Two Worlds - Dois Mundos escrita por HuannaSmith


Capítulo 32
A Batalha - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas enfim estou aqui e garanto que a espera vai ler a pena. Boa leitura!
ps: não esqueçam de clicar nos links ao longo do capitulo, eles são fundamentais para que entendam melhor a história.



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** Pensamentos do Ben **

Eu fiz uma coisa da qual não me arrependo, mobilizei pessoas e me certifiquei de que, não importasse as circunstâncias, daria certo. A única coisa que não fiz foi contar para a principal envolvida, pois sabia que se eu o fizesse, tudo iria por água a baixo.

E por que isso? Por que eu a amo, amo tanto que não consigo sequer descrever em palavras a imensidão de tal sentimento, chega até a ser amedrontador o quanto ela é importante para mim. Eu nunca tinha sentido algo assim antes, por isso no começo esse amor todo era novidade, não o conhecia por completo, mas hoje é diferente, hoje tenho a total consciência de que, sem ele - ou melhor, sem ela - eu não vivo.

Sabia que se contasse pra Mal sobre o meu plano, ela jamais aceitaria, então a melhor solução que encontrei no curto período de tempo que a vida me deu, foi omitir o fato. Se ela vai me odiar por isso? Não sei, talvez no momento sim, mas isso é o que menos me importa agora, só quero que ela esteja segura.

Então, quando ela estava distraída com os novos amigos, chamei Bernice e disse que queria ter uma conversa a sós com ela. Contei sobre minha decisão e a mesma topou na hora, falou também que já tinha preparado algo parecido com os outros membros de sua organização , a OPAM, mas que iria avisar a todos sobre a nova ordem.

O meu plano é o seguinte: se a batalha, de alguma forma, ficar fora de controle, se as coisas saírem do esperado, Jay e Evie - com a ajuda de guardas - vão tirar a Mal da luta, leva-la para longe, para um local seguro que eu preparei, mesmo que contra sua vontade. Enquanto a mim, pelo contrário, continuarei na guerra, fazendo meu papel como rei e, se preciso, dando a minha vida para proteger meu reino.

E por que escolhi fazer isso? Porque a amo, e também porque ela está carregando uma pequena vida dentro de si, o herdeiro de toda Auradon, então, se a guerra sair do controle e eu acabar... morrendo, eles dois estarão seguros e o reino ainda terá um rei, meu filho.

Confesso que estava com medo no começo e é o que mais ouvi durante toda minha vida, que um rei jamais poderia sentir, era o que eu estava sentindo. Medo de perder meu povo para os inimigos, medo de ser o responsável pela morte dos meus amigos e, acima de tudo, medo de perder minha mulher e meu filho, que nem sequer teve a chance de conhecer a vida ainda. Mas esse sentimento angustiante diminuiu no momento que Mal me disse o nome dele, Joseph, esse será o nome do meu filho, eu estando aqui para vê-lo nascer ou não, já o amo imensamente, mais do que tudo nesse mundo.

Afastei os lábios de sua barriga e olhei para cima, Mal me olhava com um sorriso sem dentes e os olhos levemente marejados, ela passou os dedos por meu cabelo, acariciando os fios e me fazendo fechar os olhos. Mas nosso pequeno momento de paz foi interrompido quando um grande barulho pode ser ouvido no céu, tão alto quanto um trovão e tão intenso quanto um tiro. Uma luz amarelada esverdeada atravessou as estrelas como uma flecha, provocando faíscas por onde passava, iluminando as nuvens de dentro pra fora, até seguir na direção da Ilha dos Perdidos.

Outro barulho pode ser ouvido e nós vimos o resultado da costa, a barreira havia sido quebrada. Um pássaro enorme e preto também surgiu no céu, ele deu grito e nesse momento Mal segurou minha mão - ela estava em seu cavalo e eu no meu - olhei para ela.

— Vai começar - ela disse, já empunhando sua espada e seu escudo

Olhei para o mar e, em pouco tempo, pude enxergar grandes mastros cortarem a linha do horizonte, que dividia o mar do céu. Os mastros deram lugar a enormes embarcações de madeira escura, barcos tão grandes que deveriam transportas muitas pessoas.

O medo quis me atingir, mas eu não deixei, respirei fundo e empunhei minha espada e meu escudo, depois olhei para Bernice e ela já estava me observando, então apenas fiz positivo com a cabeça, autorizando que começasse.

** Pensamentos de Bernice **

Quando Noah apareceu no prédio da Assembleia, completamente perdido e sem saber o que estava fazendo, os guardas o levaram diretamente para mim, pois era eu quem estava - praticamente - tomando conta de tudo, de toda a organização dos adeptos antes da guerra começar, e eu juro que tentei, tentei assumir a postura de líder, mas não consegui.

Quando o vi diante de mim, o mesmo sentimento de raiva, de quando ele seguiu Isabel até o esconderijo, me consumiu novamente e eu preferi me afastar antes que fizesse alguma besteira. No final, acabei deixando que Mal lhe desse com ele.

A verdade é que, mesmo depois de todo esse tempo, mesmo depois de tudo o que aconteceu, o Noah ainda mexe comigo, de uma forma que eu nem consigo explicar. Eu queria que fosse diferente, mas infelizmente isso não é algo que eu consiga controlar, até já tentei, mas ninguém manda no coração.

E eu tenho muitos momentos felizes ao lado de Amin, ele faz com que eu me sinta bem e eu o amo por isso, mas não posso dizer que o amo além disso, além dessa sensação, não posso dizer que o amo como um dia amei Noah.

