You Only Live Twice escrita por Szin


Capítulo 4
Are you lost or incomplete?


Notas iniciais do capítulo

A gente precisa falar...
eu sei que 70% do mundo não vai ler isso então eu vou escrever apenas pra aqueles que eu sei que vão ler... e compreender eu espero.

Recentemente eu estava falando com uma amigas/os no Watsap e eu falei que havia postado e tudo mais, porem elas/es falaram que deixaram de seguir minhas fanfic apenas porque estavam incrivelmente chatas e confusas
Não vou mentir, doeu muito cá dentro saber isso. Eu sei que - infelizmente - eu não posso agradar a todo o mundo. Eu simplesmente estou atravessando uma fase onde tudo significa muito pra mim...as minhas histórias já não são apenas histórias, elas agora necessitam de um grau de captação emocional e espirito critico pra conseguir entender (e refletir) o porquê de eu estar postando/escrevendo isso. Porque de há 5 ones para cá todas elas têm um pouco de mim que eu sinto necessidade de partilhar. E pra conseguiur captar isso, é preciso ter maturidade e sensibilidade sufeciente pra isso. E pelos vistos muitos deles não os têm.
Mas vida que segue. Eu perdi muitos leitores mas também ganhei novos e eu espero que continue assim. Porque eu mudei. Graças a deus né? todos mudamos em alguma hora.
E como eu já falei pra propria Liids - vulgo Mayara amorzinho da minha vida - ela me ajudou mt a compreender isso. Houve momentos que eu já não conseguia mais escrever, eu simplesmente parei porque já não dava prazer em fazê-lo.
Mas eu entendi depois o porquê disso. Porque não havia essencia no que eu escrevia. Eram só ideias que surgiam na minha mente que não tinham nem 0,001% da minah pessoa (nada contra as pessoas que escrevem desse jeito, tem mt historia boa que surgiu só de uma ideia bem louca). E a razão por eu estar postando mais é precisamente porque, agora, eu estou fazendo o contrário do meu "eu" de antes. Eu estou escrevendo partes de mim, e partes da minha vida no momento.
E por enquanto isso vai continuar assim mesmo... Se as pessoas querem histórinhas bobas de casalzinho se amando e momentinhos fofos. Me perdoem, mas estão no perfil errado (quer dizer as minhas antigas ainda estao online mas, esse tipo de "história" acabou...)

Elas estão chatas? Talvez. É bem provável visto que as novas fics/ones precisam de um grau mais elevado de mentalidade e não deve ser fácil para as pessoas que não o têm conseguir ficar lendo elas e ter a capacidade de ficar pegando tudo o que eu quero que um vdd leitor pegue.

Estão confusas? Admito que sim. Eu acho que sim. Mas isso é porque eu estou explorando a narração em primeira pessoa. Ou seja muito possivelmente o Percy (ou a Annabeth) tem aqueles pensamentos e reflexões fora do contexto, e aquelas discussões internas onde ficam se auto-perguntando e tudo mais. Mas isso é proprosital. Porque eu estou me relfetindo neles. E como você sabe a cabeça de um adolescente é um turbilhão pensamentos e reflexões (que muitas vezes, não têm sentindo nenhum). Ainda mais quando inspiradas em mim mesmo.

então é isso gentinha ♥ desfrutem do cap novo.



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— Olha não ligue pra desarrumação – ele murmurou um pouco constrangido – eu tentei dar um jeito de manhã mas era isso ou perder a carona da minha mãe.

So you don't know where you're going and you wanna talk

Isso mesmo minha gente.

Eu estava na casa de Percy Jackson.

Ele fechou a porta atrás de mim e se dirigiu para a cozinha, na qual eu acompanhei.

Era uma casa bem simples. Havia um sofá marcando a sala à esquerda da entrada. Uma estante enorme estava colada na parede onde sustentava um televisor e vários porta retratos. Havia uma mesinha no centro com algumas decorações e revistas sobre ela, porém, quatro garrafas de cerveja vazias se encontravam no chão e no sofá.

Percy pareceu notar o mesmo, se apressando a recolhe-las e as jogando num saco de lixo verde.

— Eu falei – ele resmungou olhando pra mim – Só ignora tá?

— Não tem mal…

Não fiquei surpresa. Percy já me havia contado quantos litros o seu padrasto bebia diariamente. E como ele ficava depois disso.

Ele guardou o saco do lixo num pequeno caixote num dos cantos da cozinha respirando fundo.

Eu caminhei até ele segurando em sua mão, na qual ele apertou. Os seus olhos me encararam e por um segundo apenas eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo.

Mais sortuda do que eu alguma vez julguei ser.

Mas como você chegou aí Annabeth? – vocês devem estar se perguntando.

