Família De Marttino Uma Segunda Chance(degustação) escrita por moni


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeeeee
Espero que gostem.



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   Pov – Filippo

   ― Cuidado na estrada Filippo. – Vittorio pede quando apertamos as mãos na partida. Kiara carrega Matteo no colo. – Se tiver qualquer problema telefona.

   ― Pode deixar. Vamos ficar bem. – Beijo o rosto de vovó Pietra. Ela é carinhosa, me dá um longo abraço. Depois pega Matteo no colo e aproveito para fotografar. – Isso vovó. Está bem bonitona. Vou mandar para o Enzo. Agora entrega ele para o Vittorio. – Ele me olha quase ofendido. É a coisa mais divertida do mundo provocar o irmão mais velho. – Pega ele Vittorio.

   ―Vocês não têm que ir? – Vittorio me lembra se esquivando.

   ―Temos. Logo depois das fotos. É para o álbum do casamento. Vai, o menino não é contagioso. – Vittorio pega o sobrinho. Parece prestes a me agredir. Enzo vai rir muito da expressão do irmão. Fotografo. – Agora todos juntos. Vai Kiara e vovó. Se juntem para o último registro do fim de semana do casamento. Vovó se gruda ao neto risonha, já Kiara poderia me cortar as mãos. É hilário assistir o desconforto de Kiara e Vittorio lado a lado na foto família. – Que família animada.

   ―Anda com isso Filippo. Não sabia que você era o cara chato das fotos. – Kiara reclama. – Em todo grupo tem um idiota que quer registrar tudo. Nunca pensei que seria você.

   ―Isso. Animados, como quando se tira foto antes de ser preso. Só falta a plaquinha com números. Que orgulho.

   ―Você tem dois segundos Filippo. – A voz de Vittorio surge como um trovão e fico pensando que ele furioso deve dar medo. Bato a foto e guardo o celular.

   ―Prontinho. Momento De Martino registrado com sucesso. Hora de partir.

   Nosso plano de gastar as energias do pequeno dá certo e dez minutos de estrada e ele está dormindo.

   ― Ele vai dormir todo o percurso, depois quando estiverem no avião para os Estados Unidos vai ficar acordado. – Kiara constata.

   ―O que não será mais problema nosso, já que não vamos estar no mesmo avião.

   ―Olhando por esse lado. Você tem razão. – Ela se ajeita no banco e encara a estrada. Me lembro de vê-la saindo do banho. Linda. A garota mais bonita que já vi. Eu nem sei descrever direito o que foi aquele momento, mas fiquei num encantamento abobalhado que nunca tinha experimentado. Agora a todo instante o rosto dela me vem à mente.

   Isso não é nada bom, nada bom. Kiara é a irmã do meu melhor amigo, ela está num momento complicado e eu sai de uma história que levou a vida toda. Não vou entrar assim em outra relação. Ainda mais com a garota mais especial que existe.

   Relação? Eu pensei mesmo nisso? Relação tipo beijo na boca e o resto todo? Onde essa minha mente maligna está me levando? Relação? Que ideia estúpida? Olho para ela. De olhos fechados enquanto aprecia a música baixa. Toda linda nessa maquiagem de Malévola.

   ―Vai ficar dormindo e me deixar sozinho a viagem toda?

   ― Era o plano original, mas não acho que vá me deixar em paz.

   ―Acertou. Eu não vou servir de motorista particular. Pareceria Kiara. Se ficar acordada não te chamo de conchinha até Florença.

   ―Nossa! Que favor. Fico emocionada.

   ―Eu sou um cara legal na maior parte do tempo. Menos quando me irrita. Ai eu não sou muito legal.

   ― Avisou o Enzo que deixamos a Vila?

   ―Avisei antes de entrar no carro. Ele vai nos esperar no saguão do hotel.

   ―Ótimo. O Matteo está cheio de saudade. Nunca tinha ficado tanto tempo sem a Bianca. Não sei como ela aguentou.

   ― Bianca é mesmo apegada a ele.

   ―Completamente. Como todas as mães devem ser.

   ―Pensa na razão da sua mãe ter deixado o Vittorio?

   ―Penso. – Kiara suspira. Me olha um momento. Coça o nariz e cruza as pernas. Ajeita o cinto. – Penso que talvez o Vittorio fosse mais apegado ao meu pai, ou minha avó, ou a Vila. Quem sabe ele quis ficar?

   ― É, pode ser. Já perguntou isso a ele?

