Wherever you go escrita por Lily


Capítulo 9
Mês 8




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Felicity apertou o volante do carro antes de dobrar na curva, seus celular vibrou em sua bolsa, diminuiu a velocidade antes de esticar o braço e pega-lo. Apertou o botão de viva-voz e o deixou em seu colo.
—Onde diabo você está?! - a voz de Oliver soou irritada, ela revirou os olhos, não estava em clima para aquele tipo de discussão.
—Indo acabar com uma vadia.
—Do que você está falando? - parou o carro em frente ao grande prédio. Puxou a bolsa e colocou o celular no ouvido. - Felicity?
—Se lembra quando eu disse que tinha o dedo de Helena nessa história e você não acreditou? Então, eu estava certa. Aquela vaca contratou aqueles fotógrafos para nos perseguir e depois conseguiu contatar Damien para descobrir tudo aquilo. Oliver ela está planejando fazer da minha vida um inferno, mas ela não irá conseguir.
—Do que você está falando? Felicity não faça nada que irá se arrepender.
—Eu não vou querido. - desligou o celular antes que Oliver pudesse dizer mais algo, o elevador abriu suas portas revelando o grande corredor iluminado, seus saltos batiam contra o carpete avermelhado. Levantou a mão batendo na porta que se abriu, Helena a encarou confusa e perplexa. Ela abriu a boca para falar, mas rapidamente se calou com o tapa que Felicity lhe deu em cheio na cara.
—Sua louca! O que é isso?!
—Louca aqui é você. - empurrou Helena para o lado adentrando em seu apartamento.
—O que você pensa que está fazendo? - Helena a puxou pelo braço.
—Me solta. - rosnou, sentindo o local onde a mão de Helena está a ficar dolorido. A vadia sorriu cinicamente colocando mais força.
—Helena solta ela. - Felicity virou o rosto atrás da voz, seu coração parou ao encarar Oliver parado à frente da porta do quarto de Helena vestindo apenas uma calça. - Helena.
—Como você quiser, querido.
Felicity colocou a mão sobre o local dolorido sem tirar os olhos de Oliver. Sentiu o estômago embrulhar e os olhos pinicarem. Deveria haver uma explicação plausível e sustentável para ele estar ali. Tinha que haver.
—Ollie? - sua voz saiu em um sussurro fraco ou talvez nem tenha saído. - O que..?
Helena riu de sua total falta de voz.
—Ollie veio me ver, querida. Estamos tendo uma manhã maravilhosa.
Felicity abriu a boca sentindo a lágrimas escorrerem pelo seu rosto. O rosto de Oliver estava impassível, ela não conseguia entender o que estava acontecendo.
Helena se aproveitou da situação e caminhou até ele passando a mão pelo braço dele, Oliver a empurrou brutalmente, a vadia cambaleou, mas não perdeu a postura ou o sorriso de vencedora. Foi então que Felicity finalmente percebeu que Helena estava vestindo a camisa que ela havia escolhido para Oliver no início daquele dia. Fechou os olhos com força, era como um soco no estômago.
—Felicity me escuta. - ouviu os passos de Oliver se aproximarem, recuou. - Amor por favor.
—Não me chama assim. - disse sentindo todo corpo tremer de raiva, Oliver tentou toca-la, mas ela desviou se afastando dele. - Nunca mais me chame assim.
—Felicity por favor. Deixa eu explicar.
—Explicar o quê, Oliver?! - gritou. - Já está tudo explicado!
—Não é nada disso. - Oliver falou baixo, Helena gargalhou parecendo se divertir com a situação. - Me deixa explicar!
—Não tem nada para explicar. Pensei que você tivesse mudado! - o gosto salgado chegou a sua boca, o soluço ficou preso em sua garganta. - Por que?
—Lice, meu amor.
Felicity prensou os lábios e deu as costas para Oliver antes de correr para fora do apartamento. Ela não poderia negar que não havia ouvido as súplicas de Oliver antes de entrar no elevador, queira voltar, queira entender o que diabo havia acontecido ali, mas seu coração e sua mente gritavam para ela fugir, correr para longe, o mais longe que conseguia. E ela sabia exatamente para onde ir.