Como vocês sabem, Percy passou a noite na minha casa (e na minha cama mas vamos deixar isso para lá). E apesar de eu ter acordado sozinha na manhã seguinte e descobrir que ele havia saído às 4 horas da manhã, eu fiquei feliz…



— Me desculpe eu ter saído sem falar nada – ele murmurou olhando o chão.

Eram 8 horas. Isso significava 30 minutos antes da primeira aula, e uma hora e meia depois que acordei em meu quarto e ele não estava.

Mas agora ele estava na minha frente. Não usava nem a camiseta que eu havia emprestado, e muito menos o meu par de calça.

Ou do meu pai mesmo.

Estávamos a poucos metros da escola. Eu podia ouvir os jogadores de basket rindo, e dos carros apitando anunciando a sua chegada.

— Não tem mal – eu falei sorrindo. Eu não conseguia parar de o fazer – Acho que minha mãe não ia achar engraçado ver você lá.

— Sua mãe já me odeia o suficiente – ele riu junto comigo passando a mão em seu cabelo. Os olhos verdes estavam mais brilhantes que nunca, e um sorriso sapeca tomava conta dos seus lábios.

— Não esquenta com isso – eu sussurrei o olhado. Ele estava extremamente feliz e bonito hoje.

E sim, eu vou fazer mais um paragrafo sobre o peculiar estilo de Percy Jackson.

Ele usava uma camiseta preta sem mangas com uma inscrição qualquer no peito. A calça estava justas nas suas pernas torneadas com alguns rasgões sobre os joelhos.

O seu sorriso de lado delineava o rosto, fazendo o cantinho esquerdo da sua boca se elevar um pouco.

Ele inclinou um pouco o rosto arqueando a sobrancelha.

Até aquela maldita sobrancelha era a sobrancelha mais bonita do mundo.

— Está tudo bem? – ele perguntou pra mim.

— Sim… porque não estaria.

— Você está me encarando de novo – ele desviou os olhos constrangido e eu notei o rubor das suas bochechas se tingirem de vermelho

— Não estou não – mentira. Eu estava mesmo.

— Está sim – os seus olhos correram a calçada evitando os meus. Olha pra mim desgraça! – É como se estivesse me imaginando nu.

— E quem falou que não estou? – eu brinquei.

Os olhos dele se arregalaram e um sorriso besta se formou logo depois.

— Uma noite na mesma cama e você já vem com essas conversinhas aí? – a maldita sobrancelha se arqueou pra mim – Você anda se revelando muito Annabeth.

Eu ri, encarando o chão.

— “Uma noite na mesma cama”… - os meus olhos se encontraram com os dele - sabe que você não deve falar isso muito alto né? Acho que vai ficar um pouco fora do contexto.

Ele riu.

Era a minha risada preferida de toda a manhã.

… e de toda a semana também.

Se seguiu um minuto de silêncio.

Eu senti sua mão alçando a minha, se entrelaçando nos meus dedos. Nas minhas fantasias, as nossas mãos se encaixavam como duas peças de um quebra cabeças.

Mas na realidade não.

Os quebra cabeças só tem um único jeito de ser montado. Peças cabem em peças, e por mais que tentemos, ele sempre está destinado a ficar do mesmo jeito. Fixo e montado de uma só e única forma.

Percy Jackson não podia ser comparado a isso. Não quando ele tinha vários jeitos.

Vários jeitos quem cabiam em várias formas.

Percy Jackson da realidade era tão mais complexo que isso.

E tão mais maravilhoso também.

— Pare de pensar tanto – ele sussurrou levantando o meu rosto.

— ahn?

— Odeio quando você fica aí pensando sozinha e me deixa sem saber o que fazer – ele gemeu frustrado.

Eu ri, eu senti seu aperto relaxar por leves segundos.

— Desculpe – eu murmurei humedecendo os lábios.

Ele respirou fundo coçando a nuca.

Tinha alguma coisa o preocupando…

Como eu sei? Percy Jackson não era só um não quebra-cabeças. Ele também era um não quebra-cabeças transparente.

Vocês sabem disso. E por mais que ele tente ele não conseguia deixar de ser desse jeito.

Só fala comigo menino!

— Que se passa Percy? – eu perguntei chegando mais perto. Eu consegui sentir o aroma do seu AXE alcançando as minhas narinas. Ele respirou fundo.

— A gente precisa falar não é?

“Você é meu coração vermelho”

— É… acho que sim… - eu murmurei

Ele deu um meio sorriso. A sua mão largou a minha alcançando a minha cintura. Ele apertou a base da minha coluna me puxando gentilmente contra a ele. O seu rosto se escondeu sobre os meus cabelos e eu senti as suas respirações sobre a pele exposta do meu ombro. A minha mão apertou a sua camiseta preta, enquanto eu segurava o seu pescoço.

— E agora? – eu perguntei baixinho sentindo-o humedecer os lábios pela quinta vez naquela manhã.

— Você está no controle lembra? – ele riu baixinho afastando o seu rosto, me encarando.

