TWD - Quinta Temporada escrita por Gabs


Capítulo 3
Dois e Meio


Notas iniciais do capítulo

"O Bob... sumiu?"



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Logo depois que o sol se pôs e a noite chegou, alguns de nós ficaram responsáveis por acender as velas e outros por fazer o jantar. E imagine a minha surpresa ao receber a notícia que tinha um vinho da comunhão para bebermos. Só que infelizmente tive que deixar a bebida de lado e tomar apenas água, pois querendo ou não, estava no período de amamentação.

— M.a.m.ã.e. – Falei pausadamente, enquanto segurava meu bebe nos braços, aproximando meu rosto do dele – Diga, mamãe.

— Você sabe que ele não vai falar, né? – Daryl me perguntou, chamando minha atenção para si – É muito novo para falar.

— Isso não me impede de fazer essa vozinha besta de criança e conversar com ele. – Comentei, afastando meu rosto de Teddy e ajeitando minha postura para olhar o caçador – Quanto mais cedo começarmos a estimular, mais cedo ele vai falar ou andar.

— Não sei se quero ele andando por aí. – Daryl comentou também, bebendo um pouco do vinho numa taça – Vamos ter que triplicar a atenção.

— Ele nunca vai estar sozinho. – Murmurei, voltando a olhar para o meu bebe em meus braços – Não é, filho? Vamos sempre estar com você.

Theodore me encarou, mexendo suas mãozinhas querendo me alcançar e soltou uma bolha de baba pela boca, nos fazendo rir.

— Quero fazer um brinde. – Abraham disse alto, chamando a atenção de todo mundo enquanto erguia sua taça de vinho – Eu olho nesta sala e vejo sobreviventes. Todos vocês fizeram por merecer esse título. – Ele riu e ergueu sua taça – Aos sobreviventes.

— Sobreviventes! – As pessoas do grupo falaram, erguendo suas taças

— Saúde. – Daryl disse ao meu lado, levantando a taça brevemente antes de voltar a beber

— É só isso que querem ser? – Abraham perguntou, assim que bebeu e abaixou sua taça – Acordar de manhã, lutar contra os mortos-vivos safados, procurar comida, dormir com os dois olhos abertos, enxaguar e repetir a dose? – Ele nos olhou, eu já sabia onde ele queria chegar – Vocês podem fazer isso. Vocês são fortes, sabem se virar. É que no caso de vocês, pelo que sabem fazer, isso é entregar-se. Levando Eugene a Washington, ele fará os mortos morrerem e os vivos retomarão o mundo. E isso não é pouco para uma viagem. – Ele respirou fundo, depois de olhar para os nossos rostos e finalmente parou em seu protegido – Eugene, o que tem em Washington?

— Infraestrutura capaz de suportar pandemias de magnitude apocalíptica. – Ele respondeu, logo em seguida – Ou seja, comida, combustível, refúgio. Recomeçar.

— Independentemente do que acontecer, de quanto demorar para reiniciar, vocês podem estar seguros por lá. – Abraham comentou, com um sorriso nos lábios – Mais do que jamais estiveram desde que tudo começou. Venham conosco. Salvem o mundo para seus filhos. Para si mesmos. Para as pessoas por aí sem outra coisa a fazer além de lutar para sobreviver.

Virei-me para olhar Rick assim que o escutei rir, mas algo além de seu riso chamou nossa atenção. Judith murmurou alguma coisa.

— O que foi isso? – Rick perguntou para a filha, sentada em suas pernas e nós rimos – Acho que ela sabe o que eu vou falar. – O policial comentou e mais uma vez Judy murmurou – Ela topa. Se ela topa, eu topo. Nós topamos.

— Vamos nessa.

Voltei a virar meu rosto para encarar o caçador ao meu lado, ele estava meio risonho, acho que por conta da bebida ou estava simplesmente feliz.

— Vou colocar o Teddy para dormir. – Eu lhe avisei, antes de me levantar com cuidado e pegar a manta vermelha do nosso filho em seu ombro

— Ok. – Daryl murmurou em resposta – Vou ficar aqui por mais alguns minutos e depois encontro vocês.

Me afastei dele, colocando a manta por cima do meu ombro e tomando cuidado para não pisar nas pernas dos meus amigos, enquanto caminhava em direção aos fundos da igreja, em um dos cômodos onde estavam os cestos das crianças. Coloquei Theodore deitado de barriga para cima em um dos cestos e me sentei ao seu lado, para lhe fazer companhia. Longos minutos se passaram até alguém entrar no cômodo que eu estava, carregando Judy. Carl atravessou o pequeno cômodo e colocou sua irmã deitada na outra cesta. Ele respirou fundo, sentou do outro lado das cestas e me olhou.

— O Bob foi lá fora e ainda não voltou. – Carl anunciou, depois de alguns segundos – Meu pai, Sasha e Tyreese foram atrás dele. Talvez...

