Diving In The Past escrita por YinLua


Capítulo 5
Friends




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— Potter, está atrasado.

Lilian estava parada na porta do salão dos monitores, onde combinaram de se encontrar. A ruiva estava com os cabelos lisos presos em um rabo de cavalo, com algumas mechas mais folgadas caindo na lateral de seu rosto. Seus braços estavam cruzados e ela se apoiava na perna esquerda, batendo o pé, impaciente. Ela estava usando seu uniforme com a insígnia de monitora-chefe, mas James podia dizer que ela estava encantadoramente bela naquele momento.

Talvez fosse a luz do local.

Talvez fosse o brilho próprio que a moça transmitia.

Talvez fosse apenas o coração de James falando.

— Eu sei, me desculpe — pediu humildemente, esperando que Lilian não desejasse cortar sua cabeça e servir em uma bandeja de prata no café da manhã.

Ela revirou os olhos e desviou os olhos, começando a caminhar em sua direção. Não exatamente em sua direção, é claro, ela só queria passar pelo corredor, James sorriu fraco. Imaginou mil e uma coisas que poderiam estar se passando pela mente da moça e nenhuma delas parecia uma boa opção para contribuir em seu sucesso de conquistá-la.

— Eu estava com Sirius — contou, olhando-a de canto de olho.

— É? — A moça pareceu indiferente, mas James pôde detectar um pequeno movimento em seu olhar, como se tivesse olhado para ele rapidamente. O sinal quase indetectável aqueceu seu peito.

— Sim. — Sua voz soou animada. — Estávamos arrumando umas coisas. — Teve o cuidado para parecer misterioso, sorrindo de leve.

Caminhavam lado a lado pelo caminho que deveria seguir a dupla da Corvinal, mas esta concordou em trocar com eles. James tinha considerado até suborná-los com alguns doces ou galeões, porém não foi necessário e o moreno pôde prosseguir com seu plano sem interrupções. Claro, o que ele e Sirius tinham visto — ou melhor, o que não tinham visto — no Mapa do Maroto tomou a atenção deles por alguns minutinhos e, embora a curiosidade ainda estivesse lá, talvez devesse seguir o que Dumbledore tinha dito.

— Pretendem fazer alguma brincadeira? — A pergunta parecia mais uma acusação do que um questionamento, mas James não se deixou abalar.

— Não. — Ele sorriu. — Algo muito mais importante que isso.

Viu Lilian arquear as sobrancelhas, provavelmente surpresa pela negação.

— Então, como foram suas férias de verão? — Ele tentou puxar assunto.

— Foram... — Observou pelo canto de olho a ruiva morder o lábio inferior sutilmente e aquele gesto foi o suficiente para seu coração pular uma batida. Tão... perfeita. Mesmo assim, James continuou firme, sem olhá-la diretamente. — Péssimas. — Ela desabafou por fim.

— O que houve?

Seu olhar transmitia a preocupação que sentia e ela parou de andar, lhe encarando e forçando-o a parar junto com ela. Os olhos verdes-esmeralda perfuraram sua alma em busca de resposta e, quando não achou a maldade que parecia procurar, Lilian suspirou. A mão pequena em seu braço recuou, hesitante, e sua dona desviou o olhar.

James desejou que ela continuasse olhando para ele.

— Eu e minha irmã brigamos várias vezes ao longo das férias e... as brigas não foram nada legais. Ela me odeia.

— Eu sinto muito — ele murmurou. Abaixou seus olhos com pesar, continuando a falar: — Sabe, eu não tenho um irmão de sangue para dizer que sei como se sente, mas eu considero o Sirius como meu irmão. Imagino que doeria muito passar por situações como as suas.

Lilian riu uma risada sem alegria e James virou-se para ela. Quis segurar suas mãos, beijá-la, abraçá-la, fazer carinho em seu cabelo e dizer que tudo ficaria bem — mas apenas mordeu o lábio, segurando seus impulsos. Não podia deixar que Lilian pensasse que queria abusar de seu momento de fraqueza, não podia regredir, precisava se manter em uma distância que ela mesma considerasse segura.

