Segredos Guardados escrita por Pandemia


Capítulo 3
Trato de Criaturas Mágicas


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Espero que gostem desse capítulo, ele com toda certeza é o meu preferido até agora. Boa leitura a todos!



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Era o terceiro dia desde que Teddy Lupin fora arremessado contra o chão da casa dos Potter; desde então ele ocupara o seu antigo quarto e passara os dias contando sobre tudo o que vivera nos últimos anos e se inteirando sobre tudo que ele tinha perdido e que não fora contado através das cartas.

Ainda faltava dois dias para o Natal, mas toda família já estava pirando por causa dos preparativos de Rose Weasley que envolviam fazê-los trabalhar todos os dias incessantemente para que tudo corresse com perfeição.

Lily estava contente por ter Teddy de novo em casa; ele sempre fora uma companhia leve e um apaziguador de brigas. Sem contar que parecia ser o único da casa que realmente era paciente e sabia ouvir durante as conversas.

Ele tinha vivido muitas coisas durante esses anos. Seu coração tinha sido quebrado uma dúzia de vezes, mas, de certa forma, Lily poderia apostar que mais uma dúzia de corações tinham sido quebrados por ele. Ela não entendia, no entanto, o porquê de ele ficar agitado toda vez que falava sobre o tempo que passaria com os Potter, e quando voltaria para Romênia. "Sem previsões por agora", ele respondia com a voz vacilando.

Lily e Teddy caminhavam lado a lado por uma trilha estreita que serpenteava da casa dos Potter até uma chave de portal escondida. Os dois estavam apinhados com malas e travessas exigidas por Rose Weasley, e a chave os levaria até a Toca, onde uma enorme tenda estava sendo montada para abrigar os quinhentos Weasley's que viriam para o Natal.

"Porque não podemos... simplesmente... aparatar?" Lily perguntou ofegante, cuidando para não deixar uma jarra de vidro cair no chão. E continuou assim que recuperou o fôlego: "Você me viu na outra noite, consigo aparatar muito bem. Já estou me acostumando até com a sensação".

Teddy fica ligeiramente desconfortável com a pergunta, e ela sente que tem algo de errado. Continua caminhando em silencio até encontrar um guarda-chuva quebrado pendurado no galho de uma das árvores; ele olha para a chave de portal e então encara Lily, um tanto quanto desconcertado.

Lílian solta as suas mochilas, e não desvia o olhar.

"Teddy, tem algo que você queira me contar?"

Ele parecia parcialmente aliviado por poder falar sobre aquilo com alguém e parcialmente ansioso por ter sido descoberto. Indeciso se deveria ou não falar alguma coisa, ele esperou alguns segundos antes de descarregar as mochilas do seu ombro e respirar fundo.

"Promete guardar segredo?"

Lílian revirou os olhos. "Eu por acaso pareço com Alvo Severo Potter?" Teddy ri da pergunta e balança a cabeça negando, mentalmente percebendo que tinha sentido falta até do jeito boca aberta que Alvo tinha as vezes. Ele então se senta no chão, e Lílian faz o mesmo.

"O problema não é você saber aparatar ou não-" ele começou depois de um tempinho, desviando o olhar da garota e substituindo a habitual feição tranquila por uma testa franzida e lábios contraídos "- é que eu fui proibido pelo Ministério da Magia de usar qualquer feitiço que não fosse de proteção durante o próximo ano".

Ele para por um segundo para analisar o rosto de Lily, e então completa em um tom de voz mais divertido: "eu também não posso mais chegar perto de dragões... durante o resto da minha vida".

Lílian supôs que a sua expressão deve ter sido muito esquisita, porque Teddy fez uma careta e ficou a observando por um bom tempo. Eles continuaram em silêncio, enquanto ela esperava por uma explicação plausível, mas o garoto continuava calado e a encarando.

"E por que isso aconteceu?!" ela perguntou de uma forma mais exasperada do que queria. Ele deu de ombros lentamente, e deitou seu corpo contra o chão empoleirado.

"Isso não pode sair daqui-" ele começou pesarosamente. "Há um mês, eu e alguns amigos saímos para beber, era despedida de solteiro de um deles", explicou de forma breve, "digamos que as coisas saíram do controle. E eu... digo, e um de nós teve a ideia de roubar um dragão para que ele pudesse aparecer no casamento montado nele".

Lílian estava realmente contente por ele ter os olhos fechados, porque ela escutava a história de boca aberta com os olhos arregalados.

"Isso obviamente não deu certo", ele contou e seu rosto empalideceu pela lembrança. "Fomos levados ao Ministério, e essa foi a punição-" ele então abriu os olhos e levantou seu corpo "- agradeço não ter parado em Azkaban, ou pior: no Profeta Diário".