— Fique de olhos neles, sim? – Perguntei, me levantando depressa e praticamente joguei a manta vermelha no colo do menino – Vou ver o que aconteceu.

Caminhei a passos largos e rápidos em direção ao cômodo principal da igreja e encontrei parte dos meus amigos ali, alguns sentados esperando e outros em pé, claramente impacientes.

— Ah, oi. – Sam murmurou, vindo em minha direção – Por que você não...

— Onde está o Daryl? – Perguntei, assim que notei que estava faltando mais pessoas do que Carl havia me avisado

— Ele foi atrás da Carol. – Sam me respondeu, logo em seguida – Eles devem voltar logo, talvez encontrem Rick e os outros lá fora.

— O Bob... sumiu? – Perguntei alto, para os outros, enquanto franzia as sobrancelhas – Ele saiu a quanto tempo?

— Logo depois do discurso do Abe. – Jason me respondeu, não estava olhando necessariamente para mim enquanto falava – Ele disse que ia mijar numa árvore, respirar um ar puro.

A porta da igreja se abriu e de lá entraram Rick, Sasha e Tyreese, sozinhos. Sasha deixou os dois fechando a porta e caminhou pelo tapete vermelho da igreja, indo em direção ao Padre.

— Para. – Ela disse séria, assim que chegou perto o suficiente dele – O que está fazendo? – O Padre nos olhou, confuso, já que estava arrumando os talheres que usamos no jantar – O que está fazendo? – Sasha voltou a perguntar, desta vez pausadamente – Está tudo ligado. – Ela comentou, balançando a cabeça negativamente enquanto apontava para ele – Você aparece, nós somos vigiados e agora três de nós sumiram.

Meu estomago revirou com o que ela disse.

Eles não tinham visto a Carol e nem o Daryl e agora eles se juntaram a lista de desaparecidos logo abaixo de Bob.

— Que merda. – Murmurei, passando a mão pelo cabelo  

— Não tenho nada a ver com isso. – O Padre Gabriel disse e assim que viu a Sasha puxar a faca do coldre, deu um grande passo para trás, muito assustado – Não!   

— Abaixe. – Rosita praticamente gritou, caminhando em direção a Sasha

— Espera. – Abraham disse alto, segurando em seus braços

— Quem está lá fora? – Sasha perguntou, ignorando todo mundo enquanto se aproximava do Padre

— Eu não tenho nada a ver com isso. – Gabriel repetiu, levantando as mãos

— Onde está o nosso pessoal? – Sasha perguntou, estava a poucos centímetros de distância dele, encurralando ainda mais o Padre

— Não tenho nada...

— Onde está o nosso pessoal? – Sasha berrou, interrompendo ele

— Por favor, não tenho nada a ver com isso. – Gabriel negou depressa, ainda com as mãos levantadas – Eu...

Rick caminhou lentamente em direção a Sasha e a puxou pelo braço, para longe do Padre, deixando-a atrás de si e ao lado de Tyreese.

— Por que nos trouxe aqui? – Rick perguntou ao Padre, seu tom de voz estava muito mais controlado do que o de Sasha, mas mesmo assim mostrava que ele estava nervoso

— Por favor, eu...

— Está trabalhando com alguém? – Rick lhe perguntou, interrompendo o que ele estava dizendo

— Estou sozinho. – Gabriel respondeu, depressa, ainda com a mãos levantadas em forma de rendição – Sempre estou sozinho.

— E a mulher no banco de alimentos, Gabriel? – Rick retrucou, perguntando para ele enquanto se aproximava – O que você fez para ela? “Vai queimar por isto”. – Ele falou, a mesma frase que estava escrita do lado de fora da igreja - Era para você. Por quê? Por qual motivo vai queimar, Gabriel? – Fiquei parada, assim como todo mundo ao vermos Rick segurar bruscamente o Padre pelo colarinho – O quê? – O policial ergueu o tom de voz - O que você fez?

O Padre se desvencilhou de Rick e nos olhou, sua boca abria e fechava sem sair nenhum som. Parecia que ele ia chorar a qualquer momento.