Às vezes eu fico me perguntando se o sentimento ainda está dentro de mim, guardado em algum lugar e se, quando fico perto do Noah, essa é a forma do mesmo se mostrar, em um grande surto de raiva seguido por um vazio enorme no peito. Se ele ao menos se lembrasse... talvez tudo isso fosse mais fácil.

Respirei fundo e me ajeitei melhor em cima do cavalo, aquela era a primeira vez que estava usando uma armadura para uma guerra de verdade, todas as outras vezes haviam sido apenas treinamentos, mas dessa vez era pra valer. Segurei as rédeas do cavalo e olhei por cima do ombro, Benjamin e Mal estavam lado a lado, cada um em um cavalo, rodeados por guardas. Olhei para baixo e vi Agui e Isabel, um ao lado do outro e, por um momento, senti um frio estranho atingir meu peito, era o medo.

Elevei meu olhar para o mar, ignorando todas as outras sensações, tornando-as meras coadjuvantes naquele momento. Foi quando um estrondo enorme invadiu o céu, fazendo com que todos olhassem lara cima. Uma espécie de raio esverdeado cortou as nuvens, produzindo eletricidade e indo em direção a Ilha dos Perdidos, em instantes ele alcançou a barreira, quebrando-a imediatamente, como se fosse uma simples bolha de sabão.

As ondas aumentaram e o mar ficou mais violento, os cavalos se agitaram e um vento forte e frio atingiu a costa, havia chegado a hora, a guerra estava prestes a começar. Olhei para Benjamin, esperando uma ordem pois, por mais que eu não gostasse muito da ideia, ele é o rei, mas o mesmo estava olhando para Mal e não me viu.

Depois do raio, que exalava uma espécie de magia antiga e desconsolável, outro barulho invadiu o céu, dessa vez menor, mas não menos intenso. Um pássaro grande e negro passou voando por cima de nossas cabeças, ele gritava como de quisesse avisar alguma coisa e, eu sabia exatamente o que era e quem ele era.

Olhei para o mar e pude ver mastros de madeira ao longe, invadindo a linha tênue do horizonte. Em pouco tempo surgiram barcos enormes feitos de madeira rústica, cortando as ondas com agilidade e violência.

A guerra seria maior do que qualquer treino que eu já tinha participado, maior do que qualquer coisa que eu já tivesse apresentado aos adeptos, mas não maior do que o que eu esperava, estava cem por cento preparada para aquilo. Olhei para o céu novamente, o mesmo estava acizentado e com poucas nuvens, mas eu sabia que ele estava lá, sabia que o meu avô estava me olhando naquele exato momento, e uma comprovação disso veio quando um raio estrondoso partiu de uma das nuvens em direção ao mar, arrebentando a água como uma bola de canhão.

Aquilo foi o suficiente para me encher de coragem e determinação, pois agora sabia que não estava sozinha. Olhei para Benjamin e dessa vez ele me olhou de volta, nós trocamos um sinal e eu o repassei para todos os líderes, que foram repassando para as bases seguintes. Que sinal era esse? A permissão do rei para que a guerra começasse.

** Pensamentos da Autora **

O céu estava cinza, as poucas nuvens que haviam eram grandes e pesadas, até o mar estava escuro e violento, com ondas enormes que quebravam nas pedras, a costa de Auradon nunca foi um mais perfeito cenário de filme de terror.

Alinhados em uma estratégia de defesa, estavam os soldados do reino, os membros da Organização de Proteção aos Adeptos de Magia e, claro, o próprio rei, ao lado de sua futura esposa, cuja carregava em seu ventre o herdeiro legitimo de todas as terras já conquistadas. Os adeptos eram motivados pela chance de provar o seu valor, os soldados honravam seu patriotismo para com o reino, a futura rainha escolheu lutar por aqueles que são iguais á ela, o que inclui seu filho. E o rei, havia feito essa escolha há algum tempo atrás, quando aceitou que colocassem a coroa em sua cabeça.

Do outro lado, depois da areia e das águas agitadas, estavam os habitantes da Ilha dos Perdidos, liderados pela filha da poderosíssima Úsula, motivados pela sede gritante de vingança. Aglomerados em barcos de madeira provenientes de um trabalho árduo, pessoas de diferentes idades e personalidades estavam lado a lado em uma jornada de alto risco, uma viajem sem a certeza de uma volta, uma decisão sem uma resposta clara, um tiro no escuro.

E por que se arriscavam tanto assim? Por que colocavam suas vidas em tamanho perigo? Apenas por vingança? Não, algumas dessas pessoas escolheram a guerra pois já haviam passado tempo demais sofrendo sem serem ouvidas, outras tomaram essa decisão não por elas, mas por suas famílias e descendentes, outras ainda pelo simples e duro fato de não ter mais nada a perder.

Dois mundos completamente diferentes se enfrentariam naquela noite, mas será que eram assim tão diferentes?

Quando a enorme barreira mágica que separava a Ilha do mundo exterior foi quebrada, o início da guerra foi declarado, os barcos começaram a se mexer e as pessoas a gritarem, empunhando suas armas improvisadas para o alto, na direção do céu. O que elas gritavam? "Justiça".

Do outro lado, montada em um cavalo branco de armadura, uma mulher jovem e com longos cabelos ruivos deu a ordem para que seu exército se preparasse. Quando os barcos já estavam a uma distância considerável, uma menina - com certeza jovem demais para participar de uma guerra - de pele tão escura quanto a noite, direcionou suas mãos para o mar, arrancando uma pequena porção de água e trazendo-a para perto de si.

