Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Galerinha, estou mais cedo por aqui porque vou ficar uns dias fora então não daria para eu postar quarta-feira (mas eu iria postar agora da mesma forma, estou me fazendo de difícil mesmo), espero vê-los o mais breve possível!

Ah, amei os comentários como sempre! Espero que comentem mais, porque ficar no escuro não me deixa saber se vocês estão gostando ou não. ♥
Observações: Onomatopéia - "Brooommm" - (Direitos autorais - KATHLEEN LESSA)


Boa leitura!



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Oliver Queen

Sinto o sol queimar a pele do meu rosto avisando-me que o dia está amanhecendo. Mexo meu corpo para o lado e instintivamente coloco meu braço sobre o outro lado da cama procurando pelo corpo da garota em que passei a noite, mas para a minha surpresa está vazio. Levo as duas mãos até os meus olhos e os massageio antes de abri-los e enfrentar os raios solares que ultrapassam a persiana iluminando o quarto. Quando finalmente consigo reunir forças para abrir os olhos, passo a correr os mesmos por cada centímetro do quarto com o objetivo de encontrar a mulher que me proporcionou uma de minhas melhores noites e que deveria estar ao meu lado ainda dormindo, mas novamente não a encontro. Sento meu corpo sobre a cama, à medida que puxo o lençol para enrolá-lo a cintura. E por fim quebro o silêncio que toma conta de toda a suíte.

Hey! Cadê você? — passo os olhos pelo chão a fim de achar alguma peça de sua roupa, no entanto só encontro as minhas. — Eu não sei brincar de pique-esconde pela manhã. — com a voz ainda sonolenta continuo a chamar pela bela moça. Até que paro em frente ao banheiro que se encontra com a porta fechada. — Eu não sei seu nome ainda, não se chateie por isso... A culpa é somente sua. — sorrio assim que coloco minha cabeça sobre a porta, apoiando-a ali. — Você está aí? — espero alguns segundos, porém nenhuma resposta surge de dentro dele. Coloco minha mão na maçaneta a empurrando e para a minha surpresa, também está vazio.

Geralmente eu não costumo esperar o dia amanhecer para sair do hotel, eu faço o que tenho que fazer com a moça e saio, é tudo impessoal. Nós não precisamos conversar, nos conhecer e nem dormir abraçados. Não é essa a ideia, é só sexo. Mas depois da noite sensacional que tive, achei que pudéssemos ao menos tomar um café da manhã juntos, seria uma forma de recompensá-la antes de nunca mais nos vermos outra vez. Só que ela não está mais aqui, em nenhum centímetro deste lugar. Seu cheiro ainda está na cama, porque depois de chegarmos ao extremo orgasmo naquela estante, o próximo lugar em que trilhamos o caminho da alegria foi na cama, até que o cansaço se uniu ao sono e adormecemos. E somente isso que há dela em todo o quarto.

Volto a me sentar sobre a cama e meus olhos correm até o criado mudo a minha esquerda e algo me chama atenção. Há um guardanapo dobrado e sobre ele uma caneta. Logo, estico-me até o mesmo podendo pega-lo e antes de consegui-lo abrir sinto que o movimento de levantá-lo faz com que uma nota de cem caia no chão. Antes de me abaixar para pegar a nota, abro o guardanapo e o leio.

A reserva no hotel já está paga.

E a nota de cem é para recompensá-lo pela noite, e claro, para pagar um taxi.

Atenciosamente, tenha um bom dia.

Curvo meu corpo para baixo, alcançando a nota. — Vadia... — observo a nota e trinco meus dentes. — Uma grande vadia. — balanço minha cabeça em sinal de negativo ainda tentando acreditar em que estou lendo até que o celular em minha calça ainda sobre o chão começa a tocar e vibrar. Corro até o mesmo para o atender.

Diga Evelyn! — não poupo em esconder minha irritação ao atender o telefonema.

Senhor Queen, desculpe incomodá-lo, mas acabei de deixar William na escolinha de futebol e gostaria de saber se o senhor poderá ir busca-lo? — sua voz sai tremida após notar meu tom ríspido.

Sim, não há problemas, poderei ir busca-lo à tarde como sempre. Você já pode ir para a casa de seus pais. E desculpe pela minha forma de falar, você não tem culpa. — suspiro, controlando minha voz.

Não tem problema, todos nós temos dias ruins Senhor Queen. Tenha um bom dia.

Tentarei. — finalizo a ligação.

Evelyn é uma ótima menina, ela me ajuda a cuidar de William desde que ele nasceu. Eu tentei procurar uma babá profissional para me auxiliar com William, mas não consegui obter confiança de nenhuma das que interroguei, acredito que meu instinto super protetor de pai assustou as candidatas. Evelyn ainda é menor de idade e à noite quando termina seu trabalho vai para um curso preparatório com o objetivo de ingressar na mais renomada universidade pública de Starling City, ela é doce e adorável, sinto-me mal por ter sido grosso com ela, mas estou zangado e  com certeza essa sensação vai me acompanhar pelo restante do dia.

