A Garota Malfoy escrita por Paula Mello


Capítulo 6
Romances e Prolemas




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A semana passou sem muitos problemas, seu primeiro fim de semana em Hogwarts finalmente chegara, um pouco antes do pôr do sol, ela aproveitou para ficar nos jardins do castelo.

— Ei, Hydra – Disse Adrian, se aproximando da menina que lia deitada na grama, ao ver o rapaz se aproximando, ela se levantou e ficou sentada, ele se sentou ao seu lado – o que está fazendo?

— Lendo, você não vai acreditar na quantidade de dever que eu tenho...

— Eu vou sim, Hydra, somos do mesmo ano e temos os mesmos professores, esqueceu? – Disse ele rindo.

— É verdade! – Hydra colocou a mão na testa rindo – Eu acho que estou ficando louca.

— Semana difícil?

— Um pouco, me acostumando com tudo, parece bobagem, mas eu não estava mais acostumada a estudar em Inglês – O sol da tarde batia no rosto de Hydra e ela forçava um pouco a vista e colocava a mão no rosto para enxergar Adrian, ele parecia encará-la admirado.

— Seus olhos no sol, ficam ainda mais claros, cinzas, quase brancos – Disse ele, tirando uma mecha de cabelo dos olhos de Hydra.

— Sim, eu sei – Hydra respondeu sorrindo.

Os dois ficaram conversando por um bom tempo, Adrian era muito agradável, ela ria de suas piadas e eles aproveitaram para estudar um pouco da matérias juntos.

Em todo momento, alguém da Sonserina passava por eles, olhava muito feio para cena, Hydra sabia que uma espécie de raiva coletiva da Sonserina com ela cresceu ainda mais depois do que houve com seu pai, depois de ter escolhido de fato ficar na Grifinória, eles (alguns idiotas, nem todos os alunos das casas é claro!) Achavam que ela estava rejeitando a casa e começaram a tentar fazer provocações, mas Hydra não ligava muito para isso.

— Eles são uns idiotas se você me perguntar – Disse Adrian.

— Eu também acho... – Afirmou Hydra.

— Malfoy, posso te perguntar uma coisa? – Pediu Adrian parecendo muito sem jeito.

— Mas é claro, pergunte... – Falou Hydra.

— Você está namorando alguém? – Pucey não ficou vermelho enquanto perguntava, mas Hydra parecia mais um pimentão agora,

— Não, não no momento, não... – Respondeu ela muito sem jeito.

— Então eu não preciso me sentir culpado de fazer isso...

Adrian a beijou, assim, sem Hydra esperar, sem muito aviso, a menina ficou paralisada por um momento antes de parar o beijo depois de pouco tempo...

— Adrian, me desculpa, você é maravilhoso e tal, mas eu ainda meio que não me recuperei do meu último namoro e eu não acho que queira algo, eu quero ser apenas sua amiga Adrian, eu sinto muito... – Disse ela se sentindo meio tonta e confusa.

O rapaz não parecia triste, ele apenas sorriu,

— Tudo bem, eu sou paciente.

— Não Adrian, eu realmente só quero...

— Só amigos Malfoy, não se preocupe, eu entendi – Disse ele sorrindo enquanto saia. Hydra demorou alguns segundos para finalmente entender o que tinha acontecido, parecia tão irreal...

A outra semana, pareceu mais fácil do que a primeira, os dias passaram fazendo as aulas parecerem melhores e mais agradáveis, menos a de Lockhart, é claro, e apesar de ainda não dar pontos para ela, as aulas com o professor Snape eram muito boas e proveitosas. Sua amizade com Angelina, Alicia, Lino, Fred e Jorge ficava mais forte também, ela se sentia muito confortável com todos eles.

Em um sábado de manhã, Hydra foi acordada muito cedo por Angelina.

— O que foi? Tem alguém morrendo? – Disse Hydra ainda confusa de sono, olhando ao redor assustada.

— Treino de quadribol, você prometeu ao Wood que ia ajudar, você lembra? – Disse Angelina, igualmente com sono.

Ela lembrava, só que nunca se arrependeu tanto de ter prometido algo como agora, finalmente depois de Alicia jogar o travesseiro em cima de Hydra, ela se levantou e foi se arrumar com as meninas.

