Harry viu Hermione erguer o braço.

— Eu tenho uma questão. – não esperou que permitissem falar e continuou - Se a vida de Jason Boot não te interessava, para que continuar as matérias? Por que colocar Ginny no meio disso?

— Oras Granger – Skeeter parecia indignada com a pergunta de Hermione – São joias! Não se recusa joias minha querida. E quanto a você – olhou diretamente para Ginny – sua vida é muito chata, você nunca aparece em lugar nenhum além dos jogos, era uma das poucas festas que você foi. Os Boots acharam que era a pessoa perfeita para fazer a cortina de fumaça na vida do filhinho. Se eu soubesse que era comprometida a matéria teria ficado bem melhor. Seria algo entre ser noiva do Senhor Boot ou estar de cas...

— Skeeter, para o seu bem, melhor não continuar a frase – Harry falou e Ginny percebeu que suas mãos até tremeram ante a suposta insinuação de infidelidade dela.

— Quanta sensibilidade Potter! Fique tranquilo, infelizmente para mim toda minha programação foi por agua abaixo. A não ser... – Parou de falar e olhou para Ginny – A não ser que você queira me dar detalhes deste seu noivado, assim eu tenho o que escrever para a coluna de amanhã. “Estrela de Quadribol fica noiva e deixa para trás flerte com herdeiro de joias.” – Narrou a manchete como se tivesse tido a melhor ideia do mundo.

Harry viu que Ginny ficar vermelha e avançar mais uma vez na jornalista, fez sinal para que Rony não atrapalhasse.

— Como é que é!? – ela gritou chegando perto de Skeeter – Você acabou de dizer que inventou esse caso, e ainda quer expor minha vida com uma mentira?

— Menina ingênua você - Disse simplesmente - Eu jamais posso admitir estar errada em uma algo que escrevi antes, mesmo que seja mentira.  É assim que as coisas funcionam no meu trabalho. – terminou encolhendo os ombros em deboche.

Percebeu a noiva puxar a varinha e a conteve, puxando-a para trás. O toque pele a pele criou faíscas nele e acelerou o coração, percebeu a pele dela arrepiada. Ela virou a cabeça e o olhou em seus olhos. Estavam muito perto. A soltou rapidamente, pois no momento não confiava no seu autocontrole.

— Pode me soltar? – Skeeter dirigiu-se a Alan, ignorando o clima entre eles - Eu realmente preciso achar uma matéria para amanhã, já que a mocinha ali se recusa a colaborar com a imprensa.- Alan fez sinal para que Ginny não respondesse, e falou:

— Não precisa se preocupar com a matéria de amanhã Skeeter, como você foi pega em flagrante em evento das Harpias, tenho que relatar o caso no Ministério.

— E daí? – ela perguntou.

— E daí – o chefe dos aurores falou já sem paciência - que você está detida e só sai da detenção após autorização do Ministério. Considerando que são quase onze horas da noite, talvez, com sorte, conseguiremos te liberar em umas doze horas. - pegou em seu braço forçando a jornalista a levantar - Guga, me acompanha? – perguntou a treinadora das Harpias já se dirigindo a saída. - Podemos por o assunto em dia enquanto eu conjuro a chave de portal.

— Lógico que sim. – respondeu Jones

— E Macintosh, pare de babar na menina, que coisa deselegante! Vamos logo! – Ralhou Alan em tom bem humorado constrangendo o recruta.  A ruiva olhou para o colega de Harry com desagrado, e o rapaz ficou vermelho. O monstrinho revirou-se em seu estômago.

— Só um minutinho – Harry perguntou antes que Skeeter fosse conduzida por Alan para fora da sala – ela vai perder a edição do profeta de amanhã?

— Com certeza vai, você sabe como é burocracia Potter – respondeu Alan

— Que pena Skeeter, tanto trabalho e vai perder o final da festa.- Harry olhou para Ginny com um sorriso no canto dos lábios. A menina entendeu.

— Concordo totalmente. - falou Ginny - Sabe Skeeter, é realmente uma pena que você não possa fazer nenhuma matéria para amanhã.- a noiva respondeu sorrindo. Um sorriso igual ao dos gêmeos Weasley quando iam aprontar - Eu ainda tenho umas horas de festa para aproveitar com meu noivo, e tem vários jornalistas por aqui. Então acho que você não vai ter a sua matéria exclusiva.

