Estavam Hermione e Astória sentadas no chão da sala de estar enquanto arrumavam a mesinha de centro para o jantar. Estavam só as duas na casa de Tory, mas logo não estariam mais sozinhas, estavam tocando a campainha depois de terem avisado pelo interfone. Astória se prontificou a atender, Hermione acreditava que era a pizza que a amiga tinha dito que havia pedido. Realmente era a pizza, mas ela veio acompanhada de outras pessoas.

— E aí, moçada! — Draco entrara gritando.

— Astória! Você não disse que a festa do pijama seria só pra nós duas? — Hermione reclamou encolhendo-se ao ver quem acabara de chegar, não queria que a vissem com seu pijaminha.

— E iam me deixar de fora, é? Traidora! — Luna reclamou.

— Pensava que fosse a pizza! — Hermione disse.

— Tecnicamente, nós trouxemos as pizzas! — Draco dissera puxando Rony que carregava três caixas de pizza nas mãos.

— E nós as bebidas! — Neville anunciara levantando as garrafas de vinho que tinha em mãos.

— Coloquem tudo lá em cima da mesinha e vão vestir os pijamas, afinal é uma festa do pijama ou não? — Astória ordenou.

— Nós já viemos prontos! — Luna anunciou, e então notaram que tanto ela quanto Neville tinham vindo de pijama.

— Estavam assim na rua? — Draco perguntou indignado.

— Claro que sim!

— Não acredito que sou amigo desses dois... Desculpe por te colocar nessa enrascada, Rony. Você merecia um grupo de amigos melhor! — Draco disse e os dois foram se trocar.

Hermione se sentia uma pouco mais confortável ao ver que todos tinham colocado pijamas. Principalmente por todos terem colocado pijamas confortáveis ao invés de se preocuparem com a beleza de seus vestuários.

Todos se sentaram no chão em volta da mesinha para comerem, os casais logo se sentaram um ao lado do outro. Fazendo com que Rony tivesse que se sentar ao lado de Hermione, o que deixou os dois visivelmente perturbados. Desde a ida ao cinema os dois estavam se estranhando, ou melhor, se evitando. Ela não tinha mais o chamado para nenhum passeio, e ele por sua vez, entendeu o recado e passou a evitar contato com ela.

Os amigos não pareciam ter percebido que os dois tinham se estranhado, pois se tivessem teriam os interrogado ou não teriam colocado os dois no mesmo ambiente. Hermione tentou não olhar o ruivo, mas foi impossível ao ver o pijama que ele estava usando. O mesmo pijama velho e surrado que ele sempre alegara ser seu favorito! Ela já tinha perdido a conta de todas as vezes em que ela mesma já tinha dormido com aquela camisa como sua única vestimenta, e repudiou-se ao sentir o corpo arrepiar com aquele pensamento.

Rony que notou os olhos de Hermione sobre si não evitou o sorrisinho de lado que ela tanto amava e odiava antigamente para provocá-la, e a viu desviar os olhos e estremecer, percebendo que os pelos dela tinha se eriçado. Ela estava arrepiada. Não sabia o porquê, mas tinha certeza que fora a presença dele que provocara aquilo nela e não conseguiu evitar a alegria que sentiu ao ver aquilo.

— Compraram pizza do quê? — Luna perguntou.

— Rony sugeriu que comprássemos as favoritas de vocês três! — Draco se pronunciou — Calabresa pra você, frango pro meu amor e marguerita pra Mi.

— Espero que ainda seja sua favorita. — Rony inclinou-se para Hermione para sussurrar em seus ouvidos e ela estremeceu novamente.

Os seis passaram a comer, cada uma das meninas comeram apenas dois pedaços de pizza. Já os três meninos fizeram o trabalho de acabar com os outros pedaços sozinhos, e assim, cada um comeu seis pedaços. O que lhes rendeu vários olhares de reprovação das namoradas, a única que parecia não estranhar muito aquilo era Hermione.

— Mas comer seis pedaços de pizza, Mi? É muito exagero! — Luna disse.

— Bem... Sempre que comprávamos pizza eu comia dois pedaços e o Ron ficava com o resto.

— Pois ele está é muito certo! — Draco se manifestou — Lá em casa eu e o Rony estamos seguindo a moda italiana: uma pizza pra cada!

— Mortos de fome! — Astória os acusou.

Depois de comerem eles começaram a aproveitarem o vinho que Luna e Neville tinham trazido, estava maravilhoso. E serviu para que os empolgassem um pouco mais do que o desejado.

— Vamos brincar de alguma coisa? — Luna sugeriu.

— Queria assistir um filme. — Hermione respondeu.

— Depois a gente assiste! Vamos jogar?