Um garoto de pele e cabelos extremamente brancos, tocou a bolha d'água que a garota mantinha flutuando próximo dele e em segundos a mesma congelou, a partir do ponto onde o dedo do menino estava até completar toda a volta e depois por dentro. Em seguida, o menino tomou-a em suas mãos e respirou fundo, antes de joga-la de volta em direção ao mar.

No exato momento em que a bolha congelada tocou a superfície da água escura e violenta, tudo em volta começou a se solidificar, em uma velocidade inacreditável e praticamente imperceptível aos olhos humanos. Em questão de minutos toda a área do mar na qual os barcos estavam, foi congelada, e os mesmos foram bruscamente obrigados a parar, fazendo com que toda a tripulação se segurasse para não cair.

Sem outra opção, os membros do exército dito como inimigo começaram a descer dos barcos, alguns até a pularem, e quando viram que o gelo era seguro, começaram a correr para a costa.

STEVE AGORA!— a jovem de cabelos ruivos gritou

Um homem usando um casaco de couro preto, que estava na primeira divisão, fechou os punhos e começou a fazer uma força descomunal, em pouco tempo seus braços e suas roupas estavam ardendo em chamas, ele era o próprio fogo.

Steve - como foi chamado por uma das líderes - direcionou o fogo para o mar e assim que as chamas tocaram a superfície fria o processo de descongelamento iniciou. Mas o gelo era de uma imensidão sem fim e, por mais que alguns membros do exercito inimigo tenham sido atingidos pelo fogo e caído na água fria e cortante, a grande maioria conseguiu alcançar a areia da costa.

O rei então levantou sua espada em direção ao céu e gritou:

POR AURADON!

As duas frentes de batalha gritaram em conjunto e começaram a correr ao encontro do exército inimigo, a guerra finalmente se instalava na costa da capital de todos os reinos.

No início, a primeira frente conseguiu segurar bem a batalha, o exército da Ilha estava com muita ansiedade, porém pouca técnica, o que deixou os soldados do rei ainda mais confiantes. Mas isso não durou por muito tempo, tudo mudou quando a magia começou a ser utilizada por alguns dos inimigos, um tipo diferente e completamente descontrolado de magia.

Soldados foram lançados a quilômetros de distância e outros degolados com um único golpe, o vermelho escuro começou a pintar a areia da praia e a água do mar, muitas vidas estavam sendo perdidas, era hora da segunda frente de batalha - composta em sua maioria pelos adeptos - entrar em jogo. E os membros da OPAM lutaram bravamente, usando de toda sua força e técnicas de batalha, as quais os colocaram um passo a frente dos inimigos que, apesar de apresentaram uma magia forte, não sabiam usa-la tão bem.

Um perdido - como passaram a serem chamados pelos soldados patriotas - se aproximou da princesa Isabel, que se assustou e ficou completamente sem reação, a mercê do inimigo, mas para sua sorte, o herdeiro do trono de Arendelle, príncipe Aguidar, estava bem ao seu lado e entrou no meio dos dois, golpeando o homem com sua espada duas vezes seguidas, com tanta raiva que deixou a magia presente em si domina-lo, reduzindo o inimigo ao gelo.


O príncipe Aguidar ficou tão perplexo com o que tinha feito ao homem que não notou quando quando outro se aproximou por trás e estava prestes a apunhala-lo com um machado nas costas. Mas, antes que isso acontecesse, a princesa Isabel direcionou sua mão para o soldado inimigo e fez surgir uma bola de luz, que atingiu o mesmo o jogando para longe.

Depois disso os dois se olharam assustados, mas não tiveram muito tempo para digerir e muito menos entender o que tinha acontecido em tão pouco tempo, pois logo em seguida tiveram que voltar a lutar, já que haviam outros "perdidos" se aproximando.

Há alguns metros dali, Umi e Onawa, os gêmeos descendentes de Pocahontas e que também faziam parte da segunda frente de batalha, travavam uma luta acirrada contra um grupo de seis ou sete inimigos que haviam os cercado afim de elimina-los. Mas antes que conseguissem, os gêmeos se entreolharam e resolveram agir em conjunto, eles deram as mãos e fizeram com que saíssem raízes cheias de espinhos do solo e agarrassem os inimigos, só os soltando depois que já não se mexiam mais, o que indicava sua morte.

Mais ao centro da linha de batalha, Nina e Sky, descendentes de Moana e TinkerBell, respectivamente, lutando lado a lado contra os perdidos, que só aumentavam a cada minuto. E, apesar de ter uma magia poderosa, Nina acabou sendo atingida pela espada de um dos soldados inimigos, o que a fez cair de forma brusca na areia. Esse mesmo soldado, confiante por ter derrubado uma adepta de magia, sendo que ele mesmo não possuía esse dom, se virou para a outra, afim de fazer o mesmo.

Mas Sky estava mais preparada e naquele momento cheio de raiva pela amiga, ela se virou com um ar debochado e cerrou ambos os punhos, focalizando sua magia nas palmas e depois a lançando em forma de rajadas de vento contra o inimigo, o jogando para longe e o matando na hora, manchando a terra com seu sangue.

 

Depois do feito ela correu até a amiga caída e a ajudou a levantar, mas antes que terminasse um outro inimigo veio por trás e a atingiu com uma espada enferrujada nas costas, que atravessou todo seu corpo saindo no meio do seu peito. Nina deu um grito ao ver a amiga vomitando sangue, mas com a maior frieza do mundo, o perdido apenas puxou sua arma de volta, jogando o corpo sem vida de Sky no chão.

