Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 29
Acho Justo


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Capítulo novo, espero que gostem :)

Aviso: Leve angústia, eu acho.

Aproveite! ★♥︎



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Pov. Bella Swan

No capítulo anterior...

[...] -Você acha que eles são perigosos?

—A aura ao redor deles não apresentam ameaças, mas não posso ter certeza até que eu interaja com eles por um tempo.

—Certo. -Lizzie e eu permanecemos lado a lado em um silêncio pesado enquanto aguardávamos pelos intrusos, um galho se quebrou muito próximo dos meus ouvidos e os meus olhos se estreitaram em alerta. Passado alguns segundos, um cheiro inconfundível alcançou meus sentidos e o meu corpo automaticamente relaxou. -Dr. Cullen? Rosalie?

 

★~★

 

A vampira loira surgiu primeiro, seguida do médico vampiro.

—Merlin, são vocês mesmo! -Exclamei com um largo sorriso em meu rosto, não esperei que se recuperassem do choque antes de correr para eles e apertar Rosalie em meus braços.

—Não pensei que um dia fosse dizer isso, mas estou feliz em te encontrar. -Rosie murmurou parecendo um pouco aliviada, franzi o cenho me afastando para olhar em seu rosto.

—O que estão fazendo aqui? Como conseguiram me encontrar?

—Não foi algo realmente muito difícil, bastava saber que você provavelmente estaria enfiado em algum buraco isolado da civilização.

—Você, por acaso, está me comparando á algum tipo de bicho selvagem? -Indaguei fingindo uma careta ofendida, Rosalie revirou os olhos parecendo não se importar nenhum pouco, mas eu podia ver um leve repuxar no canto dos seus lábios.

—Pense como você quiser. -Ri sentindo-me mais relaxada do que eu já estive nos últimos dias.

—Isso é bom vê que você está indo bem, Bella.

—É bom vê você também, Dr. Cullen. Como você tem estado? Os outros também estão aqui? -Apesar da minha excitação, eu pude ver que o sorriso tranquilo do mais velho tinha sofrido um pequeno abalo. -Algo errado? -Indaguei com preocupação. Carlisle, desconfortável, baixou a cabeça, ele parecia um pouco deprimido e angustiado.

—Eles foram capturados. -Arregalei os olhos me voltando surpresa para Alexia que estava parada no topo das escadas, seus olhos estavam fixos no vampiro médico.

—O quê!?

—E parece que você tem algumas coisas para esclarecer, Bella. -Seu olhar frio se voltou para mim e, por um momento, senti que minha vida estava em grande ameaça.

"Porra!", praguejei mentalmente sentindo um arrepio em minha espinha.

—Alexia, o que você quer dizer? -Lizzie se manifestou tentando apaziguar o clima, mas o olhar frio de Lexie também foi direcionado à ela; Elizabeth, temendo por sua vida, recuou me fazendo como escudo.

—Quem é você? Como sabe sobre isso? -Rosie indagou desconfiada, pisquei recobrando a clareza em meus pensamentos.

—Ah... Éh... Essa é a Alexia, ela é... telepata. -Expliquei. Rosalie cruzou os braços revirando os olhos.

—Maravilha! Mais um enxerido.

—Rosalie. -Rosie deu de ombros parecendo não se importar com a repreensão do mais velho.

—Sinto muito, não costumo me intrometer na privacidade de outros, apenas uso meus poderes quando representam algum tipo de perigo.

—Não precisa se desculpar, Alexia; Rosalie só está sendo inoportuna, nós compreendemos você muito bem, uma das minhas crianças é telepata também. -Lexie o encarou sem dizer nenhuma outra palavra.

—Acho melhor levarmos essa conversa para dentro de casa. -Lizzie sugeriu tendo superado o medo inicial e assumindo o comando da situação, assentimos concordando, murmurei um contra feitiço para as barreiras de proteção enquanto Lexie nos dava às costas e entrava em casa, Lizzie a seguiu e deixei que Carlisle e Rosie fossem na minha frente.