— Eu tranco as portas à noite. – Gabriel nos contou, e me pareceu que estava controlando o tom de voz, para não mostrar seu medo, mas não estava tendo muito sucesso – Sempre tranco... – Ele parou de falar assim que sua voz pareceu sumir, fechou os olhos e claramente começou a tentar segurar o choro – Minha congregação começou a vir. – Ele nos contou, mordendo os lábios – Atlanta fora bombardeada na noite anterior e tinham medo. Queriam um lugar seguro, um lugar onde se sentissem seguros. – Ele nos olhou, enquanto contava – Era tão cedo. Muito cedo. E as portas ainda estavam trancadas. – Ele respirou fundo, passando a mão em baixo dos olhos – Sabe, a escolha foi minha. – Ele pareceu recuperar a compostura – Mas havia tanto deles, tentando arrombar as venezianas, batendo nas paredes, berrando para mim. Então, os mortos foram atrás deles. – Ele respirou fundo novamente, olhando ao redor – Mulheres. Crianças. Famílias inteiras me chamavam enquanto eram destroçadas, implorando misericórdia. – A compostura dele foi embora e desta vez, ele começou a chorar, juntando as mãos em frente ao peito – Condenando-me ao inferno. Eu enterrei seus ossos. Enterrei todos. – Ele respirou fundo, controlando o choro – O Senhor os mandou aqui para finalmente me punir. – O homem começou a chorar novamente e se sentou no chão – Estou condenado. – Ele disse, olhando diretamente para Rick – Já estava antes. Sempre tranco as portas. – Novamente, ele começou a chorar – Sempre tranco as portas.

— Pessoal. – Glenn chamou nossa atenção, ele estava perto da janela – Tem alguma coisa.... Tem alguém lá fora, deitado na grama.

A irmã mais nova de Tyreese olhou de Glenn para a porta e saiu andando a passos largos, em direção a porta.

— Sasha. – Rick a chamou, seguindo seus passos

Comecei a andar também, seguindo os dois e assim que ela abriu a porta e disse o nome do Bob, apressei meus passos. Enquanto Sasha corria em direção ao corpo de Bob deitado na grama, nós ficamos de guarda perto deles, até ouvirmos uns grunhidos familiares entre os chamados de Sasha.

— Porra, olha a perna dele! – Kylie disse alto, sua voz soou surpresa ou até mesmo perplexa

— Levem o Bob para dentro. – Falei alto, puxando a faca do coldre – Vamos cuidar deles.

Enquanto Kylie e Sasha arrastavam o corpo de Bob para dentro da igreja, cada um de nós seguiu para um lado, em direção aos caminhantes que se aproximavam. Assim que cheguei perto o suficiente de uma caminhante, ergui minha faca e a acertei em sua cabeça. Enquanto o corpo da caminhante caia no chão, um tiro ecoou pela floresta.

— ENTREM! – Rick gritou, levantando a pistola para atirar em direção a floresta – VAMOS!

Dei alguns passos para trás, olhando para a floresta enquanto Rick atirava, tentando ver quem estava nos atacando, mas desisti segundos depois, me virando para a igreja e correndo até ela. Subi as escadas pulando os degraus e assim que entrei na igreja, fiquei na porta esperando Rick entrar e logo que meu amigo entrou, eu a fechei, sentindo meu coração acelerar.

Ao me aproximar da roda de pessoas e colocar os olhos em Bob, senti vontade gritar. O homem que cuidou várias vezes de mim no Fort Benning estava deitado no chão, sem uma das pernas.

Ele estava acordado, com os olhos bem abertos.

— O que aconteceu? – Sasha perguntou baixo, pegando em sua mão

— Eu estava no cemitério. – Bob contou enquanto tentava se sentar, sua voz transbordava medo – Fui nocauteado. Acordei na frente de um lugar. Parecia uma escola. Era aquele cara, Gareth. E mais cinco. – Bob abaixou o olhar, para encarar sua perna cortada - Estavam comendo minha perna na minha frente. – Ele nos disse, crispando os lábios - Como se não fosse nada. Cheios de si, como se tivessem tudo planejado.

Fechei os olhos, enjoada ao imaginar a cena. Ao abrir os olhos, balancei a cabeça negativamente, como se aquilo fosse ajudar a esquecer.

— Bob... – Eu o chamei, me ajoelhando perto dele o melhor que pude, enquanto controlava o meu tom de voz – Daryl e Carol estavam lá?

— Gareth falou que saíram de carro. – Bob me contou, respirando fundo

Soltei o ar pela boca, dividida entre pensamentos e sentimentos. Estava feliz por eles não terem sido capturados também, mas estava muito brava por eles terem saído com um carro que nem ao menos tínhamos consciência.

Ao ver que Bob tentou mais uma vez se sentar, Sasha e Maggie colocaram as mãos em suas costas, ajudando-o devagar. Bob soltou um longo gemido de dor, enquanto fazia uma careta.

— Ele está com dor. – Sasha disse, virando-se para olhar Kylie – Temos alguma coisa?

— Tenho alguns analgésicos na minha mochila. – Kylie lhe respondeu, estava sentada logo ao seu lado, seus olhos estavam presos na perna cortada do homem – O máximo que vou poder fazer é trocar os curativos, ver se não tem hemorr...

— Pare. – Bob disse meio baixo – Podem parar. – Ele falou, um pouco mais alto agora – Todos vocês.... – Ele respirou fundo, balançando a cabeça negativamente - Guardem os remédios.