— Olha a gente tem esse uniforme extra de quadribol, você pode usar – Disse Alicia, tentando animá-la.

Hydra levou alguns segundos até pegar o uniforme vermelho das mãos de Alicia, depois de vestir, se olhou no espelho e se sentiu desconfortável, como se estar naquele uniforme significasse estar traindo seu antigo time, mas tentou esconder o que estava sentindo, desceu com a sua vassoura que seu pai insistiu para que trouxesse nos ombros, encontrou Katie, Fred e Jorge, todos muito sonolentos no salão comunal e juntos desceram até o vestiário, aonde Wood esperava animado, muito animado para aquela hora da manhã.

— Ah, que bom que você veio... – Disse ele sorridente – você fica linda de uniforme – e ao perceber o que disse, corou fortemente, os gêmeos deram risadas, mas Hydra estava com tanto sono que não conseguia nem sentir vergonha.

Quando Harry chegou, Wood começou a mostrar um diagrama ao time e falar sobre novas estratégias, nada que interessasse muito Hydra, já que ela nem mesmo era oficialmente do time, então ela se pegava tirando cochilos o tempo inteiro, apoiando a cabeça no ombro de Jorge, apesar de não querer ofender Olívio e sua paixão pelo quadribol e o que ele queria explicar, ela não aguentava de sono para ouvir tudo aqui.

Hydra não tinha certeza quanto tempo passou no vestiário, mas sabia que tinha perdido o café e estava morrendo de fome, ela estava tirando um novo cochilo, com a cabeça novamente no ombro de Jorge e abraçando o seu braço, ele também cochilava.

— Então, este ano, vamos treinar mais do que jamais treinamos... Muito bem, vamos colocar as nossas teorias em prática! - Ela ouviu Wood gritar, o que fez com que ela acordasse assustada e desse um pulo, logo depois, todos saíram do vestiário com suas vassouras.

Quando saiu, enquanto Wood explicava algumas jogadas ao time, percebeu que o pequeno rapazinho louro que tinha falado com ela no dia em que eles chegaram em Hogwarts estava tirando fotos na arquibancada e viu Olívio nervoso ir falar algo com Harry.

— Você está no time? – Ela se virou e viu que Rony falava com ela, parecendo assustado e curioso.

— Ah, não, só sou reserva, mas o Olívio me pediu para ajudar nesse treino, mas eu já estou começando a me arrepender de ter dito sim...

"Por que aquele aluninho de primeiro ano está tirando fotos? Não gosto disto. Pode ser um espião da Sonserina, tentando descobrir o nosso novo programa de treinamento." – Ela ouviu Olívio falando com Harry sobre o menino que tirava fotos na arquibancada.

— Ele é da Grifinória – informou Harry depressa.

— E o pessoal da Sonserina não precisa de espião, Olívio – acrescentou Jorge.

— E por que você está dizendo isso? – Perguntou Wood irritado.

— Porque eles vieram pessoalmente – respondeu Jorge apontando.

Vários alunos de vestes verdes estavam entrando em campo, de vassouras na mão, entre eles, Adrian, que sorria e acenava para ela.

— Eu não acredito! – Sibilou Wood indignado. – Reservei o campo para hoje! Vamos cuidar disso.

Hydra tentou se manter um pouco mais afastada, não era do time, não queria se envolver em brigas do mesmo, mas então ela viu que seu irmão saia de trás de alguns jogadores grandes, entre eles, ela reconheceu Marcus Flint, então decidiu de aproximar.

— Draco? O que você está fazendo aqui? – Perguntou ela sem entender.

— O que você está fazendo aqui? Desde quando você joga no time da Grifinória? – Perguntou Draco com um ar de superioridade.

— Eu não jogo, estou ajudando no treino... – Respondeu ela sem graça.

— Ela é nossa jogadora reserva – Afirmou Wood, encarando principalmente Pucey e Flint.

— Ah, olha ali – disse Flint. – Uma invasão de campo.

Hermione e Rony se aproximaram do campo, vendo a confusão.

— Que é que está havendo? – Perguntou Rony para Harry. – Por que vocês não estão jogando? E que é que ele está fazendo aqui? – Perguntou ele olhando para Draco, reparando nas vestes de Quadribol com as cores da Sonserina que o garoto usava.

— Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley – disse Draco, presunçoso. – O pessoal aqui está admirando as vassouras que meu pai comprou para o nosso time.

Rony olhou, boquiaberto, as sete magníficas vassouras diante dele e Hydra prestou atenção também, entendeu tudo que acontecera, fechou os olhos e respirou fundo por um segundo, seu pai comprara a entrada de Draco para o time dando a cada um deles vassouras novinhas e não qualquer uma, Nimbus 2001, ponta de linha, melhor do que a que ela usava (uma Nimbus 2000), ela sabia que isso era algo que seu pai faria dinheiro e falta de escrúpulos para conseguir o que quer não faltava na família Malfoy.

— Boas, não são? – Disse Draco com a voz macia. – Mas quem sabe o time da Grifinória pode levantar um ourinho e comprar vassouras novas, também. Você podia fazer uma rifa dessas Cleansweep 5; imagino que um museu talvez queira comprá-las. – Dizia ele olhando para as vassouras de Fred e Jorge, que ficaram um pouco sem graças, mas não deixaram de encará-lo.

O time da Sonserina dava gargalhadas, Pucey tentava disfarçar e não rir enquanto Hydra, que estava com o rosto vermelho de raiva do irmão, prestes a explodir, apenas olhava.

— Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar – disse Hermione. – Entraram por puro talento.

O ar presunçoso de Draco pareceu oscilar.

— Ninguém pediu sua opinião, sua sujeitinha de sangue ruim – xingou ele.

— DRACO! – Gritou Hydra, chocada, levando a mão até a boca – você está maluco? Como pode chamar ela assim? – Perguntava agora aos gritos para o irmão.

— Como é que você se atreve! – Ela ouviu e Rony mergulhou a mão nas vestes, puxou a varinha e gritou:

— Você vai me pagar! – E apontou a varinha, furioso, para a cara e Draco, por baixo do braço de Flint.

Um estrondo muito forte ecoou pelo estádio, e um jorro de luz verde saiu da ponta oposta da varinha de Rony, atingiu-o na barriga e o atirou de costas na grama.

— Rony! Rony! Você está bem? – Gritou Hermione,

Rony abriu a boca para falar, mas não saiu nada. Em vez disso, ele soltou um poderoso arroto e várias lesmas caíram de sua boca para o colo.

O time da Sonserina ficou paralisado de tanto rir (de novo, Pucey não ria, não na frente de Hydra pelo menos). Flint, dobrado pela cintura, tentava se apoiar na vassoura nova. Draco caíra de quatro, dando murros no chão. Os alunos da Grifinória, incluindo Hydra, agrupavam-se em torno de Rony, que não parava de arrotar lesmas enormes. Ninguém parecia querer tocar nele, Hydra estava com um misto enorme de pena e nojo do que estava acontecendo.

Por fim, Harry e Hermione o levaram para casa do Hagrid e Hydra se virou com raiva e puxou sua varinha em direção ao seu irmão.

— Furnunculus – Gritou e inúmeros furúnculos começaram a aparecer no corpo e rosto de Draco, que saiu gritando em direção ao castelo, acompanhado de alguns colegas de time, os alunos da Grifinória agora riam descontrolados.

— Caramba, essa foi cruel – Dizia Fred, chorando de tanto rir.

— Preciso tentar com um dos meus irmãos algum dia! – Afirmou Jorge, que se apoiava no irmão.

Mas Hydra se sentiu arrependida, ela e Draco já brigaram antes e usaram objetos mágicos para punir um ao outro (já que não podiam usar magia fora da escola) até na frente de amigos, como formas de brincadeira, mas nunca usara com tanta raiva, mas quando se sentia mal, lembrava do insulto que ele preferira para a pobre Hermione, iria pedir desculpas por ele na primeira oportunidade que tivesse.

— Bem, acho que o treino então está cancelado – Disse Olívio, extremamente frustrado e triste, tentando conter o tom de voz, mas todos os outros jogadores comemoravam.

Ainda se sentindo mal, apesar de tudo, Hydra foi direto até a ala hospitalar, sem falar com nenhum dos seus amigos para onde ia. Lá, encontrou a Madame Pomfrey, que cuidava da enfermaria, aplicando alguma poção em Draco e pedindo para ele beber outra enquanto ele reclamava muito, deitado em uma maca.