Os cabelos negros do seu topete caiam pela testa, e as bochechas estavam tão ou mais coradas que antes. As pupilas dos seus olhos estavam tão dilatas que mal dava pra enxergar as iris verdes cor de esmeralda.

A sua mão direta ergueu o meu rosto à altura do seu. Eu sentia o seu coração batendo desregulado contra o meu peito.

Os seus dedos passaram sobre os meus lábios e eu ouvi um suspiro vindo dele.

— A gente devia ir – ele falou ainda com as mãos em volta do meu corpo.

… Sério isso? Sério isso mesmo?

— É, deviamos – eu falei meio ressentida apertando a camiseta em minhas mãos. Ele pareceu notar pois soltou um suspiro frustrado e segurou o meu queixo novamente. 

— Ei – ele mordeu o interior da bocecha. – Não… não faça isso.

— Oque?

— Não fique desse jeito… não comigo.

— Eu não estou de jeito de nenhum com você.

Mas eu estava…

— Você significa mais pra mim do que pensa Annabeth – ele murmurou me fitando – Muito mais.

— Então me explique – eu sei que não estava em posição de exigir. Acho que nem eu sabia explicar direito também.

Era complicado demais, complexo demais.

Com Percy Jackson era tudo demais.

Sempre era.

— O problema é esse – ele murmurou pra mim. A sua mão agarrou o meu rosto, e eu senti seu polegar roçando contra a minha bochecha – Eu não sei como explicar.

Mas eu sabia... 

Bem lá no fundo eu sabia. Eu sabia de verdade, e com toda a certeza do mundo.

— Está tocando – ele avisou olhando para trás onde a maioria dos alunos já seguia o caminho pra dentro da escola. Eu concordei sentindo os braços relaxarem em volta de mim.

— Vamos? – ele sorria.

Eu não vou mentir.

Eu esperava mais. Muito mais vindo dele. 

Mas talvez seja esse o problema entre mim e Percy Jackson.

Talvez seja o problema de todos nós.

Nós sempre esperamos demais das pessoas. E talvez seja por esperar tanto que não vemos que talvez essa pessoa não tenha a capacidade de dar o que a gente quer, no tempo que a gente quer. Eu sei que soa meio confuso mas..

A verdade é que todo o mundo é diferente, e se relaciona diferente.

E todos têm seu tempo…

O que estava acontecendo é que Percy Jackson precisava de tempo. Tempo esse que talvez eu não estava dando…

Você não constrói uma relação baseado no quer você quer ou no que você precisa. E sim no que vocês querem e do que vocês precisam.

Entenderam? “Vocês”.

Um grupo. Um conjunto de duas pessoas.

Eu sabia o que sentia por Percy. Sabia com toda a certeza do mundo e queria que ele entendesse. Mas o “eu quero” não funciona aqui. Não desse jeito.

— Percy? – eu chamei quando senti ele pegando em minha mão.

Ele me olhou arqueando a sobrancelha em espectativa. Eu aproximei meu rosto bem devagar.

Não era como estivesse com medo de assusta-lo ou que ele recuasse mas… Eu não tinha a certeza dos meus movimentos quando ele estava por perto.

Beijei gentilmente a sua bochecha.

O seu rosto esquentou e ele deu um sorriso de lado se mantendo relaxado.

— Você também significa muito pra mim – eu falei baixinho – Eu espero que você saiba disso.

Ele sorriu. O seu braço rodeou os meus ombros e, sem dizer nada, a gente seguiu caminho até ao interior da escola.

 

— Você quer alguma coisa? – ele perguntou olhando pra mim, enquanto bebia um copo de água da torneira avançado até à geladeira – Temos pão, bolo de morango que a minha mãe fez – ele levantou o rosto sorrindo pra mim – que por acaso é bem bom pode comfiar… er… mais… fiambre e queijo?

Eu ri.

Percy estava mais… eu não sei explicar direito.

Novidade né?

Mas ele estava mais mudado.

Sorria ainda mais, conversava ainda mais, e agora brincava ainda mais.

Ainda mais que antes.

— Eu estou bem.

— Certeza? – ele insistiu ajustando a touca preta sobre a cabeça na qual uma pequena franja de cabelos negros descia sobre a testa.

— Certezinha absoluta. A gente comeu antes de vir lembra? – eu questionei o olhando.

— Só quero que se sinta à vontade – murmurou com um sorriso.

E sempre um cavalheiro… sempre.

— Você tem certeza que Gabe não vem? – não preciso falar que eu não gostava de Gabe né? Isso pra não falar que Percy fazia questão que ele nunca me visse.

Eu não entendia o porquê mas também não discordava.

Eu não fazia questão de conhecer Gabe.

— Hoje não – o seu rosto endureceu por leves segundos – Ele vai ficar fazendo turno da noite. Ele falou pra minha mãe que não fizesse jantar já que ele comia por lá.