Sendo assim, após finalizar a ligação disco para o número de minha secretária que logo atende.

Mande alguém ir buscar um terno limpo para mim na lavanderia de meu apartamento. Eu preciso rever uns documentos! Rápido, Caitlin. — não me preocupo em ser cordial.

Bom dia para você também, Oliver. — ela ignora meu pedido.

Eu não estou com a mínima paciência em repetir o que eu acabo de pedir para você. Se não quiser perder o seu emprego, faça o que eu mandei. — antes que ela me responda, finalizo a ligação.

~~~

Felicity Smoak

Brooommm.

Brooommm.

Brooommm.

— Você precisa pegar. É uma ordem! — continuo enfiando o pé no acelerador, mas o maldito do meu carro continua a não me obedecer.

Talvez seja um castigo de Deus pelo que eu fiz na noite passada ou há algumas horas quando decidi por uma nota de cem como se estivesse pagando o otário pelo maravilhoso sexo que me proporcionou. Eu sei isso é ridículo, e para a minha surpresa essa é a primeira vez que faço isso em minha vida, ainda mais com o homem que foi. Mas para a minha defesa, mesmo sendo Oliver Jonas Queen, o Poderoso chefão, isso não o livra de ser um machista ridículo que acha que pode ter a mulher que quiser a hora que quiser.

Ele é um idiota.

E sim, eu estou muito ferrada em tê-lo como chefe.

— Com toda a certeza, a lei do retorno existe! — abro a porta do carro e a bato com toda minha força. — O Senhor ouviu? Eu já entendi! — olho para o céu abrindo meus braços com sinal de indignação. — Ele apenas mereceu, não foi culpa minha!

Olho em meu relógio e para a minha surpresa estou atrasada, o que não é uma novidade, visto que eu sou o atraso em pessoa. Pego minha bolsa pela porta de trás e a fecho, deixando o carro ali mesmo no estacionamento de meu prédio. Rapidamente saio para a rua com o objetivo de conseguir um taxi o mais rápido possível.

O sol está queimando meu corpo, o que me incomoda um pouco porque de onde eu venho o sol costuma ser um pouco mais amigável com as pessoas. O interior de Mississipi é conhecido por ter um clima mais tolerável, não é como Starling City que parece nos dar amostras grátis de como é o inferno. Mas por outro lado, aqui é bem movimentado, as pessoas muito bem vestidas andam de um lado para o outro como se estivessem atrasados como eu, mesmo sendo um dia de sábado o que difere completamente de onde eu nasci.

Como uma nova-iorquina, levando meus braços e com um dos meus melhores gritos, chamo um taxi. — Taxi! — mas para a minha surpresa, nenhum para. Realmente, preciso de uma cor mais ruiva no cabelo para chegar ao tom da Lindsay Lohan no filme Sorte no amor, talvez eu consiga parar algum taxi. Ou possivelmente isso só aconteça mesmo nos filmes. Observo no outro lado da rua há alguns metros de mim um rapaz conseguindo um taxi e com passos largos, o que é um pouco difícil para mim devido a minha falta de altura, consigo chegar aonde o rapaz se encontra já se preparando para entrar no carro.  — Obrigada pelo taxi, você é um cavalheiro.

— Espere aí, esse é o meu taxi! — ele segura a porta antes mesmo que eu consiga entrar.

— Vocês homens de Starling City estão precisando de algumas aulas de cavalheirismo. — volto a olhar para o relógio em meu pulso. — Estão esperando por você em um coquetel nas Indústrias Queen Consolidated?

— Como é? — o rapaz me parece confuso com a minha pergunta, mas logo me responde. — Não.

— Você é chefe de todo o setor de Tecnologias da informação das QC?

— Não.

— Seu carro deu problema e te forçou precisar pegar um taxi?

— Não.

— Desculpe, mas eu preciso desse taxi mais do que você! — entro no carro e fecho a porta de uma forma que o pino suba e impossibilite o rapaz do lado de fora abrir a porta.

— Espera docinho, nós podemos pelo menos dividir o taxi? Posso ser uma ótima companhia. — sua voz é sensual desta vez, o que me revira o estômago.

— Docinho? O que há de errado com os homens desse lugar? — respiro fundo e com um dos meus sorrisos mais simpáticos, respondo-o. — Docinho é uma ova! — dirijo-me para o taxista. — Indústrias Queen Consolidated, por favor.

Antes que o carro arranque dali, posso ouvir a indignação do rapaz ainda parado como um poste. — Você é uma louca varrida! — e não posso conter uma risada, porque talvez eu seja mesmo.

Meu nome é Felicity Megan Smoak, tenho 26 anos e nasci no interior dos Estados Unidos, mas especificamente Mississipi, e por mais que pareça que minha vida é perfeita... Nem sempre o que se vê é o que realmente parece. Porque desde que eu me conheço por gente a vida me testa como se eu fosse um de seus joguinhos preferidos em seu nível mais elevado. Pude sentir isso a partir do momento em que recebi as primeiras palmadas acaloradas na superfície de minha bunda dadas pelo médico para que eu chorasse e então liberasse meus pulmões, permitindo-me regozijar do ar puro que em fim me era apresentado.

Nesse exato instante, por mais que eu ainda fosse um ser de total ingenuidade e pureza no fundo eu podia sentir que a vida não seria uma de minhas melhores amigas. Dito e feito, o meu nascimento não foi dos mais fáceis, minha mãe ao decorrer do parto sofreu quedas de pressão que roubavam suas forças para que pudesse me expelir, os médicos que participaram do parto disseram que foi um verdadeiro milagre tanto eu quanto minha mãe, Donna Smoak, conseguirmos sobreviver.