— Já me acostumei. Nós nunca fomos muito próximas uma da outra. Só que, quando a carta de Hogwarts chegou, tudo isso piorou, ela começou a me chamar de coisas ruins, horríveis, que uma criança de onze anos não deveria ouvir. Pelo menos não de sua própria irmã. — Ela entortou a boca com um gosto amargo na boca. Certamente falar de sua irmã não a deixava feliz.

— Dê um tempo a ela, talvez mais tarde vocês se acertem. — Aconselhou.

— Duvido muito. — Ela riu novamente, sem humor, porém voltou a caminhar. Não demorou nem dois segundos para James segui-la. — E as suas, Potter, como foram? — Voltou ao assunto anterior, querendo tirar as atenções de si.

— Ah! — James sorriu animado. — Sirius passou as férias lá em casa, aconteceram uns problemas e... — Ele apertou os olhos, indeciso de contar. Quer dizer, ele confiava em Lilian completamente, mas era um problema pessoal de Sirius, não dele. — Foi legal, mesmo com alguns problemas — finalizou.

— Entendi. — A ruiva lhe olhou, meio desconfiada, mas não insistiu.

Andaram um pouco em silêncio quando o assunto morreu. Contudo, James via que estava cada vez mais perto do jardim, onde seria o ponto principal de sua ronda. Sentia-se cada vez mais nervoso a cada passo, inquieto, com sua mente passando por milhões de possíveis reações, uma pior que a outra. Suas mãos suavam e, discretamente, arrastou-as pelo tecido de suas roupas.

Esperava que desse tudo certo.

Ao passarem pela saída, ele olhou para os lados, observando cada ponto do cenário ao seu redor. A lua nova exibia seu brilho majestosamente, nenhuma nuvem para escondê-la. Próximo a ela inúmeras estrelas pontilhavam o negro profundo da noite, deixando o satélite ainda mais bonito no céu.

Estavam no imenso jardim de Hogwarts. A grama percorria toda a imensidão do local, havia árvores bem distribuídas que, de dia, forneciam sombra para os alunos e balançavam levemente com a brisa que percorria naquela noite, poucas folhas caíam e, embora fosse uma noite de inverno, o clima já estava em transição para a primavera. Até a brisa suave era mais quente que o normal.

Alguns banquinhos estavam ali para a recreação dos alunos nas horas vagas, mas naquele momento eles serviam apenas como parte do cenário. Em cima deles, algumas pétalas de flores repousavam ligeiramente, porém não era qualquer flor, eram pétalas de lírios brancos distribuídos igualmente por cima dos bancos que rodeavam o espaço amplo.

— O quê...? — A voz de Lilian expressou uma hesitação e ela estacou o passo.

No centro da enorme roda que os bancos espalhados formavam, estava uma mesa. Não uma mesa de cimento ou concreto, mas sim uma mesa que não pertencia àquele lugar. Era redonda, coberta com uma toalha simples branca e com bordados na cor champanhe nas pontas. Por cima, dois de pratos de comida estavam postos e os talheres ao lado de cada um deles, apenas esperando para serem usados. Era a comida preferida de Lilian.

Para decorar, no centro da mesa, estava posto um arranjo de flores naturais. Um singelo lírio branco com seu corpo imerso na água.

— Quem será que fez isso? — A ruiva olhou ao redor, procurando o culpado. Não havia mais ninguém naquele jardim além deles.

— Lilian... — James respirou o mais fundo que pôde. Passou ao lado dela e parou em sua frente. Perguntou a si mesmo se deveria pegar em suas mãos, mas estava inseguro — Lilian era complicada. Então, olhou nos olhos dela e continuou: — Eu queria que me desse uma chance de provar que sou o cara certo para você, que eu realmente gosto de você. Por favor, por favor. — Suplicou. — Me deixe ter a honra de tê-la ao meu lado.

