Do trono ao cadafalso escrita por Evil Queen 42


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

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"Não posso crer que o Rei me deseja. E agora, como posso escapar disso? Me vejo entre dois caminhos extremamente terríveis. Caso recuse o Rei, minha família pode perder os benefícios que meu pai conseguiu depois de tanto esforço; Todavia, se eu aceitar deitar-me com ele, serei taxada de prostituta por todos e, na pior das hipóteses, serei abandonada com um filho bastardo. 

O que mais me magoa é saber que, sendo meu pai próximo ao Rei, pode ter ele próprio me oferecido para o nosso soberano. Muitos pais fazem isso com as filhas, tudo para conseguir poder e status que são em sua maioria passageiros (...)" 

Sakura andava furiosa pelo castelo até  chegar nos aposentos de sua família, onde encontrou seu pai que estava sentado e escrevia num papel alguma coisa com uma pena. Bateu fortemente a porta de madeira atrás de si, assustando o mais velho. 

– Sakura, o que significa isso? - Indagou rudemente, levantando-se após largar a pena de lado. 

– Ofereceu-me ao touro Real? - Bradou entre dentes. 

Sua mãe, Mebuki, que havia se mudado para Corte há pouco tempo, apareceu assustada com os gritos de sua filha. 

– Querida, por favor... - A mulher dos cabelos loiros tentou acalmar a rosada, mas em vão. Sakura encarava seu pai com os olhos furiosos, mas Kizashi permanecia frio.

Sakura sabia exatamente o que significava quando o Rei pedia por uma moça. Contudo, estava disposta a resistir. 

– Deveis considerar que é uma grande oportunidade. - Disse-lhe o mais velho - Imagine os grandes benefícios que terás, Sakura.

– Que grandes benefícios têm as antigas amantes do Rei? - Retrucou arrogantemente - Não irei me rebaixar tanto! 

– Minha filha, escute-me... - Kizashi se aproximou lentamente de Sakura, segurou em seu rosto com ambas as mãos e olhou fundo em seus olhos - Ser amante do Rei não é motivo de vergonha para mulher alguma. 

– E quando ele se cansar de mim? - Indagou entre dentes, ainda com sua fúria nítida - Qual homem irá me desposar, meu pai, se eu for largada com um bastardo em meu ventre? 

– És esperta, Sakura... - O homem esboçou um sorriso de canto, e Sakura suspeitou que ele tivesse tramando alguma coisa - Mantenha os olhos do Rei somente em você. Deixe aceso o interesse dele, não se entregue facilmente. Não seja tola, Sakura. 

Sakura arregalou os olhos, incrédula. 

Seu pai praticamente implorava para ela seduzir o Rei, ganhando dessa forma favores para a família. Mesmo que parecesse um plano bom, Sakura não sabia se conseguiria estar na companhia de Sasuke após ele ter negado a permissão para que ela se casasse com Sasori. 

Kizashi então se retirou, deixando uma Sakura boquiaberta. Ela realmente, embora estivesse óbvio, preferia crer que seu pai não a oferecera como gado para o Rei; No entanto, não só ofereceu, como dava todo o apoio para que ela brincasse com o monarca na intenção de que a família fosse beneficiada.

 - Mamãe... - Ela encarou sua progenitora com os olhos esperançosos de que a mais velha fosse lhe dizer palavras de conforto, no entanto mais uma vez sentiu seu coração ser ferido.

– Considere realmente, minha filha, que essa é uma grande oportunidade. Você tem instrução, é uma chance que poucas têm... 

– Não creio que usar-me para conseguir favores do Rei seja algo prudente. - Disse, mais calma dessa vez - Mais cedo ou mais tarde ele se cansará de mim, como se cansou de todas as outras. 

– Aprenda uma coisa, minha filha. - Mebuki olhou fundo naqueles olhos tão negros quanto os seus - Conseguirá tudo o que quiser de um homem não pelo confronto, mas fazendo-o crer que ele está no comando. Eis a arte de ser uma mulher... domine-a. 

[...]

A morena soltou um longo suspiro. Talvez, ler tudo aquilo de uma vez não fosse tão saudável para sua cabeça. 

Sakura jamais foi apaixonada por Sasuke? Pelo visto, tudo estava previamente planejado pela família da Haruno. Ela foi usada, empurrada para cima do Rei por um pai ambicioso. Teria Sasuke descoberto isso? 

Sarada não sabia o que pensar, estava furiosa. Sua mãe foi nada mais do que uma vítima, uma garota manipulada, jogada como se fosse um dado cuja sorte ou azar depende do resultado... Ela foi um mero peão num jogo de ambições que terminou em tragédia. 

