Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 32
Coração Quebrado


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥
(me perdoem rs)



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Fogo.

Era isso que se alastrava por toda a parte, cobrindo as casas, tendas, pessoas, árvores. Gritos eram ouvidos, pedidos de ajuda, correria.Tudo estava um verdadeiro caos.

Por um motivo incompreensível, Thalia estava ali, em pé, em sua forma de vinte-e-dois anos, olhando de um lado para o outro sem entender o que se passava ao redor. Foi assim até que viu algumas pessoas que lhe pareciam familiar.

Semicerrou os olhos. Aquele era...

— Nico! Por aqui! — A voz feminina vinha de um lado, onde Thalia foi obrigada a virar de supetão ao ver que se tratava de Bianca.

— A gente tem que ajudar a Beryl! — Nico segurou a mão da irmã, parando-a e quase causando uma queda, visto que ambos estavam correndo. — Não podemos deixar ela lá, Bianca!

— O pai está indo, Nico. Vamos! — A garota o segurou mais forte, voltando a puxá-lo para longe do fogo.

Thalia voltou-se para o outro lado do caos, encolhendo-se para que a multidão de pessoas correndo não a levassem para longe, lutando contra a maré para que fosse atrás do pai de Nico. Quem era que estava precisando de ajuda? De alguma forma ela poderia ajudar?

Viu um homem robusto correndo, usava um terno preto e sua pele era extremamente pálida, ele a fez lembrar de Nico e não hesitou em ir atrás do homem até ir parar dentro de uma cabana, onde as coisas pareciam mais confusas do que o lado de fora.

Parecia ter sido a única que não estava ardendo em chamas ainda, os gritos de uma mulher eram altos e angustiados e Thalia nem precisou olhar para saber que ela estava dando à luz a uma criança.

O pai de Nico ouviu um barulho alto do lado de fora da barraca, e como sabia que o bebê não iria nascer naquele momento, avisou o outro homem que iria lá para fora para que tivessem mais tempo, saindo sem pestanejar.

Ao lado da mulher que estava deitada se contorcendo, esta que Thalia tinha quase certeza que o nome era Beryl, havia um homem alto segurando sua mão. Os olhos azuis eram parecidos com os da Grace e estavam angustiados, mesmo que sussurrasse palavras de força.

— Está quase. — O que parecia o marido da mulher disse, apertando mais a mão dela e fechando os olhos quando a própria gritou.

Foi quando Thalia viu as veias dos braços da que estava parindo se tornarem negras em um segundo, seus olhos reviraram e se tornaram brancos. Ela estava morrendo e o corpo da Grace travou. Ela não conseguia sequer se mexer para tentar ajudar, algo a estava mantendo ali.

— Zeus... — Beryl chamou, a voz trêmula.

— O que foi, meu amor? Está tudo bem, você está conseguindo. — Agora intitulado Zeus, respondeu.

— Eu vou morrer. — Afirmou com convicção.

— Não, você não vai.

— Eu estou morrendo. Não se preocupe comigo, salve nossa filha, ok?

As lágrimas que tanto persistiam nos olhos azuis do homem finalmente resolveram descer, juntou as mãos de Beryl e as uniu usando as suas, deixando um beijo demorado no dorso e se debruçando para selar os lábios em um último beijo, quase como se estivessem se despedindo.

Zeus tinha plena noção do estado da esposa, sabia que seria um milagre se ela resistisse. Foi assim que se afastou, mirando-a uma última vez nos olhos, que os viu se fechar.

O choro do bebê preencheu o ambiente e, ainda com sua visão embaçada das lágrimas, Zeus se afastou da esposa e se apressou em segurar a sua filha nos braços, lançando um olhar agradecido a garota que havia feito o parto a observando correr para o lado de fora, o deixando sozinho. Aproveitando-se disso para levar a mão para seu bolso, segurando a poção que Beryl havia preparado na manhã passada, tendo previsto o que poderia acontecer quando a bebê nascesse.

Destampou o frasco e, mesmo com receio, despejou o líquido na pequena boca pálida que esperneava, ainda que o choro estivesse cessando aos poucos como se o calor do corpo do pai fosse o suficiente para a deixar tranquila.