Nina mesmo abalada com o que havia acabado de ver, levantou-se e direcionou a mão para o oceano - que não estava muito longe - fazendo uma espécie de liga, feita de água, agarrar o soldado inimigo e o arrastar em seguida para as profundezas do mar.

Sky não foi a única atingida, o número de perdidos era superior e, apesar de não possuírem técnicas de batalha, estavam alimentamos por uma sede de sangue e de vingança, que os tornavam frios e brutais. Enquanto a princesa Isabel, descendente da rainha Rapunzel, lutava contra dois soldados inimigos, um grupo de três cercou o príncipe Aguidar.

Agui conseguiu dominar a luta, lançando rajadas de gelo e congelando cabeças, em pouco tempo ele já estava livre e Isabel também. O problema foi quando um outro perdido se aproximou, se tratava de uma mulher de cabelos pretos e com uma raiva descomunal no olhar, Isabel sentiu na mesma hora que ela tinha um tipo extremamente forte de magia.

— Que casal mais lindo... - a mulher disse em um tom de deboche - acham mesmo que podem proteger um ao outro?!

— Nós não achamos - Aguidar respondeu com firmeza - nós temos certeza

Mas antes que ele pudesse atingir a inimiga com algum tipo de poder, a mesma esticou a mão e lançou uma espécie de raio de luz contra Isabel, o que a fez cair cerca de quatro metro de distância, completamente inconsciente.

ISABEL! - Agui deu um grito que cortou toda a costa

Em seguida, ele juntou as mãos e disparou diversos pedaços de gelo afiados contra a mulher, mas ela abriu os braços e formou uma espécie de escudo, se defendendo de todos eles. Aguiar arregalou os olhos, surpreso com o tipo de magia que estava vendo. O poder da mulher era muito parecido com o de Isabel, ela controlava a luz assim como ela, mas também controlava a escuridão, fazendo com que as duas agissem em conjunto.

Quando Agui estava prestes a lançar outro tipo de feitiço, a mulher esticou ambos os braços e fez surgir uma grande quantidade de magia em suas mãos, depois a direcionou com o príncipe, que foi atingido com tudo no peito, provocando uma grande ferida que jorrava sangue.


 


Aguiar gritou de dor e levou a mão ao local, deixando a mesma coberta de vermelho. Ele olhou os dedos cobertos de sangue e em seguida direcionou o olhar para Isabel, que ainda estava caída ao longe, ela parecia morta. Agui juntou as últimas forças que tinha, cerrou os pulsos e com um grito, fez com que um pedaço de gelo, na forma de uma flecha, saísse de seu peito e atingisse o ombro da mulher. Depois disso ele olhou novamente para Isabel jogada no meio da batalha e disse em tom baixo, quase como que um sussurro:

— Me desculpe

Aguiar então caiu na areia grossa, completamente sem vida. E a mulher responsável pela sua morte, apenas segurou a flecha travada em seu ombro e fez com que a mesma derretesse, deixando apenas uma ferida no local, depois voltou a lutar do lado inimigo.

Seu nome era Celia e ela era uma das mais fortes do lado inimigo, com seus poderes incontroláveis conseguia matar muitos soldados da guarda do rei em um curto período de tempo, ela era descendente do Dr. Facilier.

Mas Celia não era a única que se destacava entre os inimigos, um homem provido apenas de um cajado de maneira, muito parecido com o do príncipe que agora se encontrava morto no meio da batalha, conseguia fazer uma espécie de magia mística poderosa, causando destruição por onde passava. E em seu caminho, coberto de sangue dos soldados reais, ele acabou encontrando os gêmeos descendentes de Pocahontas.

Eles eram dois e o inimigo só um, aquilo era para ter sido uma luta fácil e de um final certo, mas não foi isso o que aconteceu, já que o perdido acabou mostrando-se muito mais forte do que eles esperavam. Mas os gêmeos se manterem firmes, não soltando nem por um segundo a mão um do outro, já que essa era a forma com a qual sua magia ficava mais forte.

O problema foi que o homem também percebeu que aquela era a ligação responsável por toda a magia e, em um momento de vantagem, focalizou todo o seu poder no cajado e em seguida lançou um feitiço que fez com que os irmãos soltassem as mãos.

E então, aproveitando-se do momento de fragilidade dos irmãos, disse algumas palavras em uma língua diferente e esticou a mão em direção ao que estava mais próximo dele, Umi. O homem fez com que uma névoa azulada surgisse e envolve-se o corpo do garoto, erguendo-o no ar cerca de um metro e meio. Onawa levantou-se do chão e tentou agir em prol do irmão, mas outros perdidos a cercaram, forçando a lutar.

Livre de impedimentos, o homem começou a fechar lentamente os dedos da mão esticada, o que fez com a névoa de magia ficasse mais densa e começasse a pressionar o corpo de Umi, sufocando-o. O garoto esperneou e lutou como pode, mas a pressão contra sua carne era tão forte que chegava a queimar, abrindo feridas em seus braços e pernas.

Em pouco tempo suas forças se esgotaram e ele foi parando de se mexer, o que fez com que se formasse um sorriso no rosto de seu agressor que, ao perceber que o garoto já não se debatia mais, abriu a mão, fazendo com que o corpo sem vida de Umi se chocasse contra o chão.

Mesmo no meio de uma luta contra cinco ou seis soldados inimigos, Onawa viu o exato momento da morte do irmão e ela sentiu todo o sofrimento dele em seus ossos. Muito mais do que irmãos, ele eram gêmeos, passaram a vida inteira juntos, um era tudo o que o outro tinha e, naquele momento, foi como se arrancassem um pedaço de Onawa.