Queria que aquele diário fosse mais detalhado, mas Sakura não tinha o hábito de escrever todos os dia. Naquelas folhas estavam registrados apenas os momentos mais importantes da vida da Haruno. Ao folhear o diário, Sarada notou que, por algum motivo, nas últimas folhas do diário as datas estavam mais próximas. Sakura, ao que ia se aproximando do fim de sua vida, escreveu com mais frequência. 

Talvez ali estivesse registrado fielmente todos os acontecimentos que precederam sua morte. Cada detalhe que ela tanto queria saber. 

Mas, antes de saber sobre a morte de sua mãe, Sarada sentia que precisava conhecer a vida dela. Voltou para a folha onde parou e retomou sua leitura. 

"Seria eu capaz de manter os olhos do Rei somente em mim? É um plano arriscado... Meu pai quer usar-me para ganhar favores, mas sei que a qualquer momento o nosso monarca irá me deixar de lado como já fez com outras incontáveis amantes.

Sasori é o dono do meu coração, portanto não sei se conseguiria me entregar para o Rei, principalmente após a recusa Real para o nosso casamento. 

Pobre de mim... Não pensei que minha vida tomaria esse rumo quando coloquei meus pés nessa Corte cujos membros em sua maioria não passam de serpentes venenosas, esperando um momento oportuno para dar o bote. Minha intenção era conseguir um bom casamento, eu estava feliz com Sasori. Todavia, jamais passou por minha cabeça, nem em meus mais doces sonhos, que um dia o Rei de Konoha teria seu olhar atraído pela minha pessoa (...)"

Alguns dias se passaram e Sakura pensou que o Rei tivesse desistido de tê-la em sua cama, uma vez que nenhuma atitude havia sido tomada pelo monarca... até então. 

Sakura estava em seus aposentos com sua família. Kizashi pai analisava alguns documentos de interesse do Rei, enquanto as mulheres, sentadas perto uma da outra e de frente para uma lareira, bordavam tranquilamente. 

Assustaram-se quando o Rei foi anunciado, mais ainda por ele ter se dado ao trabalho de ir até uma parte do castelo que ficava longe de sua câmara. 

Os Haruno se levantaram e em seguida fizeram uma reverência em sinal de respeito e devoção quando Sasuke adentrou. 

Era a primeira vez que Sakura ficava tão próxima do Rei. Já o tinha visto nos banquetes e bailes da Corte, inclusive já havia notado o olhar do monarca sobre si, todavia nunca esteve tão perto do filho de sua senhora. 

– Majestade, não somos dignos de vossa presença. - Disse Kizashi - Seja muito bem vindo. 

– Obrigado. - O tom de voz firme de Sasuke fez a rosada se arrepiar.

– O que desejais, Majestade? - A matriarca dos Haruno se pronunciou. 

– Desejo ficar a sós com Sakura. - O homem foi direto ao assunto - Saiam. 

O casal assentiu e, embora inseguros com o que sua filha petulante pudesse dizer para o Rei, retiraram-se do cômodo. 

Sasuke pousou seu olhar intenso na rosada no momento em que ficaram finalmente sozinhos. A moça sentiu seu sangue gelar, estava insegura, no entanto era algo que não deixava transparecer. Temia que o Rei a julgasse facilmente acessível caso ela se mostrasse frágil. 

Sabia o que Sasuke queria. O Rei não iria se deslocar até ali a troco de nada. 

Sentia um pouco de medo, pois estava diante do homem mais poderoso do país. Qualquer pessoa diria que aquilo era uma honra, mas para Sakura era um pesadelo, principalmente porque aquele homem em sua frente a separou de Sasori. 

– Majestade... - Sakura suspirou, como uma deixa para que Sasuke fosse logo ao assunto e parasse de torturá-la com aquele silêncio. 

– Sakura... Venho aqui não como um Rei, mas como um pobre homem inseguro, ansioso, esperançoso...Como qualquer ser humano que se apaixona. 

– Eu vejo o Rei. - Respondeu-lhe simplesmente. 

– Ora, deixemos a realeza de lado. - Disse num tom de voz calmo, nem parecia o homem sério e autoritário que entrara ali há pouco - Sakura, não quero ser amado pelo fato de ser o Rei, mas por mim. 

Sakura não era tola, mesmo em sua tenra idade. Sabia que o Rei não a amava, mas era gentil para conquistá-la. 

– Pois bem... Se não sois o Rei, mas um pobre homem, por que mandou um de seus peões me dar ordens? - Indagou irritada para a surpresa de Sasuke. 

– Um peão? 

– Orochimaru! 

– Ele a tratou de forma rude? 

– Não, majestade. - Sakura falava friamente - E também foi direto ao assunto. O que o Rei quer, ele terá. 

