Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 15
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Sei que tenho sido meio desleixada com a frequência das postagem, eu realmente sinto muito, mas é que eu tenho tido algumas dificuldades com meu computador, ele tem sido realmente um grande problema ultimamente e um grande "cabeça dura", mas eu vou tentar dá um jeito, eu prometo.

Antes de começarmos, eu queria ressaltar que estamos na semana que antecede o natal, faltando quatro dias apenas, e por ser uma data especial e também para compensar os meus últimos relapsos, decidi postar um capítulo ao dia até o natal, então esteja, preparados ;).

Bem, sem mais demora... Bora pro capítulo.



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POV. Bella Swan

—O quê? -Sua voz aveludada saiu uma oitava mais alta, seus olhos arregalados. Edward me soltou rapidamente como se minha pele o tivesse queimado e recuou parecendo de fato assombrado com minhas palavras. -Isso não é verdade, eu nunca me casei. -Rebateu assumindo um tom sério que me irritou.

—Mas que droga está acontecendo com você? Por que está agindo assim?

—Você é louca. Eu não devia ter vindo aqui, eu tô indo embora. -Falou me dando as costas, encarei ele indignada.

—Então vai fugir como fez da última vez? -Edward estacou no lugar. -Vai se acovardar, Masen? Sabe que precisamos conversar, querendo ou não eu ainda continuo sendo a sua mulher e temos que resolver isso como um casal maduro. -Ele se virou me fuzilando extremamente irritado.

—Vai insistir nessa história tola? -Perdi totalmente a paciência.

—Que inferno, Edward; se não parar de zombar de mim eu vou arrancar a sua cabeça fora. -Ameacei, ele me encarou incrédulo.

—Eu não estou zombando, é você quem está fazendo isso. -Revidou, fechei os olhos respirando fundo e apertando a ponte do nariz; Edward só podia está fazendo uma brincadeira de muito mal gosto comigo, essa era a única explicação, mas o assunto era tão sério, e se não fosse uma piada? E se ele não soubesse realmente quem eu era? Isso significaria um grande problema.

—Se lembra da sua vida humana antes da transformação? -Perguntei voltando a encará-lo, Edward ficou tenso.

—Não sei do que está falando. -Se fez de desentendido, revirei os olhos.

—Por favor, Edward, é claro que sabe. Estou falando da sua vida antes de se tornar vampiro. -Seus olhos se arregalaram, era palpável o seu nervosismo.

—Você está enganada.

—Pode parar com o teatrinho, eu sei o que você e sua família são desde o momento que coloquei meus olhos em vocês naquele refeitório, então não precisa mais fingir.

—Como você sabe?

—Edward, apenas responda. Juro que todas as suas dúvidas serão tiradas depois. -Ele me encarou apertando os lábios irritado.

—Lembro que estava prestes a fazer dezoito anos e me alistar para o exército e eu não pretendia, de maneira alguma, me casar. -Rebateu com a intenção de me ferir, encarei ele assustada.

—Você não queria entrar para o exército.

—É claro que eu queria. -Respirei fundo tentando controlar a minha impaciência.

—Não, você não queria Edward. -Ele me fuzilou irritado.

—Você só está dizendo isso pra que eu acredite que somos casados, eu sinto muito frustrar suas expectativas, mas eu não acredito nenhum pouco, eu posso não me lembrar de muita coisa, mas eu sei que nunca me casaria antes dos dezoito. -Por que Edward tinha que ser tão teimoso? Agarrei o cordão em meu pescoço, frustrada demais para pensar no que estava fazendo, e o arranquei fazendo um leve corte na pele do meu pescoço, não me importei, mas Edward fez uma carranca que eu ignorei jogando em sua direção o colar que ele agarrou por reflexo.

—São nossas. -Comuniquei, embora, não fosse necessário. Edward encarou as duas alianças em choque. -Passei a usar a sua neste cordão depois que você a jogou fora, a minha se juntou a ela oito anos depois da sua morte. -Edward levantou os olhos para me encarar e eu percebi algo diferente ali, um brilho de garotinho assustado.

—O que aconteceu? – um nó se formou em meu estômago.

—Não acho uma boa ideia te falar sobre isso.

—Eu tenho o direito de saber.