—Querida, venha até aqui. -Alexia pede para a garotinha sentada no chão do outro lado da sala, perto das janelas, ela se debruçava sobre uma mesinha concentrada em um quebra-cabeça da Tower Bridge.

A menina se aproximou de nós correndo, tinha apenas 5 anos de idade, seus cabelos longos e ruivos estavam presos em uma trança desgrenhada, seus olhos eram verdes e brilhantes e ela estava em um vestido de babados branco , amarelo, azul e rosa, rodado e que chegava até os tornozelos, ela carregava no pescoço um colar em ouro branco com um medalhão em formato de coração, seus pés estavam descalços.

—Essa é a minha filha, Samantha. -Alexia a apresentou enquanto a menina segurava em suas pernas.

—Oi...

—Olá, princesa. Eu me chamo Carlisle. -O loiro cumprimentou se colocando sobre um dos joelhos em sua frente.

—Você é amigo da mamãe? -Carlisle levantou os olhos para Alexia sem saber exatamente o que responder.

—Na verdade, eles são amigos da tia Bella, mas eles podem ser nossos amigos também se você quiser. -A garotinha encarou a mãe por um momento antes de voltar a olhar para Carlisle.

—Sam gosta de você. -Falou piscando os olhinhos várias vezes, o vampiro sorriu.

—Eu também gosto de você.

—Então podemos ser amigos. -Respondeu se atirando nos braços de Carlisle que meio surpreso a envolveu pela cintura.

—Será uma honra ser seu amigo.

—Posso te chamar de tio Carl? É que seu nome é muito grande, igual o nome de Sam. -Comentou apontando para si mesmo, Carlisle riu.

—É claro que pode, querida.

—Quem é a moça bonita, tio Carl? -Indagou apontando o dedo com curiosidade. Rosie piscou meio surpresa por ter sido notada pela pequena, ela me lançou um olhar assustado e eu balancei a cabeça a incentivando.

—É minha filha, Rosalie.

—Oi, princesa.

—Você tem um nome bonito, mas também é muito grande. -A menina comentou com uma careta.

—Samantha! -Alexia a repreendeu meio corada. -Me desculpem, ela é meio obcecada por nomes curtos ou apelidos.

—Tudo bem. -Rosalie comentou com um sorriso meigo, algo que eu não tinha visto antes. -Você pode me chamar de Rosie se quiser. -Samantha sorriu.

—Sam gosta.

—Querida, por que não vai terminar o seu quebra-cabeça? Mamãe, tia Lizzie e tia Bella precisam conversar com tio Carlisle e tia Rosie agora.

—Ok. Tchau, tia. Tchau, tio. -Samantha falou dando um beijo na bochecha de Rosalie e de Carlisle, Rosie ficou em estado de choque com o carinho da garota.

—Sinto muito. Samantha é bastante... expressiva. -Lexi tentou explicar.

—Tudo bem, ela é... -Carlisle se levantou trazendo Rosalie consigo, ela ainda estava meia aérea enquanto tentava encontrar as palavras certas. -Sua filha é linda. Tão preciosa. -Concluiu com um largo sorriso e um brilho nos olhos inconfundível.

—Obrigada. Por que não se sentam. -Pediu indicando a eles à área dos sofás e poltronas, Lizzie e eu também optamos por nos sentarmos, mas Alexia decidiu permanecer de pé próximo à janela para que ela pudesse permanecer com os olhos na filha e nas suas necessidades.

—E então, Dr. Cullen? Por que vocês estão aqui? E o que aconteceu para os demais?

—Você pode me chamar pelo nome, Bella; afinal, somos praticamente família. E não é como se não tivéssemos nos encontrado em outras ocasiões. -Minha cabeça torceu levemente para o lado enquanto observava seu sorriso acolhedor. Sentia, por algum motivo, que havia mais por trás das palavras do loiro do eu poderia entender; era como se fosse algo que eu definitivamente deveria me lembrar, mas não podia.

—Se você deseja assim. -Concordei depois de algum tempo considerando.

