Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 19
Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! TÔ TÃO FELIZ *0*
Ainda não sei como te agradecer pelo comentário, dona Makário, ainda estou inlove por ele! Obrigada ♥
Tenho uma novidade. Como eu já disse, essa história se transformou em um livro para o meu tcc, e nesse livro tem ilustrações em cada começo de capítulo. E para fazer essas ilustrações, eu selecionei imagens que tinham a ver com o conteúdo.
Então eu coloquei essas imagens em cada capítulo aqui, se vocês quiserem dar uma olhada, é só ir ver! São imagens que representam principalmente o cenário da história, acho que vale a pena, porque acaba ajudando na imaginação!
Sobre a capa: Yes, capa nova! Ela foi usada no livro físico, mas não sei o que acontece, o site não reconhece as cores originais. Então para quem quiser ver como ela fica mesmo, ta aqui o link http://axbiamtr.tumblr.com/image/162338501319
Sem mais delongas, boa leitura!



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Rebeca permaneceu parada, esperando a próxima cena, e como estava demorando, abriu os olhos e viu que Cecília havia se endireitado.

— Você está bem?

Ela sorriu. — Sim, sim. Um pouco cansada apenas. Isso exige um pouco de mim.

— Ele vai ficar assim por quanto tempo? — Observou Aloys.

— Ele está apenas dormindo.

Levantando, Rebeca cutucou Aloys, que acordou no susto. Ela puxou Cecília para sentar-se no seu lugar e sentou na mesinha de centro.

— Você está bem? — perguntou para Aloys, que havia sentado.

— Sim. Você viu tudo?

— Vi... Eu realmente te salvei.

— Eu disse que tinha me salvado. — Sorriu.

— Eu... eu realmente poderia ter salvado minha mãe?

— Você disse que sim. Mas ela não queria que você a salvasse. — Aloys disse.

— Por quê?

— Não sei. Ela nunca disse o motivo.

— Isso não faz sentido...

— Ela queria proteger vocês. — Cecília falou.

— Como você sabe? — Rebeca perguntou a olhando.

— Eu senti. Não sei exatamente do quê, mas ela queria os proteger.

— Mas como ela ia nos proteger morrendo? — Rebeca perguntou, frustrada. — Não faz sentido nenhum!

— Talvez podemos descobrir quando vermos as suas memórias. — Aloys disse.

Rebeca olhou para Cecília, que aparentava estar cansada. — Você está cansada, não é? Não podemos te forçar...

— Eu preciso descansar um pouco. E comer algum doce também ajuda.

Levantando, Rebeca viu a caixa dos doces na ilha da cozinha. — Podemos comer? — A pegou.

— Claro.

Rebeca deixou a caixa em cima da mesinha e sentou ao lado de Cecília. Os três fizeram um lanche, e após terminarem, Rebeca deixou a caixa no forno, ainda com algumas rosquinhas.

— Vamos continuar? — Cecília se posicionou de volta a mesinha de centro.

— Acho que deveríamos ir logo para as lembranças dela. — Aloys sugeriu. — As minhas não são tão importantes.

— Claro que são, Aloys. — Rebeca falou.

— São, mas elas não vão responder nossas dúvidas. As suas irão.

As duas mulheres se olharam, e Cecília acenou com a cabeça, incentivando a ideia. Então Rebeca deitou-se onde Aloys estava anteriormente, já fechando os olhos, sentindo-se ansiosa e receosa ao mesmo tempo.

— Respire fundo. — Cecília instruiu. — Várias vezes, até relaxar o corpo todo.

Sentindo Aloys levantando suas pernas e sentando-se no final do sofá, ela respirou. Relaxou as pernas em cima das coxas dele e sentiu suas mãos serem seguradas e sabia muito bem que sua mão direita era a que Aloys estava segurando.

Sentiu uma outra mão em sua testa e aos poucos, foi caindo na inconsciência.

As primeiras imagens que apareceram, Rebeca já conhecia. Ela reviu alguns momentos de sua pré-adolescência e infância. Mas as que vieram depois, já não reconhecia e tão pouco achou que veria.

Apareciam pessoas estranhas em lugares diversos. Via rostos que não conhecia, mas que de alguma forma pareciam ser importantes. Os lugares mudavam: escritórios, parques, hotéis, casas grandes e pequenas.

Um barulho que parecia um motor de caminhão começou, bem baixo. Mas foi aumentando conforme a cena se esvaía. Tudo estava escuro, e o barulho estava cada vez mais alto. Até que a cena apareceu, como se alguém tivesse aberto os olhos. Rebeca sentiu uma dor terrível na barriga e mal conseguia respirar.

— Olha para mim! Respira fundo, você está bem!

Alguém começou a arrastá-la pelos braços. Ela fechou os olhos com força, como se o barulho ensurdecedor fosse diminuir. Então percebeu que o barulho vinha de metralhadoras. O som era muito pior do que era nos filmes.

Conforme era arrastada, o som diminuía. Mal conseguia mexer a cabeça, mas percebeu que estava sendo levada para uma floresta. Pouco depois, sentiu seus braços serem largados no chão ao lado do corpo. Depois, um homem apareceu e levantou seu tronco, a colocando de costas para uma árvore.

Ele parecia atormentado em sua farda e capacete escuros sujos de sangue.