—Você tem. -Suspirei concordando. -Sente-se Edward. -Ele me encarou receoso, mas fez o que eu sugeri. Enrolei o cabelo em um coque frouxo e tirei os saltos jogando em um canto da sala, quando eu me sentei Edward me analisava cuidadosamente. -Eu nem sei por onde começar. -Confessei.

—Comece pelo início.

—Tudo bem... -Concordei levantando os olhos para cima. -Tudo começou quando eu descobri a verdade sobre minha mãe. -Parei voltando a olhar para Edward. -Na verdade, Virgíny não era minha mãe biológica, mas eu a considerava assim, ela havia cuidado de mim desde quando eu nasci... -Engoli em seco ao proferir as próximas palavras. -Desde que minha mãe morreu no parto. Virgíny, no entanto, era extremamente fria comigo, eu aprendi a lidar com ela com o tempo, achava que esse era apenas o seu jeito; descobri da pior forma possível que o que ela nutria por mim era ódio. -Contei com a mente distante, Edward não falou nada. -No início Virgíny pretendia apenas me usar para se vingar dos meus pais, mas quando os meus talentos começaram a se desenvolver ela passou a buscar novos objetivos, seu desejo agora não era apenas por vingança, ela queria poder também. Quando seus planos vieram à tona para mim, eu fugi; não queria ser parte daquilo e desde então ela tem me atormentado, tem ferido as pessoas que eu mais amo e começou pela sua família. -Conclui voltando a minha atenção para ele.

—O que você quer dizer com isso?

—Desde que descobri o plano de Virgíny, passei a morar com vocês. Eu não tinha ninguém por mim, então seus pais decidiram me adotar, não que você tenha gostado da ideia, é claro; nós já nos conhecíamos a pouco mais de dois anos quando eles tomaram a decisão, e digamos que foi ódio à primeira vista, desde então vivíamos em pé de guerra, todos obviamente se divertiam com nossas implicâncias e por vezes sua mãe chegou a dizer que um dia nos casaríamos, no final das contas ela estava certa. -Sorri ao me lembrar de Elizabeth Masen. -É claro que com a convivência nos tornamos melhores amigos e depois de quatro anos finalmente reconhecemos o que sentíamos um pelo outro, seu pai pirou quando soube que estávamos namorando e para evitar que cometêssemos uma besteira morando debaixo do mesmo teto ele decidiu nos casar três meses depois, claramente não nos impusemos, sabíamos que casar era um grande passo, mas tínhamos certeza do que sentíamos; aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida, mas nossa felicidade não durou muito. -Falei engolindo o nó em minha garganta, já podia sentir as lágrimas inundarem meus olhos.

—O que aconteceu? -Edward perguntou angustiado.

—Virgíny invadiu a nossa casa pela madrugada, Elena era a única que não dormia e foi quem lutou com ela, quando corremos para lhe socorrer já era tarde demais. -Murmurei perdida em meio as lembranças daquele dia, mas podia sentir meus olhos alagados.

—Quem era Elena? -Encarei Edward preocupada, me perguntava até que ponto as suas memórias foram roubadas e o que teria ocasionado isso; teria sido a transformação? Não, acho que não, já conhecera muitos vampiros e todos eles se lembravam de suas vidas humanas, talvez tenha sido Elizabeth, mas... não, tia Liz jamais faria isso com Edward, mas então... só poderia ter sido... o envenenamento; respirei fundo cerrando os punhos tentando controlar a irritação.

—Era sua tia Edward. -Ele me encarou surpreso. -A irmã caçula da sua mãe, tinha apenas 23 anos quando Virgíny a matou, eu não consegui lidar com a dor de todos, e principalmente não consegui lidar com a dor da tia Liz ao vê-la partir. -Falei com um suspiro cansado. -E pra piorar tudo, Virgíny me ameaçou dizendo que mataria a todos vocês, eu entrei em pânico, decidi fugir, era a melhor forma de protegê-los, mas o meu plano de escapar de casa foi por água abaixo, você sempre teve o sono muito leve e me pegou no flagra. -Edward me encarou de uma maneira esquisita.

—É estranho ouvir que eu tinha sono leve quando nem durmo mais. -Murmurou franzindo os lábios. -O que aconteceu depois?

