Eu sou a Lenda escrita por Karina Ferreira


Capítulo 7
I-VI Lesser


Notas iniciais do capítulo

Glossário do antigo idioma:

Lesser: Redutor
Glymera: semelhante a aristocracia
Pahmen: pai
Primeira família: família real
Princeps: nivel mais alto da aristocracia, superado somente pela primeira familia e as sacerdotisas
Doggen: classe servil
Ehros: fêmea treinada nas artes sexuais



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Assim que pisou no pátio do castelo Emmett olhou em volta absorvendo com emoção o ar de sua casa. Era muito bom estar de volta, ainda que nas dadas circunstancias, quanto tempo ficara fora? Um mês talvez? Viu a mãe parada do outro lado do pátio segurando uma cesta de pães e sorrindo orgulhosa para ele. O vampiro acenou rapidamente a fêmea que lhe dera a vida e logo estava de volta a sua postura militar, exatamente como o pai. Seu pahmen* ainda não havia o perdoado por colocar a vida da princesa em perigo a levando para a arena, e a Virgem sabia o quanto tudo o que mais queria na vida era orgulhar seu progenitor. A ameaça de ataque ao castelo viera em momento muito oportuno, tinha ali a chance de mostrar que era um guerreiro digno do orgulho de seu pahmen*

— Já se cansou de brincar de treinando? – brincou um macho alto e musculoso se aproximando do recruta mais conhecido da guarda. Emmett crescera em meio aos soldados que mesmo treinados para serem duros e frios não resistiam ao encanto do jovem vampiro sempre tão amoroso. Desde muito cedo todos se empenhavam em treinar o vampiro a ser o melhor soldado já existente na historia, tanto que, Emmett não precisaria passar por treinamento algum, todos tratavam aquela burocracia somente como uma forma de cumprir protocolo, já que para eles, Emmett já fazia parte da guarda.

— Estou em uma colônia de férias meu caro amigo – respondeu trocando um abraço de machos com o outro – Onde estão Phill e Garret?

— Foram para as torres – respondeu o outro fazendo uma careta – Leve os recrutas para o quartel e mostre as instalações a eles – mudou de assunto segurando no ombro de Emmett com toda a intimidade que tinha por praticamente tê-lo visto nascer. Emmett acenou para ele e logo estava mostrando tudo aos demais recrutas

— Vamos ter que seguir as ordens desse vampiro agora – Jasper olhou para o outro humano carrancudo a seu lado e não pode conter o sorriso involuntário que surgiu em seu rosto, o amigo ficava até que engraçadinho mantendo a linha mimado. Com um chaqualhar de cabeça tentou mandar para longe aqueles pensamentos estranhos

A dias o humano era perseguido pelo terror dos sentimentos pertubadores que nutria pelo companheiro de raça, não sabia explicar ao certo a ternura e cuidado que desenvolvera pelo outro desde que saíram da cidade arena, sempre teve a sua sexualidade muito bem definida, sabia que existiam alguns machos de gostos e preferencias peculiares, mas ele não estava nesse meio, ou será que no fundo estava adormecido e aquele ruivo de olhos em um tom curioso de verde os tinha despertado? Olhou para o amigo caminhando a seu lado reparando bem nas características físicas que talvez lhes fossem atraentes

— O que foi? – perguntou Edward o olhando especulativo e o loiro sentiu todo o seu sangue correr para o rosto aquecendo aquela região em constrangimento por ser pego avaliando o amigo. Jasper apenas negou e abaixou a cabeça ainda se sentindo sem jeito

...

