War of Hearts (Scorpius/Rose) - Cap 15 postado escrita por Marls McKinnon
Lily estava admirada com o fato das pessoas parecerem não se cansar. Elas pulavam, dançavam, bebiam e se beijavam o tempo todo, como suas energias estivessem sempre carregadas. Mas ela não. Ela não aguentava mais pular tanto em meio aos colegas de escola e decidiu se afastar um pouco, com a desculpa de que iria procurar “algo não alcóolico” para beber, mesmo que fosse simplesmente água.
Estava parada em frente a uma mesa com várias bebidas e não tinha muita certeza do que pegar. Achava engraçada a forma como as festas aconteciam. Ninguém servia ninguém. Todo mundo se servia e estava tudo ok. Nas festas que costumava ir, as comidas e bebidas eram servidas e sempre tinham algum formato engraçado. Claro que se tratavam de festas infantis ou temáticas, mas era como ela pensava que todas as festas eram. Aparentemente, a vida real era um pouco diferente.
— Não vai beber,Potter?
Lily não precisou se virar para saber que a voz irritante era de Suze Parkinson, uma das meninas mais detestáveis da escola. Até mesmo Lily sabia que ela era indesejada na maioria dos lugares e as únicas pessoas que a aturavam eram suas seguidoras irritantes.
— Eu ainda não achei os sucos. – ela disse de forma inocente e se espantou ao ouvir a gargalhada de Suze. – O que foi?
— Você é burra assim mesmo ou se faz?
— Desculpe, Parkinson, mas não entendi o seu ponto.
Suze revirou os olhos sem conseguir acreditar que uma pessoa de 15 anos conseguisse ser tão inocente daquele jeito.
— Estamos em uma festa, Potter. Não uma festa infantil com pessoas fantasiadas de trasgos e duendes. Uma festa de verdade, onde a diversão e a bebida ficam por conta da casa.
— Não tem nada não alcoólico?
— Não! – Parkinson disse e em seguida pegou uma taça com um coquetel de frutas e licor – Tome. É doce e você vai gostar. Não vai nem sentir o gosto do álcool.
Lily franziu o cenho, sem saber se devia ou não acreditar na menina que oferecia a bebida. Não parecia ser muito forte, já que algumas pessoas estavam andando perfeitamente com suas taças e pareciam manter o autocontrole.
— Você tem certeza? – ela perguntou, segurando a taça.
— Absoluta. – Suze disse com um sorriso – Além do mais, não servimos nada ilegal nas festas. Não somos loucos.
Lily concordou com a cabeça e em seguida bebeu um gole. Suze tinha razão, a bebida era doce e não tinha nenhum gosto de álcool.
— E então?
— É ótima. Obrigada, Parkinson. – Lily sorriu e em seguida foi em direção ao hall de entrada, onde tinha deixado Hugo e Harleen.
Pouco tempo depois, Astrid McMullen, uma das seguidoras de Parkinson apareceu e disse:
— Aquela era a irmã do Albus?
— Sim – Suze sorriu e pegou um copo de whiskey – Bebendo o doce coquetel de fadas.
— Ela sabe que aquela bebida consegue deixar a pessoa pior que o whiskey?
— Oops – Suze bebeu um pouco de seu whiskey – Acho que me esqueci de contar essa parte.
As duas caíram na risada e voltaram para o meio dos colegas.
~*~
Hugo e Harleen estavam no jardim, onde alguns casais se beijavam sem o menor pudor e ele começava a se sentir desconfortável por ter sugerido esperar Lily ali.
Sua cabeça estava um pouco tonta, pois graças à ideia brilhante de Harleen, os dois haviam dividido uma garrafa de cerveja amanteigada e meio copo de whiskey, e para dois iniciantes aquela mistura não caía exatamente bem.
— Onde está a Lily? – Harleen perguntou, se encostando em uma arvore. – Será que devemos ir buscá-la?
— Ela deve ter ido avisar ao Albus que ia ficar com a gente.
Harleen concordou com a cabeça e deu uma risada, se sentindo um pouco enjoada.
— Não acredito que meu primeiro porre vai ser com meio copo de whiskey. Que decepção.
Hugo deu uma risada e concordou.
— E ao meu lado. Quem diria que esse dia chegaria?
— Pois é! Quem diria que eu iria levar o senhor perfeição para o mau caminho?
Hugo estreitou os olhos ao encarar a amiga e falou pausadamente.
— Por que me chama assim?