—Nós discutimos, é claro; você tinha certeza que eu estava fazendo isso por causa da Virgíny e decidiu então me impedir, acabamos acordando a casa inteira, o que me deixou ainda mais nervosa, eu perdi o controle dos meus poderes e tia Liz terminou se machucando no processo; você ficou furioso, jogou a sua aliança em mim e disse que se eu queria tanto me livrar de vocês que eu não voltasse mais. Eu juro que queria ter ficado, mas eu sabia que precisava ir.

—Foi por isso que disse que eu tinha todo o direito de te odiar? -Edward perguntou curioso, encarei ele intensamente.

—E não tem? Eu trouxe Virgíny para a vida de vocês, eu feri a sua mãe.

—Não foi intencional, Você mesma disse que perdeu o controle. -Esfreguei a testa em sinal de irritação, sempre seria típico dele minimizar as coisas, decidi então que não valia a pena discutir por isso, ao menos ele não estava me odiando.

—Posso te fazer duas perguntas?

—Fique à vontade.

—Você não me reconheceu quando nos vimos no refeitório, certo? -Edward assentiu. -Então por que agiu daquele jeito comigo, como se me odiasse? -Seus músculos ficaram tensos, ele encarou o cordão ainda em suas mãos e por um momento cheguei a pensar que Edward não responderia a minha pergunta.

—Me desculpe por aquilo, não era nada pessoal... ou era, não sei bem como definir ainda. -Respondeu se levantando e ficando de costas para mim.

—Acho que eu não consegui entender.

—Foi o seu sangue, Bella, ele é apelativo demais para mim. Quando você se aproximou eu tive vontade de matá-la, de drenar toda a sua vida. Eu só consegui resistir porque a imagem de meu pai me veio à mente, eu não podia desapontá-lo, eu não podia destruir todo o trabalho dele e por um momento eu realmente te odiei. Você despertou o pior em mim, Bella. Você despertou o meu monstro. -Falou se virando para me encarar, Edward parecia envergonhado por suas palavras. Suspirei frustrada e Edward me observou curioso. -O que foi?

—Eu havia me esquecido desse detalhe. -Confidenciei, ele me olhou confuso.

—Que detalhe?

—Pessoas como eu, tem o sangue muito apelativo para vampiros. Por isso somos constantemente caçados. -Expliquei, irritada por ter sido tão idiota. Poderíamos já ter resolvido isso se não fosse a minha desatenção.

—Como assim pessoas como você?

—Eu não queria te revelar isso desse jeito, Edward, mas não há outra maneira. -Fiz uma pausa respirando fundo. -Eu sou uma bruxa. -Esperei uma reação dele, talvez que ele me chamasse de mentirosa novamente, que desse um novo ataque ou que começasse a rir dizendo que eu era louca, mas Edward não fez nada disso.

—Acho que não estou tão surpreso.

—Você se lembrou? -Ele balançou a cabeça.

—Emmett, por incrível que pareça, já havia levantado essa teoria quando você desapareceu como fumaça na frente deles, os outros não colocaram muita fé nisso, mas por alguma razão eu não achei a possibilidade tão difícil. -Assenti compreendendo o que ele dizia, ao que parecia as memórias dele não foram totalmente perdidas.

—Talvez seja as suas lembranças. -Falei me levando e ficando em sua frente, era melhor revelar tudo de uma vez. -Edward eu preciso te contar uma coisa. Não sei como vai reagir, mas você precisa saber... não sou a única bruxa aqui. -Falei séria, Edward assentiu como se compreendesse.

—Seu pai também é. -Encarei ele incrédula.

—Meu… pai? Você se refere a Charlie? -Edward balançou a cabeça concordando, comecei a rir e ele me encarou confuso. -Charlie não é meu pai, Edward; na verdade, é o contrário.

—Como!?

—Eu sou a mãe de Charlie, não biológica é claro, mas eu cuido dele desde que ele tinha treze anos. Charlie havia acabado de perder os pais, eu era a madrinha dele então assumi a responsabilidade da sua criação.

—Ele deve ser muito grato a você. -Comentou impressionado, suspirei.

—É mais do que eu mereço.

—Por que diz isso?