Enquanto isso no instituto Zsadist andava a passos duros e fortes pelo corredor, ainda não acreditava que iria mesmo fazer aquilo. Mas que outra escolha ele tinha? A santíssima Virgem sabia o quanto ele temia pela segurança da vampira aristocrata, não concordava que ela estivesse ali, não concordava que ela estivesse em local nenhum que a colocasse me perigo, mas por hora, Rhage havia ganhado e a fêmea ficaria no instituto, a única coisa que ele poderia fazer, era prepara-la para se defender caso fosse necessário, não que ele tivesse a intenção de permitir que alguém chegasse perto o suficiente para que a vampira tivesse a oportunidade de colocar em pratica seus ensinamentos, mas iria sentir-se melhor sabendo que ela estaria pronta para conseguir sobreviver se ele fosse abatido. Sim por que, somente morto se perdoaria caso algo acontecesse aquela princeps* talvez nem mesmo morto se perdoaria

Desceu para o subsolo passando pelos corredores cinzas, virou o corredor do vestiário passando direto por ele, cada passo para mais perto do ginásio mais sentia seu coração palpitar em expectativa, quando finalmente chegou a seu local de destino sentiu por um breve momento as pernas fraquejarem e a ideia de sair correndo dali passou por sua cabeça

Era realmente irônico ser considerado por muitos o macho mais temido dentre todos os guerreiros e diante aquela fêmea sentir-se o mais vulnerável dos machos. Respirou fundo e adentrou o ginásio assumindo a sua habitual carranca. Trincou os dentes ao ver a vampira em uma camisa sem mangas e calças folgadas enquanto se alongava de costas para ele, as vestes simples em nada eram o que podia ser considerado sexy, não se em comparação as vestes femininas e requintadas que a vampira como um membro tão importante da da glymera* costumava usar, no entanto era justamente o fato de não estar vestida de acordo com sua alta classe social que a vampira se tornava ainda mais adorável para ele, era como se não estivessem em mundos tão distantes

Quase chutou o próprio traseiro, onde malditos diabos estava com a cabeça? Nalla poderia ser uma simples doggen* no castelo da primeira família* ainda assim, ele jamais seria digno dela, com pesar lembrou-se de toda a podridão a qual seu corpo estava tomado devido a todos os abusos sofridos e suspirou pesadamente, jamais permitiria que aquela fêmea de valor se sujasse em toda aquela lama que fora sua vida

A fêmea pareceu perceber sua presença ali pois virou-se para ele e abriu um sorriso doce o olhando direto nos olhos que aquela manhã estavam dourados, Nalla não sabia, mas era a única que conseguia abalar os sentimentos do outro a ponto de poder ver-lhe os olhos dourados com tanta frequência. Zsadist engoliu em seco fitando o rosto de pele clara e viçosa emoldurado pelos longos cabelos escuros que desciam em cascatas negras até a altura da cintura – também diferenciando dos penteados sempre sofisticados que a fêmea costumava usar – os olhos tão azuis quanto safira brilhavam de empolgação. A marca no pulso de Zsadist ardia em protesto pelo vinculo não consumado e todo o corpo do macho vibrava em vontade de tomar aquela fêmea para si. Ficar tão perto daquela vampira seria definitivamente uma tortura.

...

Assim que a noite caiu Bella caminhava sorrateiramente pelo corredor de estatuas esforçando-se ao máximo para não fazer o menor ruído e ser pega em sua tentativa de fulga, sabia que Zsadist estava instruído a ficar de olho nela e não queria conhecer a fúria tão famosa daquele macho

Desceu as escadas saltando de dois em dois degraus com a bolsa de mantimentos pendurada em um lado do corpo, do outro lado a espada devidamente embaiada, em suas costas suas amadas flechas e na mão o arco presenteado por seu próprio pahmen* quando ela ainda adolescente pedira para aprender a manusear o instrumento de luta favorito do rei, apostava que se o vampiro imaginasse que um dia ela usaria tais conhecimento para adentrar a cidade arena, jamais o teria permitido, na verdade, provavelmente o rei tão apegado a regras e costumes da raça a teria presenteado com uma agulha e tear, sorriu do próprio pensamento. Assim que chegou ao hall de entrada sentiu vontade fazer uma dança da vitória por encontrar a porta destrancada

