Acidentes Acontecem? escrita por Isa imortalizada


Capítulo 5
Capitulo 5




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Sabe o que é a pior coisa da vida e quando o despertador toca, parece que ele tem um sensor para tocar na melhor hora do seu sono pensei várias vezes em fazer igual àquelas cenas de filmes e joga-lo contra parede, mas aí me lembro de que a maior prejudicada seria eu.

É com esses pensamentos que me levanto e com a certeza de que estou alguns minutos atrasada.

O uniforme esta impecável terminara de abotoar o ultimo botão do blazer feminino, a gravata estava em seu devido lugar, a saia xadrez devidamente passada, meias pretas que vão pouco abaixo do meu joelho e o meu inseparável coturno preto, agradeço por usarmos uniforme mesmo que seja complicado às vezes, sabe qual é a verdadeira função do uniforme e facilitar as nossas vidas, porque assim não precisamos escolher uma roupa diferente para cada dia da semana, ainda mais para pessoas preguiçosas como eu.

Descer as escadas foi um sacrifício, afinal ainda estou bêbada de sono e eu não funciono muito bem logo de manhã.

—bom dia-foi à única coisa que eu disse antes de me sentar ao lado do meu pai e de frente para aquele que está presente em meus sonhos há alguns anos. Como ele pode estar perfeito logo de manhã? 

—cadê os óculos Valentina? - meu pai perguntou me servindo um pouco de leite 

—na mochila pai - respondi colocando a mão em frente à boca e não conteve um bocejo.

—Tina, querida tem pão de queijo, seu pai comentou que você gostava no café da manhã, olha que engraçado o Lucca também só come pão de queijo de manhã.

E o engraçado foi que assim que Estela terminou de falar comigo o seu filho mais velho teve uma crise de tosse 

Antes de responder apenas acenei com a cabeça em forma de agradecimento e coloquei alguns pães de queijo na boca.

—pai o senhor pode me levar pro colégio hoje? Ainda não sei o caminho 

—tudo bem querida, vamos-disse já se levantando do lugar mais foi em pedido pela Estela.

—não Arthur não se preocupe eu levo as crianças, pode ir pro restaurante.

—obrigado Estela 

Meu pai se levantou e veio ao meu encontro me dando um beijo na minha testa como forma de despedida 

—você sabe voltar pra cá? 

—ainda não mais qualquer coisa uso o Google Maps.

—não se preocupe se não der pra eu busca-los você vem com o Lucca, assim fico mais tranquila afinal é perigoso uma menina linda como você andar sozinha. 

—não é filho?

—o que mãe? 

—que você não vai deixar a Tina voltar sozinha 

Ele respirou profundamente e colocou novamente a máscara de bom moço e me olhou fulminante.

—claro que mostrou pra ela o caminho.

—perfeito então, pode ir tranquilo Arthur.

O carro de Estela era uma minivan e combinava perfeitamente com ela, ela parecia àquelas mães de filmes americanos, sentei-me no banco de trás, Benjamin veio me seguindo e iria sentar ao meu lado mais foi empurrado para o banco do passageiro pela mãe.

—querido hoje você vai na frente

—mais mãe esse e o lugar do Lucca

—eu sou sua mãe e hoje eu deixo você ficar no lugar do seu irmão, okay.

Assim que o Senhor arrogante viu seu irmão no banco da frente logo fechou a cara e tomou o lugar do irmão na outra ponta do carro.

Ate que o caminho para a escola não era demorado em torno de um vinte minutos, pode ate parecer fácil mais como pra mim Valentina nada e fácil tem um probabilidade bem grande de me perder na volta pra casa, falo isso por experiência própria na primeira vez que eu andei de metro sozinha fui parar na ultima estação do metro e liguei aos soluços para minha mãe me ajudar, trágico eu sei, mais depois daquele acidente fatídico eu aprendi a usar o Google Maps.

O carro parou em frente à escola, hora de enfrentar mais um dia, antes de sair do carro Estela pediu para o seu filho mais velho segurar a porta para mim porque segundo ela, ela havia criado um príncipe, e que era pra ele exercer a educação que ela havia dado a ele, palavras dela e claro, mais não posso deixar de comentar de ter aquela visão de um Lucca Devoglio rei do mistério e da arrogância em pessoa segurando a porta de uma minivan para eu sair do carro era uma cena memorável.

 -VOCÊ O QUE? – Laura e Julia falaram ao mesmo tempo, estávamos na sala depois delas me verem saindo do carro.

—isso que vocês acabaram de escutar 

—como você está morando sobre o mesmo e teto do senhor arrogante? -perguntou uma Julia crédula 

—então o tal amigo do seu pai e é o pai do seu amor platônico? Sério isso parece história de filme. Mais o que você vai fazer?

—eu sei se alguém me contasse a alguns dias que eu estaria morando com Lucca eu iria rir da cara da pessoa isso sim, mais não sei o que fazer, ele gosta de me provocar sendo o senhor superior isso me dá nos nervos, acho que a melhor forma e manter distância sei lá, ainda não bolei uma estratégia.

—Olha Hugo se não é o meu trio ternura favorito 

 -fala meninos, tudo bem? 

—tudo Doutora Jujuba, só quero avisar que a visita deste mês vai ser sábado então acho bom vocês se prepararem.

—mais então acho o que vocês estavam falando? 

—sobre a nova casa da Tina e o seu companheiro surpresa.

—shhhhhhh 

—ih buguei, não entendi Laurinha a Tina tá morando com quem? 