— Jogar o quê, então? — Rony perguntara.

— Que tal mímica?

— Mímica? Um pouco infantil não acha?

— Só porque você quer assistir filme! Eu topo, vamos em duplas então? Eu e o Draco, você e o Nev e a Mi com o Rony? — Astória sugeriu.

— Ótimo! Quem vai primeiro? — Luna perguntou.

— A Hermione!

— Eu não!

— Por que não?

— Nem queria participar! Muito menos ser a primeira.

— Então eu vou! — Draco disse se levantando.

Eles jogaram por um tempinho, obviamente Rony e Hermione perderam já que a morena não fazia muita questão de adivinhar ou de fazer alguma imitação para que o ruivo entendesse. Também muito obviamente quem venceu fora Neville e Luna, que eram esquisitos o suficiente para entenderem as loucuras um do outro.

Quando o jogo acabou eles finalmente foram assistir a um filme, mas na metade dele quase todos já estavam dormindo. Pelo cansaço e pelo excesso de vinho. Neville dormia de bruços deitado no sofá e Luna dormia em cima dele, Astória dormia agarrada a Draco que estava sentado no chão apoiando as costas no sofá. O loiro acordou e percebeu que estava numa posição um tanto desconfortável, já que seu pescoço estava tombado para trás.

— Só vocês dois estão acordados? — ele perguntou ao ver que Rony e Hermione eram os únicos que ainda assistiam ao filme.

— Sim. — responderam juntos.

— Eu vou me deitar, ok? — ele disse e acordara Astória, que aos tropeços foi guiada pelo namorado até seu quarto.

Hermione encarou as figuras de Luna e Neville e suspirou fechando os olhos, recostando-se no sofá por ainda estar sentada no chão. Rony fizera o mesmo que ela, mas inclinou a cabeça e manteve os olhos abertos fitando-a.

— Está com sono? — ele perguntou para ela.

— Um pouquinho só.

— Pode dormir se quiser.

— Não tem mais lugar pra eu dormir.

— Por que não?

— Tinha a cama da Tory, mas o Draco já está lá com ela. E como pode ver, só tem um sofá sobrando.

— Que cabe você direitinho já que é pequenininha.

— Não precisa fingir que se preocupa com meu bem estar. — ela abriu os olhos e o encarou também.

— Por que acha que estou fingindo? Não estou fingindo.

— Ótimo. — ela disse voltando a assistir o filme.

— Ainda está brava comigo?

— Não estava brava com você.

— Tem certeza?

— Por que eu deveria ficar brava com você?

— Você sabe o porquê. Pelo dia do cinema.

— Não estou brava com você.

— Não mesmo? Nem me chamou pra sair mais.

— Não estou brava, Ronald. Que droga!

— Isso é o seu "não estou brava"? — ele disse e ela percebeu que havia se exaltado.

— Não, não estou. Aliás, a Minerva adorou a matéria, não estaria brava por isso.

— Mesmo?

— Por que quer tanto saber se estou brava ou não? Quer que eu esteja?

— Não quero que fique brava comigo, só isso.

— Ótimo, não estou.

— Que bom, assim voltará a me chamar pra sair.

— Então está mais interessado nos passeios do que em fazer as pazes comigo?

— Então quer dizer que está brava comigo mesmo? Já que preciso fazer as pazes contigo... — assim que ele terminara de dizer acabou por levar um tapa da garota.

— Ok, você me pegou agora.

— E precisava me dar um tapa por isso? Doeu, sabia? — ele disse esfregando o local que havia sido atingido.

— E era pra doer mesmo! Assim extravasei a raiva que estava de você.

— Posso considerar isso como um "está perdoado"?

— Hum... Pode. — ela disse depois de ponderar um pouquinho.

— Então já que me bateu, também tenho direito a...

— Você não vai me bater também, Weasley.

— A surra que vai levar é outra, Granger!

Assim que ele terminou de dizer a abraçou de lado e encheu a bochecha dela de beijos, como sempre fazia quando ela estava brava: não dar escolha a ela, receberia carinho na marra sempre que estivesse de birra com ele. No começo ela tentou se desvencilhar, mas depois começou a rir descontroladamente e ele tampou a boca dela com as mãos.

— Shiu, você quer acordar os outros?

— Tudo bem, já parei! — ela disse tentando controlar o riso quando ele soltou a boca dela — Mas foi você que começou!

— Sempre coloca a culpa em mim!

— Talvez seja porque está sempre fazendo coisas erradas.

— É isso o que pensa de mim? — fez-se de ofendido.

— Sim.

— Agora é eu que estou chateado.

— Se está pensando que vai levar uma surra também, está muito enganado!

— Bem, pelo menos eu tentei.