I hate you, Potter! escrita por WeasleyGirl


Capítulo 15
O retorno do maroto


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, demorou porque tive muita coisa pra estudar e só folguei no feriado. Escrevi 3 capítulos muito importantes pra fic, que infelizmente está acabando.
O que vocês acham de uma segunda temporada que se passe em Hogwarts?



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Casa de Marlene, verão de 1975.

 

Lily Evans

 

Existem duas coisas que Marlene não consegue fazer. A primeira é passar mais de 2 horas sem fazer nada e a segunda é cozinhar. Sinceramente o ensopado dela é tão ruim que até o cheiro da vontade de vomitar. Estamos sentados na cozinha a cerca de uma hora vendo a Lene andar de um lado pro outro colocando ingredientes cada vez mais estranhos em uma panela que é quase do tamanho dela.

—Lils, eu sei que estamos sendo compreensivos com a Lene e tudo mais… - O James falou baixinho no meu ouvido e eu me arrepiei toda. Malditos hormônios! — Mas não acha que isso é um pouco demais? Quer dizer, só o cheiro dessa coisa tá me matando.

Senti um pouco de pena da cara sofrida dele. Estavámos esperando o almoço para irmos na cidade tomar sorvete e nenhum de nós tinha certeza se conseguiríamos levantar depois de comer aquela coisa.

—James, temos que apoiar ela! Ela anda muito pra baixo desde que o Sirius foi embora e se cozinhar é o que ela quer, temos que apoiar isso. - Eu disse tentando parecer forte e não fazer caretas pro cheiro peixe morto. - Não importa quão… singular… o cheiro seja.

—Singular? Lily talvez a gente não sobreviva depois de provar aquilo!

—Não exagera, pontas. No máximo vamos ter uma dor de barriga bastante dolorosa e passar o resto das nossas vidas comendo apenas frutas. - Rem disse escorando a cabeça nos braços.

—Eu não sabia que tortura ainda era permitido. - Dorcas disse pálida. Ela parecia muito mal desde que viu a Lele colocar uma coisa preta e estranha, que lembrava vagamente um polvo, dentro da panela.

—O que vocês estão cochichando aí? - Lene virou e nós quatro levantamos a cabeça rapidamente.

—Nada, Lene, só estamos repassando os planos da tarde. - Eu disse tentando sorrir mas senti que meu sorriso ficou ligeiramente deformado.

—Sei… - A Lene disse com uma cara de desconfiada e se virou pra panela.

—Não é possível que ela não esteja sentindo esse cheiro. - O James disse cobrindo a boca e o nariz com a camisa.

—Ela disse que estava bem, não precisamos passar por isso. - A Doe disse bebendo água.

—Pois é, uma hora essa coisa vai ficar pronta e vamos ter que comer. - O Remus enterrou a cabeça nos cabelos da Doe. - Credo, amor, o cheiro está até no seu cabelo.

—O que? No meu cabelo? - Dorcas deu um pulo assustada e acabou derrubando o copo com água no chão.

—O que foi, Dorcas? - A Lene se virou assustada.

—Lene, eu te amo. Muito mesmo. Mas não vou comer esse ensopado nem a força. - A Dorcas disse se abaixando para catar os cacos de vidro.

—Queremos muito te apoiar nesse momento difícil, L, mas parece que tem um corpo em decomposição dentro dessa panela. - Eu disse apertando a mão de James, temendo a reação dela.

—FINALMENTE! - Lene gritou sorrindo e largou a colher dentro da panela. - Achei que ia ter que passar mais uma hora aqui antes de vocês tomarem uma atitude.

—Do que você está falando? - Eu perguntei vendo ela desligar o fogo e tirar o avental de bruxinhas.

—Isso foi uma lição pra vocês. Eu sei que acham que eu estou sofrendo, mas não estou. Eu conheço bem o Sirius e conheço bem vocês. Precisam parar de me tratar como se eu fosse quebrar a qualquer momento, porque não vou. Eu sou Marlene McKinnon, precisaria de muito mais que um menino pra me tirar do eixo.

Ficamos olhando pra ela por um segundo até que Dorcas levantou e a abraçou.

—Por isso que eu amo você, Lene. Você é a pessoa mais forte que eu conheço.