Eu não vou mentir, assim que consegui abrir meus olhos e ter o primeiro contato com minha mãe, eu senti o quanto forte Donna Smoak era e a vontade de ter a mesma força gritava eloquentemente dentro de mim, e isso não se resume apenas porque tive uma concepção de tamanha dificuldade, mas sim porque nesse momento com toda a complexidade que passávamos não havia ninguém ali para segurar a mão dela para dar a força que ela precisava. Simplesmente não havia ninguém, somente eu e ela. Eu não tive um pai, eu não tive a pessoa que teria que estar ali para segurar a mão de minha mãe durante o meu nascimento. Tampouco eu tive a presença paterna para me ensinar o que seria ética e honestidade. Muito menos tive um pai para que me deixasse pintar seu rosto ou para que apenas brincasse comigo de boneca. Na verdade, eu não sei o que é isso. Eu nunca soube. 

Não sei o que é ter uma figura paterna por perto, nem mesmo sei o que é pronunciar a palavra pai.

Minha mãe conta que assim que meu pai, se é que posso chama-lo assim, descobriu que ela estava grávida a rejeitou, alegando que a gravidez era premeditada e que ela estava fazendo isso puramente por interesse, chegou até a dizer que esse filho que ela estava esperando, no caso eu, não era dele. Minha mãe nunca me disse o nome dele, mas pelo que ela me contava sempre que eu perguntava, dava a entender que era um homem de posses. Homem este que sumiu no mundo assim que soube de minha existência, nos deixou comendo poeira quase que literalmente. Mas mesmo com todos esses obstáculos, minha mãe me deu tudo o que eu precisava.

Após meu nascimento, ela conseguiu um emprego em um bar numa cidadezinha do interior de Mississipi. Não pagava muito pelo trabalho, mas na parte superior do bar havia um quartinho que o senhor Gonzalez, dono do bar, a ofereceu para que pudesse cuidar de mim durante o tempo livre que tivesse. E todo o meu crescimento foi assim, em um pequeno cômodo no andar de cima de um bar, onde eu vivia com a minha mãe que me mostrava que o pouco que tínhamos ela transformava em muito, me dando a educação que eu precisava, me levando a escola todos os dias até que eu adquirisse idade para ir sozinha. Foi ela que me mostrou a capacidade que tinha para dar entrada a uma das melhores universidades que havia no centro de Mississipi. Foi a minha mãe que dediquei meu diploma assim que me formei.

É a ela que eu devo a minha existência, a minha vida.

Mas no final de um arco-íris nem sempre se encontra o famoso pote de ouro, muito menos nem todas as novelas têm um final feliz, e aqui estou eu, prova viva disso tudo. Assim que me formei entreguei meu currículo para todas as empresas que gostaria de ingressar, e tudo isso foi escondido de minha mãe. Porque por mais que eu confiasse nela, eu sentia que ela não estava preparada para uma despedida caso eu conseguisse uma vaga em algum dos lugares que havia escolhido.

E aconteceu exatamente como eu esperava. Em um dia tranquilo com passarinhos cantarolando em minha janela, eis que o telefone tocou e quem atendeu foi minha mãe, eu não tive ao menos chances de alcança-lo. E na linha era Ray Palmer me chamando para uma entrevista em Starling City, mas que era somente para nos conhecermos melhor, uma vez que eu estava praticamente contratada. Minha mãe me passou todos os detalhes com lágrimas escorrendo pelas peras coradas que são suas bochechas. Eu podia sentir a dor que ela estava sentindo por eu ter escondido um dos acontecimentos mais importantes de nossas vidas. Ela não brigou comigo, não gritou comigo, somente me tratou com indiferença o que eu acho que é um dos piores sentimentos que existe e isso nos partiu ao meio.

Literalmente.

Nós tentamos conversar sobre isso durante os dias que eu ainda fique em Mississipi, mas Donna Smoak continuava a ignorar todos os tipos de explicações que eu tinha. E foi assim, exatamente dessa forma que eu vim para Starling City. Minha mãe não me levou ao aeroporto e muito menos me ajudou com as coisas que eu havia de resolver por aqui. Ela simplesmente se fechou.

 Vocês podem pensar que o motivo foi bobo ou algo parecido, mas no fundo, eu a entendo. Agi pelas costas da única pessoa que eu tenho no mundo, uma pessoa que agora estaria sozinha ali no mesmo bar em que passamos todos os anos de nossas vidas. Só ela e o senhor González, pois à medida que o tempo passou eles foram se conhecendo melhor até que o homem com a barba mais cheirosa que eu conheço tomou confiança e pediu a mão dela em casamento. Mas nada supera o lugar de um filho, e talvez, ela não me perdoe jamais.  

— Senhorita, chegamos! — meu transe é quebrado pela voz de locutor do taxista. Rapidamente, pego algumas notas espalhadas em minha bolsa e pago pela corrida. Assim que saio do taxi, posso sentir uma mão suave segurar a minha, ajudando-me.

— Pude perceber você a metros de distância, senhorita Smoak. — a voz também é suave e logo posso perceber de quem se trata, Ray Palmer.