— Potter... — Lilian desviou o olhar. — Estava demorando — disse por fim, rindo uma risada sem graça que James passou a não gostar. Ela se afastou e seu rosto se contorceu em uma careta. — Eu pensei que tinha mudado, pensei que realmente tinha mudado. Ser monitor, não entrar em encrencas, mesmo que em apenas uma semana tivesse um conjunto de detenções nos anos anteriores. Vejo que estava errada. Eu confiei em você!

— O quê? — James arregalou os olhos. Tentou dar um passo para perto dela, com seu coração saltando dentro do peito. — Lily...

— Não chegue perto de mim, Potter. E, por Merlin, me chame de Evans! — Ela respirou fundo e deu passos para trás, ainda de frente para James. — Eu nunca vou ser só mais uma na sua lista...

E virou as costas. O cabelo ruivo chicoteou no ar e balançaram conforme a moça corria, se afastando cada vez mais de James.

James imaginou que Lilian estivesse levando seu coração com ela, pela forma que ele doía em seu peito e pelos seus óculos que estavam ficando embaçados. Ele conhecia essa sensação, passou a conhecê-la mais profundamente no ano anterior. Contudo, quando tomou a decisão de mudar por ela, não imaginou que fosse senti-la novamente.

Por um momento, perdido naquele jardim que ele mesmo tinha preparado e decorado com a ajuda de Sirius, ele desejou que não tivesse se apaixonado por Lilian. Desejou esquecer os dois últimos anos, desejou que outra pessoa tomasse o lugar dela em seu coração, uma pessoa mais dócil, que não o machucasse todas as vezes que tentava uma aproximação.

James levantou os óculos e esfregou seus olhos sem delicadeza alguma, limpando as lágrimas que ousavam surgir em seus olhos. Franziu as sobrancelhas, segurando o soluço que queria irromper por sua garganta e respirou fundo, tentando acalmar seus sentimentos. Ele não era um homem fraco, isso não era o suficiente para abalá-lo.

James não desistiria de Lilian.

[...]

— E foi isso.

Sirius tinha voltado ao dormitório da Grifinória depois do pedido de Dumbledore. Ao chegar, contou tudo a Peter e Remus, já que James estava ocupado com a monitoria e com a surpresa para Lilian. Esperava que tudo desse certo, o amigo merecia ser feliz.

— Que... — Remus pareceu procurar as palavras certas. — Surpreendente.

— Inesperado — Peter completou, com os olhos apertados. Interessante, o loiro pensou.

— E o que pretendem fazer? — A pergunta de Remus levantou uma questão importante. — Vamos confiar em Dumbledore ou vamos procurar nossas respostas?

— Eu voto por confiar em Dumbledore. — Peter levantou a mão suavemente, enquanto a outra pegava alguns doces e levava até sua boca.

— Eu voto por procurar respostas. — A sobrancelha de Sirius se ergueu e ele sorriu de lado. — E por brincar com eles. — O sorriso se tornou malicioso, ansioso pelas traquinagens.

Desde o ano anterior, eles quase não tinham feito brincadeiras por causa de James. Por mais divertido que fosse, queriam ajudar o amigo a conquistar a garota que ele gostava. Sirius sentia falta das marotagens.

— Eu acho que Dumbledore não diria essas coisas sem uma razão. — Remus deu de ombros, voltando-se para seu livro.

— Você é muito chato, Aluado. — Sirius revirou os olhos.

Peter riu, se concentrando em seus doces.

— Será que o plano do Pontas deu certo? — Sua pergunta atraiu a atenção de Sirius e Remus.

— Vou pegar o Mapa, veremos se estão juntos.

Sirius cutucou suas vestes e, ao não encontrá-lo, mexeu em sua cama, jogando lençóis e travesseiros no chão, pouco se importando com a bagunça que estava fazendo. James tinha deixado o Mapa com ele por causa da ronda e Sirius tinha jogado ele em algum lugar quando tinha chegado ao quarto. Devia estar em algum lugar ali...