—Eu estava em Forks tentando me esconder de Virgíny. -Falei, cruzando os braços sobre o peito. -Os Swan eram meus amigos de anos e me acolheram sem pensar duas vezes, fui egoísta ao pensar apenas na minha segurança. Quando ela me encontrou travamos uma intensa batalha, eu não queria matá-la, mas talvez esse tenha sido o meu erro, Virgíny estava apenas brincando comigo e quando eu me cansei Helen e Geoffrey tiveram que me socorrer. Eu apaguei no meio da luta e quando acordei descobri que os dois estavam mortos e que Charlie conseguira a ajuda que nos salvou. Até hoje não entendo por que ele não me odeia.

—Você não devia se culpar tanto, eles assumiram o risco e tenho certeza que teriam feito de novo. 

—Em um ponto você está certo, Helen e Geo teriam feito de novo se fosse para proteger a mim e a Charlie, mas isso não remove a minha culpa, Virgíny tem infernizado a minha vida desde o início e eu já deveria ter acabado com isso a muito tempo, mas eu me acovardei. -Conclui me levantando e dando as costas para ele, quando me virei novamente Edward sorria como se eu não tivesse acabado de lhe contar algo terrível. -O que foi?

—Você é impressionante. -Bufei irritada, se fosse em outro momento eu teria ficado lisonjeada, mas agora...

—Por que vocês sempre tem que dizer isso? Mas que inferno! Eu fui a responsável por várias mortes Edward, onde nesse mundo eu sou uma mulher impressionante? -Falei infiltrando os dedos entre os cabelos, desfazendo o coque e puxando alguns fios, ele sorriu mais uma vez.

—Você não se vê com muita clareza, sabia? -Olhei para ele ainda irritada.

—E o que você vê, então?

—Você tem um coração puro, Bella; não conseguiria fazer mal a ninguém, mesmo que seja este o seu pior inimigo. -Bufei ao ouvir as mesmas palavras de Charlie.

—Você não diria isso se soubesse o que ela fez.

—Não importa o que ela fez, Bella; você não é responsável pelos atos dela.

—Sim, eu sou. Virgíny só atinge as pessoas ao meu redor, Edward; as pessoas que eu amo.

—Ainda assim, não é a sua responsabilidade. -Tentou me defender, suspirei irritada, ia ser do jeito mais duro então.

—Edward, Virgíny envenenou seus pais. -Soltei de uma vez, ele me encarou em choque. -E eu não estava lá para impedir.

—Mas Carlisle disse que...

—Que foi gripe espanhola. É... eu sei, eu estive no hospital procurando vocês, mas quando cheguei, era tarde.

—Como você sabe que eles foram envenenados?

—Levamos o corpo deles para um hospital bruxo, foi lá que identificamos o veneno, era uma porção muito perigosa, mata as pessoas lentamente e os sintomas eram semelhantes a epidemia, como o líquido não foi identificado no organismo dos seus pais os médicos trouxas acharam que fosse a gripe, mas o que eu não consigo entender é por que vocês foram mandados para um hospital comum e não um hospital bruxo.

—Por que seríamos mandados para um hospital bruxo? -Questionou confuso, encarei ele intensamente.

—Edward, quando eu disse que não era a única bruxa aqui, eu não estava me referindo a Charlie, embora ele realmente seja um bruxo, mas eu estava me referindo a você. -Edward me observou em choque.

—Bruxo? -Assenti. -Mas... mas... -Ele não conseguia se expressar. Caminhei até a mochila e puxei a varinha para fora.

—Você se lembra de já ter visto uma dessas? -Edward moveu a cabeça lentamente, seus olhos fixos no objeto em minhas mãos.

—Eu não sei, talvez... -Dei um sorriso torto ao ouvir sua resposta.