— Ray, já disse que pode me chamar apenas de Felicity, não é?

— É verdade, desculpe-me! — ele entrelaça seu braço no meu como um perfeito cavalheiro e aos poucos nós vamos adentrando a empresa.

Uau, aqui é lindo, tudo foi tão corrido que eu não pude perceber a riqueza de detalhes! — meus olhos correm por todos os lados do local, tudo exalando aço inoxidável e vidros dos mais brilhantes que eu possa ter visto na vida. Se o luxo existe, ele está aqui.

— Eu tenho que concordar que a QC foi esculpida pelos melhores arquitetos que existe no mundo. O bom gosto nos domina! — Ray Palmer é tão impecável que até sua risada parece ser em um tom elaborado, nem muito alto e nem muito baixo.

— Oliver Queen virá para o coquetel?

Somente ao perguntar, posso sentir todos os pêlos de meu corpo arrepiarem. Eu não sei dizer o porquê, talvez seja medo de uma situação que eu mesma criei. Ou talvez seja algo que eu não deveria estar sentindo. Porque esse calor ao simplesmente pronunciar o nome desse idiota, não pode ser normal.

— O Queen é uma caixinha de surpresas, não se pode esperar nada vindo dele. E para ser realista, eu não contei sobre você a ele!

Palmer esboça um sorriso tímido.

— Eu já esperava que ele não soubesse o meu nome, você e o Sr. Robert Queen me avisaram durante a entrevista de emprego alegando que vocês tinham certa indiferença... Mas eu não esperava que ele ainda não soubesse o cargo que eu vou ingressar aqui. Ele é o diretor executivo Ray, ele deveria saber!

— Eu sei, mas isso é um detalhe que logo mais nós vamos resolver. Agora somente relaxe, você precisa conhecer os seus colegas de trabalho!

As portas do elevador se abrem e posso avistar um grande número de pessoas conversando enquanto seguram suas taças de champanhe parecendo esperar pelo acontecimento do ano. E eu não posso acreditar que tudo isso seja para mim. Ray Palmer faz questão de me apresentar para todos os funcionários e acionistas que estão presentes, pessoas de um nível de educação e formalidade tão alto que eu vou ter que entrar para um curso de boas maneiras.

Tudo parece correr exatamente como eu esperava, quero dizer, eu não esperava tomar umas taças de champanhe a mais como estou tomando, mas eu sou filha de Deus então mereço uma comemoração em alto nível também. Algumas pessoas que irão trabalhar comigo fazem questão de vir me dar as boas-vindas, tentando me deixar mais a vontade, mas para ser sincera, a minha mente não para de pensar em certa pessoa que ao me ver aqui pode no mesmo instante me despedir. O que seria um desperdício, porque eu sou a melhor e modéstia parte, ninguém é melhor do que eu no que eu faço.

Logo, posso ouvir burburinhos sobre a chegada do Poderoso chefão à empresa e isso faz com que a boca de meu estômago me faça sentir um desconforto que eu só sentia quando zerava os jogos de raciocínio que ganhava de minha mãe nos dias das crianças. Isso não é bom, eu repito, isso não é nenhum pouco bom. Um dos rapazes ao meu lado sussurra ao pé do ouvido de uma moça que Oliver Queen chegou botando fogo pelas ventas, o que me diverte e sem querer deixo uma risada sair de meus lábios, porque eu sei muito bem o motivo de ele estar assim em pleno final de semana.

— Senhorita, aceita mais uma taça de champanhe? — pergunta-me um dos garçons que passa por mim.

— Não... Isso não seria uma boa ideia. — a verdade é que do jeito que estou começando a sair de mim por conta desse champanhe e a vontade que eu não deveria estar sentindo de ir até Oliver Queen que estou, mais uma taça seria a faísca para a explosão de um vulcão. — Espere! — assim que o garçom inicia sua retirada, o seguro. — Eu quero mais uma taça sim.

Engulo todo o champanhe de uma só vez, como se o mesmo fosse me dar a coragem que eu estou precisando para anunciar minha presença para Oliver Queen. Eu não sei explicar essa força que me empurra para ele, muito menos aceitar que meus pensamentos não saem da ultima noite que tivemos. Não por ele ser meu chefe e diretor executivo da QC, mas sim pelo homem que ele é. Seu cheiro almiscarado parece que ficou impregnado na minha pele, e quando sinto qualquer fragrância que se assemelha a dele automaticamente sua imagem vem com perfeição às minhas lembranças e é por isso que eu sinto todo esse calor, é por isso que sinto a boca de meu estômago se apertar como se quisesse mostrar que pode ter vida própria.

E por mais que eu ponha em minha cabeça que ele é o oposto do que eu gosto em um homem, meus hormônios agem contra mim, gritando por mais de Oliver Queen, um homem que parece ainda viver no século XX, machista, grosso e com certeza um homem das cavernas que ainda precisa muito evoluir. Mas mesmo minha razão gritando para que meu corpo pare de agir como uma vagabunda, assim que todo o álcool desce se arrastando por minha garganta, minhas pernas começam a agir por contra própria e quando me dou por mim estou caminhando para o andar de cima onde fica a sede e sala do diretor executivo Oliver Queen e eu ignoro qualquer coisa que está ao meu redor ou a minha frente e só quando coloco minha mão sobre a maçaneta da porta, posso me dar conta da tamanha besteira que estou fazendo.