Achei! Pegou o pergaminho com um sorriso no rosto.

Abriu-o rapidamente, procurando as pegadas que deveriam indicar seu amigo. Peter parou atrás de si, tão curioso quanto, enquanto Remus continuava deitado em sua cama lendo seu livro. Ouviu-o resmungando algo sobre privacidade e ignorou, desdobrando o Mapa e o percorrendo com os olhos.

— Tá vendo ele, Rabicho?

— Não... — Sua resposta foi um murmúrio concentrado. O loiro franziu as sobrancelhas e mordeu o lábio, curioso. — E você?

— Não. E a Evans?

— Também não... Ah! Aqui! — Apontou para o pedaço do Mapa que correspondia a entrada do jardim.

— Ué... Pontas está indo na direção dela?

[...]

— Desculpe. — A voz de Lilian fez com que James levantasse os olhos.

A menina estava sentada no chão, encostada em uma pilastra. Suas pernas estavam dobradas e seus braços as enlaçavam, enquanto seu rosto se apoiava nos joelhos. Ela estava absurdamente linda, ele diria. Algumas mechas ruivas caíam em volta de seu rosto e os olhos verdes o olhavam profundamente, como se estivessem o analisando.

— O quê? — Foi o que saiu de sua boca. Ele estacou o passo, olhando-a de longe.

— Eu peço desculpas por causa de antes. — Ela mordeu o lábio. — Eu fiquei com raiva e agi impulsivamente, mesmo que só estivesse tentando me agradar. — Abaixou as pernas, deixando-as retas no chão. — Eu quero retirar o que eu disse antes e tentar explicar o meu ponto de vista. Peço que ouça atentamente, por favor.

Ela indicou para ele se sentar e ele o fez. O caminho até ela pareceu extremamente longo, mas James seguiu-o calado. Os batimentos estavam rápidos em seu peito, parecia que seu coração ia sair por sua boca tamanho nervosismo. Será que ela vai me dar uma chance?

Lilian respirou fundo.

— Eu confio em você, mas não me sinto segura o suficiente para tentar um relacionamento contigo. Quero dizer, você com certeza já andou com mais da metade da ala feminina de Hogwarts. — Ela gesticulou levemente e James sorriu triste. — Eu posso, sim, te dar uma chance para que sejamos amigos, tenho certeza que você pode ser um cara legal. Cresceu, está mais sério, focado... Podemos nos dar bem.

— Lily...

— Mas não do jeito que você quer, entende? — ela interrompeu. — Para ser sincera, eu nunca te odiei de verdade, só desaprovava suas atitudes, principalmente com as garotas. Via-as chegando ao Salão Comunal, à noite, com a roupa amarrotada e os lábios inchados. Pareciam satisfeitas e então, na semana seguinte, estavam chorando pelo dormitório porque James Potter as largou. Isso se repetiu milhares e milhares de vezes.

James ouvia tudo em silêncio, olhando para suas mãos repousadas em seu colo. Sabia que aquilo tudo era verdade, o seu passado negro.

— Quando foi a minha vez, quando fui eu quem foi chamada para sair, eu me recusei a passar por aquilo também. Por que sair com um garoto que iria me fazer cair de amores por ele, me dar uns beijos e depois terminar comigo para ir atrás de outra? Não fazia sentido — ela contou. — Parece que você desenvolveu algum tipo de obsessão comigo apenas porque lhe neguei.

James abriu a boca para negar, porém Lilian acenou com a mão, indicando para que apenas ouvisse.

— Eu entendo que mudou, que disse que iria fazer isso por mim... — Ela inclinou a cabeça, quase a deitando no ombro de James. Contudo, parecia ter sido sem tal intenção, ela continuou olhando para frente. — Porém eu não posso afastar esse pensamento. Eu não consigo.

— Lily, eu realmente...