—com o Lucca 

—o Devoglio?  -Caio e Hugo perguntaram em sincronia, e parece que o dia inteiro vai ser longo.

Estávamos no gramado do colégio aproveitando o sol daquela manhã que se fez presente, Caio estava sentado ao meu lado e com seu braço em torno dos meus ombros, Laura Estava lendo um livro à deitada no gramado com a cabeça apoiada em Hugo em quanto Julia estava ao meu lado nos mostrando algum vídeo engraçado na Internet.

 Ríamos a cada novo vídeo que se passava em algum momento meu olhar se perde entre o grande pátio do colégio e eu encontro aqueles olhos castanhos que pareciam duas amêndoas e para minha surpresa estavam presos em mim e principalmente e três Caio e eu.

Os olhos de Lucca estavam de um azul mais forte beirando a raiva ou ciúme?  Definitivamente eu estava perdendo o meu raciocínio onde nesse meu louco mundo Lucca estaria com ciúmes. Talvez raiva sim raiva por estar presente na casa dela na escola onde ele estuda.

E por um momento nossos olhares se cruzaram e pude analisar sua expressão fechada e lábios em uma linha reta como se algo o estivesse o incomodando, e o que me deixou mais curiosa para saber o motivo dele estar assim. E logo nosso olhar se dissipou e eu voltei a atenção aos meu amigos.

Ao sair da nossa sala depois de uma longa aula de matemática que estava me demarcando louca, nos cinco saímos rindo de alguma piada que Hugo havia feito.

E quando menos percebo Caio como de costume passa seu braço sobre meu ombro e pelo de Laura. 

As nossas risadas eram audíveis, por onde passávamos.

—galera tô treinando umas piadas novas pro sábado. -disse Caio 

—nem me fale em sábado tô louca pra experimentar a minha roupa nova. -respondeu a Laura

—ahh antes de ter acontecido tudo aquilo com a minha casa eu comprei um aplique roxo só tenho que encontrar. –disse

—nossa sábado vai ser memorável-Julia disse batendo palmas

Estávamos chegando perto da saída quando eu percebi que ele estava ali encostado na parede cinza a sua perna direita apoiada na parede seus fones preto em volta do pescoço e seu olhar me acompanhava e se demorou olhando para o Caio e o seu braço entre os meu pescoço. Quando estávamos próximos ele veio em minha direção e sem aviso prévio me puxou pelo pulso fazendo com que me distância-se dos meus amigos.

—Vamos-foi à única coisa ele disse

—calma deixa eu me despedir dos meus amigos.

Sua Mao ainda estava prendendo o meu pulso e eu girei o me deu corpo para trás.

—Gente eu já vou

—tem certeza que tá tudo bem? -Hugo perguntou 

—tenho sim, depois a gente se fala. -assim que terminei Lucas me arrastou  de lá 

Era uma sensação incrível ter sua pele em contato com a minha só nos meus loucos sonhos que isso iria acontecer.

Por alguns minutos ficamos em silêncio e ele mantém a sua mão presa a mim mais em um rompante ele me soltou abruptamente.

—olha se você quiser voltar comigo todos os dias e só não falar comigo e nunca sair do meu lado okay?

—tudo bem-respondi 

Ele coloca seus fones me olha de relance e eu permaneço quieta ao seu lado, por alguns minutos perdida nos meus próprios pensamentos.

No meio do caminho para casa eu vejo uma sorveteria nossa há quanto tempo não vou a uma?

Não Penso duas vezes e saio a passos largos para dentro do estabelecimento, não me importando de avisar ao senhor arrogante.

Tenho quase certeza que os meus olhos brilharam quando eu vi aquela imensidão de sabores e cores, afinal como diz meu pai eu só tenho tamanho e sou uma eterna criança. 

—por favor, um sundae de pistache-disse à atendente que não deveria ter mais do que uns trinta anos.

—O que você tá fazendo aqui? Eu não sou seu segurança particular pra te seguir.

—primeiro eu não disse pra você me seguir, segundo você veio por que quis e terceiro se você não relaxar de vez em quando vai acabar com rugas.

—ah você só pode estar testando a minha paciência garota.

—olha garoto não preciso testar a paciência de ninguém não é minha culpa que você é um

Sem graça mal humorado.

—Agora e sem graça mal humorado? Até a alguns dias atrás eu era perfeito? Você não acha que se contradiz?

Fingi que não ouvi aquelas palavras sendo proferidas por ele e simplesmente revirei os olhos e me virei para a atendente que estava com o meu pedido em mãos e entreguei o dinheiro a ela

—por favor, um sorvete de limão, não melhor um sundae de chocolate com bastante cobertura.

Ela prontamente atendeu ao meu segundo pedido em alguns instantes e depositou as duas taças em uma bandeja e eu pegue e meu dirigi para uma das mesas fazias me sentando e sendo seguida pelo ser que eu sou apaixonada.

Ele se sentou a minha frente e cruzou os braços 

—você vai comer tudo isso?

—bem que é ou queria, mas esse de chocolate e o seu o meu e o de pistache, se eu comesse tudo isso sozinha minha bronquite iria me fazer uma visita.

—chocolate? 

—eu ia pedir um de limão mais você já é azedo sozinho então um de chocolate poderia te trazer um pouco de doçura pra sua vida.

E ele por incrível que pareça solta uma gargalhada que durou alguns segundos

Eu não acredito eu fiz Lucca Devoglio rir e para a minha surpresa não foi uma risada sarcástica foi um riso espontâneo e que vez o meu coração acelerar como nunca.

E agora eu tenho certeza definitivamente que eu estava muito ferrada.

 


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