Não se case com ele escrita por Miss Houston


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Sinto muito pela demora em postar, mas com a volta da faculdade e o final do período, estou correndo sem parar de um lado para o outro. Mas, sem delongas, aqui estamos com o último capítulo. Nos encontramos no epílogo.

Beijos.



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Hunter se levantou assustado e como se não acreditasse no que seus olhos mostravam, foi até a janela e puxou a cortina, arregalando os olhos em seguida. Ele não precisou dizer nada para que eu soubesse o que ele estava vendo. Concentrei-me na televisão, ainda em choque para poder dizer algo. A repórter filmava o local e explicava sobre o meu sequestro naquela manhã.

Quantas horas se passaram?

Vi o rosto preocupado de minha mãe com as mãos cruzadas como se rezasse. Procurei George por alguns segundos antes de encontrá-lo conversando no celular no fundo da tela, com certeza ligando para todos os seus amigos policiais e advogados para garantir que Hunter apodrecesse atrás das grades. Encarei meu ex que ainda verificava o quão grave aquela situação era. Ele não pensou que poderia dar tudo errado?

Voltei a olhar a televisão reconhecendo parte dos meus convidados, dois amigos policiais de George e minha irmã roendo as unhas no canto da tela. Franzi o cenho com a sua ação, pois Polly só ficava daquele jeito quando se sentia culpada por alguma coisa. Porém era ilógico pensar que eu estar presa em um quarto com meu ex era culpa dela. A não ser que fosse.

— Ela te ajudou, não foi? — perguntei sobressaltando-o. Hunter me encarou confuso e viu o rosto de Polly em foco na televisão. O seu ato de engolir em seco foi o suficiente para que eu tivesse certeza. Se eu tivesse tido essa conclusão horas atrás, talvez estivesse batendo nele novamente. No entanto, sentia-me cansada, só querendo que aquilo acabasse. — Por isso você estava tão seguro em como e quando me levar.

Não era segredo para ninguém que minha irmã adorava Hunter e sempre torceu para que déssemos certo, mesmo depois que ele foi embora. Ele soltou a cortina e veio na minha direção cauteloso, talvez esperando o meu ataque. Dei um sorriso triste com o rumo que tudo tinha tomado. Imaginei aquele dia inúmeras vezes com diversos ângulos e desfechos diferentes, porém em nenhum deles eu estava sentada na cama com meu ex.

Relaxei meus ombros como sinal de rendição e parei de tentar controlar as coisas, pois não existia um desfecho feliz para nós dois. Hunter se agachou na minha frente e tocou minha bochecha com uma delicadeza que desafiava a estrutura de seu corpo.

— Eu juro que vou consertar as coisas — ele murmurou antes de se levantar.

Queria perguntar como ele faria aquele milagre, pois as coisas entre nós já estavam quebradas há muito tempo.

                                                                    *******

Nas horas que se passaram, ficamos olhando para a televisão nos atualizando dos acontecimentos. Meu nome já tinha sido divulgado, o que me fez torcer a boca com a possibilidade de pessoas sentirem pena de mim. E esse sentimento piorou quando entrevistaram George. Ele se esforçou para manter o rosto triste do marido abandonado, mas eu conheci o suficiente para saber que ele estava com mais raiva do que eu quando cheguei naquele lugar. Uma das coisas que tinha feito o nosso relacionamento dar certo eram nossas similaridades, o que incluía querer estar no comando de tudo.

— Barbara Dawson foi raptada às oito da manhã quando se dirigia a igreja onde se casaria. As autoridades foram acionadas imediatamente, porém só tiveram pistas quatro horas depois. — a repórter disse. O vento batia em seu cabelo escuro, fazendo com que seu rosto se retorcesse em uma careta. Pisquei saindo levemente do torpor com a informação das horas. Parecia que havia se passado dias desde que entre naquele maldito carro. — Fontes indicam que o autor do sequestro foi seu ex namorado, Hunter Castillo, que está mantendo-a presa até esse momento. As autoridades estão se preparando para invadir o prédio caso não tenha sinais de rendição.  

— É realmente lamentável que um dia que deveria ser perfeito, tenha terminado assim. — uma segunda repórter disse na central. — Voltamos em breve com mais informações.

Apoiei meu corpo na cabeceira da cama e fechei os olhos por alguns segundos, querendo ordenar os meus pensamentos e colocá-los em sintonia com os meus sentimentos. O que queria estava acontecendo e eu derrotada, sem saber o motivo real. Tinha uma pequena dor latente que me acompanhava desde minhas últimas palavras duras que disse para Hunter. Talvez isso fosse culpa por ter sido cruel, por mais que ele merecesse. Não, era maior que isso. Eu tinha mentido para ele e ele foi incapaz de identificar isso. Nossa ligação estava realmente apagada.  

Como se escutasse seu nome sendo soado em minha mente, Hunter veio se sentar ao meu lado. Abri os meus olhos, percebendo que os dele estavam fixados na parede a sua frente, perdidos em pensamentos profundos. Refém do reflexo encarei o ponto onde os nossos braços se encontravam e fechavam nossas tatuagens.  

— Eu vou estar com você até o final.

— Esse é o nosso final — murmurei com os olhos ainda fixos nos corações em nossos braços. O jeito como eles não se encaixavam deveria me irritar, mas era indiferente, quase como se fosse óbvio. Se Hunter fosse um pouco para trás formasse o desenho perfeitamente, mas não tinha mais espaço para ele voltar. Não tinha mais como voltar. — Acabou — lamentei em um murmúrio.

Por esse motivo eu estava cabisbaixa. Ainda que ser presa como a Rapunzel não fosse a minha fantasia no dia do meu casamento, ter uma chance de receber as respostas das perguntas que tanto me atormentaram por anos me fez sentir viva novamente. Entretanto aquelas pessoas lá embaixo estavam nos esperando para seguir a realidade. Uma realidade onde Hunter ia preso e eu me casava com outro homem. Posicionei o rosto contra as minhas mãos e soltei um lamento.

— Acabou — sussurrei.

Senti o peso do olhar de Hunter em mim.

— Você tem razão, Baby.

O ranger da cama enquanto ele se levantava me fez erguer os olhos. Observei-o tirar uma chave extra do bolso e abrir a porta. Parou no batente por um segundo com a cabeça baixa e me olhou por baixo dos cabelos loiros.

— Seja feliz, Barbara.

                                                                   ********

Doeu ver Hunter se preso, doeu mais do que deveria. Enquanto colocavam um cobertor ao redor dos meus ombros e me enchiam de abraços lamentosos, eu só conseguia encarar os policiais empurrando Hunter conta a viatura e algemando suas mãos. Presa em uma fantasia, imaginei-me saindo do mar de pessoas e beijando-o profundamente. Só que no momento que atravessei a porta daquele prédio, voltei para a realidade crua. Por isso, desviei os olhos dele e aceitei o abraço de George junto com as promessas de um casamento em breve, além de melhor do que o último.


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