   ― Não. Nem pretendo. Acho que não temos intimidade para nada disso.

   ― Ele gosta muito de você. Seu irmão se preocupa e está sempre atento a tudo que você faz. Prestei atenção nisso desde a festa.

   ―Anotando tudo no caderninho das criticas. Junto com o resto da humanidade. É claro.

   ― Não pode ter certeza disso. – Ela suspira. Acha enfadonho o assunto e eu não tenho mesmo nada a ver com a relação deles. Se tivesse irmãos seria grudado neles, mas não tenho. Então eu só posso aceitar que cada família é de um jeito. – E o fantasma da infância do seu irmão. A garotinha. Novidades sobre isso?

   ―Eu realmente não faço ideia. – Ela é sempre a margem da família. O que machucou tanto Kiara? O que a fez mergulhar nessa escuridão que não a deixa vir a luz?

   ― Amanhã eu vou ter uma reunião no fim da tarde com uma marca de maquiagem que quer um novo conceito. O que acha sobre tudo isso?

   ―Eu? – Ela fica surpresa. Me concentro na estrada.

   ― Sim. Me diz o que pensa sobre isso. Assim eu junto argumentos para a reunião.

   ― É sobre beleza, mas também sobre... proteção. Sobre como você se enxerga. Como você se esconde. É quem você é. Quem você quer ser. Como o mundo te vê e como você quer ser vista pelo mundo. Ajudou?

   ―Muito. Dá o que pensar.

   ―Como faz isso? Como você coordena uma campanha sobre algo feminino? Não maquiagem. Isso não é mais apenas sobre mulheres, mas eu não sei. Quando tem que fazer algo sobre o mundo das mulheres. Como faz?

   ―Temos um grupo bom. Temos mulheres criativas na equipe. Eu não tenho pretensão de saber profundamente sobre isso. Por que eu sei que vou acabar caindo em algum clichê, então eu e o seu irmão combinamos de quando isso acontece ouvimos as mulheres da equipe, mas a gente aprende um pouco na faculdade a se projetar nas situações. Ler o mercado, acompanhar as tendências. Estar ligado nas mudanças.

   ―Seu trabalho é bem legal.

   ―Quer tentar? – Olho um momento para ela que nega. – Pode ir um dia desses para a agência. Observar, quem sabe se interessa?

   ― Não. Eu sou muito...

   ―Fechada.

   ―É um jeito de me descrever. Não seria boa.

   ―Você se da bem com o Matteo. Leva jeito com criança.

   ―Talvez. Acho que não conseguiria pensar em cuidar delas.

   ―Pode escrever romances.

   ―Ridículo! – Ela se volta para a frente e me faz rir.

   ― Desculpa. Não resisti. Me diz. O que te faz feliz?

   ― Filippo eu posso ser uma herdeira inútil se eu quiser. Ninguém tem nada com isso.

   ―É um plano.

   ―Não vai me criticar? – Dou de ombros. Não combina comigo, mas o que eu tenho com isso? As pessoas fazem o que é melhor para elas. – Dizer que tenho que produzir que viver assim é não viver. Que eu vou ficar velha e solitária e não vou deixar nenhuma marca no mundo e que não estou construindo nada.

   ―Não. Mas se pensa assim devia começar a se mexer. – Ela me observa. – Esse discurso é mais sobre o que você parece estar pensando. Então...

   ― Fez publicidade. Não psicologia.

   ―Você tem toda razão, embora em publicidade a gente precise olhar um pouco para como as pessoas pensam.

   O assunto muda para música, nesse sentido nossos gostos se parecem, então comida. Kiara é uma ótima cozinheira e entende do assunto. Depois discutimos sobre política. Não aguento que diz que tanto faz, que não gosta e não discute política. Como isso é possível? Tudo é política, não se pode fingir que não está envolvido.

   Então nos aproximamos de Florença. Matteo desperta e o resto do caminho fazemos dando atenção a ele.

   Enzo e Bianca estão a nossa espera no saguão do hotel. É bonito ver os olhos brilhando do casal. Meu amigo merece. Tanta dor e tristeza e agora ver que ele não cabe em si de alegria me deixa feliz.

   Também é bom ver os bracinhos do garotinho se debatendo e o sorriso devastador que ele lança para os pais. Os dois enchem o garotinho de beijos e abraços enquanto eu e Kiara observamos calados. Leva uns minutos até as coisas se acalmarem e recebermos abraços também.

   ― Felizes? Como foi a noite de núpcias? – O casal troca um olhar.