Com um grito cortante de dor e sofrimento, a descendente de Pocahontas se jogou de joelhos no chão, os olhos cheios de lágrimas e o peito ardendo como se tivesse levado um tiro no coração. Aquilo não era verdade, não podia ser verdade.

A dor foi tão intensa que logo se transformou em raiva, Onawa cravou ambas as mãos na areia grossa, formando uma ligação direta com a natureza, fechou os olhos e cerrou os dentes, se concentrando única e exclusivamente no que estava fazendo.

Em pouco tempo, a irmão de Umi fez com que a terra naquele local começasse a tremer, atordoando todos os inimigos que estavam em volta, de dentro dela começaram a sair grandes raízes secas e retorcidas, que se juntaram umas as outras, formando um grande monstro.

Esse monstro era movido pela magia e pela dor de Onawa, diretamente ligados eles dois iriam lutar contra os perdidos e, acima de tudo, iriam vingar a morte de Umi.

O mostro feito de raízes rugiu alto e depois saiu em disparada, derrubando tudo o que via pela frente, mas Onawa o mandou para uma direção diferente da onde estava o homem que matou seu irmão, pois com esse ela queria lhe dar sozinha.

O perdido arregalou os olhos quando viu o enorme mostro que se formou na sua frente, ele agarrou o cajado afim de se defender, mas estranhou quando o mesmo seguiu em uma direção oposta. Onawa aproveitou esse momento para se levantar da areia e direcionar ambas as mãos para o homem. Sua magia fez com que diversos galhos espinhentos se erguessem atrás dela e em seguida se lançassem na direção do inimigo, que morreu sufocado da mesma forma que seu irmão.

Noah, o mais recente acolhido pelos adeptos, estava lutando ao lado de Steven contra os soldados inimigos, eles estavam mais próximos da costa e tentavam de tudo impedir que os perdidos ultrapassassem as linhas de batalha, mas eles era muitos e pareciam serem movidos por um tipo algum tipo incansável de energia.

— Steven! - o descendente da Branca de Neve gritou, indicando que um novo inimigo se aproximava

Uma menina, de no máximo dezesseis anos, estava encolhida atrás de alguns arbustos, agarrada aos próprios braços, ela se assustou quando soldados da guarda real se aproximaram dela, se levantou e começou a andar para a costa, mas por onde ela passava labaredas de fogo descontroladas surgiam e queimavam tudo, a menina parecia ter mais medo disso do que de qualquer outra coisa.

— Ei! - Steven gritou - Você tá bem! Vai ficar tudo bem!

A menina olhou para ele e, quase que instantaneamente, o fogo começou a diminuir, até sumir por completo. Mas os guardas voltaram a se aproximar, o que fez com que ela corresse, espalhando mais fogo.

Steven então ergueu os braços e fez um gesto para que os guardas não a atacassem.

— Eu sei qual é a sensação! - ele gritou, ganhando a atenção da menina novamente - Mas agora eu preciso que você se acalme, entendeu?! Quanto mais nervosa ficar, mais fogo vai aparecer!

Mesmo com uma aparência ainda assustada, a menina descruzou os braços e foi se acalmando, o que fez com que o fogo cessasse novamente.

— Se ficar do nosso lado - Steven prosseguiu - eu prometo que nada de ruim vai te acontecer

Apesar da garota não querer fazer nenhum mal á eles, os outros perdidos queriam, e aquele momento de distração foi o suficiente para que um soldado inimigo mirasse e disparasse uma flecha envenenada no ombro de Noah, que estava há uma distância considerável de Steven. O príncipe caiu de joelhos e levou a mão ao local, mas a flecha estava tão presa que ela não conseguia arranca-la.

Steven tomou um susto com o grito do amigo e correu para ajuda-lo, mas antes que conseguisse alcança-lo, o mesmo foi atingido por mais duas flechas, o que fez com que ele revirasses os olhos e caísse para trás, imóvel.

NÃO!

Gritou Bernice, a descendente do semi-deus Hércules, que estava observando toda aquela cena de longe, montada em um cavalo branco de armadura. Seus olhos se encheram de lágrimas e seu peito doía tanto que ela podia jurar que havia sido atingida por um tiro. Naquele momento, Bernice se arrependeu amargamente de não ter trocado uma palavra com Noah desde que o mesmo chegou ao prédio da Assembleia, naquele momento ela se culpava pelo que não havia feito quando os outros o machucaram, quando o prenderam e o fizeram esquecer daquilo que temos de mais importante na vida, nós mesmos.

Mas ela não chorou, pois sabia que de nada adiantaria naquele momento, o choro não traria ele ou seus amigos de volta, ao contrário de lamentar ela tinha que agir, tinha que impedir que o mesmo acontecesse com outros.

A líder dos adeptos então olhou para o céu e disse em sua mente: "Por favor vovô, não me abandone agora", em seguida ela bateu uma mão na outra e, quando as separou, uma bola de energia se formou, como uma pequena tempestade entre suas palmas.

— Obrigada - ela disse com um sorriso confiante ao ver a magia se manifestando diante de seus olhos

Bernice então ergueu aos mãos para o cima e deu grito, depositando toda sua raiva e tristeza no raio que surgiu de suas palmas e se dirigiu as nuvens, provocando um barulho enorme e explodindo em vários outros no céu.

Aquele era o aviso para que a terceira e última frente de batalha agisse, o que significava que aquele já não era mais um lugar seguro para Mal ficar, já que a mesma estava carregando um bebê dentro de si.

