.

— Você tem tanta certeza assim, cara?

— Tenho!

— Então assumirá as conseqüências de ela for embora.

— Se ela for embora, é com ela mesma. Só estou cansado de falar as mesmas coisas toda hora. Eu não vou para Ivy Town!

— Tudo bem, tudo bem! - John disse mais calmo - Deixa ela um pouco, ok? Quem sabe estando um pouco sozinha ela não desiste.

Dig não poderia estar mais enganado.

Escutei passos se distanciarem e desabei de chorar novamente. Alisei a minha barriga ainda sem volume nenhum. 

— Somos eu e você agora, meu amor. - sequei as lágrimas e abri o armário. Peguei documentos, roupas... Me preparei para partir.

Eu amava Oliver desesperadamente, sentia que sem ele eu não iria conseguir seguir. Mas eu precisava, eu tinha que ir em frente. Pelo meu futuro, pelo futuro do meu bebê. Eu amava Oliver, mas amava primeiro meu filho. Eu tinha duas opções, uma era ficar aqui e aceitar calada a condição precária em que eu vivia, e a segunda era correr atrás do que eu sei que posso conseguir e sair vitoriosa podendo dar uma melhor condição ao meu bebê. Se um dia eu não tive condições de fazer o melhor pelo meu primeiro filho - que infelizmente perdi - por esse que estava a caminho eu iria até o inferno. E era isso que eu iria fazer, eu iria lutar e iria ganhar. Se Oliver não queria ir conosco. É como ele disse... É com ele mesmo.


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Notas finais do capítulo

E não gente... Oliver não foi com ela :(
No próximo cap vai ter uma passagem de tempo.

Essa capa é provisória!

O que acharam?
Preciso do retorno de vocês para escrever o Capítulo 1.

Comenteeeem! ♥