— Não. – Sasha falou perplexa, olhando para ele

— É sério! – Bob disse alto, ele ficou alguns segundos em silêncio, olhando para ela antes de se sentar por completo e levar a mão para a gola da camiseta. Todos nós seguramos nossas respirações quando vimos ele nos mostrar uma mordida no ombro – Aconteceu no banco de alimentos.

— Está tudo bem. – Sasha praticamente sussurrou, depois de alguns segundos – Bob? – Ela o chamou, ao vê-lo fechar os olhos

Todos nós olhamos apreensivos para o homem que tinha acabado de desmaiar. Nenhum de nós ousou falar nada.

— Tem um sofá na minha sala. – Gabriel nos contou, chamando nossa atenção – Não é grande coisa, mas...

— Obrigada. – Sasha agradeceu, virando seu rosto para olhá-lo

— Eu o levo. – Tyreese comentou, se levantando enquanto se aproximava de Bob

Todos nós nos levantamos e demos espaço para ele pegar Bob nos braços e levá-lo até o tal sofá na sala do Padre.

— Conhece esse lugar de que o Bob falou? – Rick perguntou um pouco baixo, se aproximando do Gabriel

— É a escola primária. – O Padre Gabriel respondeu – Fica perto.

— A que distância? – Rick perguntou logo em seguida e ao ver que o Padre ficou quieto, ele perguntou novamente – A que distância, Gabriel?

— Dez minutos de caminhada pelo bosque saindo daqui, pela ponta sul do cemitério. – O Padre respondeu, dando-se por vencido

Assim que Rick se afastou do Padre e caminhou na nossa direção, respirou fundo, passou a mão pela barba e nos encarou.

— Ele tem febre? – Perguntou, olhando diretamente para a única mulher que entendia de medicina ali

— Não. – Kylie lhe respondeu, negando levemente com a cabeça – Só está quente.

— Jim durou quase dois dias antes de o deixarmos. – Glenn comentou, se aproximando de nós

— É, eu lembro. – Murmurei, olhando para ele

— É hora de cair na real. – Abraham disse alto, chamando nossa atenção para si – Todos temos de ir para Washington agora.

— Você está zoando com a minha cara? – Perguntei alto, perplexa – O Daryl e a Carol vão voltar. Eu não vou sair daqui sem eles, nenhum de nós vai.

— Eu respeito isso, mas existe uma ameaça clara ao Eugene. – Abraham comentou, enquanto observava Rosita caminhar para perto dele – Preciso salvá-lo antes de a coisa azedar de vez. Se vocês não vêm, boa sorte. Vamos nos separar.

— Vão a pé? – Rick perguntou alto, sério

— Nós concertamos o maldito ônibus. – Abraham respondeu, olhando para ele, de forma impaciente

— Somos em maior número. – Rick falou, ainda mantinha sua voz alta e agora, dava alguns passos na direção de Abraham

— Quer que continue assim? – Abraham perguntou, erguendo as sobrancelhas – Vocês deviam vir com a gente.

— A Carol salvou sua vida. – Rick falou perplexo, olhando para ele – Nós também.

— Eu quero salvar a de vocês. – Abraham disse, erguendo o tom de voz – De todos.

— Não vamos sair daqui sem o nosso pessoal. – Rick disse para ele

— Eles foram embora. – Abraham retrucou, crispando os lábios

— Eles vão voltar. – Rick retrucou também, seu tom de voz estava cada vez mais sério

— Para recolher seus ossos? – Abraham perguntou alto

— Não vai levar o ônibus! – Rick praticamente gritou, erguendo a mão, para empurrá-lo pelo peito

— Não encoste! – Abraham berrou, empurrando a mão dele para longe

— Abraham! – Rosita o chamou

— Ei, parem! – Glenn disse alto, andando em passos largos até eles e assim que se meteu entre os dois, completou gritando – Parem já! – Ele se virou para Abraham, crispando os lábios – Acha mesmo que será mais seguro ir embora agora no meio da noite?

— Sim. – Abraham respondeu, desviando o olhar de Rick para olhá-lo

— E amanhã? – Glenn perguntou para ele – Vamos precisar de todos. Precisamos de todo mundo para chegar a D.C. Podemos ir até lá todos juntos.

— Tenho uma ideia. – Tara comentou, se aproximando deles – Se ficarem mais um dia e ajudarem, vou junto para Washington. Não importa o que aconteça. – Ela se virou para nós, mais precisamente para Rick – Ok?

— Pode ficar com a Lopes, o Harris e o Anderson. – Abraham comentou, e logo em seguida completou – Mas eu vou querer o Glenn e a Maggie.

— Não. – Rick negou, olhando para ele

— Então, boa sorte. – Abraham retrucou, encarando o policial – Não quero separar seu grupo. Rosita, pegue seu equipamento. Kylie, sua mochila. Vamos embora dessa porra.