— Minha princesa? – assim que abriu o objeto de madeira estacou no lugar amaldiçoando a vadia Escriba por nunca estar a seu favor, com uma carranca virou-se encarando o doggen* parado próximo a ela a olhando com expressão gentil – Está precisando de algo? – analisou o senhor de feições frágeis e corpo esguio, o ancião de cabelos embranquecidos pelo tempo era alguns centímetros mais baixo do que ela e a vampira calculou quanto tempo precisaria para abater o doggen* e fugir sem que conseguissem a alcançar

— Está tudo bem, eu vou somente tomar um ar – sorriu amarelo para o doggen* que olhou para todos os objetos em torno do corpo da vampira

— Mestre Zsadist instruiu que... – e antes que o ancião completasse a frase a vampira já estava com a espada presa junto ao pescoço dele

— Não quero escutar nenhum ruído vindo de você entendeu? – a ancião apenas balançou a cabeça em concordância – Ótimo! Agora vamos para o celeiro – ordenou empurrando o velho a sua frente ainda com a espada em mãos, o arco agora também preso em suas costas

— Sele um cavalo para mim! – mandou assim que chegaram ao celeiro, o doggen* a obedeceu com uma expressão triste sobre o rosto

— Minha princesa, me perdoe a intromissão, mas a senhorita não deveria se colocar em perigo, mestre Caius estava somente pensando na sua proteção quando a deixou aqui – a vampira bufou contrariada, mal sabiam que eram eles quem deveriam ser protegidos, não ela. – Se algo acontecer ao rei e a rainha precisamos da senhorita para assumir a coroa

— Não vou me sentar em trono algum! – declarou com fúria – agora cale essa maldita boca e vamos – empurrou o ancião em direção aos portões do instituto, assim que passaram por eles tomou as rédeas do cavalo das mãos do doggen*

— Eu quero que fique bem claro que eu não queria fazer isso, mas você e a sua maldita intromissão me obrigaram. Não posso te deixar contar a todos que fugi ou não terei dianteira nenhuma em minha fuga. – Os olhos do pobre ancião se encheram de compreensão e ele abaixou a cabeça escondendo uma lagrima que rolou por seus olhos, em seguida a levantou de novo olhando a princesa nos olhos

— Que a santíssima Virgem Escriba guie seu caminho em segurança derramando uma infinidade de bênçãos sobre os seus dias minha princesa – então a vampira cortou-lhe o pescoço observando com ranço o corpo cair ao chão formando rapidamente uma poça de sangue abaixo do velho doggen*. Limpou a espada na perna e subiu no cavalo instigando-o a correr para longe dali

...

— Você não se cansa nunca? – perguntou Jasper olhando o humano ruivo sem camisa fazer flexões ao chão do alojamento enquanto ele foleava um livro deitado na cama

— Cansaço é uma questão psicológica – respondeu o outro dando de ombros. Jasper observou os músculos das costas expostas do amigo que se sobressaiam a medida em que o homem descia e subia em seu exercício

Por um momento totalmente perdido em pensamentos viu nitidamente quando o humano parou o movimento olhando diretamente para ele, os olhos transbordando em desejos. Levantou-se do chão e foi até Jasper sem jamais desviar os olhos feroses de seu rosto, aproximando-se o humano abaixou-se a altura do outro ainda deitado sobre a cama em uma postura de total surpresa, passou a mão forte por trás do pescoço do outro e puxou-o para um beijo

Jasper saltou da cama em total assombro olhando para os lados tentando entender como seus pensamentos chegaram aquele desfecho, a ideia de Edward o beijando fazia seu estômago revirar em repulsa