—Sirius fez a escolha dele. Agora eu fiz a minha. Não sou o tipo de pessoa que fica chorando pelos cantos e se vocês esperam que eu desmorone, podem tirar o hipogrifo da chuva. Agora que vocês voltaram a si vamos na cidade comer algo que preste.

 

Remus Lupin

 

A sorveteria estava apinhada de gente então decidimos comprar potes de sorvete e sentar na calçada para comer.

—Quer um pouco do meu, lindo? - Doe estava escorada no meu ombro enquanto James, Lily e Marlene observavam o presente que a Lily tinha ganhado do outro lado da rua. Eram várias borboletas rosas enfeitiçadas que seguiam Lily onde quer que ela fosse. De acordo com James era uma trilha pra ela. "Sigam as borboletas!".

—Quero, amor. - Peguei o sorvete dela e comecei a pensar. Talvez eu não fosse muito romântico… Nunca teria pensado nessa história das borboletas… Será que a Dorcas gostaria que eu fosse mais romântico com ela?

—Porque está com essa cara? - Ela me perguntou enquanto trançava um lado do cabelo.

—Eu estava pensando… Você não gostaria que eu fosse mais romântico? Porque eu sei que não sou muito dessas coisas… - Eu olhei pra Lily enquanto ela corria com o pote de sorvete na mão e as borboletinhas corriam atrás dela. Nunca a vi tão feliz.

—Rem, eu amo você. Eu amo você com seu jeito sério, amo quando faz piadinhas quando acha que ninguém está vendo, amo quando você ri dos seus amigos, amo como me olha sorrindo quando acha que estou vendo. Eu estou completamente apaixonada por você justamente por você ser como você é. Pessoas são diferentes e relacionamentos são diferentes. James é extravagante. Ele gosta de coisas grandes e chamativas. Mas eu sei que você não é assim e me apaixonei por você com todo seu jeito tímido e introvertido. Não compare o nosso namoro com o do James e da Lily porque somos pessoas muito diferentes. Você não precisa ser romântico demais nem nada disso. Você só precisa ser você.

—Como sabia que eu estava comparando os relacionamentos? - Perguntei sorrindo. Dorcas sabia me tranquilizar como ninguém. Nunca alguém me compreendeu tanto.

—Eu posso ser meio avoada, mas eu conheço você, Lupin. - Ela disse rindo enquanto recomeçava a fazer a trancinha no cabelo.

—E eu amo você. Vem cá que eu tranço seu cabelo. - Eu disse puxando-a pra perto.

—Ah não, Rem! Suas tranças demoram mil anos pra sair.

—Que mentira. Demoram só a idade de Dumbledore! - Ela fingia que ia se afastar e eu me aproximei mais.

—Também amo você, Remus. - Ela disse sorrindo e me beijou.

 

Lily Evans

 

—Como o Rem e a Doe conseguem ser tão fofos? - Perguntei sorrindo enquanto observava eles dois se beijarem na sombra. Estávamos sentados do outro lado da rua e eu estava exausta! Passei um tempão correndo e vendo as borboletinhas encantadas me seguirem. Eram tão lindas!

—Ah, nós somos muito mais fofos. - James disse piscando pra mim.

—Definitivamente não. Sério, eles parecem aqueles casais de contos de fadas. - Lene disse enquanto roubava meu sorvete.

—Quanto tempo o efeito do feitiço dura? - Perguntei enquanto segurava a mão de James.

—Não sei ao certo mas acho que uma semana no máximo… - O James arregalou os olhos e soltou minha mão depressa. - Lily, eu tenho que… resolver uma coisa agora… eu já volto.

—O que…? - Não tive nem tempo de comentar e perguntar o que diabos tinha acontecido porque ele só se levantou e saiu correndo.

—O que deu nele? - Marlene perguntou enquanto pegava o pote de sorvete de James.

—Gostaria muito de saber. - Sentia que tinha algo errado. Olhei pro Remus mas ele estava muito ocupado trançando o cabelo da Dorcas.

—Será que aconteceu alguma coisa? - Quando a Lene perguntou senti a pergunta implícita: Com o Sirius?

—Duvido, Lene. Eles não estão se falando e ele não ia só aparecer do nada. Além de que o James não teria como saber dele assim do nada.

—Como se você não conhecesse os marotos, Lil. Principalmente o James e o Sirius que são mais grudados que os cabelos da Sra. Black.