—Bem... isso aqui é uma varinha, é com isso que nós bruxos fazemos os feitiços, existem bruxos que fazem sem a varinha, mas esses são uma outra classe ou são muito poderosos. Sua mãe não precisava da varinha, eu também não preciso mais e você já estava fazendo alguns feitiços sem ela quando tudo aconteceu, mas apesar de não precisarmos da varinha, nos sentimos mais seguros e confortáveis com ela. -Falei e Edward assentiu, sorri para ele. —Accio varinha. -Murmurei ouvindo uma gaveta se abrir em meu quarto e o barulho de vários outros objetos, Edward olhou para as escadas como se pudesse ver alguém descendo, mas quem apareceu, na verdade, foi uma segunda varinha que veio direto para a mim, a peguei no ar e Edward me encarou assustado. -Lima prata e pelo de unicórnio, vinte oito centímetros; uma boa varinha, bem flexível e ótima para legilimência. Pegue, é sua, Edward. -Falei a estendendo para ele, Edward receou um pouco, mas se aproximou pegando o objeto de minhas mãos. Seus olhos analisaram o graveto branco perolado.

—É lindo. -Sorri ao ver a sua admiração.

—Como se sente com ela?

—Eu não sei, é... reconfortante. -Sussurrou me encarando, pude ver em seus olhos a emoção.

—Isso é normal. Como eu disse, nos sentimos mais seguros com ela. Tente fazer algum feitiço. -Sugeri, Edward me encarou de olhos arregalados.

—O quê? Não, não, nem pensar, eu não posso fazer isso, não consigo. -Falou tentando me devolver a varinha, a empurrei de volta para ele.

—É claro que consegue Edward, você estudou seis anos para isso, pode ter esquecido, mas tudo que aprendeu ainda está aí dentro.

—Acho melhor não arriscar a sorte, Bella.

—Vamos lá, Edward, não precisa ficar com medo, a varinha é parte de você, só precisa dominá-la. Está vendo aquele vaso? -Perguntei apontando para uma mesinha perto das escadas, Edward assentiu. -Tudo o que você precisa fazer é apontar a varinha para lá, se concentrar no vaso e repetir as palavras 'Accio vaso', ok? -Edward me analisou por um segundo antes de assentir. Seus olhos se fixaram no objeto antes de ele suspirar e proferir as palavras, mas nada aconteceu. -Não, Edward, com mais determinação.

—Tem certeza? -Indagou incerto, assenti.

—Você consegue, vai. Apenas, relaxe. -Edward fez o que eu falei.

—Accio vaso. -Sua voz era firme e decidida, o objeto imediatamente se deslocou subindo no ar como se estivesse sendo puxado por um fio invisível, um sorriso se abriu no lindo rosto de Edward Masen, enquanto eu apenas o observava. O vaso avançou alguns centímetros antes de perder o controle e se espatifar no chão, o sorriso dele desapareceu e a decepção tomou o seu lugar, mas o meu permaneceu.

—Você foi ótimo, eu disse que conseguiria. -Edward me encarou incrédulo.

—O vaso se quebrou.

—Um acidente de percurso, não se esqueça que tem mais de noventa anos que você não faz um feitiço, perdeu um pouco a prática, mas nada do que um bom treino não resolva.

—É tão estranho descobrir uma parte de você que não sabia, uma parte da sua vida.

—Eu sei como é isso. O que me leva a segunda pergunta, Alice se lembra da vida dela antes da transformação? -Edward me encarou confuso.

—Por que está perguntando isso?

—Só responda, Edward.

—Não, ela não lembra de nada, nem de como foi transformada.

—Bem isso explica tudo.

—Explica o quê? Você sabe o que aconteceu com ela?

—Em parte sim, mas isso explica porque nenhum de vocês dois me reconheceu.

—Você conhecia a Alice?

—Não só eu. -Edward me encarou atônito. -O que sente quando está perto dela, Edward?

—É como se tivéssemos uma ligação, a primeira vez que a vi, senti algo diferente, como... reconhecimento, não sei; igual ao que eu senti quando eu vi… espera... Você tá querendo dizer que eu a conhecia quando era humano? -Edward perguntou de olhos arregalados, sorri.

—Éramos conhecidos no colégio como 'A Ordem de Allus', um nome idiota, eu confesso, mas considerando que vivíamos sempre unidos e vivíamos metidos em encrencas, era um nome até adequado.

—Isso é... isso foi... eu nem sei explicar, nunca pensei que pudesse ser pego de surpresa assim. -Balbuciou se sentando no sofá e segurando a cabeça enquanto apoiava os cotovelos nos joelhos, permaneci em silêncio apenas o observando. -Eu sou um bruxo, meu Deus, eu sou um bruxo, eu sou casado e ainda por cima conheço minha irmã desde que éramos humanos, o que mais ainda falta? -Edward questionou se sentando, encarei ele séria.