Lily tentou controlar, mas foi inútil. Uma risada cortou seus lábios abruptamente e se prolongou durante o que parecia ser vários minutos. Ela ficou mais tranquila ao ver que Teddy também ria, abandonando a expressão preocupada e cansada de quando contava a história.

"E o que você vai fazer agora?!" ela perguntou em meio aos risos.

"Eu não faço ideia!" ele confessou, rindo ainda mais da própria desgraça.

Eles se acalmaram por um instante; e ela finalmente entendia a gravidade do assunto. Teddy tinha construído uma vida na Romênia, ele amava seus dragões, e tudo isso estava sendo tirado dele.

"Na verdade-" ele começou depois de um tempo "- eu meio que recebi uma proposta de emprego. A tia Minie me mandou uma carta há dois meses, falando que Hagrid iria se aposentar e que ela tinha uma vaga como professor de Trato das Criaturas Mágicas em Hogwarts para depois das férias de Natal".

Lily ficou realmente animada com a ideia. Ter Teddy em Hogwarts seria um sonho, ela achava que depois da saída dos primos da escola, tudo tinha ficado um pouco triste. Sua animação acabou contagiando o garoto, e eles concordaram que trabalhar em Hogwarts deveria ser a loucura mais incrível que alguém poderia viver.

"Eu acho melhor nós irmos para a Toca" ele sugeriu ficando de pé e estendendo a mão para a pequena. "Rose Weasley é um pesadelo que não deve ser evitado; quanto mais se evita, maior ele fica".

Lily concorda e eles caminham até a chave de portal. Ela junta todas as suas bagagens e espera até que ele tivesse feito o mesmo. "Pronta?" Teddy pergunta, mas não espera por uma resposta. Os dois seguram o guarda-chuva ao mesmo tempo e o mundo começa a girar.

Aquela sensação desconfortável e nauseante dura alguns segundos, e não era nada comparado a explosão que estava por vir assim que pisaram no terreno dos Weasley.

"POSSO SABER ONDE VOCÊS ESTAVAM?" Rose Weasley grita quase que instantaneamente. Ela caminha com o nariz empinado, a cabeça erguida, com uma prancheta em mãos e um Scorpius Malfoy rastejando ao seu lado.

Lily observa a expressão do garoto com atenção. Suas vestes comumente impecáveis estavam irreconhecíveis, o garoto poderia ser facilmente confundido com um mendigo. Ele estava com os olhos arregalados beirando a psicopatia, o corpo carregado com a exaustão e os lábios sussurravam um pedido de socorro direcionado a Lily e Teddy.

"Nós estávamo-" Lily começou.

"Não me interessa onde vocês estavam!"

"- mas você acabou de..."

"Chega! O importante era que vocês não estavam aqui". A garota parecia realmente sentida com aquilo, e então começou a balançar a prancheta na direção dos dois: "será que ninguém leu o cronograma que eu enviei?"

Teddy olha rapidamente para Lily, fica mais aliviado quando percebe que a caçula dos Potter também não fazia ideia de que cronograma ela estava falando.

"Tá aqui ó-" Rose mostra para os dois a página da prancheta destacada de azul e vermelho. "Eu escrevi da forma mais clara possível que vocês deveriam chegar seis horas da manhã para ajudar nos preparativos; até marquei as anotações de acordo com a cor do cabelo de vocês!"

"Meu cabelo não é azul há mais DE DEZ ANOS, ROSE" Teddy responde de forma exasperada, mas a prima revira os olhos para o comentário.

"E você fala disso como se fosse uma coisa boa..." Rose respira fundo. "Anda, anda! Não fiquem ai parados: garotos do lado de fora ajudando na tenda, garotas do lado de dentro ajudando a montar a decoração! Eu não quero ver ninguém parado. Sigam o cronograma!"

Lílian olha de forma divertida para Teddy. Eles começaram a caminhar em direção aos seus postos quando Rose passou a gritar com Scorpius; Lily poderia jurar que viu uma lágrima escorrer pelo rosto do garoto.

Ela atravessou o jardim dos Weasley carregando todas as suas tralhas. Abriu a porta com um chute e percebeu que todos dentro da casa estavam com a mesma expressão de cachorro que tinha acabado de receber um chute.

Roxanne, Molly, Lucy e Lysander respiraram aliviados ao constatarem que não era Rose. Todos eles estavam sentados em torno da mesa quadrada, estavam montando uma grande árvore de Natal que tinha se transformado genialmente na árvore genealógica dos Weasley, com ajuda dos bonecos decorativos que representavam cada um dos integrantes da família.

"Por que você não está lá fora com os garotos?" Lily pergunta a Lysander depois de colocar as mochilas no chão e sentar-se a mesa com os outros.