•••

"Lice, pelo amor de Deus atende esse telefone, preciso falar com você. Deixa eu explicar o que está acontecendo." - 12:09 am

"Feli, é a Caitlin. Atende a droga desse telefone por favor. O que você viu foi um grande mal entendido, por favor Oliver quer falar com você. " - 19:46 pm

"Felicity Smoak, aqui a doutora Evelyn do consultório, queria marcar uma consulta com a senhorita para amanhã. É uma assunto de suma importância para você e seu noivo." - 08:34 am

"Felicity por favor atende a droga desse celular. O que você viu foi apenas parte do plano que eu tinha, por favor. Me escuta." - 13:45 pm

"Senhorita Smoak, entendo que não pode vir ontem ao consultório, mas espero muito que tenha um horário vago hoje, o que eu tenho que lhe falar é do mais alto grau de importância." -16:30 pm

"Aqui é o Barry e você precisa atender o celular, faz dois dias e estamos preocupados. Felicity pelo amor de Deus! Aquilo tudo foi apenas encenação. Ainda não tínhamos o celular de Helena em mãos, então eu bolei esse plano e Oliver só aceitou porque queria que aquela vaca pagasse por te fazer sofrer. Felicity atende o Oliver Por favor."— 10:17 am

"Felicity, nos últimos meses você vinha sendo atendida pela minha substituta, Margaret Style, então ocorreu uma pequena confusão nas últimas vezes que você veio aqui, então se puder passar aqui no período da manhã, eu agradeceria imensamente." - 10:55 am

"Felicity! Já estou cansada de deixar recados, venha logo, o assunto que temos que conversar é bastante sério e desagradável." - 17:22 pm

"Não queira que as coisas fossem assim, mas você não me dá outra alternativa. Felicity, você não terá uma filha, os exames foram trocados e a aquela idiota da Margaret não percebeu isso nos últimos meses. Mulher, você vai ter um menino! O herdeiro dos Queen é um homem!" - 21:56 pm

"Querida aqui é sua mãe, sei onde está, então saia daí. Já estou a caminho." - 22:08 pm

"Quer saber, eu desisto de você!" - 00:00 am

•••

As lágrimas escorriam pelo seu rosto encharcando o vestido branco de Donna, sua mãe a abraçou com força acariciando suas costas e beijando seu cabelo de vez em quando.
—Não se preocupe, babygirl. Tudo vai acabar bem. - ela tentou assegurar. Felicity já não acreditava tanto assim, depois de tudo o que havia acontecido, tudo aquilo fez sua esperança diminuir um pouco mais. - Meu amor.
Ela não sabia o que dizer, nem o que sentir. Tudo era como uma grande tempestade de desespero. Queria poder ligar para Oliver e contar tudo, mas seu orgulho e medo eram maiores.
—Oliver ligou. Ele quer saber como você está com toda a situação. - Donna informou calmamente, as luzes da fazenda estavam apagadas, Felicity podia ouvir o barulho dos animais que ainda estavam acordados. Sua rota de fuga havia sido para a fazenda de seus avós, um dos únicos patrimônios que estavam no nome de sua mãe que não foi tomado ou vendido. Aquele era seu lugar seguro, seu refúgio.
—Ele sabe muito bem como estou.
—Embora tenha certeza que Oliver confia na minha palavra, ele quer ouvir isso de você.
Felicity bufou, fazia mais de dois dias que ela estava ali e não tinha data para voltar. Obviamente Oliver já havia ido bater em sua porta e foi completamente ignorado, ela não queria ouvir suas explicações, mesmo que elas fossem bem...explicativas?
O fato era que ele havia enganado-a, havia mentindo e se envolvido com Helena pelas suas costas, e mesmo sabendo que aquilo era apenas para o seu bem e o bem do bebê, não podia deixar de se sentir magoada e machucada. E agora havia descoberto que Amélia não existia e que em seu lugar estava um bebê que ela nem fazia idéia de como iria se chamar. O amor pelo seu bebê não havia acabado apenas por saber que ele agora era um menino, um lindo menino, mas sua cabeça e suas emoções estavam confusas tentando entender como seria a partir de agora, não podia contar com Oliver, por estar zangada com ele, também não podia prender sua mãe na fazenda para sempre, ela tinha sua própria vida para cuidar e ainda tinha Lance. Ela estava sozinha e se sentia sozinha, era como entrar em um labirinto sem poder sair do lugar.
—Você devia ligar para ele. - Donna opinou. Felicity revirou os olhos se sentando na cama. - Apenas ligue pelo menos para dizer que ele não poderá mais ver o bebê.
—Você sabe que eu nunca faria isso.
—Babygirl, Oliver está preocupado. Essa sua gravidez não é normal, e sua próxima consulta é daqui a dois dias. Temos que estar na cidade até lá.
Donna colocou a mão sobre a bochecha dela, fazendo pequenos círculos com o polegar.
—Por que não podemos ter uma vida normal? - indagou, as lágrimas se acumulavam em seus olhos. - Por que não podia ser mais simples?
—Porque as coisas mais simples são as mais complicadas. - Felicity se inclinou para frente encostando sua testa na de sua mãe. - Não se preocupe meu amor, eu estou aqui, esta bem? Mamãe está aqui.