—Existe ainda muita coisa que você não sabe, Edward, mas acho que deveríamos parar por aqui, você já recebeu muita informação, precisa assimilar primeiro, deve ter muita coisa pra pensar.

—Eu estou bem... -Ele deu uma risada. -Alice vai pirar quando souber.

—Eu tenho certeza disso. -Edward ficou sério repentinamente.

—Você sabe por que eu não consigo me lembrar de nada? -Soltei um suspiro cansado o encarando com preocupação.

—Não exatamente. Há várias coisas que podem ter causado isso, mas a mais provável é que tenha sido o envenenamento aliado à transformação. 

—Tem certeza. -Perguntou franzindo a testa levemente.

—Certeza eu não tenho, são apenas suposições minhas. -Edward ficou em silêncio absorvendo as minhas palavras e antes que pudéssemos falar mais alguma coisa, ouvimos a viatura de Charlie estacionar na garagem.

—Hey Bells! -Exclamou entrando na sala com um enorme sorriso. -Por que não me disse que tínhamos visitas, eu teria dado uma passada em La Push. -Comentou já retirando a jaqueta e as botas.

—Desculpe, Charlie, foi visita de última hora.

—De quem é o carro ali fora? -Perguntou se aproximando e dando de cara com o vampiro, seus olhos se arregalaram surpresos.

—Ãn... sr. Cullen? Que... surpresa. -Charlie me lançou um olhar significativo. -Como vai você? -Perguntou educadamente, Edward deu um sorriso torto.

—Bem, senhor.

—Hum... que bom. Eu vou pegar algo pra beber. Você quer alguma coisa? -Edward fez uma careta, mas conseguiu se recompor.

—Não senhor, obrigado.

—Hum... então, tudo bem. Eu vou deixar vocês conversarem à vontade. -Falou dando um sorrisinho malicioso, revirei os olhos. -Ei!!! O que aconteceu com o vaso? -Sorri ao ver Edward trocar o peso do corpo de uma perna para a outra.

—Hum... acidente de percurso. -Ele me encarou confuso.

—O quê???

—Nada, esquece.

—Ok, então. -Edward apertou os lábios tentando não rir enquanto Charlie deixava o ambiente.

—Achei que ele fosse mais reservado. -Comentou me encarando curioso.

—Charlie engana muito bem.

—Ele sabe? Sobre... mim? -Edward perguntou sem jeito, assenti.

—Mãe, cadê o pote de alcaçuz? Não consigo achar. -Charlie gritou da cozinha, Edward me encarou e antes que eu pudesse responder algo se quebrou. "Porcaria", um resmungo baixo.

—Charlie, o que está fazendo? -Gritei encarando a porta, ouvi um grunhido baixo.

—Nada não, cadê o pote? -"Pote Reparo", ele murmurou.

—Terceira porta à esquerda.

—Obrigado. -Me voltei para Edward percebendo que ele me analisava.

—Que foi?

—Nada... Charlie sempre te chama de mãe? -Perguntou com as sobrancelhas franzidas.

—Às vezes, é mais frequente quando ele está animado, sentimental ou quando ele quer me encher o saco.

—Entendo. Acho que vai ser difícil me acostumar com isso. -Sorri, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, o celular dele vibrou anunciando uma mensagem, Edward a leu franzindo levemente a testa, seus olhos encontraram os meu e eu percebi a indecisão.

—O que foi?

—Minha mãe, ela... ela está com algumas dificuldades no momento, eu preciso ir. -Sorri o tranquilizando.

—Conversamos amanhã, ok? Além do mais, Alice também faz parte da história. -Edward assentiu me devolvendo a varinha e o cordão, peguei apenas o cordão, retirei a aliança dele e o devolvi, Edward me encarou confuso. -É seu, fique com eles. -Falei apertando o cordão em minhas mãos, ele me observou por um tempo antes de assentir e guardar os dois no bolso da calça, jogando a camisa por cima para esconder a varinha.

—Obrigado, Bella.