   ― Espera mesmo que eu responda? – Enzo me pergunta. – Tudo perfeito. – Ele sorri para Kiara. – Ele se comportou?

   ―Me irritou o fim de semana todo! – Ela resmunga me lançando uma cara feia que a deixa mais bonita.

   ― Perguntei do Matteo.

   ― Ah! Não, ele foi muito bonzinho. – Ela quase sorri, mas usa sua força interior para guardar o ar feliz. Dá vontade de fazer cocegas nela até ter um ataque de riso e implorar para que pare.

   ― Vamos jantar? – Bianca convida. – Aqui no restaurante do hotel mesmo, depois vocês nos deixam no aeroporto. O Matteo não pode comer aquela comida de avião.

   ―Ninguém deveria. – Enzo continua. – Vamos. Aí me contam do fim de semana. Amei aquelas fotos.

   Sem escolha Kiara se põe a caminhar conosco. Não parece contente e queria que ela fosse feliz. Ela pode ser, basta exorcizar essa coisa que a machuca.

   Matteo não sabe se fica com a mãe ou com o pai, mas tem certeza sobre não ficar comigo ou Kiara. Acho que está com medo de ser deixado de novo.

   Assim que pedimos Kiara deixa a mesa com a desculpa de ir ao banheiro. Leva meia hora para retornar. Quando se junta a nós não parece mais a mesma.

   A voz parece começar a ficar mole. Os olhos parecem mais perdidos. Ela pede um drink e ninguém diz nada.

   Depois de uma hora comendo e conversando enquanto ela fica aérea e distante deixamos a mesa e seguimos para o aeroporto. Kiara vai ao meu lado. O casal com Matteo no banco de traz. Levam apenas duas malas.

   Atravessamos o saguão do aeroporto. Kiara fica de novo distante. Olhando pela vidraça os aviões levantarem voo. Nos despedimos mais uma vez.

   ― Fica de olho nela? – Enzo me pede mais uma vez. – Kiara...

   ―Eu sei. Pode deixar.

   ―Pede socorro ao Vittorio se achar que precisa. Eu estou descobrindo um Vittorio bem diferente do que acreditava. Seja o que for ele ajuda.

   ―Entendi.

   ―Obrigado pela foto. Não sei se outra pessoa conseguiria uma foto como aquela. – Nós dois rimos. Trocamos um abraço. Enzo beija o rosto de Kiara que se esquiva um pouco. Já Matteo ganha abraço e carinho. Ela se dobra para ele sem medo nenhum. Acho bonito.

   Assistimos o embarque em silencio. Olho para ela e suspiro. Um mês sozinha naquela mansão. Essa gente não tem nada na cabeça se acha que ela vai passar por isso sem fazer uma grande idiotice.

   Pelo andar meio torto e displicente eu sinto que andou bebendo. Ela até que foi bem. Se comportou enquanto esteve com Matteo, mas foi se livrar da responsabilidade para mergulhar no próprio mundo.

   Dirijo com ela olhando pela janela. O vento nos cabelos e o olhar distante. São quase nove da noite. Não quero deixar a garota em casa sozinha assim.

   ―Quer passar a noite lá em casa? – Kiara sorri. Me olha de um jeito diferente e deve ser por que bebeu.

   ―Por que não? – Ela responde antes de pegar o cantil de prata na mochila e tomar um gole.

   ―Sabia. – Ela vira o cantil. Chacoalha.

   ―Acabou! – Ri e devolve na mochila. – Vamos aumentar a música! – Ela mexe no som do carro. Se anima e coloca a cabeça para fora sentindo o vento.

   ―Está bem doida! – Ela me lança uma careta. Volta a colocar a cabeça para fora e canta alto chamando atenção das pessoas. Viro na minha rua. Abaixo o som. Não posso chegar com essa música e incomodar meus vizinhos.

   ―Que chato! – Ela reclama. – Tem um drink lá? No apartamento do Filippo. O cara igual a todos os outros.

   ―O que deu em você?

   ―Nada! É só mais uma noite. Terminando como todas!

   Estaciono. Ainda bem que tive a ideia de convida-la Kiara não pode ficar sozinha assim. Enzo podia ficar em lua de mel no quarto dele. Subimos os dois lances de escada com ela rindo e se apoiando em mim. Não é o riso dela. Não é a Kiara feliz.