—Isso é maravilhoso. -Um pequeno sorriso se desenhou em meus lábios enquanto eu assentia levemente, Carlisle piscou por um momento antes de sorrir também. -De qualquer maneira, -começou, seu semblante se fechando rapidamente. -as coisas não estão nada bem, Bella. Fomos atacados ontem à noite; Edward, Alice, Emmett e Jasper foram levados. -Eu já estava ciente, pelo que Alexia tinha falado antes, que isso havia acontecido; no entanto, escutar isso de Carlisle não tornou as coisas menos difíceis de digerir.

—Quem? E... -Franzi o cenho um pouco confusa. -Onde está Esme? -Carlisle suspirou pesadamente esfregando a fronte com dois dedos.

—Não temos certeza.

—Huh?

—Esme tinha estado muito estranha desde que chegámos a Londres. Ela estava mais ansiosa, murmurando coisas confusas e algumas vezes incompreensíveis, apesar de já estarmos acostumados com isso, pensamos que ela apenas estava impacta pela nossa saída repentina de Forks, então lhe demos um pouco de espaço. -Encarei Carlisle ainda mais confusa.

—E por que deixaram Forks tão imediatamente? Por que, Londres? -Eu tinha a extrema sensação de que eu sabia as respostas para essas duas perguntas, no entanto, sentia que não gostaria de nenhuma delas.

—Sair de Forks foi uma decisão em conjunto. Estávamos todos preocupados com o que poderia estar acontecendo para você e a sua família, e então viemos. Todos concordaram, inclusive Esme.

Maledizione*.—Praguejei apoiando o cotovelo sobre o joelho e escondendo o rosto com a palma da mão. -Eu pedi a Edward que não os envolvessem nisso. Maldito seja a sua teimosia, Masen. -Elizabeth riu e Rosalie bufou enquanto eu me afogava em meu martírio.

—Você já deveria estar acostumada com isso, papai sempre será o papai. -Encarei Lizzie com um suspiro derrotado.

—E o pior é que não há argumentos contra isso. -Elizabeth cantarolou feliz. Sorri, me erguendo e lançando o meu corpo contra o encosto do sofá e encarando o teto; Edward era Edward, ele era tão cabeça dura como eu, fazê-lo mudar de ideia, uma vez que ele tomasse uma decisão, era quase impossível de acontecer. -“Nem Bagman não teria apostado”.

—Huh? -Carlisle indagou confuso com o meu murmúrio, encarei ele e Rosalie, essa última que me analisava cautelosamente como se eu tivesse enlouquecido, Elizabeth ria e Alexia se juntou a ela rindo silenciosamente no canto, provavelmente já ciente de tudo que havia passado em meus pensamentos.

—Não. Nada. -Murmurei fazendo um leve gesto com a mão para afastar a preocupação deles e me ajeitei em meu lugar cruzando as pernas para ficar mais confortável.

—Certo. -Carlisle parecia um pouco inseguro, mas fingiu que havia entendido tudo.

—Quer dizer então que você é a filha de Bella e Edward. -Rosie comentou depois de alguns segundos de silêncio, seus olhos estavam voltados curiosamente para Lizzie que a encarou surpresa.

—Você sabe sobre mim? Não pensei que mamãe tivesse contado á alguém.

—Ela nos contou no último dia em Forks, mas creio que ela não teve a oportunidade de contar a Edward. -Lizzie assentiu entendendo.

—Eu também já estava sabendo.

—Você sabia!? -Eu e Rosalie exclamamos ao mesmo tempo. Carlisle riu, seus olhos se fechando um pouco.

—Sim.

—Como? -Rosie.

—Você não se lembra de mim, Sra. Masen?

—Huh? -Encarei Carlisle confusamente. Eu não esperava que Edward tivesse revelado a ele sobre o nosso casamento, tanto Alice como Rosalie não sabiam sobre isso até o dia do Shopping, mas bem... fazia sentido que o mais velho soubesse, Carlisle havia assumido o papel de pai do Edward após a morte de tio Eddie, era natural que ele se sentisse mais seguro em compartilhar esse tipo de informação com alguém que era uma boa figura paterna e que o apoiaria mesmo em momentos de estranheza, não como os irmãos que teriam o enchido de perguntas e de conversas explosivas ou eufóricas, como Alice provavelmente teria feito, ou enchido ele de comentários vergonhosos e indecentes, como Emmett com certeza faria, se o pouco tempo para o conhecer servisse como algum parâmetro. No entanto...