"A louca da sua prima acha que os meninos suados e sem camisa do lado de fora estavam prejudicando a minha concentração", ele respondeu revirando os olhos e então completou acidamente "mal sabe ela que eu abri a janela", ele então olhou para o lado de fora, onde James Sirius parecia caminhar em câmera lenta, limpando o suor do rosto e sorrindo de uma piada que eles não podiam ouvir.

Lílian revirou os olhos e começou a montar uma das milhões de guirlandas que Rose tinha pedido.

"Onde estão os pais de vocês?" Lily perguntou para as primas.

"Nós não temos notícias dos adultos há horas" Molly sussurra com os olhos cheios de lágrimas. "Só Merlin sabe o que você-sabe-quem pode ter feito com eles..."

Lucy e Roxanne concordam com a cabeça de forma ansiosa.

"Ela me deixou ir ao banheiro há mais ou menos três horas-" Lucy começou.

"Todo mundo sabe como a Lucy precisa ir ao banheiro sempre" Roxanne interrompeu para explicar. 

"- foi quando eu percebi que a porta do antigo quarto do tio Rony está trancada!" ela contou de forma sombria, Lysander e Molly taparam as bocas imaginando tudo de horrível que Rose poderia ter escondido lá. "Eu acho que é lá que ela colocou os nossos pais".

Molly apertou a mão da irmã em condolência, a ideia se serem órfãs de repente assolando o seu imaginário. Será que eles tinham desobedecido o cronograma? Elas se perguntavam.

"Acalmem-se, garotas." Roxanne pediu, e então aproximou-se dos outros, falando de forma quase inaudível: "James conseguiu contrabandear um pouco de comida e escondeu no quinto andar... a Rose não deixou que ninguém almoçasse até agora. São quase... cinco horas da tarde".

Nesse momento a porta se abriu, Roxanne pulou para traz, mas foi Alvo Severo que entrou na sala; sem camisa: para os suspiros de Lysander.

"O que vocês estão tramando?" ele perguntou com uma sobrancelha arqueada vendo a movimentação estranha.

Roxanne se aproximou do primo e contou sobre a comida para ele, falando baixinho no seu ouvido. De repente um sorriso cortou os lábios do garoto e seu rosto se iluminou com a ideia de encontrar comida.

Alvo automaticamente voltou seu corpo na direção das escadas e começou a subir os degraus, quando uma voz estridente ecoou do lado de fora:

"ONDE O ALVO SE METEU?" em questão de segundos Rose Weasley estava dentro da cozinha; todos os outros começaram a trabalhar imediatamente. Ela era seguida por Scorpius que cuidava para equilibrar uma pilha com cinco cadeiras encaixadas umas nas outras. "Posso saber onde você está indo?" ela perguntou vendo Potter subir as escadas.

"Eu vou comer, parece que o James trouxe algumas coisas e deixou no antigo quarto do tio Rony" Alvo contou de bom grado.

"ALVO, SEU BOCA ABERTA!" A voz de cem mil Weasley's retumbou do jardim a cozinha. O garoto só percebeu o que tinha falado depois de um bom tempo, e então ele deu um sorriso amarelo sem graça para todos os primos.

Nunca conte nada a Alvo Severo Potter. 

Lily conseguiu ver James Sirius batendo a cabeça contra a parede do lado de fora, Fred caiu de joelhos. Mas antes que Rose pudesse falar qualquer coisa, o carro de Gui e Fleur estacionou no lado de fora da Toca.

Assim que o carro parou, Victoire e Dominique pularam para fora. Eles observaram as garotas irem ao encontro de Teddy através da janela.

"E isso são horas de chegar?! ONDE-" Rose começou a gritar, mas Scorpius arremessou as cadeiras que segurava para longe e abraçou a garota por traz tapando sua boca com a parte de dentro do seu braço. A Weasley começou a se debater tentando se desvencilhar do garoto, mas ele nem saia do lugar.

"Fica quieta, Weasley! Eles não se veem há dez anos" Scorp disse de forma firme. E de repente todos estavam assistindo Victoire e Teddy se abraçando desajeitados.

Quando Rose parou de lutar contra o abraço, alguma coisa dentro de Lily começou a lutar contra ela. Todos os primos suspiraram achando a cena fofa, até mesmo Rose pareceu esboçar um sorriso enquanto quase morria asfixiada por Malfoy, mas Lily não conseguia sorrir.

A única coisa que ela enxergava através da janela era um Teddy sem camisa e suado... e céus, quando que ele tinha ficado tão bonito?


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Notas finais do capítulo

E então?!? O que acharam?
Eu realmente sou muito fã do Scorp e da Rose, e adoro escrever esses momentinhos em que todos os primos estão juntos, então me diverti muito com o capítulo.
Enfim, não deixem de mandar seus comentários ♥
Beijos de luz a todos!!



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