Zeus assistiu os olhos da pequena se abrirem minimamente, assustando-se quando viu que estavam inteiramente brancos assim como os de sua esposa antes de falecer. No entanto, os nuances foram se dissipando e aos poucos as irizes se tornaram azuis.

Os raios dentro do azul pareciam dançar e isso fez com que Zeus ficasse a encarando por alguns segundos, maravilhado com a beleza de sua filha.

— Eu te amo. — Sussurrou, mais lágrimas acomodando-se em seu rosto.

A bebê, como se entendesse, levantou as pequenas mãos e tocou na bochecha de seu pai.

Um raio estrondou do lado de fora, dando início a uma tempestade forte que fez a pequena se exaltar nos braços do pai e começar a chorar.

Mesmo com a tempestade Zeus conseguia ouvir o barulho da briga do lado de fora, ele estava cercado, não conseguiria sair com a bebê dali. Então lhe restou começar a ninar a filha, sussurrando para que ela se acalmasse conforme se abaixava perto do corpo inerte de sua esposa.

— Está tudo bem, Thalia. Vai ficar tudo bem.

Thalia sentiu seu corpo parar. Thalia? O nome da bebê era Thalia?

— Então o nome dela é Thalia? — A voz também conhecida fez a Grace de vinte-e-dois anos se virar de súbito, sentindo lágrimas começarem a descer por seu rosto ao reconhecer Luke. — Vou deixar esse ser o nome dela, gostei.

E em frente aos seus olhos, Thalia presenciou a morte de seu pai e seu nascimento. Olhou com horror quando Luke a segurou nos braços, fitando-a com uma leve irritação por estar chorando.

— Thalia Grace... — ele disse, abrindo um pequeno sorriso e dando as costas para os corpos mortos, saindo da tenda.

Thalia levantou o corpo tão rápido que assustou não só Nico como todos os lobos que dormiam amontoados a sua volta, já que a noite calhou a ser fria, então resolveram usar os métodos originais para deixar a humana e o vampiro aquecidos.

Seu corpo estava tremendo, disso ela tinha certeza. E lágrimas molhavam seu rosto e sua blusa. Os soluços escapavam pelos lábios entreabertos e isso chamou atenção dos lobos que começavam a ficar agitados.

— Thalia? O que foi? — Nico sentou-se, o tom de preocupação transbordando em sua voz.

— Eu vi... — sua frase se perdeu entre um soluço e outro. — Eu vi! Eu vi minha mãe e meu pai morrendo. Você tava lá! Seu pai tava lá! Sua irmã tava lá! Tinha muito fogo, pessoas gritando, Luke! Luke estava lá! Ele matou meu pai! Eu... Eu matei a minha mãe! Foi no ataque! Foi no ataque que você me contou, não foi?

O di Angelo notou que ela estava prestes a ter um ataque, por isso só pensou em levar as mãos para os ombros da garota e balançar ela suavemente.

— Calma, calma, Lia. Calma. — Repetiu para ver se conseguia surtir algum efeito, vendo-a negar em desespero.

— Luke... Ele cortou a garganta do meu pai com as garras! — Thalia despejou mais lágrimas, os soluços balançando cada vez mais seu corpo.

Se encolheu quando sentiu os braços de Nico entorno de si em um abraço meio desajeitado, para logo depois um peso em suas pernas que mais tarde descobriu ser a cabeça de Silena em sua forma lupina tentando reconforta-la da melhor forma, sem deixar que passasse frio.

— Se acalma, ok? — Nico sussurrou em seu ouvido, levando os olhos para Silena e a fitando de soslaio, como se dissesse que eles teriam de conversar depois. — Vamos, Lia. Pode chorar o quanto quiser, eu entendo. Chora à vontade.

E no silêncio daquela floresta, entre as copas das árvores era possível ouvir os soluços de uma garota com o coração machucado.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? O que querem que aconteça?

Sei que demorei, porém é melhor demorar do que desistir, não é? kkkkcrise

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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