Lavínia se sente boba por estar esperando algo de Rael.

Ainda mais boba do que naqueles primeiros dias, aliás, quando tudo não passava de uma troca de elogios, de um flerte descabido e que não tinha – e talvez ainda nem tenha! – nada para dar certo.

Ela tenta se convencer de que não deve se importar tanto. Se ele desistir, ela não deve implorar. Ela não está errada. Muito pelo contrário. Ninguém podia esperar que ela escondesse algo assim, não é?

Ainda assim, se sente mal.

Não pode negar que esperava que ele fosse diferente. Diferente de Alexander, principalmente. Que apenas continuasse conversando com ela, do mesmo jeito de antes, como se ela não tivesse revelado nada de mais, ao invés de dar o seu jeito de embora, todo apressado.

“Ele está tentando”, Kelly disse.

Também indicou que, no fim, é Lavínia quem tem que decidir algo.

Estando certa ou não, isso não facilita nada.

Porém, antes que ela possa apenas deixar tudo de lado, guardar toda aquela preocupação em um vaso de alabastro e não mexer mais nele, a campainha toca.

Mas, nem por um momento, ela se questiona sobre quem está lá fora.

Já sabe que é ele.

Rael.