Eu assenti mais aliviada.

Eu não soube o que aconteceu depois daquela noite entre Percy e Gabe.

Quando eu perguntei pra ele, Percy se limitou a encolher os ombros e falou que tava tudo normal.

Eu não insisti.

— Vem – ele pegou na minha mão me guiando pelo corredor.

Como falei a casa de Percy era bem simples. Era uma das mais pequenas do bairro, se não a menor mesmo, sendo a terceira casa térrea da nossa rua. Ele me puxou pelo corredor, me guiando até à terceira porta.

— Como falei, não ligue pra desarrumação – ele sorriu envergonhado.

Eu sempre me ficava perguntando como seria o quarto de Percy Jackson.

Na minha imaginação eram um cubículo de paredes pretas, e vários posters de rock alternativo espalhados pelos cantos. A cama dele estaria desfeita onde uma colha preta se sobrepunha aos lençóis brancos. Todos os moveis eram escuros combinando com o quarto pouco iluminado devido às janelas fechadas.

Era essa a imagem que eu tinha do quarto de Percy Jackson, então imaginem só minha surpresa quando ele abriu a porta e me dei conta do quão errada eu estava.

O quarto era tão… não Percy.

Eu não sabia se era pelas paredes azuis ou pela luz que vinha das cortinas brancas que iluminava perfeitamente o pequeno quarto.

— Que foi? – ele olhou pra mim arqueando a sobrancelha esquerda.

— Que foi oque?

— Você parece meio que… desapontada. – os seus olhos correram o quarto voltando a me encarar – Está tudo bem?

— Tudo ótimo.

As pessoas nem sempre são o que parecem não é mesmo?

— Ei – ele falou se sentando sobre a cama – você não falou pra sua mãe que vinha aqui pois não?

— Claro que não – eu me sentei do seu lado olhando pro poster de Bastille colado sobre a parede. – Duvido muito que ainda estivesse aqui se tivesse contado pra ela… mas porquê?

— Vai que ela resolvia  vir aqui pra pegar você.

— Ela não chegaria tão longe Percy – eu ri.

Ele me olhou.

Aquele olhar de “quer apostar mesmo?”

 

Naquela tarde eu voltei pra casa mais cedo. Professor havia faltado o dia inteiro, informando a direção que não iria dar aula o resto do dia.

Não preciso falar que todo o mundo ficou feliz né? A turma comemorou tanto que chegava a duvidar se era uma aula perdida ou a vitória na Copa do mundo.

— Você vai pra casa? – Thália perguntou quando saíamos da sala. Ela estava feliz, e não era pela recente falta do professor. Havia outra coisa.

Outra coisa que ele não queria me contar. Pelo menos por enquanto.

— Eu acho que vou. – eu respondi pegando no meu celular – Percy ainda vai ter aula e você vai tar meio ocupada né? – eu não me preocupei em disfarçar meu olhar sugestivo.

— Do que você está falando? – ela riu desviando os olhos – eu só tenho coisas pra fazer.

O engraçado?

Nico respondeu exatamente a mesma coisa hoje de manhã.

Coincidência? Acho que não né?

— Tudo bem – eu encolhi os ombros pra ela – pode ir.

— Voce fica bem? – ela me encarou num tpm de dúvida. – Certeza que não se importa? Eu sei que gente não tem saído só as duas hà muito tempo mas n-

— Hey tá tudo bem! Eu não estou chateada – eu tranquilizei – se divirta sim? A gente combina alguma coisa pra depois de amanhã ou algo assim.

Ela arqueou a sombracelha.

— Porque não pra amanhã?

Porque eu sei que, se as coisas deram certo hoje, amanhã você não vai disponível.

— A gente depois vê sim? – eu sorri acenando – eu vou indo já.

— Tá bom, eu te ligo depois! – ela sorriu pra mim pegando no seu celular e ligando pra alguém que eu tinha quase certeza de quem era.

Eu peguei um táxi. Não havia ónibus naquele horário.

Era terça feira, dia de folga da mamãe. Logo, eu não fiquei espantada quando a encontrei em casa tomando café enquanto olhava algo no seu laptop.

— Oi mãe – botei meu casaco nos cabides da entrada. Ela virou o rosto e me olhou com surpresa.

— Chegou cedo Annabeth – havia um leve trago de desconfiança na sua vez – que se passou querida?

— Tá tudo bem – eu sorri pra ela colocando minha mala sobre a mesa e beijando os seus cabelos – eu só não tive aula.

— Ah – ela bebeu mais um gole do seu café. – Já comeu? Eu trouxe pasteis de belém daquela pastelaria que você gosta.

— Eu já como mas primeiro vou só tomar duche sim?

— Tudo bem mas não demore ou eles esfriam – ela sorriu voltando sua atenção para a tela digital do notebook. Eu subi rapidamente as escadas caminhando até ao quarto. Peguei na primeira camiseta que vi, e no par de jeans que havia deixado em cima da cadeira ainda por arrumar.