— O que é isso? – escutou Edward perguntar em um tom próximo a surpresa o lembrando de que o outro ainda estava ao chão fazendo seus exercícios – e bem longe da boca dele graças aos deuses – olhou para o amigo vendo-o olhar de maneira indecifrável para a fotografia de sua falecida mãe que Jasper sempre levava junto de si, só então deu-se conta que derrubara o livro onde a fotografia estava ao chão quando saltara da cama

— É minha mãe – respondeu puxando a fotografia da mão do outro. Não sabia o por que, mas não gostava da forma como Edward encarava a única memória que tinha da mãe que mal teve tempo de conhecer

— Sua mãe? – perguntou o outro em descrença deixando Jasper incomodado com a postura rude do amigo, como que tentando proteger sua amada mãe guardou a fotografia de volta ao livro

— É, minha mãe Edward, eu tenho uma mãe, ou você pensou que eu fui feito pelos próprios deuses e jogado direto aqui na terra? – perguntou carrancudo, não aceitaria que o outro zombasse de sua mãe, por mais amigos que fossem. Deitou-se novamente na cama cruzando os braços em frente ao peito e encarou o teto tentando conter as lagrimas que formavam-se grossas em seus olhos

— Me desculpe, eu não tive a intenção de ofender – pediu o outro sentando na ponta da cama

— Está tudo bem, é que... Ela morreu, então, tudo relacionado a ela me deixa um pouco abalado – confessou ainda encarando o teto, não queria ver o pesar por sua dor nos olhos do outro, sabia que o amigo estava se lamentando devido ao silêncio constrangedor que se seguiu

— Eu posso perguntar como ela morreu? – perguntou finalmente depois de alguns minutos

— Elementais – cuspiu – Eu era uma criança de colo ainda quando esses malditos a mataram durante uma colheita. É por isso que eu estou aqui! Vou matar todos eles e vingar minha mãe

Edward ficou mais um tempo em silêncio e Jasper finalmente o olhou vendo não lamento nos olhos do amigo, mas algo que ele não soube decifrar, o outro o olhava de forma analítica como se quisesse gravar cada traço seu e por um momento Jasper se perguntou se de fato o iria beijar

— E você? – perguntou tentando afastar qualquer ideia de contato físico entre eles. Tem familia? Mãe, pai, irmãos? – o outro pensou por um momento e então soltou um sorriso torto com os olhos ainda distantes

— Tenho um irmão, ele é realmente muito bom para mim – respondeu e a admiração que o outro demonstrava era palpável

— E seus pais? – insistiu querendo conhecer um pouco mais do amigo

— Eu não tenho pai! – rosnou parecendo contrariado

— Mãe? – Edward pareceu pensar por um momento, o rosto carregado de pesar, então olhou para Jasper novamente o avaliando

— Cada dia me decepciona mais! – cuspiu levantando-se e indo para a própria cama e Jasper soube naquele momento que aquela conversa estava finalizada

...

Isabella terminou de montar seu acampamento naquele começo de noite, a floresta já começava a cair na penumbra o que fez a vampira sair a procura de galhos secos para uma fogueira. Alguns minutos depois escutou barulho vindo do norte o que chamou sua atenção, cuidadosamente colocou os gravetos que já tinha ao pé de uma arvore e saiu a passos leves na direção dos ruídos

Se esgueirando pelas moitas viu ao longe um grupo de homens que montavam acampamento enquanto se provocavam em tom de diversão, os homens não se pareciam com nada que já tivesse visto antes e ela não soube identificar qual a espécie daqueles. Talvez fossem esses os tais invasores desconhecidos que estavam a procura da joia de quatro almas

Com cuidado rastejou até a arvore mais próxima do grupo e em movimentos rápidos escalou os galhos escondendo-se entre as folhas verdes enquanto observava o grupo. Daria tudo para vê-los mais de perto... A distância, com todas as brincadeiras primitivas e risadas espalhafatosas, aparentavam ser completos idiotas, o que colocava em duvida sua teoria de serem aqueles os responsáveis por derrotar a guarda real