— Abraham... – Rosita murmurou, olhando para ele

— Não. – Kylie disse meio alto, perplexa – Você enlouqueceu? Não podemos ir agora, eu não vou agora. Tem um homem precisando de mim.

— Ele foi mordido! – Abraham praticamente rosnou – Pegue suas coisas, agora Weller.

— Quero ver tentar me obrigar. – Kylie disse, depois de soltar um grunhido

— Ótimo. – Desta vez, Abraham rosnou, seu rosto estava aderindo uma coloração avermelhada, de raiva – Mas não espere que eu volte para pegar os seus restos. – Ele desviou o olhar e encarou o cientista – Eugene, vamos embora. – O homem de corte mullet continuou sentado, olhando para o chão – Eugene. – Abraham o chamou novamente, sem paciência – Agora.

— Eu não quero. – Eugene disse alto, sem olhá-lo

— Eu disse: Agora. – Abraham praticamente rosnou

— Está bem. – Eugene murmurou, se levantando completamente derrotado

Todo mundo ficou em um silêncio irritante, observando Eugene caminhar calmamente em direção a Abraham e Rosita, como um cachorro obedecendo ao seu dono. Kylie se moveu para perto de Jason e eu pude jurar que em meio as ordens de Abraham para Eugene, ela o xingava até a morte, antes de seguir para a sala onde Bob estava.

— Você não vai levar o ônibus. – Rick finalmente disse, ao ver Abraham se virar e começar a caminhar em direção a porta e isso fez com que todos eles parassem de andar

— Tente me impedir. – Abraham comentou, e ficou ali parado, sem olhá-lo

Passou alguns segundos, segundos que eu realmente acreditei que Rick não ia fazer nada, mas ao vê-lo caminhar em direção a Abraham, parecendo realmente decidido a impedir o homem militar, agradeci por Glenn ainda estar perto dos dois.

— Esperem! Ei, ei! – Glenn quase gritou, correndo novamente para se meter entre os dois – Você fica. – O coreano disse, olhando para Abraham – Fica e nos ajuda, e nós iremos com vocês.

— Não. – Rick negou no mesmo instante, olhando para o coreano

— A decisão não é sua. – Glenn retrucou, se virando para olhá-lo, antes de voltar a olhar para Abraham – Vocês ficam, nos ajudam.

— Meio dia. – Abraham comentou, olhando para ele – Ao meio-dia, a gente pica a mula. Não vou esperar para ver o que acontece depois.

— E vamos embora com vocês. – Maggie disse a ele

— Doze horas. – Abraham murmurou alto – Depois, a gente vai.

Olhei de Glenn para a Maggie, enquanto Abraham passava por nós e ia se sentar novamente no banco da igreja, sendo seguido cegamente por Rosita e Eugene. Ao passar por mim, Glenn desviou o olhar, pois sabia que a qualquer momento eu poderia abrir a boca para tentar impedi-los.

A última coisa que eu queria agora era que o meu grupo se separasse novamente, o que se parecia cada vez mais inevitável.

E a primeira coisa que eu queria era matar Gareth e seus amiguinhos.

Respirei fundo, enquanto balançava a cabeça negativamente e ia me sentar em um dos bancos da frente da igreja. Ao fundo, escutei um chorinho de criança, mas este logo parou e por isso não me levantei, pois sabia que Carl estava lá cuidando deles.

Bufei, passando as duas mãos pelo rosto, escutando as pessoas falarem ao meu redor, comentarem sobre o plano que Rick estava montando. Pra falar a verdade, nem eu mesma estava escutando muito bem, mas eu sei que faria qualquer coisa para acabar com a ameaça, então, o que eles decidirem está bom para mim.

— Eles acham que estão no controle. – Rick dizia, num tom de voz controlado – Estamos aqui e poderiam estar em qualquer lugar, mas sabemos exatamente onde estão.

— O plano é bom, reconheço. – Abraham comentou, afirmando com a cabeça

— Vamos agir antes deles. – Glenn falou, olhando para nós

— É verdade. – Rick concordou – Não esperam que raciocinemos direito.

— E será que raciocinamos? – Rosita perguntou, atraindo nossos olhares – É só para garantir. Estamos falando de um grande golpe.

— Lembre-se do que essas pessoas são capazes. – Rick disse sério, olhando para ela e então respirou fundo, virando-se para olhar o irmão mais velho de Sasha – Tyreese.

— Sim? – O homem perguntou, mantendo seu olhar no chão

— Você vem? – Rick lhe perguntou

Ao fundo, escutamos passos se aproximando e todos olhamos para a porta, vendo Sasha aparecer, séria.

— Eu vou com vocês. – Ela anunciou, parecia muito decidida

— Devia ficar com o Bob. – Tyreese falou para ela, levantando seu olhar

— Não, quero estar lá fora. – Sasha retrucou – Quero participar disto.