Eu sabia muito bem disso, mas definitivamente não queria que a Lene criasse expectativas demais. Tentei mudar de assunto com uma abordagem diferente.

—Nossa mas os cabelos dela são grudados demais. Certeza que aquilo foi uma poção de selagem que deu errado.

—SIM! Nossa ela é muito feia! E a voz dela? - Lene começou a rir e eu não me aguentei. A Sra. Black era uma piada constante entre a gente desde que ela foi em Hogwarts gritar com o Sirius por ele ter ficado com um trouxa no quarto ano.

—SIRIUS BLACK VOCÊ É UMA DESONRA! - Minha tentativa de imitá-la foi muito ruim, só não era pior que a cara da Lene de quem viu um fantasma.

—Eu sei disso, mas queria saber porque você estava imitando a minha mãe. - A voz de Sirius soou atrás de mim e eu gelei. MERDA!

—O que está fazendo aqui, Black? - Marlene se recuperou rápido e o olhou com cara de desprezo. Meu orgulho!

—Quero conversar com você, Marlene. - Ele disse e foi a primeira vez que ele soou realmente sério.

—Não vejo motivo para conversarmos, você deixou as coisas bem claras. - Ela disse se levantando enquanto Doe e Remus se aproximavam. Me levantei também e vi James atrás do Sirius com uma cara triste. E culpada. Que merda será que ele fez?

Todo mundo aqui sabe que não foi assim e que temos muita coisa a discutir. Eu pessoalmente preferiria que conversássemos em algum lugar privado, mas se você prefere fazer isso na frente de todo mundo…

Ficamos em silêncio enquanto Marlene pensava. Olhei pra ela e sinalizei. Ela sabe que se ela pedisse eu gritaria com Sirius até ele sumir.

—Certo, Black. Você tem 5 minutos.

Continuamos em silêncio enquanto víamos eles caminharem lado a lado até a pracinha. Quando a Lene sentou me virei pro James e vi ele engolir em seco.

—O que você fez?

 

Marlene McKinnon

 

Algumas pessoas brincam comigo dizendo que eu sou uma heartbreaker. Claro que essa minha fama não é nada comparada à de fuckboy do Sirius. Mas nunca seria uma daquelas garotas que fica chorando no quarto por um garoto.

—Então, você disse que queria conversar. - Falei depois de passarmos um tempo sentados em silêncio. Eu não era de me humilhar, mas também não era burra de negar o quanto ele mexia comigo. Não ia passar mais tempo além do necessário perto dele.

—Eu recebi sua carta. - Ele estava sentado a uma distância segura de mim e nós dois olhávamos as pessoas passearem pela praça.

—Qual carta? - Ai não. Não tem como ele ter recebido aquela carta.

Observei enquanto ele mexeu nos bolsos da jaqueta de couro até achar um papel meio amassado. Peguei o papel e nem precisei abrir pra saber do que se tratava.

—Como você está com isso? Não enviei essa carta. - Falei séria sentindo meus olhos arderem. Parece que não sou tão boa em esconder minhas emoções quando se trata de Sirius Black.

—Chegou na casa do Peter ontem. Não consegui parar de reler nem um segundo desde então. É verdade, Lene? - Ele se virou para me encarar mas continuei olhando pra rua. Se eu o olhasse eu desabaria, certeza.

—Não muda nada.

—Eu não te pedi em namoro, por isso assumi que não estávamos namorando.

—Achei que éramos Sirius e Lene. Que tínhamos algo especial. - Levantei a cabeça e senti as lágrimas escorrerem quando vi o quão desamparado ele parecia.

—E temos. Nossa relação envolve muito mais que um título como namoro. Eu sou um idiota, Lene. Não sei lidar com relacionamentos. Você é a pessoa mais forte que eu conheço e eu sei que deve ser frustrante ter que lidar com essas atitudes minhas, mas preciso que você entenda que minha relação com as mulheres é terrível. Eu odeio minha própria mãe. Eu sei que não é justificativa e não quero me vitimizar nem nada assim, mas...

—Eu sei que você tem uma relação difícil com ela, mas você precisa superar, Sirius. Não pode ter medo de relacionamentos pra sempre. Namoro é só um título e sei que o que temos é muito maior que isso, mas você não pode ficar fugindo. Não dá pra avançar um passo e regredir dois. Sei que sua relação com a sua mãe é horrível mas você precisa superar isso. Não pode ficar ferrando com o coração das garotas e aprontando todas que nem um clichê de merda.