— Assim como? De “Senhor Perfeição”? – Harleen perguntou e deu de ombros – Lily é a pessoa aluada, que vive numa realidade paralela onde todas as coisas são fofas e cor-de-rosa. Já você gosta de manter tudo em seu devido lugar. Não é como sua irmã, Rose, mas é quase. Não gosta de magoar ninguém e está sempre organizando tudo. É quase um TOC.
— O que?
— Transtorno Obsessivo Compulsivo. Bom, tanto faz. Não é como se você fosse entender, de qualquer forma. – Harleen deu de ombros mais uma vez – A questão é que você nunca faz o que tem vontade, porque tá sempre preocupado com tudo. Tipo, até a sua irmã superou isso e você não.
Por algum motivo, aquilo irritou Hugo mais do que o normal e seu rosto começou a assumir uma cor tão vermelha quanto seus cabelos.
— Eu faço o que eu quero sim.
— Quando? Porque você, a Lily e eu somos bem grudados. E eu nunca te vi fazendo algo por livre e espontânea vontade. Não algo grande, pelo menos.
— Talvez você não me conheça tão bem.
— Ah é? Ok, Hugo! Vamos lá. Eu te desafio a fazer algo totalmente inusitado e que queira muito.
— No momento, a única coisa que eu quero é que cale a boca. – ele disse de forma rude e sabia que se arrependeria quando aquela discussão passasse.
— Me mandar calar a boca é a coisa mais inusitada que consegue? Ah, por favor, você...
Antes que Harleen pudesse terminar a frase, Hugo segurou seu rosto entre as mãos e a beijou. Se é que aquilo podia ser considerado um beijo de verdade. Era mais um encostar de lábios que demorou tempo o suficiente para deixar Harleen sem fala. E, infelizmente, tempo o suficiente para que Lily visse.
— Lily! – Harleen foi a primeira a falar, empurrando Hugo, que rapidamente se recompôs.
— Então você escolheu. Vocês escolheram. – ela disse, tentando engolir o choro. – Isso é bom, não somos mais um triângulo confuso.
— Lily, não é nada disso, você...
— Tá tudo bem, Hugo. Você e a Harleen combinam, e eu fico feliz por vocês. Muito feliz. – ela disse, bebendo rapidamente o coquetel – E eu vou voltar para a festa para pegar mais disso. É gostoso, é doce e é rosa. Vocês deviam experimentar.
Dizendo isso, Lily se virou e correu de volta a mansão, sem nem esperar que Hugo e Harleen pudessem explicar o ocorrido.
Os dois se olharam profundamente, pensando se deviam ou não ir atrás da menina, quando Harleen disse:
— Eu vou dar uma volta.
— Quer que eu vá com você?
— Não! – ela disse rapidamente – Eu preciso respirar um pouco e talvez beber mais. E pensar em como me desculpar com a Lily.
Hugo concordou e assim que a jovem saiu, ele se sentou na grama, encostando a cabeça no tronco da árvore. Mal conseguia acreditar que seu primeiro beijo, seu primeiro porre, sua primeira DR e sua primeira decepção haviam acontecido em uma só noite.
~*~
Rose estava muito cansada de todo barulho e aceitou rapidamente a proposta de Sebastian para andar pelo jardim. Sua cabeça já estava começando a doer com toda aquela música e os copos de whiskey que tomou começaram a fazer efeito.
Sebastian era uma companhia agradável. Quando o viu pela primeira vez – e também o beijou – teve a impressão que era o tipo de cara que não gostava de muita conversa e se surpreendeu ao saber que ele não só gostava de conversar, como também adorava ler e viajar. E esses dois hobbies do rapaz foram o suficiente para fazer com que eles engatassem em uma conversa sobre livros – trouxas e bruxos – que já haviam lido e também sobre locais que visitaram e gostariam de visitar.
— Dizem que o Brasil é lindo. – Rose comentou enquanto andavam pelo jardim. – Eu vi fotos das praias, de toda aquela gente bonita e animada. Eu gostaria de visitar um dia.
— Eu também – Sebastian concordou – Na verdade, gostaria de colocar a mochila nas costas e viajar por vários países quando me formar.
— E o que te impede?
— O marido da minha mãe. – disse secamente.
— Seu pai?
— Se quer chamar assim, tanto faz – ele deu de ombros e Rose pode ver em seus olhos que não era bom insistir naquele assunto.
Os dois pararam assim que avistaram um banco no meio do jardim e foram para lá se sentar.
— Gosto de pensar que somos livres para fazer o que quisermos. – ela disse, por fim.