— Quem fez esse tipo de brincadeira sem graça? – Perguntava Madame Pomfrey.

— Eu não sei, eu não vi – Disse Draco, depois de fazer careta ao beber a poção, o que fez Hydra se sentir ainda pior.

— Draco – Disse Hydra se aproximando –, aonde estão seus amigos?

— Eu mandei eles saírem, não queria que me vissem assim. – Disse ele cruzando os braços e sem olhar para ela.

— Me desculpe Draco, eu não deveria ter feito isso – Disse Hydra sentando ao seu lado quando a Madame Pomfrey se afastou – obrigada por não falar nada.

— Eu não preciso da sua pena – Disse Draco secamente.

— Draco, eu não tenho pena de você, mas você não deveria ter feito o que fez, a Hermione não merecia isso... – Hydra estava tentando manter a voz calma.

— O que eu fiz? Eu só falei a verdade! Ela é uma sangue ruim intrometida sim! – Era difícil ver que expressão Draco estava fazendo, já que estava coberto de furúnculos da cabeça aos pés. - A Madame Pomfrey disse que eu vou ter que ficar essa semana aqui, que tive sorte da azaração não ter pego mais forte, ou eu poderia ficar meses com essas coisas.

— Perdão Draco, eu passei dos limites, me desculpa, mas você também passou Draco, eu não posso deixar que você faça essas coisas com pessoas inocentes! – O tom choroso de Hydra enquanto se aproximava dele e acariciava os cabelos loiros (como os dela) do irmão, sempre fazia Draco ceder e foi exatamente o que ele fez

— Tudo bem, eu já fiz coisa pior com você, lembra quando eu fiz aquela azaração que fez você ficar se coçando por duas semanas? - Draco parecia rir enquanto falava isso.

— Sim, papai teve sérios problemas explicando para o Ministério sobre o porquê você estava usando magia sem nem mesmo ter começado a escola – Hydra agora secava as lágrimas e também ria.

— É, foi engraçado...

— Foi horrível Draco! Mas agora acho que estamos quites. – Disse ela rindo, os dois estavam em paz novamente.

Eles ficaram conversando por muito tempo, até que a Madame Pomfrey pediu para que ela se retirasse já que ele precisava descansar, Hydra subiu até a torre da Grifinória e trocou de roupa, ainda estava com as roupas de quadribol, depois desceu até o salão, estava na hora do almoço e ela ainda não havia comido nada o dia inteiro, estava faminta. Lá, ela encontrou, Fred, Jorge, Lino, Angelina, Alicia, Katie e Olívio, eles contaram que Rony ficaria bem e ela pediu desculpas para Hermione, que disse que entendia que não era sua culpa.

Depois de um almoço que a deixou muito aliviada, aonde Fred e Jorge ficaram contando histórias engraçadas de sua infância, Olívio pediu se podia conversa lá fora com Hydra depois do almoço, que concordou, os dois sentaram em um banco próximo ao lago.

— Hydra, eu queria te agradecer, eu sei que não tivemos treino, mas você acordou cedo e nos ajudou –Olívio estava sentado de frente para ela no banco, parecendo menos tímido do que o usual.

— Não foi nada... - Disse ela, ajeitando os longos cabelos, ela também tinha o corpo virado para Olívio no banco - eu posso ajudar de verdade na próxima vez, se você ainda quiser.

— Quero muito! – Ela notou como os olhos de Olívio eram doces, mas tentou não os encarar por muito tempo e desviou o olhar.

— Como ficou o seu irmão? Eu vi que você saiu correndo – Perguntou ele, vendo que ela parecia tímida e desviava o olhar.

— Ele está bem, mas vai ficar uma semana na ala hospitalar – Respondeu Hydra, voltando a olhar para Olívio.

— Caramba! Que azaração poderosa. – A risada de Olívio era gostosa de se ouvir.

— Na verdade poderia ser bem pior, é que, ele me deixa louco tratando as pessoas desse jeito, ele não tem esse direito... sabe?