— Respire, droga! — Ele disse colocando as mãos na barriga de Rebeca, fazendo pressão.

Rebeca sentiu mais dor e fez uma careta. — Isso dói — disse fracamente.

— Eu sei... — Ele falou tentando conter seu pânico. — O que você tem na cabeça? Por que veio? Perdeu o juízo?! — Começou a gritar.

— Pare de gritar, eu não sou surda! — Rebeca disse alto, mas se arrependeu amargamente pela dor.

O homem pareceu se arrepender do que disse e olhou para a barriga dela. — Calma, você vai ficar bem... Por quê? Por que você veio? Eu não entendo.

— Eu precisava... — Tossiu. — ... vir. Eu senti que precisava... lutar.

— Você realmente perdeu sua cabeça. Isso aqui não é lugar de mulher. Isso é uma GUERRA!

— Não me diga! — Levantou os braços e colocou as mãos onde sentia dor. Então notou que sua roupa estava encharcada de sangue.

— Não olhe...

— Não. Você não pode me proteger aqui. — Tossiu novamente, sentindo-se fraca.

— O que eu vou dizer para nossa mãe? — Lágrimas escorreram por seu rosto.

— Diga que... eu precisava procurar...

— Não me venha com isso de novo. Você está delirando.

— Não, eu precisava procurar.

— E você nem sabe o que procura!

A cabeça de Rebeca começou a pender para o lado, como se estivesse perdendo a força no pescoço. Ela sorriu.

— Não! Por favor, mantenha-se acordada! Não durma! O socorro chegará logo! — Segurou o rosto dela com as duas mãos.

— Tudo bem, maninho... Você fez um bom trabalho. — Seus olhos começaram a querer fechar.

— Não, por favor... — Começou a chorar.

Aos poucos, a dor diminuiu e tudo começou a escurecer.

Outras pessoas surgiram, outros lugares, e Rebeca tinha a sensação de que em todos os momentos ela estava procurando por algo. Mas por que estava demorando tanto? As lembranças de Aloys foram as primeiras a vir...

— Ana? Você está me ouvindo?

Rebeca abriu os olhos e viu uma garota loira em sua frente. — Desculpe, o que disse?

— Está sonhando acordada novamente, não é? — Deu uma risadinha. — Você não tem jeito mesmo.

— Diga logo, oras! — Sentiu suas bochechas esquentando.

— Não consigo a entender. Você não tem nenhum admirador, mas vive suspirando pelos cantos!

— E qual o problema? Não é necessário ter um admirador para sonhar acordada!

— Então com o quê você tanto sonha?

— ... Não sei exatamente.

A garota revirou os olhos. — Tudo bem, não irei pressioná-la. Mas talvez hoje você tenha outro motivo para suspirar!

— O que quer dizer?

— Lembra-se que uma vez falei sobre meu primo? — Ana afirmou. — Pois bem, ele virá ao baile! E como já havia falado de você para ele... muito provavelmente ele irá tirá-la para dançar!

— Não brinque comigo! — Sorriu, sentindo-se ansiosa subitamente.

— Não estou! — Deu risada. — Você verá!

Rebeca sentiu o que Ana sentia. Uma ansiedade crescendo. Mas era algo diferente. Ana estava ansiosa para conhecer esse rapaz, mas algo em seu interior dizia que ele era diferente de todos os rapazes que já conhecera, mesmo sem o ter conhecido ainda.

Era como se ela já soubesse — no fundo — quem ele era.

Um outro momento veio. Ana olhando-se no espelho e amando seu vestido longo cor de marfim com espartilho. Dava para ver em seus olhos a ansiedade.

Depois, ela estava saindo de algo que parecia um carro. Mas quando olhou para trás, viu que era uma carruagem. Entrou na mansão com algumas pessoas — que pareciam ser de sua família —, e procurou por sua amiga. Logo a encontrou, juntamente com a família dela.

Ana correu até ela, e ela tocou no ombro de alguém que estava ao seu lado. Quando Ana chegou perto, o garoto se virou. Nem Ana e nem Rebeca entenderam o que acontecera.

Uma sensação de decepção inundou ambas. Era quase palpável.

Enquanto abaixava-se, fazendo uma reverência, Ana sentiu seus olhos se encherem de água. Toda a alegria e disposição que sentia antes evaporaram.

Ela não entendia porque se sentira daquele jeito. E também não entendia por que tinha uma certa expectativa quanto ao rapaz. Não o conhecia, mas ainda assim esperava que o reconhecesse.

A cena se apagou quando Ana fechou os olhos.

Mais outros momentos apareceram, parecendo estar cada vez mais em um tempo antigo. Até que Rebeca percebeu onde estava. Olhava para um garotinho que estava no chão, todo sujo e com os olhos vermelhos de tanto chorar.

Se aproximou e o pegou no colo. Ele levou a mão e tocou seu rosto, a fazendo abrir um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Olha, foi a primeira vez que escrevi uma cena no meio da guerra. E até que eu gostei kkk

O que acharam dessas vidas da Rebeca? Eu sinceramente amo esse assunto de vidas passadas, é algo que eu adoro. Se fosse fácil, com certeza eu ia querer saber das minhas vidas :3
O que estão achando? Gostaram das imagens?

Obrigada a todos que estão acompanhando, e até o próximo o/



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