— Pense sobre isso. — Ela levantou, sem olhá-lo. — Eu sinto muito.

E saiu, deixando James olhando para sua sombra pelo corredor. Talvez o jantar tivesse sido uma boa ideia, ele sorriu fraco. Ele conhecia Lilian, sabia de sua teimosia, então com certeza tê-lo esperado apenas para lhe dar uma explicação e pedir desculpas era muito mais do que James poderia pedir. Não era só ele quem tinha mudado durante as férias.

Isso a deixava ainda mais bela.

Iria aceitar a proposta, mas usaria ela ao seu favor.

Ele conquistaria Lilian.

Lírio...

[...]

Harry suspirou, deixando sua cabeça no travesseiro macio, cobrindo-se com a colcha de cor verde escura. Estava sendo cansativo, relembrar datas, bolar planos, pensar em possibilidades... Harry estava exausto.

Mas ele não podia desistir, de forma alguma. Eles tinham um ano até terminar a escola, deveriam recuperar todas as horcruxes e destruí-las antes do ano terminar, assim James e Lilian estariam seguros e Severo não cairia nas garras de Voldemort completamente. Ele precisava lutar.

Só mais um pouco.

É a última vez, Harry.

Depois disso, Voldemort nunca mais será lembrado.

Você consegue.

Era o que falava para si mesmo a fim de ganhar a coragem grifinória necessária para a tarefa. Ele já tinha feito isso antes, poderia fazer de novo. Seria ainda mais fácil com Voldemort não esperando, o pegariam de surpresa. Claro, ele não demoraria a entender o que estava acontecendo, mas se sentiria perdido ao investigar sobre eles. Sem antecedentes, sem pais, sem família. Só... apareceram em Hogwarts.

Hermione tinha listado a cronologia que ela montou, os diversos conhecimentos que tinha juntado ao longo dos anos tinham sido úteis afinal. Em três meses, duas semanas antes do recesso de Natal, Voldemort vai atacar Hogsmeade, Harry. Segundo a profecia, essa foi a primeira vez que seus pais o enfrentaram, ela disse. Precisavam agir o mais rápido possível. Pegar ao menos uma horcrux antes dessa data era o certo a fazer, assim poderiam enfraquecê-lo ao menos um pouco antes do ataque.

Esperava que tudo ocorresse conforme o plano.

E, antes de dormir, Harry não deixou de imaginar o que Dumbledore gostaria de falar com ele e seus amigos.

[...]

Lilian sentou em sua cama, olhando para baixo, perdida em pensamentos. Tinha se desculpado com James, mas sentia que não tinha sido o suficiente. Bem, pelo menos tinha lhe dado uma chance. Como amiga, porém era uma chance. Melhor que nada... certo? Ela mordeu o lábio, deitando-se de lado.

Depois da conversa, passou por alguns corredores que deveria fazer a monitoria e depois foi direto para o dormitório dos monitores. Ficava no sétimo andar, no corredor adjacente em que estava situado o banheiro dos monitores. Era compartilhado por todas as casas e ambos os sexos, sendo dividido em duas alas para meninos e meninas e quatro quartos cada. Cada quarto abrigava os membros de mesma casa e sexo, com três moradores.

Dessa forma, Lilian dividia o quarto com mais duas meninas monitoras, uma do sexto ano e outra do quinto. Nunca tinha falado direito com elas, e não se importava. Não as conhecia. Por isso, quando chegou mais cedo da ronda que o normal, nenhuma delas se pronunciou. Na verdade, Lilian tinha a impressão que as duas a detestavam por toda a obsessão de James por ela.

Obsessão? Não... Talvez ela não tivesse o direito de caracterizar o sentimento de James assim, ele nunca a tinha feito mal. Só era... irritante.