Os cavalos começaram a se agitar e pouco a pouco os líderes da OPAM adentraram em batalha, guiados por Bernice e eliminando qualquer inimigo que aparecesse em seus caminhos.

O rei de toda Auradon teve então que tomar uma das decisões mais difíceis de sua vida, ele olhou para a futura esposa, que segurava as rédeas do cavalo e também o olhava com a testa franzida, como se perguntasse o por que deles estarem parados ali e não junto com os outros, e disse em um tomo que só ela escutasse:

— Eu te amo, nunca se esqueça disso

Mal franziu a testa, não entendendo do que aquilo se tratava, mas quando Evie e Jay começaram a puxar seu cavalo na direção oposta á guerra com a ajuda de um grupo de guardas, ela percebeu o que Benjamin havia feito.

— NÃO!— a futura rainha gritou - BEN!

Mas o rei escondeu os sentimentos e apenas ignorou os chamados de sua noiva, empunhando a espada e cavalgando com outros guardas até a onde a guerra estava instalada.

O barulho estrondoso dos raios explodindo no céu fez com que Isabel, que até então estava desmaiada na areia da praia, acordasse e se colocasse de pé. Assim que ela recobrou os sentimentos, lembrou de tudo o que acontecera e de que, infelizmente, Aguidar já não estava mais vivo.

A raiva a consumiu e ela correu na direção de Celia, que não estava muito longe dali, derrubando qualquer soldado inimigo que aparecesse em seu caminho.

Quando a adepta de magia negra percebeu que a princesa não havia morrido junto com o herdeiro de Arendelle, derrubou com um só feitiço os quatro guardas reais com os quais lutava e se voltou para ela, que caminhava confiante em sua direção.

Celia aproximou as palmas e lançou uma bola de luz negra para cima de Isabel, mas ela levantou apenas um mãos e se defendeu sem muitas dificuldades, o que encheu a perdida de raiva. Celia então resolveu usar um feitiço mais forte, lançando um raio de magia negra na direção da princesa.

Mas o que aconteceu em seguida a deixou perplexa. O raio não chegou nem sequer perto de Isabel, parando muito antes e se dispersando para outras direções, pois a descendente havia conseguido formar um escudo de magia ao seu redor, impedindo que qualquer coisa a atingisse.

Celia arregalou os olhos e tentou mais dois outros feitiços seguidos, mas o escudo permaneceu estável, como se nada o tivesse atingido. E sem ter o que fazer ou como se defender, ela começou a correr na direção oposta, o mais rápido que suas pernas as permitiam.

Mas era tarde, Isabel jamais iria deixar que ela escapasse, não depois do que a mesma fizera com Aguidar, a cena da morte dele ainda estava na cabeça dela. Isabel juntou toda sua magia, desfazendo o escudo, e cerrou o punho, do qual saiam faíscas de luz, como se ela estivesse esmagando uma lâmpada.

Em seguida levantou o braço e direcionou a mão para Celia, que tentava inutilmente fugir. Uma luz vermelha tão forte e intensa, que se assemelhava ao sol, surgiu fazendo com que a princesa virasse o rosto e fechasse os olhos. Em seguida, essa mesma luz disparou arrasando com tudo até chegar na adepta de magia negra, que morreu na hora.

Depois do feito, Isabel caiu na areia de joelhos, com dificuldade até para respirar, pois a quantidade de magia usada fora muito grande e levaria um tempo até se recuperar. Mas ela não esperou muito, assim que estava se sentindo melhor, olhou para os lados a procura do corpo de Aguidar e acabou o encontrando há alguns metros dali, jogado como lixo, coberto de areia.

Isabel se levantou com dificuldade e praticamente se arrastou até alcançar o príncipe de Arendelle, se jogando ao seu lado e agarrando seu corpo sem vida com os braços, colocando sua cabeça sobre suas pernas. Ela então passou a mão pelo rosto dele, limpando a areia, e percebeu que o mesmo estava rígido e não mais tão frio quanto costumava ser.

Isabel caiu instantaneamente em uma crise de choro, uma reação do próprio corpo que já não sabia mais o que fazer com tanta dor.

E sem se dar conta, ela começou a emanar uma luz, formando um outro escudo, só que dessa vez diferente do primeiro, protegendo não só ela, mas Aguidar também. Aquele era momento não era de mais ninguém, aquele era o pequeno universo deles em meio a toda aquela guerra.

Isabel passou os dedos pelos lábios de Agui, lembrando de como lindo era o sorriso dele. Ela acreditava que de toda magia, aquela era sua arma mais poderosa pois, não importava o que acontecesse, ele sempre estaria sorrindo e fazendo palhaçadas para alegrar todos a sua volta.

Aguiar foi a única pessoa que se dispôs a ajuda-la quando ninguém mais nem ao menos tentou. Isabel tinha acabado de deixar o seu reino e sua família para sair em busca da melhor escola de príncipes e princesas de toda Auradon, já que um dia a mesma se tornará rainha, mas ela acabou caindo em um verdadeiro ninho de cobras, onde todas as pessoas a odiavam pelo simples fato de ser quem ela é, uma adepta de magia.

Ele foi o único que a estendeu a mão e mostrou um mundo onde ela não tinha que ter medo de nada, nem de usar seus poderes e nem de assumir seu destino para com seu reino. Mas agora aquele mundo havia sido destruído, pois o dono dele estava morto em seus braços.