E assim que terminou de falar deu meia volta e caminhou novamente de onde veio. Observei Tyreese se levantar e segui-la. Em menos de cinco segundos depois, Kylie saiu pela porta, secando as mãos na camiseta que usava. Seu rosto ainda mostrava que estava irritada, mas ao se jogar no banco e se sentar, pareceu relaxar.

— Aqui. – Jason me estendeu um pente, ele estava bem na minha frente e eu mal havia notado – Vai precisar.

Murmurei um agradecimento qualquer enquanto pegava o pente da sua mão e me levantei, para guardá-lo em meu bolso. Passei por Jason e caminhei em direção a Rick, fazendo a minha melhor cara de confusa.

— Qual é o plano mesmo? – Perguntei, lhe dando um sorrisinho sem graça

— Você está bem? – Rick me perguntou, juntando as sobrancelhas

— Eu só estou... cansada dessas pessoas. – Respondi, encolhendo os ombros

— Escute, - Rick murmurou, me puxando pelo braço, para longe dos outros e assim que estávamos no canto da igreja, colocou a mão no meu ombro, apertando-o de leve – é livre para fazer o que quiser, mas realmente gostaria que ajudasse a ficar de olho nas crianças.

— Ficar aqui? – Perguntei, meio confusa

— É. – Ele me respondeu, e olhou por cima dos meus ombros, quando ouviu a voz de Sasha – Seria uma proteção a mais, se algo desse errado.

— Ok. – Murmurei, afirmando com a cabeça – Apenas... mate Gareth lentamente, faça-o sofrer.

— Farei isso. – Rick comentou, balançando a cabeça positivamente

Imitei seu gesto com a cabeça e me afastei, atravessando a igreja em direção ao quarto onde havia deixado Carl com os bebês, mas tive uma breve surpresa quando não encontrei nada ali. Mordi os lábios, balançando a cabeça negativamente e me dirigi ao escritório do Padre, encontrando Tyreese sentado no chão ao lado do sofá onde Bob estava dormindo e Carl, ajeitando os cestos no chão, encostando-os na parede.

— Você me causou um pequeno ataque cardíaco agora.

Carl se virou para me olhar, assim que me escutou falar e murmurou desculpas, enquanto eu mesma murmurava para ele não se desculpar, pois não era necessário. Ele apenas estava fazendo o que tinha que fazer.

Me encostei na mesa e fiquei ali, esperando, alternando o meu olhar os cestos onde os bebes estavam, Bob e a porta. Não preciso nem comentar que fiquei meio desapontada ao ver que mais três pessoas entraram, Rosita, Kylie e Eugene.

Aquele escritório não era tão grande assim.

— A qualquer momento agora. – Rosita comentou com a gente, enquanto se sentava no chão, encostando as costas na parede – Eles já saíram.

Kylie não falou nada, apenas tocou em algo preso no cós da sua calça e se aproximou do sofá onde Bob estava deitado, estendeu sua mão e tocou a testa dele, para medir sua temperatura.

Fiquei um pouco aliviada ao vê-la respirar fundo.

Pelo menos ela não estava dizendo com todas as palavras que ele estava ardendo em febre.

— Ok. – Carl comentou em resposta à Rosita, e assim que terminou com os cestos, se aproximou da mesa onde eu estava, virou-se de costas para os bebes e ficou com os olhos cravados na porta, como se fosse um falcão

Tirei minha pistola do coldre e a destravei, enquanto observava o Padre Gabriel entrar em seu escritório com a gente. Me desencostei da mesa, lhe dando boas-vindas e caminhei lentamente para perto da porta, fiquei ali do lado, de um jeito que se abrissem ela, me veriam primeiro e levariam uma bala no meio da cabeça logo em seguida.

Todos nós ficamos em silêncio, esperando. A resposta pelo que estávamos esperando chegou aos nossos ouvidos quando escutamos uma porta ser aberta, causando um eco desgraçado dentro da igreja. Atrás de mim, Carl parou de batucar em sua pistola e segurou a respiração, assim como os outros.

Não tinha chance nenhuma de ser Rick.

Ele nos avisaria. 

Estou vendo que fiz bem ao ficar. Se for Gareth lá do outro lado, uma parte de mim vai ficar muito satisfeita ao ver a vida se esvair de seus olhos.

Ver alguém morrer olhando em seus olhos pode te mudar de duas formas: Ou você fica apavorado e nunca mais mata novamente, ou fica fascinado. Acredito que o meio termo seja o lugar onde me encontro, neste exato momento.

Levantei a pistola, apontando-a para a porta.

Estava meio ansiosa, devo admitir.