— Não mesmo, eu sinto muito mesmo por isso. – Olívio pareceu perder mais ainda a timidez, já que enquanto falava isso, ele desceu a mão pelo seu braço, até chegar na mão de Hydra, então a segurou carinhosamente.

Hydra de novo notou os olhos de Wood nos dela, sentiu seu coração acelerar por algum motivo, ela não percebeu como aconteceu, mas quando viu, estava mais próxima a ele, seu rosto estava quase junto ao dele, seus lábios se encontraram, com muita ternura os dois trocaram um beijo que durou vários minutos, não era o primeiro beijo de Hydra, mas ela sentia como se fosse, não sabia explicar a sensação boa que tinha, era muito diferente do que foi com Pucey por exemplo, que era algo forçado e sem emoção, aquilo era bom e tinha muita ternura envolvida.

— Hydra, eu, eu...– Antes que Wood pudesse falar mais alguma coisa, Hydra o beijou novamente e assim parecia que a tarde inteira se passou, até que finalmente eles voltaram para o castelo e foram até a sala comunal, onde Hydra se juntou aos seus amigos, com um sorriso no rosto que não conseguiu disfarçar e nem Olívio, que se juntou aos seus amigos do sexto ano.

— O que aconteceu? Você sumiu! – Perguntou Angelina, que estava sentada em uma cadeira em frente a sua, ela fez um sinal para que Angelina, Alicia e Katie chegassem mais perto, não queria que os meninos ouvissem.

— Eu beijei o Olívio – Angelina, Alicia e Katie tentaram abafar os gritinhos, mas todos olharam para elas, depois de um tempo e de despistar os meninos que queriam saber o que elas conversavam, Hydra continuo – ele foi incrível, foi perto do lago e não sei, foi tão maravilhoso, eu não sei explicar o quanto – Hydra e as meninas davam pequenos gritinhos frenéticos, nada que os outros pudesse ouvir direito, depois ela explicou tudo para as meninas em detalhes.

— Agora vocês estão namorando então? – Perguntou Angelina.

— Eu não sei, eu não conversei com ele sobre isso ainda, eu sinceramente não sei – Estranhamente, Hydra pensou na reação de Adrian, ela sabia que ele estava flertando com ela e tudo mais, ela tinha dito que não estava pronta para algo e de repente, bem, ela estava...

— Você tem que conversar com ele – Disse Alicia apressadamente, interrompendo os pensamentos de Hydra.

— Eu vou, mas, não hoje, hoje deixa como está que já está muito bom assim... – Disse Hydra, encostando as costas na poltrona e pensando novamente sobre Olívio.

Durante todo o resto da noite, Olívio e Hydra não paravam de se olhar, apesar de nenhum dos dois ir até o outro.

No dia seguinte, era domingo, apesar de ser um dia um pouco frio, Hydra e seus amigos decidiram ir passar a manhã do lado de fora do castelo, depois do café, eles se instalaram no gramado perto do lago.

— Caramba, aqui faz tanto frio – Disse Hydra sentada em uma toalha no gramado e abraçando o braço de Angelina para se aquecer.

— Na França não faz frio? – Perguntou Fred, que estava trabalhando em alguma coisa secreta com Jorge e Lino.

— Não tanto, é até bem fresco aonde a escola fica.

— Bom, você ainda não viu o inverno então, mas se precisar de calor humano, estamos aqui para isso – brincou Jorge, sentada na frente das meninas.

— Falando em calor humano, olha quem está chegando aí – Disse Alicia segurando um riso, Hydra olhou para trás e viu Olívio Wood se aproximando.

— Oi gente, posso ficar aqui com vocês? – Perguntou Olívio, ele parecia desconfortável e olhava para o chão.

— Oiiiii Olívio – Fred e Jorge falaram afinando a voz, como se imitando uma menina e soltavam beijinhos no ar, o que fez Hydra e Olívio corarem imediatamente.

— Claro, senta aqui no meu lugar, eu preciso me esticar um pouco – Alicia se levantou do lado de Hydra e parou em pé ao lado dos gêmeos.

— Quer saber, eu também preciso – Angelina também se levantou rindo, Hydra queria que elas não fizessem isso, afinal acabava a deixando cada vez mais sem graça com a situação.

O Grupo começou a conversar sobre os N.O.M.s que se aproximavam no próximo ano.