Harry percebeu o sarcasmo nas palavras da ruiva. Eles estavam se divertindo com aquilo.

— Você não vai conseguir me provocar Weasley. Tenho absoluta certeza que ele não está aqui. Se estivesse você não teria vindo acompanhada da cunhadinha. – respondeu a outra em desaforo.

— Isso é você que está dizendo. – Viu que Ginny o olhava, a sobrancelha levantada, o sorriso de canto. Estava claramente desafiando-o.  – Pena que ela esteja errada, não é?

— Totalmente – ele se limitou a responder e a puxou para o beijo que ansiava há dias.

—*-

Os lábios de Harry e Ginny se juntaram ferozmente. Para ele, horas daquilo ainda seriam pouco para dissipar toda a saudade da separação, a angústia e a tensão geradas pela matéria, a excitação do discurso e o ciúmes que sentiu dela e de Boot. As mãos da garota bagunçavam ainda mais seu cabelo, enquanto ele pressionava sua cintura como se ela estivesse prestes a ser arrancada de seus braços.

Ginny não saberia por quanto tempo ficaram se beijando. Segundos, horas, ou manhãs ensolaradas... Não fazia diferença, ela sempre perdia a noção do tempo nos beijos deles. A única certeza que tinha é de que precisavam de ar. Pararam o beijo com um selinho e respiraram fundo sentindo o aroma um do outro.

— Eu te amo – ele disse baixinho com os lábios ainda grudados nela, que respondeu sorrindo. Abriram os olhos encarando um ao outro, havia amor e fogo nos olhos verdes de Harry e Ginny sentiu-se tremer. Ainda abraçados olharam em volta.

A plateia não era tão grande como o do primeiro beijo, mas não deixava de ter algumas expressões interessantes. Rony, como sempre, fazia cara de nojo para as demonstrações de afeto deles. Harry dizia que ele tinha ciúmes de Ginny, mas ela podia jurar que o problema do irmão era com o melhor amigo. Hermione tentava em vão esconder o riso, mas não deles, e sim da expressão de fúria da Skeeter. Esta parecia ter sido acertada com por uma maldição imperdoável. Jones sorria para a jogadora, e deu uma piscada para Harry e um aviso mudo para que cuidasse da ruiva. Macintosh estava com a boca aberta de tal maneira que Alan se viu forçado a cutucar-lhe as costelas, enquanto ria da situação.

— Vamos embora Skeeter, - disse o chefe dos aurores ainda rindo -acho que você vai perder o anuncio do ano!

Foi a primeira vez que Harry viu aquela mulher sem palavras.

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Ficando somente os dois casais na sala, eles contaram para Ginny sobre o segredo de Skeeter e como isso a mantinha dentro do limite da ética quando escrevia sobre os três. Hermione também contou como percebeu o besouro rondando ela e Jason Boot e o seguiu até as cortinas lançando o feitiço que fez Skeeter se destransformar. O peso dela agarrada a cortina fez tudo vir abaixo.

—Foi uma queda e tanto! – disse Ginny.

— Para sorte do jovem Boot, não é Harry?– Rony cutucou o cunhado. Estava com Hermione em seus braços, sentados no sofá onde antes estava Skeeter. Enquanto Harry e Ginny estavam dividiam uma poltrona. O moreno fez uma careta. Rony continuou - Sabem por que conseguimos chegar tão rápido nas escadas? - as meninas negaram com a cabeça - Esse ridículo do seu noivo - falou para a irmã - ele estava morrendo de ciúmes. Quando viu você abraçando o loirinho, ele correu com a varinha em punho, antes de a Hermione derrubar a Skeeter!

— Mentira Harry! - Riu Hermione

— Ciúmes? - Ginny virou-se para ele - Do Jason?

— Agora é Jason? - perguntou Harry

— Amor, ele não teve culpa de nada, você viu…

—Que seja, você estava abraçando ele.- olhou fingindo estar bravo - Com certeza ele se aproveitou. - As meninas trocaram um olhar cumplice. Hermione que falou.

— Harry ele tem namorado.

— E daí que ele tem… Namorado?

A expressão de entendimento e clareza no rosto de Harry misturada a cor rubra que tornou sua face fez Rony começar a rir. Ginny confirmou com a cabeça tentando não rir do noivo.

