Através do Tempo escrita por Biax


Capítulo 13
Medo no Corredor


Notas iniciais do capítulo

Olá! :3



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Maria, Aloys e Rebeca decidiram sair do museu, já que pareceu que todos decidiram ir na ala onde o livro estava de uma vez. Estava impossível de conversar lá. Foram até uma praça ali perto e sentaram-se em um banco de madeira, embaixo de uma árvore grande.

— Vocês estão fazendo tanto suspense. — Maria deu uma risadinha.

Rebeca e Aloys se olharam. Rebeca suspirou e encarou Maria.

— É que é uma história meio complicada. Eu mesma demorei para acreditar...

— Ela é uma bruxa. — Aloys a cortou. — Aquele livro é dela, mas ela perdeu a memória quando viemos parar aqui, então ela não se lembra de nada, mas eu me lembro de tudo. — Começou a falar rápido e sem parar. — Eu acredito que se recuperarmos aquele livro eu vou poder fazer uma poção para que ela recupere a memória e...

— Para. — Rebeca o parou. — Você só está fazendo a história parecer mais impossível ainda falando desse jeito. — Passou as mãos no rosto. Olhou para Maria, querendo ver sua reação.

A expressão dela dizia que estava confusa, mas ao mesmo tempo queria saber de mais coisas.

— Você é uma bruxa? — indagou a Rebeca.

— Ele diz que sim. — Apontou para Aloys, dando de ombros.

— Como assim? Você não sabe?

Rebeca coçou a testa. — Eu disse que era complicado.

— Não estou entendendo nada. Então você não deveria estar em Hogwarts? — perguntou com tom de brincadeira.

— ... — Abriu a boca para falar, mas acabou rindo. Aloys a olhou sem entender. — Calma. Ele se apressou. Precisamos começar do começo. Bom...

Então começou a contar a história, a partir do momento em que Aloys surgiu em seu quintal e todas as conversas que eles tiveram, inclusive sobre Margareth. E o restante dos fatos importantes.

— Eu sei que parece loucura... — Rebeca começou a falar.

— Sim, parece. — Maria falou, pensativa. — Mas até que faz sentido.

— O que faz sentido?

— Muita coisa. — A olhou. — Ele me chamando de Margareth, o jeito estranho dele, que parece que nunca viu nada disso. — Gesticulou para a rua. — Sei lá, ele não parece daqui mesmo.

— Você acredita nisso tudo? Não vai ficar doida ou achar que é tudo invenção? Ou que ele usa drogas? Ou que eu uso drogas?

Maria riu. — Eu estaria mentindo se dissesse que isso não é coisa de louco, mas... Não sei. Não parece totalmente sem sentido pra mim.

— Então... — Aloys falou. — Você vai nos ajudar a pegar o livro?

— Sim. Prometo que vou fazer o que eu puder. Agora que eu não perco a oportunidade de participar de algo assim.. Mas... — Olhou para Rebeca. — Você realmente não tem poderes?

Rebeca balançou a cabeça, levantando os ombros. — Sei lá, talvez eu tenha, mas eles estão adormecidos no meu inconsciente, vai saber.

— Talvez a gente descubra quando pegar o livro. — Maria disse, animada.

— Então... — Rebeca sentou-se na ponta do banco. — Como vamos fazer?

Maria olhou para os dois. — Acho que já sei.

— Nós realmente vamos fazer isso? — Aloys perguntou enquanto andava.

— Não temos outra escolha. Ou você tem outro jeito, por acaso?

Os dois estavam andando de volta para casa.

— Não, mas...

— Você que me apareceu com a ideia que tínhamos que pegar o livro, e agora está com medo?

— Não estou com medo — falou bravo. — Você estava tranquila até tempos atrás, e agora parece que está apressada.

— Bom, não é todo dia que algo assim acontece. Eu até que estou nervosa. Vai ser a primeira vez que vou invadir um lugar, de noite ainda. Enfim... Maria vai me ligar quando ela conseguir.

— E se formos pegos?

— Não seremos pegos. Maria conhece as coisas de lá.

— Não estou com um bom pressentimento.

— Agora não tem mais volta. Você queria pegar o livro. Vamos pegar o livro.

Aloys não falou mais nada. Estava preocupado pensando no plano.

Antes de chegar perto de casa, Rebeca parou. — Não esquece do que combinamos.

— Não vou esquecer.

Ela entrou em casa, e Aloys deu a volta, indo para o celeiro.

— Mãe? — Entrou e fechou a porta. — Mãe, cheguei — anunciou alto.

Bebeu um pouco de água e foi para seu quarto. Deixou a bolsa em cima da cama e sentou-se ao lado dela.

— Beca?

— Oi, mãe. — Olhou para a porta, onde sua mãe estava. — Tudo certo?

— Sim. Como estava o museu?

— Bem bonito. Muita coisa velha. — Brincou. — ... que cara é essa?

Sua mãe estava com cara de preocupada, apesar de tentar disfarçar.

Ela entrou no quarto e sentou-se na poltrona, ficando de frente para a filha. — Beca... você está bem? Está tudo bem?

— ... sim... — Estranhou. — Estou bem sim. Por quê?

— Você anda se sentindo sozinha?