•••

O raios de sol atravessavam as cortinas do quarto com cheiro de mofo. Felicity se remexeu na cama vertiginosamente, a barriga de oito meses parecia pesar mais do que uma melancia, deveria ser o fato de que Connor Queen era um morto de fome assim como seu padrinho Barry Allen.
Ela sabia que devia voltar para casa e sabia que devia ter conversado com Oliver na semana passada, mas depois de tudo que passaram juntos, tudo que compartilharam, voltar para aquela mansão que haviam escolhido e decorado juntos, não parecia uma opção viável. Donna tinha lhe trazido algumas roupas e mantimentos, coisas básicas, Caitlin, assim como Oliver, até havia tentado chegar perto dela, mas toda vez que Felicity ouvia o barulho do carro se trancava em seu quarto. Não era exatamente uma atitude madura, mas ela não estava tendo cabeça para agir como gente grande nesses últimos dias. Seu último feito foi enviar por e-mail um lindo memorando para Oliver informando o atual nome do filho deles.
Abriu os olhos encarando o teto de madeira, naquele momento desejou estar em qualquer lugar menos ali. Suspirou se sentando na cama, a porta se abriu e Donna entrou sorridente carregando um buquê de rosas vermelhas.
—Não me diga que isso é pra mim.
—Claro que não querida. - sua mãe se desfez em gestão de mão e voltou a encarar as flores. - Essas são do Quentin para mim, as suas estão lá embaixo.
Felicity franziu a testa jogando o lençol para longe e saindo do quarto. Desceu a escada até o andar de baixo, parou nos últimos degraus a analisando a sala coberta de dezenas de flores diferentes.
—Oliver fez isso, não fez?
—Claro querida.
—Então jogue-as fora.
—Felicity. - Donna balançou a cabeça em sua direção. - Oliver vem aqui mais tarde.
—Eu não permite isso. - disse se afastando da sala e indo para a cozinha.
—Você não tem que permite nada, querida. - sua mãe retrucou.
Felicity abriu a geladeira pegando o suco, Donna se sentou a mesa. Parecia que havia voltado para o tempo que só era apenas elas duas em casa com um saco de batata e meio pote de molho. Foram tempos difíceis, mas sua mãe sempre fazia de tudo para que ela se sentisse como uma garota normal, talvez nenhuma das duas pudesse imaginar onde a vida as levaria anos depois.
—Talvez você devesse conversar com ele. - Donna insistiu. - Deixa-lo explicar a história.
—Mãe eu já sei de toda a história. Sei que Oliver estava apenas para conseguir arrancar de Helena que ela havia jogado aquilo tudo para a imprensa e também para acabar com a chantagem que ela vinha fazendo nos últimos meses. Eu sei que Ollie estava apenas tentando me proteger e proteger Amél...Connor. - se corrigiu rapidamente, ainda demoraria um tempo para se acostumar com aquela nova realidade.
—Então porque não perdoar ele.
—Porque Oliver mentiu para mim e isso é uma das coisas que eu não posso perdoar.
—Ah querida. - Donna estendeu a mão entrelaçando seus dedos. - Escute-o pelo menos uma vez. Deixe Oliver falar e grite se necessário, mas não o deixe no escuro como esta fazendo agora.
Felicity mordeu o interior da bochecha, incerta.
—Eu não sei.
—Então façamos assim, você deixa Ollie falar, mas se por acaso ele não lhe convencer, podemos ficar aqui o quanto você quiser. - Donna sugeriu e ela não tinha como negar, já havia prendido sua mãe por muito tempo ali, deixando-a longe do namorado e de seus amigos. Estava devendo isso a ela.
—OK. Pode chamar.
—Ele já está vindo. - Donna disse com um sorriso de alívio no rosto. - Chega na hora do almoço.
—Ótimo, então vou tomar um banho.
Saiu da cozinha direto para o quarto, não havia muita coisa sua ali, apenas o necessário que sua mãe havia trago, escolheu um vestido liso azul e pegou a toalha. O banheiro da fazenda quase podia ser comparado a de um posto de gasolina, embora ela pudesse dizer que até os de posto tinham mais classe.
