Aprendendo a Amar escrita por Moon Queen


Capítulo 2
Mentes confusas


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Este capitulo é dedicado a Ariel Lima que comentou e me deu inspiração para escrever esse capitulo! Espero que gostem! Beijos e abraços Ruffles!



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Dezembro,1908, Residência Chase.

Annabeth se encaminhava pra o seu quarto, quase feliz por ter esquecido o casamento durante seu dia. Saiu para lecionar literatura ao magistério, dava suas aulas na grande biblioteca central, amava ensinar aos alunos. Sentia-se livre de rótulos, não era comum mulheres de sua classe exercerem uma profissão, mas ela não gostava do comum queria ser auto-suficiente e não depender de seu marido. Por isso enquanto se encaminhava para o quarto lamentou pela sociedade em que vivia, conhecia tantas mulheres espertas, sua mãe, por exemplo, dona de uma inteligência incomparável, mas ofuscada pelo preconceito contra as mulheres. Fechou a porta atrás de si e suspirou resignada com os olhos fechados, podia contar as horas de liberdade agora nos dedos, olhou para sua estante e ela estava inteiramente vazia sentiu pontadas de desespero e a garganta secou no momento que ouviu aquela risada, no mesmo monto ela soube quem tinha tirado os livros dali.

—Onde estão meus livros?- questionou desafiadora- Onde a senhora os escondeu?

— Sua pirralha tola, seu noivo esteve aqui sabia?- contradisse. - Ele estava tão ansioso para te ver que veio direto até aqui, o garoto está apaixonado, e onde você estava?

—Eu não estou interessada nisso. - falou com raiva, mesmo querendo saber o motivo da visita. - Onde estão meus livros?

—Aqueles não são livros que uma moça casada deve ler, eles colocam ideias na cabeça. - revidou com a mesma hostilidade da primeira. - Você acha que homens gostam de mulheres inteligentes?

Ela não respondeu então Hera lhe puxou pelo braço até a frente da penteadeira, onde Annabeth podia ver seu reflexo no espelho, podia ver sua expressão de fúria pelas palavras ditas pela avó.

—Olhe bem para você! Uma jovem tão bonita ,isso basta, use isso ao seu favor e conquiste o seu marido você vai conseguir tudo que quiser. - induziu Hera. - Foi assim com o seu avô, é so uma questão de controle, posso ver em seus olhos, não seja patética o amor não existe. E casamentos por ele também não, é só uma troca e você vai se casar por bem ou por mal.

— Eu não vou! Eu já sou grande o suficiente para tomar decisões, eu não me importo com suas ideias malucas vovó. - disse com raiva. - Eu posso arranjar um emprego e sair daqui e nem a senhora e esse casamento ridículo vão me impedir.

— Mas, você não fará isso não é querida? Se não já teria feito. - concluiu apertando o braço da menina. - Você sabe que tudo que resta a essa família é o dinheiro e isso já não vale de nada, não temos os mesmos títulos, perdemos o prestigio e a nobreza você é a única esperança que nos resta de voltar ao alto escalão da sociedade. Se isso não acontecer nem dinheiro nos restará.

— Não coloque esse peso sobre meus ombros. - afirmou soltando-se do aperto da avó.  - O mundo esta mudando e um casamento não vai parar essa mudança, nos não seremos nunca mais o que já fomos outrora e em breve os Jackson’s também vão perder o que tanto a senhora almeja. Títulos e dinheiro são coisas que não costumam durar por muito tempo.

— Eu disse a Atena que te deixar tão livre era uma má ideia. - disse inconformada- Olhe só as caraminholas que você tem na cabeça menina.

Annabeth se limitou a um revirar de olhos, não queria mais discutir, nada faria sua avó mudar de ideia.

—Seus livros estão na biblioteca de onde nunca deveriam ter saído e não adianta reclamar e tentar recuperá-los, nem eles e nem o seu emprego idiota. - respondeu a primeira pergunta da jovem.

Annabeth já estava prestes a mudar de ideia, seu emprego e seus livros? Isso já estava passando dos limites, já estava pronta para reclamar, mas sua avó foi mais rápida e a interrompeu:

— O garoto está apaixonado por você e vai se magoar com a sua recusa, querida se você ainda gosta dele como quando eram crianças não machuque o garoto. Agora você precisa descansar, amanhã é o grande dia!

E com aquela mensagem ela se retirou deixando Annabeth sozinha com suas ideias, aquela mulher não era nem um pouco confiável, mas por alguma razão as palavras ficaram gravadas na sua mente. Percy a amava? Não podia ser, não era assim quando eram adolescentes, lembrava bem de nunca ver nenhum resquício de interesse romântico. Mas ele poderia ter mudado? Por que tantos questionamentos? Já foi mais segura de si mesmo então por que se importava tanto? E no mesmo momento respondeu a si mesma: Talvez não se importasse com os sentimentos dele como marido, mas com certeza se preocupava com os sentimentos do seu melhor amigo de infância.

Hera definitivamente tinha tirado seu sono, pois naquela noite Annabeth não conseguia dormir por um momento sequer, revirando nos lençóis ela não conseguiu tirar as palavras da avó da mente. Por fim decidiu que o casamento deveria acontecer, não podia correr o risco de magoar Percy, sofreria para fazê-lo feliz tudo em nome dos momentos doces que cultivava na memória, dos olhos verdes que brilhavam com rebeldia típica a adolescentes, casaria com ele em nome do sorriso que ele lhe ofereceu por tantos anos, faria isso por seu melhor amigo. Mas essa conclusão tão pouco a acalmou, só fez com que ela se revirasse ainda mais alheia aos reais sentimentos do seu futuro marido.

 

 

 

Dezembro, 1908, Residência Jackson.  

 

Naquela noite Percy não conseguiu dormir, não pelo nervosismo típico dos noivos, mas sim por causa do medo do que o futuro reservava para ele. Hera tinha envenenado sua mente, não conseguia discernir se ela falava a verdade ou se era uma invenção daquela mulher, se lembrava de que Annabeth não gostava dela na infância, por isso não confiou na mulher. Mas ao chegar em casa perguntou como tinham sido as semanas depois da sua partida, porém a resposta que ela lhe deu tão pouco fez com que ele se conformasse, talvez tenha sido essa a razão pela qual não conseguia dormir. Ela apenas confirmou que Annabeth parecia feliz com o pedido e depois que ele se foi a garota parecia ter se isolado do resto do mundo. O casamento aconteceria decidiu de súbito, ele casaria se isso significasse que ela pudesse ser feliz, faria isso em nome daquelas lembranças distantes de duas crianças brincando no jardim, faria pela amiga que ele perdeu há alguns anos, pelos sorrisos banguelas que trocaram e acima de tudo faria isso por sua melhor amiga. As paredes do seu antigo quarto não pareciam tão acolhedoras quanto antes, tudo parecia ter mudado dês de sua partida, não se lembrava da distância de seus pais, nem de como o abraço de sua mãe era caloroso. Aquele Percy do passado já não existia mais, parecia sufocado naquela cidade que antes chamou de lar, deixou tantas coisas pendentes em Londres, propostas de trabalho, amigos...

Perdeu a linha de pensamentos apenas quando sentiu os primeiros raios de sol banharem seu rosto, pareciam profetizar um novo começo, uma nova fase da vida que Percy ainda não se considerava apto para vivenciar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor comentem preciso saber a opinião de vocês, sugestões e criticas são bem vindas!



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