— Os exames são realmente difíceis, mas eu não queria mesmo fazer muitas matérias esse ano, preciso me dedicar integralmente ao quadribol – Disse Olívio, com um brilho maníaco que ele ficava nos olhos sempre que falava de quadribol.

— Mas ano que vem você tem os N.I.E.M.s, não está nem um pouco preocupado? – Perguntou Kate, que estava sentada ao lado de Hydra – eu ainda estou longe de fazer as provas, mas já me arrepio só de pensar.

— Não, eu estou preocupado mesmo com quem vai ganhar a taça de quadribol esse ano, tem que ser a Grifinória, temos que ganhar de qualquer jeito! – Hydra não deixava de se assustar um pouco com a intensidade no olhar de Olívio ao falar isso, Angelina e Alicia a olhavam com um olhar que dizia "eu te disse."

— Eu não entendo muito esse sistema de vocês, eu não achei que iria fazer os exames até o sexto ano – Disse Hydra tentando desviar o assunto.

— Eu e Jorge não estamos preocupados, não achamos que a educação tradicional pode nos dar o que precisamos – Disse Fred, com um sorriso irônico.

— E o que vocês querem fazer quando sair daqui? – Perguntou Hydra, se ajeitando ao lado de Olívio, afinal, ainda sentia muito frio.

— Abrir uma loja de logros e brincadeiras, é claro – Disse Jorge, Hydra notava um genuíno brilho no olhar dele ao falar isso.

— Eu quero jogar quadribol – Disse Katie, apoiada por Olívio.

— Eu ainda não sei o que eu quero fazer – Disse Angelina, que por sua vez foi apoiada por Alicia e Lino.

— Eu quero ser mestre em poções – Ao dizer isso, todos olharam para Hydra espantados.

— Coitada, eu disse para vocês, doida de pedra! – Fred dizia com a mão na boca, fingindo um exagerado espanto e fazendo todos rirem.

A tarde se passou entre conversas e demonstrações de Fred e Jorge de suas novas invenções, pastinhas que faziam sua cabeça ficar vermelha e sair fumaça de suas orelhas, enquanto os amigos riam quando eles ofereceram a mesma para um aluno do segundo ano.

— Eu queria conversar com você – Disse Olívio para Hydra baixinho, de modo que ninguém ouviu, estavam todos distraídos vendo Fred e Jorge deixar a cabeça de Lino roxa, um defeito de uma das pastinhas, segundo Fred – sozinhos... – Completou ao olhar ao redor.

— Claro, vamos – Hydra disse e se levantou, dizendo que tinha que resolver um problema e ignorando o pedido dos gêmeos de saber o que, mas viu que Angelina deu uma cotovelada em Fred quando ele perguntou porque o Olívio estava indo junto.

Depois de se afastarem do grupo, procuraram o mesmo banco que estavam no dia anterior e se sentaram, novamente um na frente do outro.

— Hydra, eu prometi a mim mesmo que não iria me distrair do meu objetivo esse ano... – Disse Olívio apressado, deixando Hydra triste, imaginando que ele estava falando que não queria mais nada com ela ou que se arrependia do que tinha acontecido – não, não é nada disso que você está pensando! – Disse Olívio ao notar o seu rosto triste – Eu prometi que não iria, mas eu não consigo, não com você, eu quero namorar você, se você também me quiser, é claro, mas eu preciso deixar claro que eu terei que também me dedicar ao time.

Hydra ficou pensativa por alguns instantes, deixando Olívio apreensivo, parado na frente dela.

— Você tem certeza? Nós acabamos de nos conhecer e.... – Dessa vez Olívio que tinha um olhar triste – não, não é isso que você está pensando! – Disse Hydra rindo – Eu quero também, eu nunca namorei desse jeito, mas acho que seria legal tentar.

Os dois trocaram sorrisos e se beijaram, ficaram por ali até a hora do jantar e depois entraram juntos no Salão Principal, o que deixou Fred, Jorge e Lino com olhares desapontados.

— Agora ninguém mais vai querer apostar com a gente... – Comentou Fred.

Mas ninguém parecia mais desapontado do que Adrian, ele olhou primeiro parecendo chateado, depois genuinamente irritado para os dois e Hydra conseguia imaginar o porquê disso.


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