E foi com esse pensamento de o quanto aqueles homens aparentavam ser imbecis desmiolados que uma louca ideia se formulou em sua cabeça, mas afinal de contas, quando que suas idéias não eram insanas? Com agilidade desceu da árvore e correu de volta a seu próprio acampamento já recolhendo seus pertences, montou em seu cavalo e cavalgou em direção ao grupo

— Finalmente achei vocês! Já estava pra desistir – todo o grupo se colocou de pé apontando suas armas para a vampira que desceu do cavalo com as mãos levantadas em sinal de rendição ao mesmo tempo em que avaliava as espadas dos homens com alívio, seria mais fácil retomar a montaria e fugir dali caso algo desse errado do que se estivessem com flechas – Hei! É assim que recepcionam o reforço? – questionou fingindo-se de ofendida

— Carlisle nos mandou uma mulher como reforço? – perguntou um deles com a voz embargada em descrença

— Cale a boca idiota! – gritou um outro que estava posicionado a frente como se fosse o líder do grupo

— Isso mesmo! Carlisle me mandou e para ter feito isso deve acreditar que eu sou melhor do que todos vocês juntos – gritou a vampira torcendo para que eles caíssem em seu blefe, mas o que ela julgava como líder do grupo não parecia convencido de suas palavras

— Qual a sua espécie? – Bella passou os olhos por todos os homens parados ali tentando reconhecer a especie deles, mas a pele ressecada em uma tonalidade estranha de cinza claro, juntamente com os cabelos embranquecido dando-lhes um ar fantasmagórico não se assemelhava a nada que já tivesse visto

— Não reconhece uma humana quando vê uma? – usou o mesmo blefe em que certa vez Edward caíra, mas dessa vez não tinha muitas esperanças de que funcionasse. O lider a olhou de cima a baixo

— Por que a enviariam sem que fosse transformada primeiro? – continuou o interrogatório e Isabella gelou sem saber o que responder, afinal de que transformação eles estavam falando?

— Querem que eu prove ser digna primeiro – internamente a vampira blasfemou de sua própria resposta, mas logo vira que funcionou a medida em que a maioria dos homens relaxaram em seus lugares

— E você acredita mesmo ser capaz de provar isso? – murmurou o líder, claramente duvidando dela

— A primeira missão era localizar vocês e eu o fiz não é mesmo? – respondeu em tom de brincadeira – mas e ai? Vão deixar eu provar que sou capaz ou vão me matar? – brincou e em uma atitude suicida se aproximou ainda mais do grupo, sentiu vontade de retorcer o nariz devido ao cheiro apodrecido que vinha dos homens

— Carlisle deve estar ficando louco! Uma mulher? – falou um dos homens voltando a sentar-se próximo a fogueira

— Você sabe que o líder tem um fraco por mulheres – gargalhou um outro juntando-se a ele

— Ela ate que é bonita – comentou o mais velho do grupo aproximando-se da vampira e tocando-lhe o rosto – Olhem essa pele! Tão perfeita. A minha era assim também – gargalhou o homem permitindo que Isabella visse todos os dentes que lhe faltavam a boca – Talvez nós possamos nos divertir juntos hem gracinha? – falou sorrindo para a vampira

— Se você não ver problemas em se entender com Carlisle depois... – disse sorrindo de forma doce para o velho asqueroso – Digamos que eu seja a nova ehros* dele – falou em alto e bom tom para que todos escutasse e o sorriso do velho logo se desfez

— Você me parece mesmo o tipo que Carlisle pegaria para ,ehros* mas por que a enviar para o campo ao invés de guarda-la em um pedestal? – o líder do grupo agora não estava mais desconfiado, parecia somente curioso sentando-se novamente a fogueira

— Como é mesmo o seu nome? – Bella perguntou também sentando perto da fogueira de forma relaxada, mas a seu lado tanto o arco quanto a espada estavam a seu alcance

