Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Então leitores, essa é a minha primeira vez e como todas as primeiras vezes na vida, pode ser bem dolorosa. Mas para que não seja eu peço a ajuda de vocês!

A ideia é postar sempre toda quarta-feira, porém isso não quer dizer que eu não possa postar antes.

Boa leitura.



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Vocês estão vendo aquele cara ali sentado com os dois cotovelos apoiados sobre o balcão de um bar qualquer de Starling City com uma das mãos massageando constantemente os dois olhos enquanto que a outra segura um copo de cristal com dois dedos de uísque escocês puro e sem gelo?

            Sim, sou eu.

            Oliver Queen.

            Esse cara de ombros largos que antes faziam um sucesso sobrenatural, mas que agora se encontram caídos e cansados, sou eu. Meus cabelos estão mais longos e desarrumados, para não dizer desleixados. Minha barba está por fazer, desta vez, de forma mais exagerada, contrapartida, mesmo que eu me force a acreditar, esse cara com a postura de perdedor, sou eu.

            É difícil acreditar que sou porque tempos atrás seria totalmente diferente, eu estaria sim em um bar, porém as luzes estariam bem acesas, as pessoas estariam com as comandas em mãos gritando por suas bebidas. As vozes estariam ocupando todos os espaços do local, e claro, as mulheres estariam me rodeando e me oferecendo seus corpos sem nenhum pudor. Elas adoravam a forma com a qual eu as tratava, eu não era o melhor entendedor das mulheres, mas sabia que elas gostavam de homens com personalidade forte e presença. Os ternos desenhados pelo meu estilista particular ajustavam-se perfeitamente ao meu corpo, dando formas aos meus músculos, eu tinha a postura ideal que fornecia em minhas mãos a mulher que eu quisesse.

            Cheguei à conclusão de que o tempo pode ser bem generoso, mas também pode ser o seu inimigo número um. Porque enquanto ele passa, pode agir nas suas costas construindo um abismo, preparando uma queda muito maior para você, e quando você menos espera se estrepa lá embaixo deixando sua cabeça enfiada na sua bunda.

            E foi isso que me aconteceu, esse cara ali no bar, derrotado e pessimista sou eu depois de alguns anos, bem depois da minha fase de playboy bilionário rodeado por suas coelhinhas. E antes que eu possa mostrar a vocês como anda o meu futuro agora, vamos ter que falar dessa parte. Eu sei que é uma parte repleta de dramas e tragédias – eu não suporto esse sensacionalismo barato, mas ele existe, e de certo modo, pode funcionar com algumas mulheres. Dou a minha palavra, certas mulheres ficam extremamente molhadas com histórias de homens que sofreram por amor, ou histórias semelhantes àquelas parecidas com Contagem regressiva —, que ao nosso olhar é tão ruim quanto suas bolas azuis apertando seu pau em uma ereção cruel quando alguma mulher te nega sexo. É terrível.

            Vocês estão preparados? Então, coloquem seus cintos de segurança, chequem o erbegue e acomodem-se em suas poltronas, porque o show vai começar.

Há alguns anos eu não reconheceria o Oliver Queen em que me tornei. Eu era um homem sem quaisquer responsabilidades, sem nenhum plano, eu só queria viver. Um dia após o outro, como se fosse o último ou o primeiro, pois eu não tinha um futuro, só o presente, um presente regado a bebidas e mulheres.

Até que um dia, fui obrigado a me tornar um homem, e eu não me lembro muito bem o motivo... Só sei que estava bêbado em um lugar desconhecido e vozes altas entoavam com um tom agressivo, fazendo eco em minha cabeça, mas essas vozes não duraram muito tempo, porque logo me vi em uma escuridão, eu havia voltado a dormir e quando acordei, já não estava mais no local desconhecido que tinha visto pela última vez e sim no meu quarto. E aquelas vozes agressivas e estressadas que ecoavam pelos meus ouvidos e cabeça, voltavam, e eram de meu pai, cobrando meu crescimento da forma mais autoritária possível. Ele cortou todos os meus cartões. Toda a minha liberdade.

Eu fui então trabalhar nas indústrias Queen Consolidated, onde meu pai era presidente e sócio majoritário, tendo que dividir seu poder apenas com Ray Palmer, um jovem inteligentíssimo e bilionário que fazia questão de jogar seu potencial em minha cara de maneira clara como o cristalino, se aproveitando, uma vez que meu pai fez questão de que eu trabalhasse em um dos menores cargos que havia ali na empresa, com toda certeza, meu pai me achava um acéfalo. E tudo parecia um castigo, todos os dias pareciam uma eternidade.

Mas o tempo passou, e de vagar fui pegando a confiança de meu pai e reconquistando o amor dele, que fazia tempo que não recebia, em contrapartida, tinha como resultado a inveja que Ray Palmer despejava sobre mim. Mas aos poucos eu estava me tornando um homem de verdade e pela primeira vez estava gostando do que realmente estava fazendo.