Terminou de se arrumar faltavam apenas dez minutos para as onze da manhã, ouviu o barulho de carro estacionando, era Oliver. Respirou fundo contando até dez, não havia mais como fugir, não havia mais o que fazer, era hora de enfrentar a crise de sua vida.
Colocou a mão sobre a barriga, Dan chutou.
—Parece que temos um jogador de futebol aqui. - murmurou deslocando a mão um pouco acima de sua barriga. - Ou um geek de carterinha. Não me importa o que você seja, desde de que seja feliz. Eu te amo Connor e nunca esqueça disso.
Felicity teve que segurar o choro enquanto descia a escada, a sala ainda estava decorada com as flores e agora com Oliver que se encontrava sentado no antigo sofá vermelho ao lado de Donna. Ele ainda lindo como na última vez que o virá, embora ela pudesse notar as visíveis olheiras embaixo de seus olhos e a barba que começava a crescer, ele sorriu para ela, um sorriso cansado, mas ao mesmo tempo feliz.
—Como você está? - Oliver indagou tentando se manter calmo, mas seus olhos lhe denunciaram.
—Bem. Vamos bem. - disse se sentando na poltrona.
—Vou deixar vocês a sós. - Donna disse ao se levantar e então caminhou até ela e beijou seu cabelo sussurrando. - Lembre-se do nosso trato.
Felicity se segurou para não revirar os olhos enquanto observava a mãe sair para a cozinha. Voltou sua atenção para Oliver, o clima começou a ficar tenso.
—E antes que você possa começar a falar qualquer coisa, eu entendo o motivo de você te feito aquilo, você queria nós proteger, e eu agradeço por isso, mas não posso perdoar. Você mentiu para mim, Ollie. Me enganou.
—Lice, eu devia ter te contado sobre a chantagem e o plano, mas todos achamos melhor evitar isso, sua gravidez tinha que ser calma e tranquila. E isso só poderia acontecer se Helena caísse. - Oliver se levantou e caminhou até ela se ajoelhando a sua frente. - Meu amor, eu juro que não aconteceu nada entre ela e eu, naquela manhã foi apenas uma confusão, esta bem? Eu te amo tanto que seria incapaz de fazer algo que te mágoa-se.
—Mas fez. E isso doeu tanto e ainda dói. - sussurrou sentindo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, já não adiantava esconde-las. - Prometemos sempre contar tudo um para o outro, isso é que nós tornava um casal bom. Mas você quebrou sua promessa, Ollie.
—Meu amor. - Oliver segurou seu rosto com as duas mãos o aproximando do dele, Felicity podia sentir o hálito dele, café misturado com hortelã. - Sei que menti e isso foi errado, não quero e nem vou mais fazer isso com você. E essa promessa eu nunca vou quebrar. Por favor me perdoa.
Felicity fechou os olhos ao sentir a boca de Oliver sobre a sua, ela adorava o fato de suas bocas se encaxarem perfeitamente bem, isso a lembrava de uma reportagem que havia lido sobre como certas pessoas eram perfeitas para outras. Almas gêmeas talvez. Se afastou sentindo o estômago revirar, involuntariamente sorriu, aquilo fazia uma falta danada em sua vida.
—Eu amo você. - ele sussurrou como se contasse um segredo. - E cada dia que você ficou longe de mim, parecia que tudo iria ruir a qualquer momento. Me prometa que nunca mais ficará longe.
—Ollie.
—Por favor Lice. Não suportaria viver sem você, nunca mais, por favor.
Ela balançou a cabeça deixando as lágrimas escorrerem. Aquilo não deveria ser um pedido de desculpas, mas ela sabia que lá no fundo tudo o que Oliver precisava fazer era aparecer na sua frente e dizer que a amava, era necessário apenas aquilo para faze-la correr para os seus braços novamente. Até porque ela havia aprendido durante aquele tempo era que não havia Felicity Smoak sem Oliver Queen. Não mais.
—Eu prometo. - se aproximou novamente deixando ele lhe rouba mais um beijo. - Nunca mais.

 


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