— O que quisermos? – ele perguntou, arqueando a sobrancelha.
— Contanto que não infrinja nenhuma lei e nem magoe ninguém.
— Se eu te beijar agora, vou infringir alguma regra ou magoar você?
— Não está preocupado que você possa magoar, tipo, meu namorado? – Rose rebateu, tentando não parecer envergonhada.
— Não sou o tipo de cara que se preocupa com o bem estar de pessoas que não me interessam. E eu já sei que você não tem namorado.
— Isso quer dizer que eu te interesso?
— Isso quer dizer que eu posso te beijar?
Rose deu uma risada baixa, sentindo as bochechas esquentarem mais uma vez e encarou Sebastian. Estava perto o suficiente para sentir sua respiração e um leve choque percorreu pelo seu corpo no momento em que os dedos dele tocaram seu rosto. Talvez fosse o whiskey ou talvez fosse o fato dele saber exatamente o que fazia, mas quando Sebastian a beijou, Rose sentiu como se tivesse sido levada para outro mundo.
Ela sentia as mãos dele firme, uma em sua cintura e outra em sua nuca, enquanto as suas próprias se agarravam aos cabelos dele. O gosto de seus lábios misturado ao whiskey era inebriante e a última coisa que ela queria era que aquele beijo terminasse.
Mas terminou.
Não por culpa deles, mas sim pelo barulho alto de algo caindo e se quebrando. Se afastaram para olhar e não demorou para perceberem que não foi algo e sim alguém. Lily.
Rose se levantou rapidamente e correu até a prima, que com a queda havia quebrado a taça que segurava e cortado a bochecha. Ela se abaixou ao lado de Lily desesperada e começou a balançar seus ombros.
— Por Merlin! Lily, fala comigo. – Rose sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos de puro desespero. Aquela era Lily e ela a conhecia o suficiente para saber que não havia escolhido ficar assim.
— Rose? – a menina sussurrou – Eu machuquei você?
— Não! – foi Sebastian quem respondeu. Ele pegou o que restou da taça de Lily e viu um pó escurecido no fundo. Alguém a tinha drogado. – Ela foi drogada, Rose. – ele falou baixo e em seguida se virou para a menina que estava a ponto de desmaiar – Lily, é importante que você fique acordada, ok?! Fique acordada comigo e com Rose. – Sebastian ajudou Rose a se levantar e em seguida pegou Lily no colo. – Você lembra quem te deu essa bebida?
Lily balançou a cabeça, sentindo o estomago embrulhar demais.
— Eu... A Pa... tison...
— Suze Parkinson? – Rose perguntou, sentindo uma raiva gigantesca – Ela fez isso com você?
Lily apenas balançou a cabeça, mas não para responder e sim para tentar afastar o enjoo enquanto Sebastian a carregava para dentro da mansão.
Rose não precisou que a prima falasse mais nada. Assim que chegaram ao hall de entrada, ela pediu que Roxanne e Lucy acompanhassem Sebastian até o andar de cima e que Fred encontrasse Albus. Em seguida, ela caminhou até o salão de festas, onde Suze estava se organizando para começar mais um de seus jogos e parou no meio do círculo.
— Weasley, se você quer jogar, vá para o s... – e antes que pudesse terminar a frase, Rose acertou um soco no meio da cara da menina, que tombou para trás e caiu, derrubando duas de suas amigas.
— Isso é para você aprender a não mexer com minha família. E isso – Rose começou a avançar para Suze, mas foi impedida por alguém que a segurou pela cintura e a arrastou para trás.
— Rose, você enlouqueceu? – Scorpius perguntou, enquanto Rose se debatia na tentativa de se soltar e vingar a prima.
— Me solta, Malfoy! – ela gritou enquanto tentava se desvencilhar dos braços de Scorpius, mas sem sucesso. Ele era mais alto e muito mais forte que ela.
Do outro lado, Will segurava uma Suze de nariz ensanguentado, que gritava ofensas e ameaças sem parar.
— A Lily está lá em cima desmaiada, com um corte no rosto, porque essa imbecil a drogou.
— Eu?? Eu ofereci uma bebida e não tenho culpa se aquela ruiva idiota acredita em tudo o que os outros dizem. – Suze gritou de volta.
— Eu não sou burra, Parkinson! Você e suas amigas a drogaram. E eu vou acabar com você. – Rose cuspiu as palavras.
— Pode vir, Weasley!