— Acho que sabem que estamos aqui. – Escutamos a voz de Gareth dizer alto, parecia estar sendo cauteloso – E nós sabemos quem está aqui. E nós estamos armados. Então, não adianta mais se esconder. - Ele deu alguns segundos de pausa – Estávamos vigiando vocês. Sabemos quem está aqui. – Eu apertei a pistola em minhas mãos, ao escutar sua voz começar a se aproximar – Temos o Bob, se é que já não acabaram com o seu sofrimento. E Eugene. Rosita. Kylie. Tyreese, bom amigo de Martin. Carl. Aquela ruiva com a língua afiada, Gabriela. – Ele soltou outro riso, antes de continuar a falar – E é claro, Theodore e Judith. – Apertei os lábios, nervosa, controlando minha respiração. Ele sabia sobre as crianças, cretino. – Rick e os outros saíram com boa parte de suas armas. – Gareth disse mais alto ainda e ao fundo, era possível escutar o som da madeira rangendo, denunciando que eles estavam se movimentando, se aproximando – Não sabemos onde estão todos vocês, mas este lugar não é grande. Então vamos parar com isto agora antes de ficar mais doloroso do que precisa ser.

Desta vez, a madeira começou a ranger cada mais alto e assim que vi a maçaneta da porta girar, todos nós nos preparamos para o que estava por vir, todos os que estavam com armas miraram na porta, esperando.

— Trancada. – Escutei a voz de um homem sussurrar

— Estão atrás de uma dessas portas e temos fogo suficiente para derrubar as duas. – Gareth disse alto, nos avisando – Posso imaginar que não é isso que vocês querem. – Ao fundo, escutamos alguém destravar uma escopeta – E o sacerdote? – Ele perguntou, mais alto ainda – Padre, se nos ajudar a resolver isto, deixaremos que vá embora. Abra a porta e pode ir. Você pode levar os bebês com você. O que me diz?

Virei meu rosto subitamente quando escutei Theodore começar a chorar e Judy começar a balbuciar, todo o meu corpo ficou tenso, e isso não passou quando Carl praticamente se jogou em cima das cestas, largando a arma para amparar os dois bebês, tentando fazer um parar de chorar e a outra parar de fazer barulho.

— Será? – Um dos homens perguntou, parecia meio risonho

— Sei lá, acho que vamos ficar com eles. – Gareth comentou – Estou gostando dessas crianças. – Mais uma vez, escutei outra arma destravar, o som me parecia de uma automática – É a última chance para dizer que vão sair. – Ele nos avisou, sua voz estava muito mais próxima

— Terminamos? – Escutei um dos homens perguntar, parecia impaciente

— Vamos atirar nas dobradiças. – Gareth disse, desta vez um pouco mais baixo

Logo que me preparei para o que estava por vir, escutei o som de corpos caindo no chão, junto com um som oco, muito familiar ao som de uma arma silenciada.

— Ponham as armas no chão. – Escutamos a voz de Rick dizer

Soltei uma respiração pesada, num misto de alívio e preocupação.

— Rick, vamos atirar na sacristia, - Gareth disse em tom de aviso, mas para mim parecia muito amedrontado e surpreso - então abaixe a arma... – Ele foi interrompido por mais um som oco de disparo e eu o escutei arfar, gemer e choramingar, tudo ao mesmo tempo

— Ponham as armas no chão e ajoelhem. – Escutamos Rick mandar, e se eu não fosse sua amiga, até eu mesma me ajoelharia apenas por causa do seu tom de voz

— Faça o que ele manda. – Gareth mandou, parecia fazer muita força para falar, o que me deixou muito curiosa, gostaria muito de ver o que Rick fez a ele – Martin, não temos escolha.

— Temos, sim. – O tal Martin retrucou, meio cético

— Quer apostar? – Escutei a voz de Abraham rosnar

— Tá livre. – Escutei Jason anunciar, deixando sua voz alta

— Livre. – Sam repetiu, estava meio distante

Olhei para trás, para os outros, antes de me adiantar até a porta, girar a chave e a abrir. Me deliciei com a cena, enquanto fechava a porta atrás de mim e me aproximava deles, com um sorriso gélido nos lábios.

— Oi. – Murmurei alto, olhando para cada um deles, ajoelhados, cercados por nosso pessoal muito bem armado – Eu acho que... – Fiz uma cara de desentendida e confusa, enquanto me apoiava na parede e girava a pistola em meus dedos – Nossa, Gareth, adorei o que fizeram com sua mão.

Do outro lado da sala, Sam soltou um riso baixo, enquanto eu olhava realmente impressionada dos dedos jogados no chão e para a falta deles, na mão daquele canibal filho da puta.

Gareth riu nervosamente, enquanto olhava para mim.