~~~

Oliver Queen

As portas do elevador finalmente se abrem e já posso avistar a mesa de Caitlin, minha secretária, centralizada em frente a minha sala. Fecho os botões do paletó que pedi que ela pegasse na lavanderia e continuo andando em direção a minha sala, até que ouço sua voz me chamando, fazendo-me parar.

— Oliver, você está atrasado. — ela fala sem ao menos dirigir seu olhar da tela do notebook para mim.

— Atrasado para o que exatamente? — com passos lentos, retorno até sua mesa. Fechando seu notebook, fazendo-a olhar para mim.

— Para o coquetel.

— Hoje é sábado, eu não sei do que você está falando. — apoio minhas mãos sobre sua mesa, curvando um pouco meu corpo.

— O senhor Ray Palmer organizou um coquetel para a apresentação da nova integrante da Queen Consolidated, responsável por todo setor de Tecnologia da informação. — ela sorri e volta a abrir seu notebook.

— O que você acabou de dizer?

Esse dia deveria ser cortado do calendário, não deveria simplesmente existir. É um transtorno atrás de outro transtorno, eu estou com medo de como ele vai terminar, espero que de uma forma um pouco melhor de como começou.

— Exatamente o que você acabou de ouvir. Ray está no andar de baixo realizando um coquetel para apresentação de uma nova funcionária, e como você é o diretor executivo, deveria estar lá para a recepção. — eu só consigo ouvir o som das teclas sendo batidas pelos dedos de Caitlin com rapidez.

— Que filho de uma... Eu não quero saber, esse circo vai acabar e agora! Quem ele pensa que é ao contratar alguém para um cargo importantíssimo desse sem ao menos me comunicar? Você o chame na minha sala em dez minutos, ele vai ter que desfazer toda essa palhaçada agora ou ele é quem vai para a rua. E eu não me importo se ele tem certa porcentagem de ações aqui dentro, um cachorro é mais obediente do que esse babaca! — minha voz está gritante, antes que ela possa responder, dou passos largos a minha sala, batendo a porta.

O estresse está estimulando meu eixo hipotálamo-hipófise-adrenal a liberar cortisol e eu estou beirando a loucura. Sento em minha poltrona atrás da mesa e massageio as têmporas por um longo período. Até que em um rompante sinto a porta de minha sala ser aberta. À medida que abro meus olhos e os dirijo para observar quem adentra, tudo ao meu redor se transforma em um slow motion perfeito, meus sentidos ficam tão aguçados que posso sentir os meus batimentos cardíacos pulsarem altamente ao pé de meus ouvidos. Os segundos passam tão devagar que posso notar cada detalhe da mulher em que passei a noite passada ali bem na minha frente.