Por outro lado, nem tudo é trabalho, e eu estava enganado em pensar que estava completamente feliz. Alguns de meus amigos, continuavam saindo todas as noites depois do trabalho, e certas vezes eu os fazia companhia, mas estava se tornando exaustivo. As noites com mulheres também continuavam, porque mesmo eu tendo conquistado o meu lugar nas Indústrias Queen Consolidated, eu continuava sendo homem e ainda tinha minhas necessidades, e eu sempre soube satisfazê-las da melhor forma.

 Mas isso não era realmente estar feliz, na verdade, eu não sabia o que era felicidade até eu entrar em minha sala e me deparar com a mulher que me completaria e que mostraria o que realmente seria ser feliz e estar feliz. Samantha Clayton, a mulher que se tornou a luz dos meus olhos sem que eu ao menos percebesse, um olhar no paraíso, a luz que eu precisava em uma escuridão que eu não sabia que ainda existia dentro de mim. E sem pestanejar já éramos um do outro. Eu nunca havia me sentido tão pleno como eu estava me sentindo, e assim, os anos foram se passando. Com pressa. O relógio da vida corria e os acontecimentos ficavam marcados, como nosso casamento e o dia que soube que ainda havia mais surpresas em minha vida... Samantha estava grávida, estávamos grávidos.

Mas nem tudo são flores, os oito meses que passaram durante a gravidez foram os mais difíceis. Eu parei de trabalhar, parei de viver a minha vida para viver a vida da minha mulher e mãe do meu filho. Eu aprendi a ser paciente, aprendi a ser cauteloso, e principalmente, esconder meu medo e meu desespero. E exatamente no dia 27 de maio de 2014 aconteceu o que eu nunca imaginaria, nasceu prematuramente meu filho, um menino lindo que tem os olhos dela. Mas também morreu uma parte de mim que era somente dela, que ela levou assim que o som do último batimento cardíaco se foi, uma parte que eu nunca teria de volta.

            Vocês precisam de um lenço? Acredito que sim.

            Mas agora vocês conseguem entender o porquê de eu estar ali naquele bar indo para a segunda garrafa de uísque escocês da noite? Isso é resultado de ter perdido minha esposa, a mulher que conseguiu me colocar na linha, um dos seus objetivos primordiais. A mesma mulher que todos os dias me reprimia por ter uma boca tão imunda quanto os becos do Glades. A minha confidente e melhor amiga, que tinha embarcado em uma viagem sem volta. Eu nunca acreditei em forças superiores, achava que tudo que conseguíamos era devidamente resultado do nosso esforço e dedicação, mas ali em pé com os dedos entrelaçados aos dedos de Samantha já não respondendo mais aos esforços dos médicos, eu só pedia a Deus, todos os santos e crenças para que operasse sobre a vida dela, que houvesse um verdadeiro milagre, que a trouxessem de volta para mim.

            Por mais que os médicos tentassem reanima-la, ela não conseguia responder, ela simplesmente não voltaria mais. E no mesmo instante que eu constatei sua morte, eu fui fraco e covarde, deixei que meus pais e amigos cuidassem de todos os papéis para o enterro e aos relacionados ao bebê. Na primeira oportunidade, saí dali e fui para um bar próximo, não muito frequentado. Eu estava fugindo de mim mesmo, estava deixando o medo tomar conta de meus sentidos, e a única saída foi me afundar em doses do mais caro álcool que havia naquele local. Esperando que o mesmo pudesse ocupar o buraco imenso que tinha se formado em meu peito. Esperava que esse mesmo álcool pudesse me dá forças para voltar aquele hospital e reconhecer meu filho, colocar o nome que tanto planejávamos se fosse um menino. Forças para tornar público o falecimento de minha esposa, e principalmente, forças para recomeçar.

             Porém, com base em artigos infinitos que são utilizados em mesas redondas de Alcoólicos Anônimos, dizem que o álcool tem um efeito imediato produzindo leve conforto, mas que passando esse efeito ocorre o chamado “efeito rebote”. E amigos, isso não é nada inteligente.

            Não deu certo.

            Nem um pouco.

            Naquela noite eu tive quase um coma alcoólico, mas em minha defesa, foi uma bebedeira no maior estilo e me custou uma boa grana. A minha sorte é que o dono do bar agiu de boa fé ligando para o primeiro número que havia em minha agenda, o número de um dos meus melhores amigos, John Diggle, que rapidamente apareceu para me tirar daquele lugar e ajudar a voltar a minha consciência bem longe dali.

            Passaram-se cerca de três anos desde esses últimos acontecimentos, e posso dizer que me tornei uma pessoa um pouco melhor.

Mas ainda continuo não atingindo minhas próprias expectativas.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, espero que tenham gostado! Aguardo ansiosamente pelos comentários.

Ah, peço desculpas pela falta de criatividade, mas sou péssima com sinopses, nunca acho que estão boas o bastante!

Já adoro vocês, é que eu sou sensível!



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