— Bom, não adianta implorar, não é? – Ele perguntou, ao desviar o olhar para encarar Rick em pé a sua frente

— Não. – Rick respondeu sério, depois de alguns segundos

— Mas vocês podiam ter nos matado ao entrar. – Gareth comentou, olhando para Rick e somente para ele, pois acho que sabia que sua vida estava nas mãos dele, e de sua boa vontade – Deve existir um motivo para isso.

— Não quisemos desperdiçar as balas. – Rick respondeu calmamente, ele olhava diretamente para os olhos daquele canibal

— Nós ajudávamos as pessoas, as salvávamos. – Gareth falou alto, olhando para ele – As coisas mudaram. Eles chegaram e... – Ele soltou um riso nervoso, enquanto se debruçava, acho que em uma tentativa falha de fazer a mão parar de doer e quando viu que não adiantava de nada, retornou a sua posição merecida, de joelhos aos pés de Rick – Depois daquilo... – Ele balançou a cabeça positivamente, como um doente que era – Sei que você esteve por aí afora, mas eu posso ver. Você não sabe o que é ter fome. Não precisa fazer isso. Nós podemos ir embora. E nunca mais nos veremos. Eu prometo.

Um riso alto escapou pela minha garganta, enquanto eu observava atentamente os gestos e as palavras do canibal.

Ele era uma figura.

— Mas você vai encontrar alguém. – Rick disse a ele, tão calmamente quanto antes, apontando seu revolver para o rosto de Gareth por alguns segundos, e eu não sei ele, mas adorei ver o medo tomar conta daqueles olhos escuros – Faria isso com qualquer um, certo? – O policial se aproximou ainda mais dele, apoiando a mão na machadinha de cabo vermelho que carregava num coldre – Além disso, já fiz uma promessa a você.

— E...

A coisa toda foi rápida, vi Rick tirar a machadinha do coldre e acertá-la no pescoço de Gareth. Ao meu redor, todos os outros que estavam com os homens de Gareth sobre mira, começaram a bater neles, matando-os a pancadas. Mas tudo que eu conseguia ver era Rick, acertando a machadinha em Gareth, uma vez, duas vezes, três vezes.... Tantas vezes que me fez até perder a conta, cortando o corpo dele, deixando aparecer as tripas, espalhando-as por todo o chão ao redor deles...

Quando todos os gritos cessaram e as mortes pararam, precisei piscar algumas vezes. Confesso que estava um pouco chocada com as cenas de esquartejamento que presenciei, mas eles não precisavam saber disso. Eu mesma tinha passado e repassado em minha cabeça inúmeras formas de matar Gareth: Com choque, pequenos cortes feitos com facas afiadas, afogamento, arrancar unhas e dentes...

Mas... é..... Estou grata por estar do mesmo lado de Rick.

O silêncio mortífero da igreja foi quebrado quando todos nós escutamos o barulho de algo afiado ser retirado de alguma coisa. Virei o meu rosto um pouco, apenas para ver Michonne encarando sua espada, meio surpresa.

— Poderia ter sido a gente. – Escutamos Rick falar, ele estava todo descabelado, com o sangue de Gareth espalhado por seu rosto e roupas

— Sim. – Sasha murmurou, respirando fundo, seus olhos estavam cravados no homem que ela acabou de matar a facadas

Sim? Era obvio, e sem comentar que eles ainda iriam comer nossas carnes.

Rick ficou um pouco em silêncio, e então caminhou em direção ao escritório do Padre, passando por mim e pelo próprio Padre, o qual eu nem ao menos tinha percebido que estava ali, vendo aquela bagunça toda em sua igreja. Me afastei dos corpos mortos, escutando Gabriel dizer perplexo que aquela era a casa de Deus e antes mesmo de entrar no escritório, escutei Maggie negar e dizer que eram apenas quatro paredes e um telhado.

Ao colocar meus pés dentro do escritório e guardar a minha pistola de volta no coldre, caminhei diretamente em direção ao cesto onde meu filho estava, para lhe pegar no colo e abraça-lo o melhor que eu podia. Enquanto eu estava roçando a ponta do meu nariz na testa de Theodore, sentindo seu cheiro, notei que o grupo inteiro estava entrando aqui, para olharem Bob dormir, mas logo cada um seguiu por um caminho, afinal, todos estavam cansados e tinha passado da hora de dormir.

Não acompanhada por quem eu queria, me contentei a dormir em outro cômodo da igreja, junto com outras pessoas. E logo que coloquei o cesto de Teddy ao lado do lugar onde eu iria dormir, comentei que ele poderia chorar e me desculpei adiantadamente com as pessoas.

Com uma das mãos dentro da cesta e sentindo Theodore apertar meu dedo indicador, fechei os olhos, repassando cada momento do dia em minha cabeça antes de dormir.


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Notas finais do capítulo

Aquele Rick sangue nos olhos tá de volta. ♥


Gareth teve seu fim, um fim merecido e bem sangrento.


Vejo vocês na próxima sexta ♥



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