Ela está usando um terninho de tom negro que se adequa perfeitamente a seu corpo, sua camisa de seda dentro de seu paletó se destaca quebrando o escuro do modelito. Seus saltos são também escuros, brincando com o restante da vestimenta. Os cabelos estão presos em um rabo de cavalo, e desta vez, está usando óculos de grau que combinam perfeitamente com as curvas de seu rosto.

— Felicity Megan Smoak. — ela estende a mão para um cumprimento.

Meu transe é quebrado por sua voz e então, me recomponho. — Isso é uma miragem? — prontamente me levanto da poltrona. Minha mão vai de encontro ao bolso interno de meu blazer e pego a nota de cem no mesmo. Jogo-a sobre a mesa e encurvo meu corpo sobre a mesma apoiando minhas mãos sobre ela. — É assim que você costuma agir com as pessoas em que passa a noite? — sorrio sensualmente enquanto ignoro sua tentativa de um cumprimento.

— Senhor Queen, eu sou a nova chefe do setor de Tecnologias da Informação, e gostaria de fazer alguns pedidos. Será que você poderia me ajudar? — ela recolhe a mão desconsiderando minha pergunta.

— Não precisamos disso, me chame de Oliver. Da mesma forma em que gritou por mim na noite de ontem. — sua feição parece se incomodar assim que me escuta.

— Senhor Queen, eu vou precisar de todos os documentos referentes aos cinco anos da empresa que abastece nosso sistema operacional. Eu quero estuda-los, sinto que estamos fazendo um mau negócio em tê-los conosco. — ela parece uma draga, e continua passando por cima de todas as minhas insinuações.

— Você nem chegou direito e já quer exigir algo desse tipo? Alguém te avisou que hoje é sábado e sábado é final de semana? — afasto-me da mesa, dando a volta e parando em frente à Felicity.

— Desculpe, você tem razão. Esses documentos podem ficar para segunda-feira, mas insisto que me entregue eles no início da tarde, eu tenho planos e não posso perder tempo. — ela sorri cordialmente.

Seu sorriso, seus dentes, são tão lindos que eu desejo os sentir novamente em minha pele.

— Felicity... — minha mão alcança seu braço, agarrando-o com delicadeza. — Não precisamos de toda essa formalidade. Se eu soubesse que você tem fetiche em tomar café da manhã em uma empresa, eu poderia te corresponder.

Seu cenho franze e rapidamente sinto seu braço sair de minhas mãos. — Tire suas mãos de mim, ou eu vou ser obrigada a abrir um processo de assédio contra você. — ela estende seu dedo indicador contra mim, afrontosa. — Acredito que seu pai não gostaria nem um pouco de saber que tem um filho assediador e machista. Não seria bom para os negócios.

Xeque-mate, ela acaba de derrubar o meu rei e ganhar o jogo. Afasto-me de seu corpo e respiro fundo tentando me controlar. Afinal de contas, que mulher é essa? Será que ela tem algum distúrbio de personalidade?

É isso, ela é bipolar.

— Você é completamente louca e quer me deixar louco. Há poucas horas eu nem sabia seu nome e agora você entra em minha sala exigindo tudo isso? — solto uma gargalhada irônica. — Eu me senti uma puta que foi usada e como prêmio recebeu uma nota de cem. — pego a nota ainda sobre a mesa e a exibo como se fosse um troféu.

Pela primeira vez, Felicity esboça um sorriso. — Então foi isso? Eu feri o seu ego? Desculpe, mas essa foi a intensão. — ainda com um sorriso de satisfação no rosto, cruza os braços.

— Eu não achei graça. Você não sabe com quem está lidando. — aproximei meu corpo novamente do dela, voltando a segurá-la, e agora, estamos tão perto que quase não há mais espaço entre nós.

Nossos olhos de imediato procuram uns aos outros, e minha respiração volta a se mesclar a dela. Sua boca está entreaberta como resposta ao meu toque. O perfume é o mesmo que ficou impregnado ao travesseiro daquela cama de hotel, um inebriante floral que tem o poder de me atrair.

Seu sussurro quebra o clima que está sendo construído. — Eu disse para me soltar, e eu não vou repetir. — sua voz continua quase que quebrada. — Que isso fique de aprendizado para você aprender a tratar uma mulher. Porque um dia é de quem bate, e quem bate esquece... O outro dia é de quem apanha, e quem apanha jamais esquece. — ela puxa seu braço de minha mão e sem se quer esperar que eu revide, volta a me atropelar com suas reivindicações. — Os documentos que eu pedi em minhas mãos segunda-feira no início da tarde, certo? Se você for capaz. — Felicity faz um sinal positivo com a cabeça e como se desfilasse, sai de minha sala.

