Pânico City escrita por Legendary


Capítulo 1
Valkyon




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 Em sua cama com lençóis cor-de-rosa com detalhes lilás, roncava baixinho sem se mexer, perdida em seus sonhos embaralhados. 

 
A janela estava fechada, mas nada impedia a chegada dos raios de sol transformados em prisma atravessando o vidro e iluminando o quarto daquela jovem caída no seu irrefutável e profundo sono.     

Até que sua expressão do seu rosto começou a contorcer com feições de espanto e seu corpo agora agitado, se movimentava para lá e para cá.


"Arrrgg..." contorcia.
Talvez um pesadelo deve ter invadido seus tranquilos sonhos.

Uma imensa nuvem cinza surge escurecendo o jardim de sua casa, e por fim toda a rua. Calando as canções dos pássaros e fazendo coelhos se enfiarem em suas tocas.

 

 O prisma forte e colorido que haveria invadido o quarto com suas fortes cores, se desmanchou e os raios dourados por fim desapareceram deixando a densa escuridão na sua casa.
Mas a luz do sol ocultada por pesadas nuvens repentinas, não alertava somente a chegada de uma tempestade, o céu simplesmente de forma duvidosa escureceu.
Não as nuvens, pois sim, a noite.

Praticamente noite.
                                        
"O que está havendo!" Gritava uma velhinha saindo de um supermercado, era de costume ir ao parque depois ao supermercado todas as manhãs, porém aquilo a deixou intrigada, a manhã anoiteceu!

  Não haviam muitas pessoas acordadas naquela cidade, mas o pouco de trabalhadores e estudantes despertos para as suas responsabilidades, se comoveram e se assustavam com tamanha surpresa.
                   
E no quarto da jovem que parecia sofrer com pesadelos, girava os ponteiros do seu relógio de arco dourado. Giravam de modo rápido. Giravam no sentido contrário. Algo que não era nada comum e nunca aconteceu.  
                       
Ás 6:01 da manhã, se transformaram em 22:30 da noite.

                              "AH!"     

 
Saltou NotherFath da cama com um grito forte.

Finalmente despertou-se do pesadelo. Algo haveria a deixado muito inconformada com a sensação de que não estava ali, deitada, dormindo protegida e quieta no seu quarto o tempo todo.

A menina respirou fundo, respirando cada vez mais, forçando seu peito, colocando os pulmões pra funcionar.
Estava suando e apoiou as mãos rosadas na testa.

— Meu deus... Meu deus... - Falava ofegante.

Ela olhou para o céu atrás do vidro da janela, depois para o relógio que estava exatamente dez e meia da noite.

"Então... eu estive aqui o tempo todo..." suspirou atravessando com os dedos nas mechas do seu cabelo castanho caramelo.

NotherFath, esse era seu nome, um nome muito incomum na verdade. Quem ponharia o nome de um bebê de "Não mais"? Somente loucos.
Ela gostava de ser chamada de Not, para tentar fugir do constrangimento.

Está quase completando os estudos e alugou até uma casa, mas se sente perdida desde o dia em que resolveu passar uma tarde na floresta para um picnic. Na verdade, no seu calendário o dia mesmo seria horas atrás.

 

Horas atrás NotherFath, estava passando por pressão com várias coisas, preocupações com a sua carreira. Preferiu relaxar e comer uns muffins na floresta. Foi aí que ela começou a ficar confusa. No meio do caminho procurando um lugar para sentar, achou um círculo de cogumelos.
A essa altura ela já teria achado que estaria sofrendo mentalmente.
Acabou caindo num mundo meio doido, onde havia uma mulher metade raposa e uns caras com roupas engraçada s e que ela terminou numa prisão, mas que depois ela tinha que cumprir tarefas.

— Nossa! - Seus olhos se arregalaram - Mas que sonho mais comprido!

 

Nother se esforçava para se convencer de que não havia endoidado. Talvez ela tenha esquecido da tarde que passou de tanto sono que estava que acabou esquecendo também da sua vinda para casa.
Era típico dela. Não era atenta, nem observadora. Vivia desligada.

Se levantou e abriu a porta do quarto para pegar algo para comer. Acordou com muita fome e estava torcendo para que sobrassem alguns bolinhos da cesta de tarde.

Enquanto passava pelo corredor, olhava distraída para os quadros de seus pais pendurados nas paredes.
"Quando amanhecer, vou visitá-los."
Sentia uma saudade estranha deles. Como se estivesse sem vê-los por muito tempo.

Chegou na porta da cozinha e tocou na maçaneta. Parecia ouvir sons de passos além dos seus.

Pensou um pouco com medo, porém com calma, Sya, sua empregada doméstica só entrava na sua casa às sete e quarenta da manhã. Talvez estaria cedo demais para ela vir trabalhar.  Mas também lembrava de que ela adorava fazer hora extra para ter uma grana a mais para comprar vestidos.
Nother ficou alegre pois queria perguntar a Sya se ela se lembra de hoje de tarde. Então abriu a porta falando alto, seu jeito normal de se cumprimentar.

— BOA NOITE SYA!! Que toró que vai cair não é mesmo??? - Not Abriu a porta. - Sya??

A geladeira estava aberta e o enorme pote de vidro de geléia estava espatifado no chão, junto com o leite e o refrigerante. A mesa de cortar batatas estava de cabeça para baixo e os armários todos abertos com os cereais derrubados.
                                  
— MEU SUCRILHU!!!

NotherFath saiu correndo se agachando para tirar os cereais do chão.
— Meu deus do céu, essa embalagem é cara demais...Quem fez issooo...

 

Nother se levantou para procurar Sya nos cantos da casa.
Passou pela sala de estar, pela sengunda cozinha. Sim, NotherFath tinha um fascínio por cozinhas era o seu segundo cômodo favorito,  perdendo o primeiro lugar do pódio para o banheiro.

— Syaaa... - Olhava para o quintal pela janela.

Depois foi para as portas dos fundos. Abriu a porta com uma das mãos, pois com a outra estava agarrando a caixa de cereal aberta.

— Sya! - Explorava o jardim dos fundos todinho.

 

Enfiou a mão na caixa e colocou os grãos na boca, mastigando e observando as folhas sendo levadas pelo vento para o escuro da rua, estava se molhando com a chuva que começou a cair e os trovões fortes faziam o estômago de Nother tremer.

"Desisto, acho que fui assaltada mesmo." Resmungou ela entrando de boca cheia pela porta com os cabelos molhados.

Algo tampou sua visão no caminho fazendo-a esbarrar.

Abriu os olhos com a impressão de não ter esbarrado em algo , mas sim em alguém.

com a ajuda da rápida luz de um raio, Not pode ver que não se esbarrou em algo, mas sim, em alguém.  

Olhando para a figura de queixo caído, com o cereal caindo da boca, a figura olhou de volta para o cereal babado despencando no chão, fazendo com cara de nojo.  

Parecia um homem com uns 2 metros de altura! Sua pele era caramelizada de um tom bronzeado e seu olhos eram dourados. Sem falar dos cabelos grisalhos que escondiam metade do rosto.

Nother ficou paralisada. Lembranças vieram a sua mente. Uma pessoa da qual aparecia no seu sonho. 

 

— Val... Valkyon... - Murmurou baixinho perplexa. 


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