   Abro a porta e ela entra na minha frente, para no meio da sala pequena. Não tenho muitos móveis ainda, nem está decorado. É só um pequeno apartamento de dois quartos e uma varanda incrível com vista da cidade que eu amo.

   Dou dois passos para dentro, empurro a porta e Kiara se aproxima, não entendo bem seu comportamento até ela me envolver o pescoço com olhar débil. Está meio mole, acabo envolvendo sua cintura. Ela parece prestes a cair.

    ― Kiara...

   ―Uhm! Músculos. – Ela diz descendo as mãos espalmadas por meu peito. Fico atônito, sem saber como agir. Ela passa a língua nos lábios umedecendo e fazendo meu coração saltar. Meu sangue pulsa. As mãos lentas e delicadas chegam a fivela do meu cinto e eu desperto.

   ― Não Kiara. – Seguro seus dois pulsos. Uso o máximo de delicadeza que consigo para afasta-la. – Eu não quero isso.

   Se tivesse dado um soco nela, talvez a tivesse magoado menos. Sinto seu olhar, sinto sua angustia. Sua confusão. Sua completa incompreensão.

   ―Não? Me convidou para vir ao seu apartamento.

   ― Convidei, mas não...

   ―Por que me convidou? Não é isso que queria? Como todos. Não é sempre assim? – Ela está com raiva. Está mesmo brava e eu sem saber o que fazer.

   ― Nem todos os caras são assim e não pode aceitar e ir na casa de alguém apenas... precisa ter uma história. Você não é...

   ―Uma vadia? – Ela anda uns passos para longe. Uma lagrima escorre e borra a maquiagem. Parece tão frágil. – Sou sim. Sou isso e só. Só isso. Dane-se! Dane-se Filippo! – Ela soluça.

   ― Eu não ia dizer isso. – Tento faze-la me ouvir, me aproximo e ela anda mais para longe. – Ia dizer objeto. Ia dizer...

   ―Você não sabe nada sobre mim. Nada.

   Kiara corre para a porta, pega a mochila no chão e sai batendo com força e fico ali, tentando entender o que acaba de acontecer. Essa mulher é um carrossel de emoções. Me deixa feliz, bravo, triste e com medo e faz isso em minutos e eu não consigo acompanhar todas essas emoções por mais que me sinta vivo.

   Passo a mão pelo cabelo. Ela me queria? Me queria ou queria qualquer um? Era sobre mim ou sobre a bebedeira? E como eu pude quase me render ao desejo? É a Kiara. Ela não merece ser tratada assim.

   O que está acontecendo comigo? Eu quero ver a irmã do meu melhor amigo, mas não consigo, não sei se foi ela saindo do banho sem maquiagem, se foi o jeito como olha para Matteo e parece tão delicada. Talvez esse tempo juntos ou minha recente liberdade. Seja lá o que for eu não consigo mais pensar na irmã do meu amigo e sim na garota que ela é. Foi, não sei ainda. Só sinto que tem uma coisa que me empurra para ela.

   ― Onde diabos você está se enfiando Filippo?

   Caminho para me sentar. Meio atordoado pelo que acabada de acontecer e então me dou conta que é noite, ela bebeu e está sozinha. Pego a chave do carro e desço correndo. Achei que essa coisa de caçar De Martinos no meio da noite tinha acabado.

   Olho para os dois lados da rua. Onde será que ela foi?

   ―Garota maluca! – Podia ser uma maluca pobre ao menos estaria no ponto do ônibus e seria muito mais fácil acha-la, mas não. É uma maluca rica, deve ter entrado num taxi e pode estar em qualquer lugar. Não foi para casa. Tenho certeza.

    Entro no carro. Tento o telefone. Toca, mas ela não atende. Teimosa. Maluca. Irritante.

   ― Vamos dirigir pela cidade e entrar nos bares. Onde garotas malucas costumam ir quando algum cara tem uma atitude ridícula como a minha? Como fui deixar ela sair daquele jeito? Por que estou falando sozinho?

   Não paro de dentar o telefone enquanto dirijo. Enzo está num avião agora e morro, mas não ligo para o Vittorio. Como vou explicar uma coisa dessas?

   Entro em duas boates, mas é noite de domingo. Estão quase vazias e cheias de patricinhas e definitivamente não combinam com aquela maluca. Uma hora dirigindo e telefonando. Uma hora sendo ignorado. Se ela pensa que vou desistir está muito enganada. Busco na memória as vezes em que acompanhei Enzo na caçada aos irmãos. Normalmente era o Giovanne, mas eles tinham amigos em comum. Estavam sempre frequentando lugares juntos.