— Ele ainda disse que Ginny não fazia o tipo dele. Que o Rony tinha mais chances! - completou Hermione. Foi a vez de Harry rir, enquanto o ruivo emudecia - Eu que deveria ter ciúmes!

—*-

A festa estava a todo o vapor quando saíram da sala. Rony se despediu rapidamente de  Harry e Ginny e saiu puxando Hermione. Quando sumiram de vista, Harry explicou a noiva as intenções do irmão naquela noite.

Eles circularam pela festa juntos atraindo olhares e rapidamente se tornaram o principal assunto das conversas. Ele foi formalmente apresentado para as companheiras de time de Ginny, que obviamente não deixaram de fazer gracinhas com o casal. Foi também apresentado para a diretoria do Harpias, que já estavam cientes do problema com os Boots e Skeeter através de Guga Jones.

Quando decidiram descer e aproveitar o salão de danças, perceberam uma equipe de jornalistas aguardando ao pé da escada para que Ginny concedesse uma rápida entrevista. Ela limitou-se a apenas comentar fatos do jogo, embora não tenha passado despercebido a presença de Harry ao seu lado, ou talvez tenham sido os olhares que trocavam, ou as mãos que não se soltavam.

Eles dançaram, comeram e beberam um pouco, não nesta ordem. Embora Harry continuasse sendo um péssimo dançarino, se esforçava ao máximo para acompanhar os passos da ruiva. Aproveitaram até o momento em que os beijos e carinhos deixaram de ser amorosos e tornaram-se vorazes, desejosos.

Olhando nos olhos de Harry, Ginny o puxou para fora do salão, parando somente para pegar a bolsa dela e o pomo.  Sem trocar uma palavra foram direto para a suíte que ele dividiu brevemente com o cunhado. Haviam transferido as coisas de Rony para a suite em que ele dividiria com Hermione.

—*-

Mal haviam entrado e ela jogou a bolsa e o pomo no chão e o pressionou contra a porta, beijando e mordendo toda a pele que conseguia alcançar. A camisa dele foi arrancada e as mãos dela agora passeavam livremente em seu peito e suas costas, apertando e arranhando sua pele.

Ele inverteu a posição e a puxou para cima, mantendo-a presa entre seu corpo e a porta. As pernas dela enroscaram-se em sua cintura. Harry colou novamente seus lábios enquanto procurava o fecho do vestido. A mão enroscou-se nos cabelos dela desfazendo seu penteado, puxou a cabeça dela para trás, de modo a olhar em seus olhos. Não pode deixar de pensar que o olhar de desejo dela era capaz de desmontar suas defesas.  Passou o dedo em seus lábios, inchados pelo beijos trocados, e sorriu.

Sem desviar o olhar dela a levou para a cama, e a deitou. Ela levantou os braços para que ele removesse seu vestido. Harry não pode deixar de admirar-lhe. Deitada nos lençóis brancos, aparência feroz, a cabeleira vermelha bagunçada, a pele vermelha no pesçoco onde sua barba por fazer esfregara. Estava ainda com os sapatos e a lingerie preta em contraste com a pele alva dela o fez tremer.

— Estava esperando alguém para essa produção toda? - Falou deitando-se por cima dela e beijando o colo amostra pelo sutiã sem alças. Ela riu - Esse sutiã aqui eu não conheço - disse intercalando beijos e lambidas na barriga dela - Nem essa calcinha! - Olhou-a com a  sobrancelha levantada, sorrindo em soslaio, enquanto os dedos dedilhavam a borda da da peça de renda.

— É um conjunto novo - ela disse já arfando, enquanto sentia a mão dele por dentro da calcinha, lhe explorando a intimidade.

Ele subiu os beijos em direção ao pescoço dela, parou falando em seu ouvido, enquanto os dedos iam mais fundo nela.

— Que bom que eu vim então…

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Se amaram por duas vezes em sequência, tão forte era o desejo e a saudade que sentiam um do outro. Permaneceram acordados por mais um tempo, conversando sobre tudo o que aconteceu. Ginny fez questão de o entregar a ele o pomo que recebeu como prêmio pela partida.

Por fim dormiram sem se preocupar que no dia seguinte todo o mundo bruxo saberia do relacionamento deles. Não que isso fosse preocupante de alguma forma, apesar da matéria da Skeeter ter mexido com as emoções de ambos, a confiança no amor deles somente se fortaleceu.

Eles estavam juntos e tudo estava bem.

FIM