— Tom, a seu dispor – brincou dando uma piscadela

— Bom digamos que eu sei ser bem convincente quando quero – respondeu em tom de malicia, e viu todos os homens ali sorrirem com luxuria, com certeza imaginando como ela fez para convencer o tal de Carlisle – Sonho com isso desde de pequena, lutar, matar todos que se atreverem a se colocar no meu caminho, conquistar territórios – pela primeira vez desde que chegara ate o grupo falou a verdade. E logo quando era realmente verdadeira todos riram desacreditados de suas palavras

— Como é o seu nome? – perguntou Tom em meio a risada

— Samanta – respondeu prontamente

— Não precisa mentir para nós Samanta, sabemos exatamente o que te trouxe até aqui

— Sabem? – engoliu em seco

— Claro que sim Samanta! Esquece-se que antes da transformação todos nós aqui já fomos humanos? – os olhos da vampira se abriram em assombro – Sabemos muito bem como é acordar todos os dias pertencendo a raça mais fraca, ter sede de poder e não o ter. Ate que surge alguém te oferecendo o tão sonhado poder, a grandeza, a força! – todos emitiram ruídos de exatidão desconexos novamente e Isabella olhou um a um, tentando imaginar em que momento aqueles homens com aparência e cheiro apodrecidos tiveram uma aparência humana

— E como é a transformação? Carlisle não me disse nada sobre isso, eu vou sentir alguma dor? – perguntou com interesse

— Ninguém sabe, nós meio que estávamos mortos antes de se iniciar a transformação – deu risada enquanto bebia de seu cantil – mas uma coisa é certa, é o próprio Ômega quem faz o ritual – completou com orgulho – Quando acordamos já somos lessers*

— Lessers*?

— Redutor de vampiros! É o que nós somos, por isso nos transformam – respondeu o velho rindo – elementais não conseguem passar pela barreira criada pelas guardiãs. Um passo além da fronteira e explodem pelos ares. Por isso estamos aqui, é uma troca justa! Não recuperamos o completo domínio de nossos cérebros mas ganhamos força e agilidade, em troca matamos uns vampiros. E fazemos isso com muito prazer – explodiu em uma risada extravagante

— Nada é mais prazeroso do que ver aqueles malditos sanguessugas definhando a sua frente – completou Tom com os olhos transbordando em ódio e Isabella engoliu em seco olhando todos aqueles machos felizes com a ideia de exterminar vampiros sem saber que tinham uma diante de seus olhos

— Você acha que somente nós daremos conta de todos os vampiros? Estamos no território deles... Quero dizer... Devem ter muitos deles por aqui – especulou, era óbvio que aquele em torno de duas duzias de lessers* não seriam o suficiente para exterminar todos os vampiros

— Não precisamos matar a todos, nós só temos pegar a joia, no momento em que obtivemos a pedra derrubaremos a barreira e os elementais assumem, todos sabem que vampiros sem a joia de quatro almas não são páreos para o poder dos quatro elementos, por que outro motivo eles precisariam de uma barreira de proteção para manter elementais longe? – Nesse sentido Isabella era obrigada a concordar com os tais redutores. Vampiros eram bons em combate corpo a corpo, e pelo que sabia da história, elementais não permitiam que seus adversários chegassem perto o suficiente para isso

— E a joia está no castelo? – quis confirmar a teoria de Caius de que eles acreditavam que a pedra era mantida as vistas do rei

— No castelo! – confirmou Tom empolgado – e logo a teremos em mãos

— Logo estaremos com ela! – repetiu em falsa empolgação – E como encontraremos o castelo? – novamente todos os homens ali riram dela como se tivesse contado a mais cômica das piadas

— Sabemos exatamente onde está o castelo! – afirmou Tom oferecendo um brinde

— Sabemos? – perguntou surpresa – E como sabemos?

— Temos um infiltrado!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Beijos



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