— JÁ CHEGA! – Scarlett gritou e com um floreio de sua varinha fez com que a música parasse de tocar. – A festa acabou. Saiam todos. – ela se virou para Suze e falou pausadamente – Saia da minha casa antes que eu esqueça as regras de boa conduta e enfie essa varinha no seu...
— Ok, já entendemos, nada de varinhas sendo enfiadas em locais impróprios. – Will interrompeu a namorada e se virou para Suze – Vá embora daqui.
— Eu sabia que você era baixa, Parkinson. Mas isso foi baixo demais até para você.
Suze olhou para todos e em seguida saiu correndo, com suas amigas atrás. Nunca havia odiado tanto Rose Weasley como naquele momento.
Assim que considerou seguro, Scorpius soltou Rose, que correu rapidamente para o segundo andar para verificar a prima.
— Vou mandar uma mensagem de patrono para meu pai. Ele precisa verificar o estado de Lily.
~*~
Não demorou para Draco chegar, acompanhado de Astoria. Ele correu rapidamente para o quarto de Scarlett, onde Albus estava sentado na cama ao lado da irmã, se segurando para não chorar.
— A culpa foi minha. – Albus disse, segurando a mão de Lily – Se eu não tivesse sido tão burro a ponto de deixar ela sem supervisão, eu...
— A culpa não foi sua, nem de Rose, nem de nenhum de vocês. – Draco disse prontamente – A culpa foi de quem usou da boa fé de uma menina ingênua para se divertir. Lily tem sorte de ter vocês.
Albus respirou fundo e concordou. Draco continuou sua série de exames, dando graças a Merlin pelo dano não ter sido maior e não precisar levar a menina para o hospital.
Do lado de fora do quarto, Rose, Fred, Roxanne, Lucy, Hugo, Harleen, Scorpius, Sebastian, Scarlett e Will esperavam impacientes, todos encostados na parede do corredor, olhando fixamente a porta.
— Rose, ela vai ficar bem? – Hugo perguntou, indo para perto da irmã.
— Claro que sim, Hugo! Logo, logo Lily sairá desse quarto pronta para usar seu pijama de unicórnio e discursar sobre a importância de dar um lar para os gnomos do jardim da vovó.
— Mesmo que eles mordam. – Hugo disse, abraçando sua irmã.
— Mesmo que eles mordam. – Rose concordou e em seguida, todos os primos e Harleen estavam abraçados. Will, Scarlett, Scorpius e Sebastian ficaram de fora, meio sem saber o que fazer naquela situação.
Quando Astoria viu todos ali, sorriu e falou docemente:
— Venham, eu fiz chá para todos. E nem adianta dizer que não gostam de chá, pois eu vou obriga-los a tomar mesmo assim.
Todos concordaram e desceram atrás de Astoria. Não havia nada para dizer e então permaneceram em silêncio.
~*~
Quando Draco finalmente desceu, todos se viraram para encará-lo. Ele sorriu para tranquilizar os jovens e falou pausadamente:
— Foi só um susto. Lily já está acordada e medicada. É importante que ela fique em repouso por algumas horas, pois mesmo com a poção ela ficará um pouco enjoada. – ele disse e se sentou, aceitando uma xícara de chá – Eu já mandei mensagem para Harry e ele está a caminho. Se quiserem, pode subir e...
Draco não conseguiu terminar a frase, pois todos saíram correndo em direção ao andar de cima para ver Lily.
Astoria deu uma risada baixa, balançando a cabeça e olhou para o marido:
— E isso é o que chamo de amizade verdadeira.
— Eu gostaria de ter tido amigos assim quando tinha a idade deles – Draco comentou, levando a mão até o antebraço onde antes a marca-negra se encontrava – Talvez eu não tivesse me metido em tantos problemas.
— Você tem ótimos amigos agora. – Astoria deu um rápido beijo no marido – E eu tenho muito orgulho da pessoa que você se tornou.
— Tenho uma ótima família também. – ele disse – Merlin, espero que essa seja a última encrenca em que eles se metam esse ano.
Astoria deu uma gargalhada se sentando ao lado do marido e respondeu:
— Querido, em menos de duas semanas eles voltam para Hogwarts. Acha mesmo que essa é a última?
~*~
N/A: Olá!!! Gostaram do capítulo? Eu espero que sim.
O próximo já será em Hogwarts e eu mal posso esperar para terminar de escrever. Graças a vocês, tenho me divertido bastante!
Muito, muito obrigada por lerem e comentarem. Vocês são mesmo uns amores.
Espero que o próximo capítulo venha mais rápido.
Até a próxima!!!
Beijinhos,
Marls McKinnon.
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