Não demorei. Em menos de 10 minutos eu já havia saído do banheiro com a toalha em volta do corpo.

Minha mãe sempre falava que eu era maníaca por banhos.

E talvez eu seja.

Eu não gostava de andar suada, fedida e suja. Eu odiava quando isso acontecia.

Mesmo que não tivesse suado nem uma gota durante o dia ou tivesse estado em casa sem fazer nenhum a tarde inteira eu precisava sempre de tomar dois banhos.

É uma das minhas muitas manias.

Desde de sempre.

Eu estava terminando de me vestir quando ouvi a campainha tocar mesmo antes de ouvir minha mãe gritando o seu habitual “eu vou lá não se preocupe”.

Péssima escolha Annabeth… péssima escolha.

Eu calcei meu chinelo e pendurei a toalha sobre o cabide da porta.

Imaginem minha surpresa quando vi Percy Jackson na minha porta ouvindo as reclamações da minha mãe.

— Eu já falei eu só quero entregar isso a ela – Percy esperava impaciente com o livro nas mãos.

O livro de Biologia que eu havia esquecido na aula.

— Já entregou – minha mãe praticamente tirou o livro das mãos se preparando pra fechar a porta – Agora pode ir.

— Percy.

Foi então que minha mãe me olhou.

E eu não sei como descrever aquela expressão em um paragrafo só.

E querem saber porque? Porque ela nunca havia me dado aquela expressão antes.

Era nova. Eu a denominei como “Expressão Anti-Percy”.

Lembram-se do que eu falei há 3 capítulos atrás? Que as mães desse bairro não gostavam de Percy Jackson? Exato, minha mãe era uma delas.

E isso não deixa de ser irónico porque desde pequena eu sempre ouvi da boca dela, aquele tipo de frase “nunca julgue ninguém antes de o conhecer Annabeth”, “Você não pode se basear em rumores Annabeth”.

Porém, quando ela viu Percy Jackson tudo isso passou a esquecido.

Não que eu alguma vez tenha comentando sobre Percy com minha mãe e vise-versa. Ela nunca havia falado dele em momento algum.

Eu preço minha vida tá? 

No entanto, sempre que Athena Chase botava os olhos em Percy Jackson havia o processo dos 3 passos.

O 1º– o olhar de reprovação. Era o primeiro que minha mãe fazia sempre. Os olhos se estreitavam e as sobrancelhas se uniam. Eu não entendia porquê disso. Nos dois anos que Percy se mudou para aqui nunca houve problemas por parte dele ou muito menos queixas. Acho que até minha mãe nem sabia a razão do seu ódio a Percy Jackson. Simplesmente ela o tinha e não fazia questão de o abandonar nunca.

2º passo – O desdém. Ela não faiza questão de esconder que não gostava de Percy Jackson. Muito menos na frente dele.

3º e ultimo passo. – o famoso sermão. E essa não tinha como destinatário Percy Jackson. Era comigo que ela o usava. Esse passo era uma longa lista de exigências de “como você não se deve dar com esse garoto”.

E olhem que ela nem sabia que eu sou amiga de Percy Jackson.

Quer dizer… não na altura.

— Annabeth – Percy teve a ousadia de sorrir.

Minha mãe ficou mais fula ainda.

— Pode me explicar porque esse garoto está aqui? – ela resmungou como se a presença de Percy Jackson não existisse naquele momento – Eu estou esperando uma resposta Annabeth.

— Eu só vim entregar o livro pra você – ele continuou, ignorando o olhar de ódio da minha mãe – Sua mãe é  que tá metendo o louco sem razão.

— Olha como fala comigo criança! – minha mãe levantou o dedo.

— Percy é melhor você ir a gente fala depois sim?

Minha mãe arregalou os olhos.

Eu podia ouvir o eco das minhas palavras “a gente se fala depois” ecoando na cabeça dela uma e outra vez.

Santa Maria me proteja....

— Por favor Percy – eu estava suplicando.

— Tudo bem – ele piscou pra mim e olhou pra minha mãe com um sorriso largo – tchau aí Senhora Chase.

Minha mãe o olhou com mais ódio ainda.

Naquele dia, minha mãe me deu o maior sermão de toda a minha vida.

“Como você pode fazer isso  comigo Annabeth?” “Como você pode ser amiga daquele marginalzinho” “Porque você nunca me dá ouvidos?”.

E isso durou uma hora inteira.

Na cabeça dela, Percy Jackson era uma marginal rebelde que iria me levar pelos maus caminhos rumo à delinquência. E por mais que eu tentasse explicar a minha amizade com Percy Jackson, ela não quis entender ou muito menos ouvir.

E isso se prolongou até à chegada do meu pai.