Passou a mão direita no rosto, coçando o olho levemente. Bocejou e virou-se, ficando com o lado oposto voltado para a cama. Colocou sua mão por baixo do travesseiro para se apoiar melhor e franziu as sobrancelhas, estranhando quando sua mão tocou em algo. Enfiou-a mais por entre os tecidos do travesseiro e do lençol e puxou o que estava ali.

Era um pedaço de papel. Forçou os olhos, tentando observar melhor no escuro.

Queria ter dito o quanto estava bonita hoje.

Lilian arregalou os olhos verdes-esmeralda e temeu por um segundo. Será que alguém tinha entrado em seu quarto? Mexido em suas coisas? Será que era uma brincadeira de mau gosto? Então, sua mente cogitou que poderiam ter posto na cama errada. Quer dizer, suas colegas de quarto eram lindas, provavelmente aquilo era para elas.

Amassou o bilhete com a mão, jogando-o na gaveta da mesa de cabeceira para que pudesse jogar fora no dia seguinte. A outra possibilidade era que tinha sido James Potter o autor do bilhete. Iria questioná-lo sobre isso na manhã seguinte.

Mais calma, pôde adormecer em um sono sem sonhos.

[...]

— Entrem, senhores.

Harry empurrou a porta da sala tão conhecida e entrou, sendo seguido por Ron, Gina e Hermione. Ele tinha dado o recado durante o café da manhã e se encaminharam para a sala do diretor tão logo o mais velho deixou a mesa principal. Ao lado de Dumbledore estava Minerva, em pé.

Ele estava um pouco curioso e sabia que Hermione compartilhava aquela sensação. A amiga era tão curiosa quanto ele, senão mais. Devia ser por isso que a mesma era tão inteligente, talvez porque queria saber de tudo. Sorriu mentalmente, relembrando-se do apelido da morena, Sabe-Tudo.

— Queria nos ver, diretor? — Harry tomou a voz.

— Sim. — Dumbledore sinalizou com as mãos para que sentassem e, assim que o fizeram, ele lhes sorriu. — Eu tenho uma proposta para vocês.

— Sobre o que, senhor? — Ron questionou.

Dumbledore apoiou os cotovelos na mesa, assumindo a posição tão conhecida que consistia em suas mãos entrelaçadas e apoiando seu queixo. Ele sorriu misterioso e a luz refletiu em seus óculos de meia-lua.

Hermione arqueou as sobrancelhas, curiosa.

— Eu e a professora McGonagall conversamos. — Ele desfez a posição e passou a mão em sua barba. — E pensamos em oferecer a vocês um tipo a mais de ajuda.

— Que tipo de ajuda, senhor? — Hermione não conseguiu se conter. — Perdão por interrompê-lo.

— Ora, minha cara, não se desculpe. — Ele sorriu. — Enquanto conversávamos Minerva e eu, imaginamos que vocês não vieram aqui por uma simples coincidência, embora seja o que pareça. Atrevo-me a dizer que talvez tenha sido obra do destino, mas também possuem uma missão secreta para realizar, estou correto? — Dumbledore piscou.

— Sim, senhor — Harry respondeu sério. Dumbledore tinha uma mania irritante de saber de tudo. Provavelmente era isso o que fazia com que ele fosse o maior bruxo vivo.

— Portanto — Minerva pronunciou-se. Sua expressão era séria e seus lábios se comprimiam em uma linha reta, enquanto suas mãos estavam apertadas em frente ao seu colo. — Nós tomamos a decisão de nos dispusermos a treiná-los nas mais poderosas magias para que cumpram com seu dever corretamente e possam retornar para casa vivos.

Minerva suavizou a expressão e deu alguns passos até parar ao lado das cadeiras, encarando cada um deles.

— Aceitam serem treinados até que terminem sua missão?

Os novatos se entreolharam rapidamente e Harry encarou Dumbledore.

— Quando começamos?


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando, gente ♥
Mais um capítulo betado pela Lady Lovegood, aquela linda ♥
Beijinhos~
YinLua :3

OBS: Este capítulo se passou nos dias 11 e 12 de setembro de 1977.



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