   Depois ele ficou mais solitário. Com as drogas a vida dele se afundou e Kiara já não cabia mais na sua vida. Me lembro de um bar, com mesa de bilhar e caras babacas. Bebida forte e música ruim.

   Foi ela quem indicou. Disse que eles iam juntos lá e que tinham amigos e encontramos mesmo o Giovanne. Acho que consigo chegar. Se o lugar ainda existir ela pode estar lá ou alguém pode saber onde encontra-la.

   A rua não é das mais bem frequentada. Sinto raiva só de pensar que ela pode estar lá dentro com algum babaca. Raiva só de pensar que ela pode ter vindo sozinha aqui. Essa garota me deixa bem sem direção.

   Tem motos e carros parados em frente. Escuto a música e o riso. Vozes que se sobrepõe e suspiro quando caminho para dentro. O lugar é meio escuro, cheio de fumaça. Estico o pescoço procurando entre as pessoas pela garota mais doida e irritante que conheço.

   Tento me convencer que isso é pelo meu amigo Enzo que está em lua de mel e me pediu para ficar de olho nela, mas no fundo isso é por mim. Eu a vejo no balcão. Levando um copo a boca e virando sem medo das consequências.

   Um cara se aproxima dela. Diz algo em seu ouvido. Ela o empurra e ele insiste um pouco. Diz mais alguma coisa e ela sorri. Idiota. Eu, ela e esse infeliz. Três idiotas. Piso duro até eles. Desviando de todo tipo de gente. Tentando controlar a vontade de arrasta-la para casa feito um homem das cavernas.

   ―Achou mesmo que podia fugir de mim? – Ela me olha surpresa. Isso depois de forçar a visão e me reconhecer.

   ―Não tenta me atravessar cara. Cheguei primeiro. Diz para ele Kiara.

   ― Cala a boca e sai de perto dela. – O cara se irrita. Eu ignoro. Pego a mão dela. – Você vem comigo.

   ― Não manda em mim. Me deixa. Quer beber com a gente? – Ela ri se soltando de mim. O idiota ri com ela.

   ― Viu? Estamos nos entendendo. Ela fica. – Ele puxa Kiara pelo braço, ela está tão tonta que quase cai por cima dele. O idiota ri envolvendo sua cintura. Ela fica pálida. Leva a mão ao rosto. – Saí fora palhaço. A gente se conhece. Diz para ele.

   Para meu completo e absoluto prazer Kiara vomita no imbecil. Um jato certeiro no peito que o faz se afastar horrorizado e chama atenção de todos.

   Ela está mole. Vomita de novo, dessa vez no chão do bar. Eu corro para apoia-la. Envolvo sua cintura e ela segura em mim.

   ―Vai ficar tudo bem conchinha. Vou levar você para casa. – Olho para o imbecil que está uns metros distantes imóvel e com cara de nojo. Sem acreditar no que acaba de acontecer. – Nunca mais chega perto dela.

   Carrego Kiara no colo para fora do bar. Ela meio fora de si. Quase desmaiada. Coloca-la no carro não é tão fácil. Dou a volta. Ela precisa dormir. Melhor ir para a mansão. Onde tem suas roupas e sua cama. Se sentir em casa quando acordar é o melhor a fazer.

   Procuro o controle do portão em sua mochila quando chegamos. Eles acham mesmo que ela pode ficar sozinha nessa mansão sem ficar louca? É a Kiara. Ela é frágil. Está com medo e perdida. Vou colocar juízo na cabeça desses De Martino ou não me chamo Filippo Sansone.

   ―Chegamos cara de concha. Logo vai se sentir melhor. – Os portões se abrem e entro. As luzes da mansão estão apagadas. Para que tanto espaço? Dou a volta no carro, abro a porta, ela está de olhos fechados, os cabelos no rosto. Afasto os cabelos. – Acorda Kiara. Olha para mim. Está bem? Prefere ir ao hospital?

   ― Não. Eu quero dormir. Quero dormir para sempre.

   ―Nem pensar bela adormecida. Para sempre é muito tempo, mas pode dormir até amanhã. Vem. Eu te ajudo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo carinho. Desculpem a falta de tempo para responder os comentários. Eu leio um por um, mas é complicado responder por que eu trabalho e então sobra tempo para escrever e acabo deixando os comentário acumularem, queria muito umas férias para colocar tudo em dia. Beijosssssssssssssssssssss



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