No capítulo anterior:

Ele abre a porta de lá e procura em redor se está alguém vendo.

Beckett observa tudo com atenção.

Preferimos nos esconder antes que ele nos conseguisse ver.

Depois de Jim verificar que não havia ninguém, entra no cemitério.

—Ele vai até á campa de minha mãe… - As lágrimas se começam formando no seu rosto. – Ele está apenas quebrado…

—Você quer ir ter com ele? – Eu pergunto.

—Eu quero ver o que ele vai fazer… - Eu e Kate nos aproximamos. Jim se ajoelha na lápide de Johanna e mais ma vez olha em volta para ver se via alguém.

Até aqui estava tudo bem quando Jim decide começar cavando a terra.

—O que ele está fazendo?! – Eu fico confuso ao perceber o que estava acontecendo.

—Porque ele está fazendo isso?! – Kate se irrita ao ver Jim tirando toda a terra de lá. – Fica aqui, Rick…

Eu assento e vejo Beckett caminhar a passos largos do pai.

Pov Kate

Eu estava nervosa. Porque meu pai estava estragando a campa de minha mãe? Revirando a terra?

—Pai! – Eu o chamo já próxima dele.

Jim me olha. Os olhos inchados de chorar.

—Você não devia estar aqui… - Ele continua revirando a terra.

—Pará com isso, pai! – Eu o paro e ele se levanta, nervoso.

—Eu tenho de saber Kate! – Ele continua chorando.

—Saber o quê?! – Eu estava ficando perturbada.

—Se minha mulher está viva! – Ele parece apavorado.

—Pai, você esteve bebendo?! – Eu começo ficando chateada de verdade com aquela conversa.

—Kate, eu sei perfeitamente o que eu vi! – Ele insiste naquela conversa.

—Você viu o quê?! – Eu estava nervosa agora.

—EU VI A SUA MÃE ONTEM!

Naquele momento tudo deixa de fazer sentido.

Pov Kate

—Pai, você não está bem… Vamos embora… - Eu seguro o seu braço, claramente desacreditada.

—Kate… Você precisa acreditar em mim… - As suas lágrimas deixavam o meu coração vazio. – Eu vi minha mulher ontem, eu tenho a certeza…

—Onde você a viu, Jim? – Castle se aproxima.

—A vi junto daqui com um homem de cabelos grisalhos…

—Kate… Pode ser o meu pai… - Castle olha para mim, mas eu já não ouvia nada.

—CHEGA! – Eu tapo os meus ouvidos. – Minha mãe nunca iria esconder uma coisas dessas de mim! – As lágrimas começam a se formar no meu rosto.

—Kate, eu vi! – Jim, me encarava.

—Você sonhou então! – Eu me recuso sequer a imaginar isso.

—Kate! Eu sei o que vi! – O meu pai parecia alterado.

—Eu não quero ouvir mais nada! Minha mãe nunca me deixaria sofrer por tanto tempo… Ela não seria capaz…

Eu deixo Jim e Castle mesmo ali e me afasto. As lágrimas rolam. Eu não sabia o que pensar. Quer dizer… se minha mãe pensasse sequer forjar a própria morte, ela iria contar para mim, certo? Iria confiar em mim, não é mesmo?

—Kate, espera! – Castle me detêm.

—Rick, eu preciso estar sozinha… - Eu limpo as lágrimas.

—Eu não vou deixar isso acontecer. Não de novo. – Ele me olha.

—Você não percebe… - As lágrimas não deixavam de cair, borratando a minha maquiagem.

—Eu entendo, sim. – Ele busca pelos meus olhos com os seus.

—Isso seria a maior desilusão da minha vida… - Eu não me conformo. – Minha mãe nunca esconderia isso de mim…

—E se Johanna fez isso para te proteger…? – Ele equaciona.

—Rick… Minha mãe morreu há três anos atrás! – Eu me altero.

—Kate, você precisa acreditar em mim… - Jim se aproxima.

—Pai, por favor… - Eu o olho. – Podemos falar amanhã? Eu não estou em condições agora…

—Tudo bem, mas me prometa que vai descobrir…. Me ajude a perceber que eu não estou louco… - Ele estava triste. Eu sabia disso.