De volta a batalha, Bernice estava se saindo muito bem, imobilizando e mandando pra longe qualquer um que ousasse ultrapassar seu caminho. A raiva pela morte de Noah havia a cegado e agora ninguém mais a impediria de conseguir vingança.

Neta do Deus mais poderoso que existe, Zeus, Bernice pode controlar os raios assim como o avô, mas, além disso, ela é a própria eletricidade, faiscando mais a cada segundo. E como se suas mãos fossem cabos de alta tensão, ela lançava raios em todos os perdidos que encontrava pela frente, os queimando de fora para dentro.

Steven se juntou á Nina, descendente de Moana, e com a nova e surpreendente aliada, que havia mudado de lado e agora lutava com os adeptos, Mile. Os três formaram uma boa equipe e estavam se saindo muito bem contra os inimigos.

O rei Benjamin não possui nenhum tipo de magia, mas estava se saindo bem contra os inimigos, isso graças aos anos de treinamentos que ele teve ao longo da vida. O mesmo também estava sempre acompanhado de um grupo de soldados, que lutavam ao redor de seu cavalo, dando a vida para protege-lo.

Isso não era algo que o agradava muito, mas não havia muito o que ele pudesse fazer, já que aqueles guardas foram treinados exclusivamente para aquela função. E o rei também sabia se defender, do alto de seu cavalo ele golpeava soldados inimigos com sua espada longa e afiada.

Do alto do cavalo ele também conseguia ver toda morte e destruição que aquela guerra estava causando aos dois lados, o que lhe entristeceu o coração, mas também lhe deu ainda mais forças pra lutar. Agora que Mal e seu filho haviam sido levados para um ligar seguro, nada mais o impedia de batalhar com todas as suas forças.

A disputa estava acirrada, muitos adeptos e guardas reaIs haviam morrido, mas muitos Perdidos também, incluindo vários de seus mais fortes, o que enfraqueceu o lado inimigo, permitindo que o lado do rei avançasse, virando o jogo ao seu favor.

Steven, Nina e Mile lutavam bravamente contra os soldados inimigos quando um perdido com poderes se aproximou, ele não parecia ser muito forte fisicamente, mas quando levantou as mãos começou a emanar uma névoa alaranjada delas. O garoto, que não deveria ter mais de dezesseis anos, fez com que sua magia envolvesse Steven, pois era o mais próximo dele. 

O descendente da princesa do sol caiu de joelhos e ficou com uma expressão robótica, como se estivesse anestesiado, contemplando o nada. As meninas gritaram seu nome, mas ele não ouvia, era como tivesse sido levado para outra dimensão. 

Mile fez uma bola de fogo surgir e estava preparada para lança-la contra o inimigo, mas ela parou no momento que o garoto a olhou, fazendo a bola  de fogo desaparecer. O perdido era um conhecido de Mile, muito mais que isso, eles eram primos. 

— Mas que merda você tá fazendo?! - Nina gritou impaciente 

A descendente de Moana então direcionou a mão para a água e estava prestes a atacar o garoto quando duas mulheres se intrometeram na briga. A primeira acertou um murro no rosto do garoto e depois, com o cotovelo, o fez ir ao chão já inconsciente. 

A segunda se aproximou de Mile, que não demonstrou nenhuma reação, apenas olhava assustada para o corpo do primo na areia. 

— Ela tá com a gente Lily! - gritou Nina para a mulher de cabelos loiros 

— Nina? Faz tempo que a gente não se vê! - Lily comentou, deixando Mile de lado 

— Acredite, esse não é o lugar que eu esperava que nos encontrássemos - respondeu Nina, enquanto lançava um jato de água contra dois soldados inimigos, os jogando para longe 

Com a quebra da magia, Steven balançou a cabeça e recobrou os sentidos, se pondo de pé novamente. Ele olhou para as duas mulheres extremamente atraentes a sua frente e franziu a testa, sem entender o que tinha acontecido ali  já que, pra ele, todo esse tempo foi como se fosse apenas um piscar de olhos. 

Outros guardas começaram a se aproximar e as duas mulheres começaram a batalhar novamente, elas lutavam com uma destreza inacreditável e seus golpes eram sempre interligados, ajudando uma a outra. Lily chegou até a empurrar a outra, para salva-la de uma flecha. 

— Quem são? - perguntou Steven 

— Elas são irmãs, líderes da sede da OPAM em GoldLand - respondeu Nina 

— GoldLand?! 

— Sim, a mais velha é a de cabelo preto, seu nome é Diana - Nina explicou - a mais nova é a loira, se chama Lilian 

Steven olhou para elas enquanto lutavam e ele estava com uma expressão maravilhoda, na verdade, ele estava sentindo orgulho delas. E por que esse orgulho? Porque, de todos os reinos que não são adeptos, o que tem um controle mais rígido e impiedoso sobre a magia, seja ela de qual tipo for, é GoldLand. 

— Você tá bem? - perguntou Mile, interferindo na conversa 

— Sim, estou ótimo - Steven respondeu 

A conversa não durou muito pois mais perdidos se aproximaram e eles decidiram que estavam na hora de ajudar Diana e Lilian a lutarem. 

O exército do rei estava ganhando, isso começou a ficar mais claro com o tempo de batalha, mesmo o numero de perdidos sendo superior, os adeptos da OPAM tinham mais experiência e controle com os poderes, sabiam exatamente como usa-los. 

E essa derrota não pareceu agradar muito alguém que estava observando tudo de longe, mais precisamente de um dos barcos no mar. Uma olhava a guerra de longe e, quando percebeu que iria perder, começou a se desesperar. Ela não podia perder em mais uma coisa, não podia decepcionar a mãe novamente ou, como a mesma disse, estaria morta. 