—Eu sei, Lene! Eu estou tentando. Vim voando da casa do Peter pra te dizer que eu também te amo. Eu li sua carta e vi como você se sente em relação a mim. Como você ama cada detalhe que eu nem sabia que você tinha reparado, mas não acho que você entenda o que eu sinto por você. Eu amo você porque você é forte, amo que você não tem medo de me enfrentar e de me dizer o que pensa, amo que você ajuda suas amigas e que você não se deixa ficar pra baixo. Você me faz mais forte. Você me faz querer ser alguém que mereça uma pessoa tão incrível. Eu te amo, te admiro e te respeito.

Comecei a chorar. Era tudo que eu queria que ele dissesse desde o dia que ele foi embora.

—Hey, não chore meu amor. - Ele limpou minhas lágrimas e sorriu pra mim. - Eu não acabei. - Ele se levantou pra procurar algo no bolso das calças surradas (já que os bolsos eram enfeitiçados e cabiam milhares de coisas). Ele tirou um violão do bolso e olhei ao redor pra ver se alguém tinha reparado no violão que saiu de um bolso minúsculo, mas graças a Merlin todo mundo parecia ocupado com a própria vida.

—”All my little plans and schemes

Lost like some forgotten dreams

Seems that all I really was doing

Was waiting for you”

Ele se ajoelhou na minha frente e sorriu.

—”Just like little girls and boys

Playing with their little toys

Seems like all they really were doing

Was waiting for love”

Sorri enquanto ele cantava, sabia o quanto ele amava os Beatles. E agora sabia o quanto ele me amava.

—”Don't need to be alone

No need to be alone

It's real love

It's real

Yes, it's real love

It's real”

O pessoal da praça começou a reparar na serenata e algumas pessoas estavam batendo palmas.

—”From this moment on I know

Exactly where my life will go

Seems that all I really was doing

Was waiting for love”

Sirius ficou agradecendo enquanto o pessoal gritava e aplaudia e eu só consegui rir.

—”Don't need to be afraid

No need to be afraid

It's real love

It's real

Yes, it's real love

It's real”

Ele se levantou e começou a cantar ao meu redor, parando para pegar flores pra mim.

—”Thought I'd been in love before

But in my heart I wanted more

Seems like all I really was doing

Was waiting for you”

Vi Dorcas e Remus se aproximarem de mãos dadas e eles sorriram quando viram a cena.

—”Don't need to be alone

Don't need to be alone

It's real love

It's real

It's real love

It's real

Yes, it's real love

It's real.

Quando ele terminou a praça inteira aplaudiu e eu esperava que ele fizesse gracinhas mas ele se virou pra mim e esperou minha reação.

—Marlene, eu te amo como nunca amei ninguém. Você é minha musa. Não vou te pedir em namoro porque eu não acredito em títulos, mas você aceitaria ser o amor da minha vida?

—Achei que eu já fosse. - Eu disse sorrindo enquanto me levantava.

—Você quem quis oficializar. - Ele riu enquanto se aproximou pra me abraçar. -Mas sabe, mesmo que eu não goste de títulos vou te chamar de namorada.

—Agora é oficial, Black, estamos namorando.

—Quem diria que em seis meses você ia mudar tanto a minha vida?

—Eu diria, causo esse efeito nas pessoas. - Eu ri enquanto ele me apertava, não podia estar mais feliz.

—Amostrada como sempre, McKinnon. - Ele beijou meu ombro e eu me arrepiei.

—Certa como sempre. - Eu sorri e entrelacei os braços no pescoço dele.

—Você não tem jeito. - Ele disse com um tom de orgulho.

—Só quando estou com você. Quem diria que Sirius Black me faria tão feliz?

—Você ainda não viu nada, minha cara. - Ele se aproximou ainda mais, ficando a um cm de mim.

—Mal posso esperar, então. - E ele finalmente me beijou.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? E sacaram a referência ao segundo filme? A Marlene e o Sirius se amam e finalmente colacaram os pingos nos is, mas acho que a Lily vai estar bem chateada com a invasão do James no próximo capitulo. A fic está acabando então ME DIGAM O QUE ACHAM DE UMA SEGUNDA TEMPORADA.
Até sexta, amores.



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