Meu corpo desaba sobre a poltrona atrás da minha mesa, passo ambas as mãos em meus cabelos curtos bem cortados e deslizo as mesmas até meu pescoço, desfazendo a gravata, deixando-a alargada.

— “Se você for capaz?” — a remendo como uma criança de cinco anos. — Eu mato o babaca do Ray Palmer. Com toda a certeza, eu mato! — aperto um dos botões do telefone que me dá total acesso a Caitlin. — Na minha sala, agora! — ordeno.

Em poucos minutos, a porta volta a se abrir e agora sem surpresas Caitlin se anuncia. — Você me chamou? — pergunta se aproximando.

— Eu quero a documentação dos cinco anos que estamos com os serviços da empresa Cronos Tecnology. Para segunda-feira no horário da tarde, nem um segundo a mais, nem um segundo a menos. — Caitlin esboça um grande ‘O’ com a boca, incrédula.

— Oliver, estamos em plano sábado... Para eu ter acesso a esses documentos preciso de um aval assinado do almoxarifado, eu não posso simplesmente imprimir toda essa documentação e te entregar ao estalar dos seus dedos. — posso ouvir o ranger dos seus dentes de onde estou sentado.

Isso não é bom, Caitlin sempre é a paciência em pessoa. Nem sempre foi assim, mas desde que entrou para aulas de yoga, tudo mudou. Poucas são as vezes que a tiro de seu eixo, mas quando isso acontece, o primeiro sinal do inicio de uma avalanche é o seu ranger dos dentes.

— Eu não posso fazer nada quanto a isso. Se você quer latir como uma cachorra, não vai ser nos meus ouvidos e sim nos da nova chefia do setor de Tecnologias da informação. — levanto da poltrona e ajeito o nó da gravata. — O nome dela é Felicity Smoak, ela é a responsável por todo esse transtorno.

— Não importa quem é ou deixa de ser a responsável por isso. Eu consigo esses papéis para terça-feira no período da manhã. É o máximo que posso fazer. — murmura inquietamente.

— Segunda-feira, no período da tarde. Sem falta! Ela me desafiou, e eu não gosto de ser desafiado. Faça seu trabalho, bom sábado!

~~~

— Você não vai acreditar, meu amigo. — sinto tapas em meu ombro, e de imediato reconheço sua voz.

— Eu já estou sabendo, Tommy! — observo a garçonete me servir o café e os pãezinhos de queijo que havia pedido.

— E você está assim? Você deveria soltar fogos por ter a gostosa do bar trabalhando para você, seguindo suas ordens. — ele puxa uma cadeira, sentando-se ao meu lado. Seu sorriso é como de uma criança que se diverte com a conquista de um amiguinho.

— O nome dela é Felicity. Felicity Smoak. — bebo um pouco do café, com bastante açúcar, já que de amarga basta a minha situação. — Você não vai acreditar, eu a levei para o hotel de sempre, e foi simplesmente fantástico. — fui interrompido.

— E por que todo o drama então? — Tommy rouba um dos meus pães de queijo e enfia de uma só vez na boca.

— Drama? A vadia transou comigo e deixou um recado escrito em guardanapo dizendo que a conta do hotel estava paga e uma nota de cem pelo sexo e para pagar um taxi! — reviro os olhos e com o punho soco lentamente a mesa da lanchonete da empresa. Logo escuto risadas semelhantes as de hienas vindo de Tommy Merlyn que me fazem fritar.

— Não estou acreditando, essa mulher é maravilhosa. Desbancando Oliver Queen, o pegador de Starling City! — gesticula como se estivesse lendo um outdoor.

— Cala a boca. — dou um aperto forte em seu ombro, que o faz parar de rir de imediato. — Você é um otário, igual ao Babaca Palmer que contratou essa mulherzinha sem me comunicar. — ao terminar o café, franzo o cenho pelo gosto adocicado que poderia me levar a uma overdose pela quantidade de açúcar. — Isso deve ser a famosa Lei do retorno.

Tommy contrai o corpo pela dor do aperto. — Isso doeu! — massageia o local e volta a me fitar. — Você deveria relaxar e se acostumar com a ideia, isso pode ser divertido.

— Divertido? Essa mulher vai ser a minha própria ruína. Ela chegou como se nada tivesse acontecido entre nós e simplesmente exigiu uma centena de documentos para segunda-feira, e ainda me desafiou. — balanço a cabeça de um lado para o outro demonstrando minha inquietação.

— Faz o que ela pede e mostra que você é capaz. E como recompensa ela vai abrir as pernas para você novamente. Dependendo de quantas vezes vocês fizerem isso, Oliver você vai estar rico. — caçoa de mim e logo se afasta com medo de um novo apertão.

— Você defeca pela boca. Eu não sei por que ainda perco o meu tempo ouvindo suas banalidades, Tommy. Sinceramente. — encosto meu corpo no encosto da cadeira e suspiro. — Isso é ridículo, eu sou o diretor executivo desse lugar, eu vou por essa mulherzinha no lugar dela e ela vai ter que clamar para que eu assine seu pedido de demissão!

— Esse é o Oliver Queen sem limites que eu conheço! Mostra quem é o chefe e acabe com ela. Talvez ela seja uma dessas mulheres que gostam de afrontar.

— Talvez. Talvez Ray Palmer tenha feito isso de propósito para que eu enlouqueça. — volto à postura sobre a cadeira e chamo a garçonete com o intuito de pedir a conta. — Enfim, isso não vai terminar assim, ninguém faz isso comigo e sai por cima.

— Não pira Oliver, isso foi o destino querendo unir vocês dois de alguma forma. Você nunca decide dormir com as suas presas, e de repente uma delas te dá um sexo surpreendente e você quebra uma de suas regras. Ela prega uma peça em você e logo você descobre que ela é sua funcionária... Isso é destino, não fique puto por isso.

— Eu não acredito em destinos. Bom sábado para você, porque o meu está uma merda. — tiro algumas notas de minha carteira e jogo sobre a mesa, saindo dali sem me despedir direito de Tommy, que sem se importar ataca os pães de queijo que restaram.