Uma então chegou a conclusão de que estava na hora de intervir, mesmo que eles não conseguissem vencer a guerra, ela iria fazer com que Mal nunca chegasse a ser rainha, iria se vingar por tudo que, mesmo indiretamente, ela fez. 

A descendente da Úrsula pulou do navio, entrando no mar com graciosidade e precisão. Em poucos segundos toda a água em volta começou a ficar escura e uma tempestade de vento invadiu a costa, um redemoinho enorme se formava no mar. 

Enquanto a batalha acontecia, não muito longe dali, uma acirrada discussão era travada.

— Evie! - Mal gritou com a amiga - Você não pode fazer isso! Não pode!

A conselheira do rei apenas a ignorou, seguindo com o plano de tira-la dali e lava-la para um local seguro, já escolhido pelo Benjamin e que ficava bem longe de Auradon, um pequeno avião já os aguardava no prédio da Assembleia para caso esse momento chegasse, e ele chegou.

— Por favor Evie! - Mal voltou a gritar, agora se debatendo e tentando se soltar dos braços da amiga - ELE VAI MORRER!

— E você também vai! - Evie respondeu - Não entende que não é só a sua vida que está em jogo aqui?!

— Eu sei disso! - a futura rainha gritou de volta - Mas que tipo de mãe eu serei se abandonar o pai dele para morrer?!

Antes que Evie respondesse aquilo, um grande estrondo vindo da costa pode ser ouvido, como se tivessem soltado uma bomba no mar, seguido de uma forte rajada de vento, o que fez com que ambas, inclusive Jay e os soldados, olhassem para o local onde a batalha estava ocorrendo.

Mal se desesperou e sentiu o coração acelerar, acreditando que algo pudesse ter acontecido ao Benjamin, ela então segurou firme nos ombros de Evie, fazendo a mesma olha-la, e disse:

— Eles precisam de mim e você sabe disso!e desculpe, mas eu não posso ir embora assim

A futura rainha então subiu no cavalo e bateu as rédeas, fazendo o animal gritar e dar meia volta, correndo de volta para a batalha. Jay tentou atrapalhar, mas Evie colocou a mão em seu peito, impedindo que o fizesse.

— Você vai deixar ela ir?! Mas nós prometemos ao Ben que...

— Nós prometemos ao Ben que faríamos a coisa certa - Evie o interrompeu - e deixar ela ir é o mais certo que podemos fazer agora

Quando a futura rainha, montada em seu cavalo, finalmente alcançou a batalha, já chegou acertando alguns soldados inimigos com sua espada, os derrubando facilmente. Uma rajada de vento forte passou e ela percebeu que todos estavam olhando para o mar, pois uma coisa estava saindo de dentre as águas. 

O coração de Mal começou a bater mais forte quando ela viu Uma, em sua forma de polvo, surgindo no meio do mar, estraçalhando os barcos com seus tentáculos enormes e lançando os destroços na costa. 

Medo? Sim, ele estava presente, mas a coragem também estava e em uma quantidade bem maior. Os perdidos estavam perdendo a guerra, isso estava claro, mas Uma jamais deixaria que isso acontecesse e Mal sabe disso porque a conhece muito bem, ela sabe que agora a luta é entre elas duas e mais ninguém, afinal, é ela quem Uma quer morta. 

Mal respirou fundo e bateu as rédeas do cavalo em seguida, o fazendo correr até o mais próximo da água possível. Os poucos soldados inimigos que se meteram no caminho dela foram golpeados sem piedade, a futura rainha só tinha olhos para um coisa: Uma, e eles estavam já estavam fervendo, ela os sentia ficando cada vez mais verdes. 

Mas, antes que chegasse perto do mar, um estrondo ao oeste chamou sua atenção, ela puxou as rédeas do cavalo, o fazendo parar, e olhou do que se tratava. O enorme mostro de raízes, criado por Onawa, havia acabado de cair no chão, já que a mesma não tinha mais forças para mantê-lo vivo. 

O problema foi que quando esse monstro de quase quatro metros de altura veio a chão, ele caiu em cima de três soldados da coroa, entre eles, o rei Benjamin. 

Mal arregalou os olhos com a cena e seu coração disparou, ela então bateu as rédeas do cavalo com rapidez, fazendo com que o mesmo corresse até o local. Mas antes que chegasse lá, Uma quebrou um dos barcos usados pelos perdidos para atravessar o mar e com seus tentáculos, jogou uma parte enorme do casco de madeira no meio do caminho, literalmente separando os dois. 

Mal puxou as rédeas com força e o cavalo enfiou as patas dianteiras na areia grossa, tentando a todo custo parar antes que se chocassem contra a enorme peça de madeira. No meio disso Mal acabou caindo no chão e rolando na areia, ela levantou na mesma hora e olhou para onde Ben estava, mas não dava mais para ver nada com aquele pedaço de casco enorme no meio. 

Mal sentiu a raiva e o medo a consumirem por dentro, seus olhos ferveram, ficando verdes novamente e ela encarou Uma, que apenas deu um sorriso, se deliciando com toda a cena. Aquilo foi a gota d'água, a descendente de Malévola já não aguentava mais, todos os amigos que foram mortos ou machucados, todas as vidas perdidas e agora o que aconteceu com Ben.

 UMA! - Mal gritou e em seguida abriu os braços, fazendo um raio enorme de magia verde sair dela em direção ao céu

 

CONTINUA 


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Notas finais do capítulo

CONTINUA

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