Vulnerável escrita por Honora


Capítulo 1
Carta I: James Potter, o inseguro.


Notas iniciais do capítulo

Um medo: escrever sobre o James. Não tenho um apego com a personagem, por isso sinto certo receio de escrever sobre ele.

Mas, bem, boa leitura.



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Caro alguém, há algo que você precisa saber sobre mim; eu não sou o que sinto por Lily Evans. Há quem diga que eu me tornei um louco apaixonado desde a primeira vez que a vi, mas não foi exatamente dessa maneira. Digo, é claro, eu a achei encantadora, mas não foi amor a primeira vista.

 

E, veja bem, eu senti algo extremamente puro e completo quando ouvi a voz dela, quando perguntei a ela seu nome, quando reparei em sua mania de sorrir para todos. Eu não soube exatamente o que era, mas sentia que a cada ano aquilo tornava-se mais forte e mais bonito, mais puro e mais caloroso.

 

E eu jamais fui o que senti por Lily Evans.

 

O completo oposto, devo te dizer. Eu nunca fui forte o suficiente para protegê-la de qualquer mal que a fizesse chorar, nunca fui bom o suficiente para aconselhá-la com qualquer situação que a fizesse temer. Nunca fui caloroso o suficiente para mantê-la presa em meus braços por mais de alguns segundos — Lily sempre comentou que meus abraços eram desajeitados.

 

Mas eu fui tudo que podia ser a ela, foi tudo que consegui oferecer. E talvez seja o suficiente, eu não tenho certeza…

 

Gostaria que você pudesse me ajudar, mesmo que eu não saiba exatamente para quem eu escrevo — talvez só seja uma tentativa frustrada de desabafo, não para alguém, mas para mim mesmo. Só me encontro deitado em minha cama, com as cortinas abertas, enquanto Peter ronca ao meu lado e Sirius dorme tranquilamente do outro. O tinteiro a minha frente, deixando-me apavorado.

 

Por que estou fazendo isso, afinal? Por que estou escrevendo o que penso, quando poderia desabafar aos meus três melhores amigos?

 

Não encontro as respostas certas, mas sinto-me inusualmente melancólico e sinto que todos esses pensamentos são pessoais demais para serem compartilhados. Além do mais, sinto medo.


Medo que as mudanças que crescem em mim sejam difíceis demais para os marotos; medo de que Sirius não entenda meu lado confuso e desesperado; medo que Peter perceba que sou mais fraco do que aparento; medo de Remus me julgar silenciosamente.

 

Mas há algo que me dá esperança; seja a intensidade do sentimento que sinto por eles ou seja a reciprocidade que recebo dos meus melhores amigos.

 

De qualquer forma, é prazeroso manter essas cartas em completo segredo, fingir que nunca as escrevi — mesmo que eu as pegue e as leia de vez em quando, avaliando o quão patético estou me tornando —, fingir que não sou inseguro e que a incerteza do futuro não me apavora.

 

Afinal, sou James Potter — mesmo que eu ainda não saiba o que isso significa.

 


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Notas finais do capítulo

Adoraria receber um review sobre a história. Grata por ler!



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