~~~

Olho o relógio pela vigésima vez enquanto estou escorado na porta da escolinha de futebol que William faz aulas todos os sábados pela manhã. Mas algo me parece errado, ou minha mente quer que eu pense assim, já que o dia inteiro foi um grande saco de merda na minha cabeça. Respiro fundo e ao olhar pela vigésima primeira vez o relógio, ouço a voz de meu garoto chamar por mim enquanto corre de braços abertos até se aproximar totalmente de meu corpo. Abaixo, podendo-me ajoelhar no chão, e passo meus braços em sua cintura em um abraço apertado.

— Papai que saudades! — sua voz faz meu peito esquentar.

Isso costuma acontecer sempre que William me chama de ‘papai’, eu encontro na sua ingenuidade um porto seguro, é como se todos meus problemas desaparecessem. É aconchegante, seu cheiro de bebê parece que vai permanecer com ele até se tornar um senil. Seu abraço me protege mais do que eu possa protegê-lo, isso é amor. Um amor que eu não consigo mensurar.

— Amigão! Eu também quase morri de saudades. — sorrio, afastando-me um pouco para poder olhá-lo por completo.

— Hoje o titio falou que eu fui um bom garoto! — William coloca sua mãozinha sobre a minha, puxando meu corpo para levantar e acompanha-lo.

— Verdade? Mas o titio está errado, você sempre é um bom garoto. — levanto-me do chão e entrelaço meus dedos em seus dedinhos.

— A vovó diz que quando eu sou um bom garoto posso tomar o sorvete que eu quiser. — ele puxa minha mão e seu sorriso ingênuo volta a iluminar seu rosto.

— A vovó tem toda razão, você merece o sorvete que quiser! — em um rompante, pego William no colo e o encho de beijos, podendo escutar sua gargalhada divertida.

— Para papai, eu sinto cócegas. — ele bagunça meu cabelo enquanto tenta ainda preso em meu colo escapar dos beijos. E assim continuamos a caminhar até a sorveteria mais próxima.

O dia não havia começado bem para mim, eu descobri que a mulher que eu havia passado a noite fazia agora parte das Indústrias Queen Consolidated, e meu Deus, ela parecia decidida a arruinar minha vida. Possivelmente ela consiga se continuar me provocando dessa forma. Eu li no jornal um dia desses que o estresse pode causar doenças, como a insônia. Adoraria perder meu sono com Felicity Smoak, mas sim tomando ela no lugar que ela quisesse, fazendo-a gritar por mais de mim novamente e me levando ao ápice da mesma forma que me levou na noite passada, e não em uma porcaria de pilhas de documentos. Isso irá me levar à loucura, e eu sou novo demais para perder a sanidade.

Mas ao mesmo tempo em que tive um início de dia que poderia clamar para não ter existido, eu tenho o final dele ao lado de quem eu verdadeiramente amo e eu não trocaria nada por isso. William me faz esquecer todos os meus dilemas, me faz perceber o quanto podem ser pequenos quando estou com ele. Sua ingenuidade me leva a acreditar que no final por mais que o dia não tenha sido dos melhores, ele vai terminar bem. Porque estamos juntos.

E isso não tem preço, nunca terá.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado e aguardo nos comentários, lindxs ♥



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