— Tá tudo bem? – meu pai perguntou confuso quando me encontrou sentada no sofá enquanto minha mãe pregava o seu discurso que nem padre em missa de domingo.

Minha mãe tratou de contar a história toda.

E preciso falar que ela exagerou em 99,9% da história? Claro que não.

Meu pai escutou tudo com atenção.

Quando ela terminou ele apenas me encarou com os seus olhos atentos e perguntou num tom sério – Ele alguma vez tentou obrigar você a fazer algo que você não queria? Alguma vez ele cogitou você a fazer algo errado?

Eu fui sincera.

— Claro que não!

— Então não acho que você se deva afastar dele.

E o resto da noite se seguiu com minha mãe reclamando com meu pai do quão “irresponsável ele estava sendo com sua filha”.

Me perdoa pai, eu te amo. 

 

— Ok, talvez ela viesse.

— Com certeza ela vinha Annabeth – ele riu se jogando na cama.

Eu fiz o mesmo.

Eu acho que já existia uma certa intimidade entre mim e Percy Jackson agora

CLARO menina! Ele dormiu na sua cama!

Shiu!

— Porque viemos para aqui? – eu perguntei pra ele encarando teto do quarto.

Oh I wanna talk to you, let's talk, let's talk. 

O seu rosto se virou pra mim e ele encolheu os ombros.

— Não sei… eu vi o seu quarto então é meio justo ver o meu.

— Vai me deixar dormir na sua cama também? – eu gargalhei fazendo-o rir junto comigo. 

— Quem sabe – ele encolheu os ombros me encarando com um olhar sugestivo – então o que você quer fazer?

Eu sorri, encolhendo os ombros também.

— Não sei… o que você quiser

Ele uniu as sobrancelhas e respirou fundo.

— Você não devia me falar essas coisas – ele resmungou baixinho.

Eu o encarei confusa.

Well I feel like they're talking in a language I don't speak

— Como é?

— Quando você fala isso desse jeito… - ele se aproximou de mim. Ele se deitou de lado, se inclinando pra mim. A sua mão tocou no meu rosto e ele mordeu o lábio por um leve segundo – Eu fico imaginando todas as coisas que quero fazer com você.

Eu não tive coragem de rir. Apenas o encarei com tanta intensidade que julguei não existir mais nada naquele quarto se não ele e eu.

Só nós dois.

— Não fala isso – eu falei num tom frio virando o rosto.

Ele me olhou curioso.  A sua maldita sobrancelha esquerda arqueou de novo, e o olhar se estreitou na minha direção.

— Porque não?

— Porque eu fico pensando coisas – admiti baixinho – eu não quero ficar criando expectativas pra depois me desiludir no fim Percy… não quero isso.

— Eu nunca vou desiludir você – ele sussurrou baixinho ligeiramente ofendido – Você sabe disso.

Eu toquei no seu rosto.

Ele não recuou ou pareceu incomodado.

Pelo contrário, ele parecia querer isso.

Quase tanto quanto eu.

Os dedos passaram pelas suas bochechas subindo até à touca escura que ele usava. Os pequenos fios de cabelos insistiam em permanecer na sua testa. Eu sentia o dedos percorrer o meu queixo, contornando depois os meus lábios.

As sobrancelhas se uniram de novo por uma fração de segundos.

— Eu quero fazer uma coisa com você… - ele falou baixinho de novo.

— Então porque não faz?

— Porque eu tenho medo que… se eu fizer o que tou pensando em fazer, as coisas podem mudar… eu não sei se quero isso.

— Mudar é bom às vezes – eu falei.

Os seus dedos continuavam circulando a minha boca. A minha mão segurou o seu pescoço.

Só faz Pela Amor de Deus!

Ele me encarou de novo. Eu consegui notar os músculos do maxilar se contrair de novo.

— Eu não sei se quero que as coisas mudam… eu gosto do jeito que estamos.

Respirei fundo.

— Entendi – murmurei desviando o rosto.

Eu afastei a sua mão do meu rosto com calma, e me levantei da sua cama.

E naquela hora eu entendi...

O problema não era o tempo que eu não estava dando pra Percy querer mudar as coisas.

O problema aqui… era que Percy não precisava de tempo porque nem ele mesmo queria mudar.

E uma coisa que a vida me ensinou foi não colocar intensidade em algo que não existe…

E Percy era uma delas pelos vistos. 

You'll tell anyone who'll listen but you feel ignored

— Eu vou embora – eu falei.

— Annabeth n-

— Deixa – deu um sorriso forçado porém ambos sabíamos que não passava disso. Forçado – Não precisa…

— Você está entendo tudo errado – ele se levantou pegando na minha mão.

Eu a afastei.

— Eu acho que não Percy- – sussurrei. Eu estava magoada? Muito. Estava desiludida? Bastante. Mas eu não podia culpar ele.

Não podia culpar ele por não me ver do jeito que eu o via.