—Pelo quê? -Perguntei confusa, Edward me encarou intensamente.

—Por ter me contado tudo. -Sorri para ele.

—Era meu dever, Masen, eu ainda continuo sendo sua esposa. -Falei com um sorriso brincalhão, passei por ele seguindo para a porta, Edward veio atrás.

—Ainda não me acostumei com isso também. -Respondeu sorrindo, abri a porta e ele saiu.

—Eu entendo, ainda não me acostumei com o fato de te ver aqui. Pensei por 92 anos que você estivesse morto. -Edward me encarou, seus olhos me analisando minuciosamente.

—Eu não quero que se culpe pelo que aconteceu.

—Não é como se eu pudesse evitar, Edward. Você perdeu tantas coisas nessa vida.

—Mas eu ganhei outras, ganhei uma nova família Bella; eu amo meus pais, meus irmãos.

—Eu sei, e é isso que me conforta, saber que você encontrou pessoas que te amam de verdade.

—Acho que tenho que te agradecer mais uma vez. -Edward falou sorrindo, revirei os olhos.

—Pelo que está me agradecendo agora?

—Por se preocupar comigo.

—Eu sempre vou me preocupar, Edward. -Falei me encostando ao batente da porta. -Agora anda sua família deve estar te esperando.

—Tem razão. -Falou se aproximando lentamente e colando seus lábios frios em minha bochecha, senti meu corpo todo arrepiar e inspirei lentamente seu cheiro de lavanda e mel. Edward recuou e sorriu. -Até amanhã, minha Bella. -E foi embora, fiquei estagnada no lugar surpresa com suas palavras. A quanto tempo ele não me chamava de minha Bella?

Assim que Edward saiu com o volvo fechei a porta me encostando nela, as lágrimas de alegria presente em meus olhos, eu estava em êxtase, Charlie apareceu na porta carregando um copo de cerveja amanteigada e uma tigela de alcaçuz.

—Ué, ele já foi? -Perguntou confuso, sorri correndo para os seus braços e dando beijos em toda a extensão do seu rosto, Charlie sorriu.

—Ele não me odeia, Charlie. Edward não me odeia. -Gritei me afastando dele e rodopiando pela sala.

—Eu disse que ele só precisava de um tempo. -Falou se sentando no sofá e colocando as coisas na mesinha.

—Não Charlie, não é isso. -Rebati pegando um alcaçuz e mordendo, ele me encarou confuso. -Edward não me odeia, porque ele não se lembra que tem um motivo para me odiar.

—Acho que eu não entendi.

—Edward não se lembra de nada da vida humana dele, a única coisa que ele acha que lembra é uma mentira. -Falei me sentando ao seu lado e colocando os pés sobre a mesa.

—Acho que isso não é bom.

—Não, não é. Edward não sabia que era casado comigo, não sabia que era um bruxo e nem sabia que a irmã era sua melhor amiga quando humano, Alice também não se lembra de nada.

—Caramba, isso é sério? -Perguntou perplexo, assenti.

—É, eu vou conversar com eles amanhã e esclarecer tudo.

—Você contou sobre aquele outro assunto? -Balancei a cabeça negando.

—Já era muita coisa pra ele assimilar, ele ficou surpreso quando mencionei Elena.

—Mesmo assim, você deveria ter dito.

—Eu sei, mas eu preciso de tempo Charlie, até pra eu mesma assimilar os últimos acontecimentos.

—Eu entendo, só não demore muito a contar a ele.

—Ok, agora se me der licença... -Falei pegando mais um alcaçuz e ficando de pé. -Eu vou preparar o nosso jantar.

—Ok. -Respondeu ligando a tv, comecei a caminhar em direção a cozinha, mas parei ao ver o vaso quebrado, sorri lançando um feitiço de reparo e segui para cozinha pisando nas nuvens, minha esperança ganhou um renovo naquela tarde, uma certeza de que tudo se resolveria. Agora que Edward estava de volta à minha vida eu faria de tudo para protegê-lo, mesmo que isso significasse matar Virgíny de uma vez.


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Notas finais do capítulo

Finalmente saindo o tão esperado enfrentamento. Muitas coisas ainda estão por vim, então espero ver vocês no próximo.

Bye Bye ♡.



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