"Por que Carlisle está me chamando de Sra. Masen agora? E por que suas palavras parecem tão dúbias?"

Um estranho sentimento causou um formigamento em meu corpo. Havia um motivo para Carlisle ter trazido meu verdadeiro sobrenome para essa conversa, havia algo que ele queria que eu soubesse.

—Eu acreditava que você era humana, nunca soube da existência de bruxos, embora não duvidasse que eles estivessem por aí, mas... -Carlisle me encarou, seus lábios se curvando para cima em um pequeno sorriso de desculpas, um pedido que eu não era capaz de entender naquele momento. -Quando nos encontramos em Forks pela primeira vez e olhei seu prontuário, a única conclusão que eu pude chegar era que você era uma descendente da mulher que eu conheci há 92 anos.

'92 anos'

Esse seria exatamente o tempo em que Edward deveria estar supostamente morto, o tempo em que a família Masen foi arrasada pela perda de seus membros, o tempo em que a dor se tornou uma amiga nada menos do que sádica. A agonia e o desespero daquela época ainda estavam gravados em minha mente, a angústia de ter que fugir de um lugar para outro no país enquanto tentava me manter segura, enquanto tentava proteger o bebê que eu carregava em meu ventre e o bebê que eu carregava em meus braços.

—Sinto muito, que eu não pude associar você à Edward naquela época. Apesar da dor em seu rosto ter marcado a minha mente, acho que estava um pouco ansioso demais para prestar atenção. -A voz calma, porém sentida, de Carlisle foi como um balde de água fria em meus ossos, fechei os olhos escondendo as lágrimas que ameaçavam transbordar ao relembrar memórias dolorosas que eu havia, por escolha própria, enterrado no mais profundo da minha mente quebrada, um suspiro trêmulo escapou dos meus lábios entreabertos e meus dedos finos se fecharam em um aperto firme enquanto o tremor em minhas mãos aumentava.

—Bella, está tudo bem? -Um par de mãos pousou suavemente em meus ombros, o toque era gentil e maternal. -Você está um pouco pálida. -Respirei fundo tentando acalmar a onda de memórias que Carlisle havia desencadeado, a memória do que o vampiro falava estava entre uma delas.

—Estou bem. -Murmurei abrindo os olhos, todos pareciam preocupados pelo meu estado atual; um aperto suave em meus ombros deixando bem claro que eles não estavam convencidos das minhas palavras. Um sorriso trêmulo se desenhou em meus lábios enquanto eu erguia o braço e segurava a mão sobre o meu ombro esquerdo. -Estou bem, prometo. -Assegurei, erguendo os olhos para encarar Alexia que firmemente sustentou meu olhar; após uma busca minuciosa, Lexi decidiu que eu estava sendo sincera e se rendeu com um curto aceno e um suspiro cansado. Sorri voltando a encarar Carlisle. -Acho justo. -O mais velho franziu o cenho confuso com as minhas palavras.

—O quê?

—Você, como o avô, acho justo que tenha sido o primeiro a saber. -Carlisle piscou surpreso, antes de jogar a cabeça para trás e rir de forma revigorante.

“Pelo menos, agora sei que não estive sozinha naquele dia”.

O pensamento passou pela minha cabeça aliviando o peso em minha mente.  A amargura, que esteve presente desde a notícia, sendo lavada aos poucos da minha alma enquanto eu observa a risada de Carlisle e o olhar confuso de Elizabeth. Um pequeno sorriso se desenhou em meus lábios.

"E também sei que não estou sozinha hoje".


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenha sido bom, esse foi um capítulo bem difícil, mas acho que me saí bem, pelo menos eu fiquei tão satisfeita quanto eu fiquei com o último.

De qualquer forma, obrigado por lerem. Nos vemos no próximo. Bye ★♥︎



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