Não o suficiente. 

— Descanse Percy – eu murmurei – as coisas não vão mudar mais.

— Annabeth. – ele suspirou passando as mãos no rosto - não é desse jeito voc-

— Eu vou indo tá? – e saí ignorando as repetidas vezes que Percy Jackson chamou meu nome.

And nothing's really making any sense at all, let's talk

Eu voltei pra casa na hora.

Eu não parei nem uma única vez. E ele não veio atrás de mim uma única vez também.

E eu preferi desse jeito mesmo. Eu não queria ficar me relembrando do quão idiota eu era por ter os sentimentos que tinha.

Quando eu cheguei a casa eu agradeci a Deus por minha mãe não estar presente. Eu não queria ter que explicar o porquê de estar com a maior cara de emburrada da historia.

E mesmo que não explicasse ela já ia achando que Percy Jackson estava metido de alguma forma (o que não era mentira mas enfim).

You could climb a ladder up to the sun, or write a song nobody had sung or do

Eu abri a porta e cumprimentei Yoda que estava deitado na sua cama ao lado do sofá. Ele me ignorou continuando espojando sobre as alcofas.

— Fui eu que te criei desgraça – resmunguei subindo pro quarto.

Me deitei sobre a cama encarando o teto.

É nessa hora que eu queria ter um buraco pra enfiar a cabeça dentro.

Minha mente estava uma bagunça completa...

Eu só não entendia. Não entendia as atitudes de Percy Jackson.

Uma hora ele era carinhoso e me falava aquelas coisas que me deixavam mais feliz que estudante em um feriado.

“Você significa mais pra mim do que pensa Annabeth”.

Ah ham. Nota-se.

E depois… bem, ele ficava daquele jeito!

Sim, aquele jeito de “pode ir tô nem aí pra você”.

Do you feel like a puzzle, you can't find your missing piece?

Eu me sentia irritada, frustrada magoada, tudo de uma vez só. 

Era como se uma bomba nuclear estivesse arrebentando e eu estivesse indo junto!

Eu suspirei me virando e eu fixei o olhar em algo que não estava ali ontem. 

Havia uma coisa nova no meu criado mudo.



— Você até que nem fica mal Percy – eu sorri ajeitando os óculos em seu rosto.

Ele arqueou a sobrancelha e resmungou baixinho.

Nós estávamos no barzinho da escola. Havia várias mesas redondas espalhadas juntamente com as cadeiras e alguns pósters colados na parede. O balcão ficava na direita onde as moças tratavam de servir tudo o que havia á disposição.

Menos café.

Elas não vendiam café aos estudantes. Segundo elas, a politica da escola afirmava que “adolescentes estão expressamente proibidos de beber cafeína”. (como se isso nos impedisse de beber café fora da escola mas enfim).

Percy  e eu havíamos sentado numa das mesas afim de estudar para a prova de História que teríamos nos próximos dias. Dois cadernos estavam abertos sobre a mesa, juntamente com um livro e dois lápis.

Mas havia algo diferente.

Algo que eu nunca havia notado antes.

Muitos pensam que Percy Jackson não é fan da escola.Mas isso não é verdade. Percy Jackson gostava da escola sim. O Uníco problema de Percy era sua relação com os professores.

Desde do primeiro ano aqui Percy Jackson sofreu com uma atitude que todo o professor teima em fazer.

Suposições erradas.

Era só eles botarem os olhos no seu cabelo, no seu piercing e na sua roupa que já ficavam pensando “hmm, esse daqui não vale o esforço”. E isso irritava Percy Jackson.

E até a mim também.

“os Adultos não entendem os adolescentes”.

E por muito ofensivo que isso seja é bastante verdade.

Percy podia ser preguiçoso? Podia. Podia ser impulsivo? Oh sim, bastante.

Mas havia uma coisa que Percy Jackson também era.

Dedicado.

E isso estava provado em todos os livros que ele trazia na sua mochila. Havia varias notinhas coloridas coladas nas suas páginas. Formulas cientificas no livro Biologia, equações matemáticas com um “!!não esquecer!!” sublinhado por baixo no livro de cálculo, e até anotações sobre os livros que estávamos dando em Literatura.

E isso se repetia em todos os livros de todas as disciplinas.

— Merda de miopia – ele resmungou ajeitando a armação escura sobre a cana do nariz – tou ridículo.

— Eu gosto de ver  você de óculos – eu murmurei sorrindo.- você fica bonito.

Sempre.

Sempre era impossível não sorrir com Percy Jackson por perto.

Ele me olhou e as suas bochechas coraram. 

— Eu já falei pra você não falar coisas desse tipo – ele resmungou baixinho escondendo o rosto em suas mãos.  - Você sabe como eu fico. 

Ele era tão fofo.

— Desculpa. – eu baixei o rosto envergonhada.

Às vezes eu esquecia de medir as palavras.