– Não, ao contrário. - Disse-lhe o Rei num tom de voz que transmitia confiança, mas Sakura sabia que não poderia confiar nele - O que você quer, você terá. 

– Se o aceitar primeiro. - Retrucou. 

– Não contra a sua vontade. - Respondeu prontamente. 

– Não? - Fingiu surpresa, pois sabia que o Rei iria induzi-la de alguma forma a deitar-se com ele.

– Nunca! - O moreno deu alguns passos para frente, ficando mais perto da Haruno. Ela encarava um ponto fixo na parede, evitando olhar o monarca nos olhos - Primeiro ganharei seu coração, sua confiança... Depois sua cama. Diga-me as coisas que quer e eu lhe darei, experimente. 

– Dizer as coisas que quero? - Uniu as sobrancelhas, finalmente olhando nos olhos negros que agora estavam tão perto de si.

– Sim. - Assentiu - O que você quiser, terá. Títulos, rendas, propriedades, jóias... O que quiser, basta abrir a boca e pedir. - Enlaçou seu braço com o da moça ao seu lado, andando calmamente e sendo acompanhado por ela - Agora faça-me companhia, converse comigo. Amo sua doce voz... - Sasuke parou quando ambos estavam perto da porta, soltou gentilmente o delicado braço feminino e se posicionou de frente para a Haruno - Diga-me, Sakura, existe alguma coisa em mim que você ame? 

– Não. - Respondeu sem hesitar, deixando o Rei espantado com tamanha petulância. 

– Minha nossa... - Ele riu sem graça, tentando disfarçar seu orgulho ferido - Mulher alguma falou comigo desta maneira antes.

– Disse que não veio aqui como o Rei, mas como um pobre homem. - Explicou - Ao Rei eu mentiria. 

– Vejo o quanto é destemida. 

– Minha doce voz não mentirá. 

Sasuke não conteve um riso. Estava diante de uma garota linda, mas petulante. Jamais havia sido tratado de tal forma por mulher alguma, e ver que Sakura estava disposta a resistir tornava tudo mais divertido.

Não havia amor, ele só queria uma amante, no entanto não poderia forçá-la no sentido exato da palavra; Mas poderia conquistá-la e assim conseguir o que queria. Castelos, mansões, jóias, títulos... Isso não era nada para Sasuke, que estava disposto a fazer o possível para conseguir a companhia de Sakura entre seus lençóis. 

 - Com o tempo, Sakura, crescerá o seu amor por mim.

– Tudo é possível, Majestade. 

– Para nós, tudo será possível. 

[...]

Sarada fechou o diário antes de guardá-lo numa gaveta de sua penteadeira, da forma mais escondida possível. 

Caminhou até a porta de seu quarto e a abriu, notando que Boruto não estava por perto. Por alguma razão, a Uchiha imaginou que seu amigo estaria atrás da porta ou coisa parecida, mas não estava. 

Indo para fora do castelo, Sarada o encontrou em um dos jardins. Estava na companhia de seu arco e flechas, concentrado enquanto mirava no alvo. Numa outra ocasião, Sarada até o daria um susto de propósito para desconcentrá-lo e fazê-lo errar o alvo, pois achava engraçado quando Boruto estava irritado. Todavia, não estava com cabeça para isso. 

Chegou perto do rapaz e esperou que ele notasse sua presença ali, algo que não demorou muito para acontecer. Boruto desviou seus olhos azuis para o lado e viu que sua Rainha e amiga de infância parecia perturbada. 

– Já leu todo o diário? - Ele colocou o arco no chão ao lado das flechas e encarou a morena.

– Em tão pouco tempo? Nem se eu quisesse.

– Por que parece tão abatida? 

– Minha mente ainda está processando todas as informações que obtive hoje. - Suspirou - Boruto, meu avô era um monstro. 

– Por que diz isso? - Indagou curioso. 

– Minha mãe era apaixonada por outro homem, eles tinham planos de se casar. Mas o casamento foi recusado porque meu avô tinha oferecido minha mãe como amante para o meu pai, o Rei. - Disse horrorizada, levando ambas as mãos até o rosto - Boruto, isso é horrível! 

– Infelizmente é comum, Sarada. - Afirmou o loiro - Famílias que querem status, poder, usam suas filhas para conseguir. 

– É triste pensar que minha mãe, mesmo tendo cometido erros, foi uma grande vítima da ambição familiar. 

– Ela foi amante de seu pai?

– Não sei. - Abaixou o olhar - Ela se recusava. Temia que o Rei a abandonasse ou que acabasse gerando um filho bastardo. 

– Sabemos que você não é bastarda. - O Uzumaki riu. 

– Começo a ter minhas dúvidas sobre muita coisa, Boruto. E só poderei saná-las quando ler todo o diário de minha mãe. 


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Notas finais do capítulo

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