—Tudo bem. – Eu beijo a sua testa. – Tente descansar.

—Ok. – Ele nos cumprimenta e vai embora.

…

Eu e Castle chegamos em casa de novo.

Eu estava exausta, mas por mais que isto me custasse eu tinha que imaginar a possibilidade de minha mãe ter forjado a própria morte.

—Rick… - Eu realmente me sentia derrotada.

—Kate, tente ficar calma. – Ele agarra as minhas mãos. – Não iria ficar feliz se sua mãe tivesse viva?

Aquilo me faz pensar.

—Eu ia ficar muito feliz… - Eu choro de felicidade com essa possibilidade. – Mas isso não muda as coisas…. Minha mãe nunca me mentiria desse jeito. Ela soube o quanto eu sofri com tudo isto… - Eu limpo as lágrimas.

Estava tudo uma enorme confusão na minha cabeça.

Pov Rick

—Como será que nossos pais se conhecem? – Eu me interrogo.

—Como você sabe que eles se conheciam? – Kate me olha.

—Jim descreveu o meu pai ainda há pouco… - Eu respondo.

—Existem inúmeras pessoas com aquela descrição, Rick… - Kate contradiz.

—Kate, eu tenho a certeza… A forma como Hunt reagia ao te ver… Ele sabe de alguma coisa, eu posso jurar! – Eu insistia.

—Eu preciso descansar, Castle… - Beckett fala.

—Tudo bem, amor… - Eu a puxo para junto de mim e envolvo nos meus braços. – Vamos descansar um pouco.

…

Pov Hunt

Eu andava ás voltas na cama.

Eu tinha a certeza que o meu filho e Kate andavam a investigar e eu não poderia deixar isso acontecer. Alguém tinha de travar Kate antes que a nossa investigação fosse por água a baixo.

Recebo uma chamada. O número é desconhecido – com certeza de um celular descartável.

—Alô? – Eu deixo Martha na cama para atender na sala.

—Hunt a gente precisa se encontrar…

—Outra vez? Estamos arriscando muito…

—Por isso mesmo…. Precisamos acertar os detalhes. Você poderia falar com Rick para que ele tente parar Kate.

—Você devia conhecê-la… Kate não é do tipo que desiste facilmente…

—Você precisa falar com Castle – ele é único capaz de impedi-la…

—Para isso eu vou ter de contar a história toda.

—Pode contar, desde que ele prometa que não vai falar nada para Kate.

—Pode baixar. Irei ainda agora falar com ele.

—Nos vemos amanhã.

—Beijo.

A chamada é encerrada sem que eu mesmo me possa despedir.

Agora viria a parte mais difícil – falar tudo para Rick. Será que ele iria compreender? Será que iria saber manter segredo? E o mais difícil ainda... Conseguiria parar Kate? 

Pov Castle

Deixei Kate adormecer e fui para a sala. A minha cabeça não me estava deixado descansar.

Inúmeras perguntas estavam surgindo.

Nesse momento meu celular toca.

Eu não conhecia o número. Decido atender.

—Quem fala?

—Hunt. A gente precisa se encontrar.

—Porque está ligando de número desconhecido? – Eu pergunto.

—Celular descartável. Não posso permitir que alguém saiba desta conversa.

—O que você quer, Hunt? – Eu vou direto ao assunto.

—A gente precisa se encontrar. Pode ser agora?

—Onde? – Eu nem hesito. Não iria perder a oportunidade de saber alguma coisa.

—No café perto do loft. Venha sozinho.

—Eu preciso falar com Kate. – Eu falo.

—Então pode esquecer nosso encontro. Isto é confidencial. Ninguém pode saber.

—Tudo bem. – Eu concordo. – Me encontre ai dentro de vinte minutos.

Eu não sabia se o que estava fazendo era certo, mas eu precisava saber alguma coisa para acabar com o sofrimento de Kate.

Decidi ir até ao quarto e Beckett dormia tranquilamente. Beijo a sua testa e tapo melhor as suas costas.

Eu traria mais novidades para ela depois.

Estava frio.

Coloco um boné e decido sair. Por um lado, eu estava nervoso, mas por outro lado eu queria saber a verdade. Toda.