Ele sempre ficava desse jeito quando isso acontecia.

Ele inclinou o rosto por baixo do meu rosto. Os seus olhos verdes estavam mais brilhantes e um sorriso meigo delineava a sua boca.

E que bela boca ele tinha meu deus.

Ele segurou o meu rosto e meu deu o seu sorriso. Aquele sorriso que eu faço questão de reforçar em cada paragrafo desse relato.

— Você timída é uma fofura sabia? – ele riu me mostrando as suas covinhas.

— Para! – eu resmunguei afastando o seu rosto.

Ele riu pegando na minha mão entrelaçando os nossos dedos.

— Mas é verdade – o tom baixou um pouco e ele aproximou o rosto do meu – muito fofa.

Ele passou o braço em volta dos meus ombrose beijou os meus cabelos.

— A gente precisa terminar isso aqui – eu falei ainda com o rosto em seu ombro – se não, não vamos terminar nunca Percy.

Ele concordou me soltando do seu aperto.

— Onde iámos?

— Revolução liberal – eu respondi pegando no livro. Percy assentiu segurando a caneta enquanto passava todos os seus resumos de novo pra folha.

— Hey – eu peguei no seu pulso encarando a pulseira que ele usava – é nova?

— Nem por isso – ele sorriu pra mim. – Eu achava que havia perdido ela há muito tempo. Afinal estava num caixote das mudanças que eu nunca arrumei.

— Bem bonita. – elogiei.

E era mesmo.

Percy usava 3 pulseiras em seu braço. Uma era de couro preto simples que se assemlhava a um pequeno cinto em volta do pulso. A outra  era negra também, porém havia uma pequena plaquinha onde estava escrita uma oração que eu não consegui ler. A mais simples era apenas um pedaço de couro esverdado com uma pequena cruz pendurada na corrente que lhe caia pelas costas da mão.

Mas havia mais uma.

Uma diferente de todas as outras.

Eram um fio escuro trançado que se unia através de um único pingente.

Um pigente metálico bem familiar.

Mais precisamente aquele que estava no sétimo álbum dos coldplay.

— Onde você a comprou? Lembra?

— Eu comprei ela quando o álbum saiu – ele sorriu pra mim apontando pra ela – foi no dia em que eu fui comprar o CD e eles davam elas.

— Bem legal, combina com você.

Eu soltei o seu pulso. Ele me olhou com carinho e deu um sorrisinho de lado.

SIM. O seu sorrisinho de lado.

— Combina mesmo – ele abriu a mola da pulseira a retirando – Mas acho que fica melhor e você não?

Ele pegou no meu pulso.

— Percy não precisa e-

— Ah shiu! É um presente não se rejeita presentes – resmungou dando uma risada baixinha. Ele rodeou o meu pulso e fechou o trinco – viu? Perfeita!

— Era a sua pulseira Percy – pigarreei.

— Tem razão, era a minha pulseira. Agora é sua.

— Você não devia.

— Mas já fiz ué – ele sorriu encolhendo os ombros virando a sua atenção pros livros em cima da mesa.  Ele suspirou e sorriu pra mim – Agora vamos mulher me prepare pra prova!

 

Eu sorri pegando na pequena bracelete.

Porque as coisas não podiam ser assim sempre?

Custava tanto assim?

In the future where will I be?

Fechei os olhos e supirei.

As almofadas ainda tinham o seu cheiro.

Mas aprenda uma coisa caro leitor.

O mundo nunca sabe quando deve parar de irritar você.

E precisamente 4 minutos depois, eu recebi a mensagem de Percy Jackson.

“Sua promessa ainda se mantem?”

Na minha cabeça eu só conseguia me arrepender mentalmente de ter dito aquelas malditas 5 palavras, naquela maldita tarde, naquele maldito dia.

“Eu posso tentar conservar você”.

Porque eu tinha que me apaixonar logo por ele? Porquê mundo?

Não tinha ninguém mais simples não?

Menos complicado e teimoso? Não?

I've been trying hard to reach you 'cause I don't know what to do

O celular voltou a vibrar.

Mais uma mensagem daquele maldito coração vermelho.

“Eu não suporto ficar desse jeito com você”.

Resmunguei.

Repito: Tão complicado!

Nem demorou um segundo e ele já veio vibrando de novo.

Caramba menino chato! ME DEIXA EM PAZ PERCY!

“Quero você de volta”.

A verdade é que… eu também queria ele de volta.

I'm so scared about the future and I wanna talk to you

Queria com toda a força.

O problema era que, quanto mais Percy estava próximo, mais eu me iludia.

E todos sabemos como isso termina no final…

Então eu fiz o que achei mais correto.

Eu ignorei…

 


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Notas finais do capítulo

Quantas vezes a gente ja n se iludiu hm?
Quantas?
aushaushasuhasuhas
Tem mo textão la em cima se vc kiser ler
eu iria gostar