— Por que está perguntando isso?

— É que hoje, quando cheguei, não sabia se você tinha chego, mas fui te procurar. Não te achei aqui, e como você vive indo lá fora, fui até o celeiro... — Rebeca começou a gelar conforme ela falava. — E eu vi uma luz em cima do mezanino, e quando fui lá, vi que tem um quarto improvisado... Eu só não entendi.

Rebeca suspirou, aliviada que Aloys não estivesse lá. — Eu só gosto de ficar lá, mãe. Nada demais.

— Mas você tem tudo aqui em casa. Lá é tão... estranho. Vazio.

— É justamente por isso que eu gosto. É algo bem diferente do que eu estou acostumada.

— Você não fica muito tempo sozinha? Eu nunca vi você falando de nenhum amigo... Tudo bem que o Aloys apareceu, mas é só ele... Acho que você está muito sozinha desde que eu comecei a trabalhar. Talvez se eu saísse você...

— Não, mãe! — Rebeca se espantou. — Esse trabalho é maravilhoso para você, não fala besteira. Eu não estou sozinha. Eu adoro ficar no celeiro, mas eu não fico sozinha o tempo todo. Eu tenho uma amiga, a Maria... — O celular dentro da bolsa começou a tocar. Rebeca o pegou. — E olha só, é ela. Eu vou dormir na casa dela hoje, tá?

— Ah... — Maristela pareceu um pouco confusa, mas aparentemente mais feliz. — Tudo bem. Vou deixar você conversar com ela. — Sorriu e levantou, saindo do quarto.

— Alô? — Rebeca falou ao atender o celular. — Oi, sim. Conseguiu? Ótimo... Sim, já avisei minha mãe... Ok, então. Até depois. — E desligou.

Ao deixar o celular na cama, Rebeca sentiu um frio no estômago crescendo. Eles iriam mesmo entrar no museu. Tudo tinha que dar certo. Então, pegou a mochila que usava para ir à escola, a esvaziou e começou a colocar algumas roupas dentro dela.

Deixou a bateria da câmera carregando e esvaziou o cartão de memória. Ela achava que seria legal gravar algumas coisas, para deixar de recordação. E tirar fotos do livro, é claro. E se o pior acontecesse — se eles sumissem, se fossem presos, etc. —, teria um vídeo para seus familiares verem. Com certeza eles não se orgulhariam daquilo, mas Rebeca não queria pensar nessa parte.

Pouco depois, seus pais saíram para ir ao mercado. Rebeca aproveitou para chamar Aloys. Ele tomou banho, e depois os dois comeram.

Preparou um lanche para mais tarde, e fez Aloys levar para o celeiro juntamente com seu travesseiro. Após seus pais voltarem, Rebeca saiu. Para eles, ela estava indo para a casa da Maria, mas ela estava indo para o celeiro.

Subiu no mezanino, onde Aloys estava sentado no chão com a lamparina elétrica ligada.

Agora eles tinham que esperar até as dez horas para poderem sair. Encontrariam Maria na frente do museu as dez e meia.

— O que vamos fazer? — Aloys perguntou quando Rebeca sentou-se do seu lado. — Ainda está cedo, não é?

— Sim... Eu não trouxe nada pra fazer... Talvez tenha algo. — Levantou, foi até sua mochila e tirou os fones e seu celular, voltando a se sentar em seguida.

— O que vai fazer? — perguntou olhando para os fones.

Plugou os fones no celular, colocou um na orelha e encaixou o outro na orelha de Aloys. Procurou uma música e colocou a primeira que apareceu.

Os olhos de Aloys se arregalaram quando a música começou. Ele tirou o fone e o olhou. — C-como? O que é isso?

Rebeca riu e colocou o objeto de volta a orelha dele. — Escuta e fica quieto.

Ele ficou parado, ouvindo.

— Legal, né?

— Não entendo. Como uma melodia sai desse objeto tão pequeno?

— Não sai exatamente dele. — Levantou o celular, o mostrando. — É tão estranho como você não conhece nada disso.

— Estranho — concordou ele.

Por precaução, Rebeca colocou o despertador do celular programado para tocar dez para as dez. Os dois encostaram as costas na cama de feno, ouvindo várias músicas. Quando Rebeca olhou para o lado, Aloys tinha dormido.

Bom, eles não iam dormir tão cedo, então ela resolveu dormir também.

Dormiram umas boas três horas, e Rebeca acordou com o celular vibrando. Se assustou por um momento e olhou para o lado. Aloys estava acordado, a observando.

— O que foi? — Ela perguntou desligando o despertador.

— Nada. — Suspirou. — Vamos?

Ele parecia... preocupado?

Levantaram. Rebeca esvaziou sua mochila, deixando somente a câmera e o celular dentro dela. Desceram do mezanino, e atravessaram o quintal pela lateral, tomando o cuidado para não serem vistos, e foram para a rua vazia.


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Notas finais do capítulo

Gente, cadê os comentários? Por que ninguém comenta mais? D:
Tô meio desanimada com isso ai. Deixem um comentário nem que seja um "eu estou gostando", só pra eu saber se está bom. Sem comentário fica difícil saber se estão gostando mesmo :/

Obrigada a quem está acompanhando, até o próximo o/



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