Traços do Destino escrita por Miss Daydream, LadyNightmare


Capítulo 1
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

(Lady Nightmare): HEELLLOOO! TUDO BOM?? :3
Desculpa o surto, mas a empolgação é muita UAHSUHAUSHA
Essa fanfic promete, gente! O enredo dela é ótimo, juro! Então, nos deem muito amor :v
Confiem em nós ;) u.u
(Miss Daydream): OLÁ OLÁ OLÁÁÁ! Mais uma CasNath da viciada em CasNath, mas dessa vez com uma participação mais que especial!!! Primeira colab e eu nem consigo conter a ansiedade aushahsu
A experiência é incrível! Estamos amando escrever juntas e esperamos que vocês gostem do resultado tanto quanto a gente ♥
Aproveitem!



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Um suspiro cansado escapou pelos lábios secos de Nathaniel. Era mais do que visível a exaustão presente em si e em seus movimentos, estes sendo lentos e preguiçosos. As olheiras sob seus olhos também denunciavam as várias noites sem dormir direito. Por mais que ainda fosse apenas um universitário, o loiro tinha muitos problemas. E sua mente parecia querer lhe torturar, sempre o forçando a pensar nos tais problemas. Não havia um dia em que Nathaniel não se preocupasse cada vez mais com isso.

Enquanto atravessava uma rua parcialmente movimentada de Paris, o aquariano lembrava-se claramente dos trabalhos que precisava fazer para a faculdade, porém, a dor latejante em sua cabeça não o permitia fazer isso agora. Tudo o que ele queria, por enquanto, era relaxar e era por isso que estava indo para um Coffee Shop. Um bom café e algumas horas sozinho o ajudariam a ficar mais tranquilo.

Sair de casa o deixava mais tranquilo.

Seus pais pegavam muito no seu pé. Diziam que suas notas deveriam ser sempre altas, afinal, eles não pagavam faculdade para criar um filho "burro". Na verdade, quem dizia isso era Francis, seu pai. E sua mãe era do tipo que apenas concordava. Era sempre muita pressão. Tanto de sua família, como dos professores também.

E tinha sua irmã, Ambre. A loira que havia lhe arranjado bons problemas no ensino médio. A cada ano que passava, parecia que Ambre ficava cada vez mais mimada. Sempre insistindo para que a mãe lhe arranjasse um emprego como modelo, mesmo sem ter passado por avaliação alguma.

E Adélaide até tinha tentado, mas não podia forçar seus agentes a contratarem Ambre, já que os mesmos haviam dito que a menina não possuía potencial algum.

Mas isso não quer dizer que Adélaide não seguiu tentando. Afinal, todos os pedidos (quase ordens) de sua irmã sempre eram atendidos. Não importa qual.

Porém, quando se tratava de Nathaniel, as coisas eram bem diferentes. Há um tempo atrás, o loiro havia pedido para adotar um gato de estimação. Um simples gato e teve seu pedido negado com a desculpa de que sua mãe era alérgica à gatos. Mas Nathaniel sabia que o real motivo não era esse. Acontece que ele não era Ambre. Ele não seria mimado.

E ao ver o que sua irmã havia se tornado, o loiro agradecia aos céus por não ter tido tanta atenção como lá no fundo desejava.

O aquariano sobreviva à tudo aquilo calado. Colocava sua máscara de "está tudo bem" todos os dias e seguia sua vida. A verdade era que, por dentro, tudo em Nathaniel estava despedaçado, acabado. Ele já tinha se cansado de lutar, já tinha se cansado de tentar mudar as coisas. Ele não mais vivia, apenas existia. Seguindo uma rotina diária que não lhe agradava e não lhe fazia feliz. Porém, uma fagulha bem pequena de esperança ainda habitava seu coração. Uma fagulha que insistia em lhe dizer "Tente outra vez. Só mais uma vez."

Sua mente se encontrava tão perdida em meio à tais pensamentos que quase não notou quando um carro buzinou para si, pedindo para ele sair do meio da rua, ou então acabaria sendo atropelado cruelmente por todas aquelas pessoas apressadas. Nathaniel correu até a calçada à sua frente, carregando sua mochila nas costas. Havia acabado de sair da faculdade e queria adiar o quanto pudesse a hora de ir para casa.

Mais alguns passos e ele estaria no Coffee Shop, com um café quentinho em mãos e esquecendo-se momentaneamente da dura realidade em que vivia. O inverno rigoroso que habitava Paris naquele mês, fazia com que seus habitantes usassem roupas pesadas, inclusive Nathaniel, que possuía baixa imunidade. Ele precisava de cuidado em dobro. E foi por isso que o loiro puxou seu cachecol mais para cima, cobrindo não apenas seu pescoço, como também sua boca e nariz, deixando apenas seus olhos dourados à mostra.

Um segundo suspiro deixou sua boca naquele momento, mas agora era de alívio. Finalmente tinha chegado em seu destino. O cheiro do café imediatamente invadiu suas narinas, fazendo com que um sorriso involuntário surgisse em seu rosto.

Fechou a porta novamente, ouvindo o sininho sobre ela apitar e caminhou até a bancada, ocupando um dos bancos dispostos ali. Suas mãos geladas agarraram o pequeno cardápio, onde haviam os mais variados tipo de café e também algumas guloseimas, esperando o momento em que alguém lhe atenderia.

Era a sua primeira vez ali. Nathaniel costumava frequentar outro Coffee Shop, porém, o mesmo fora fechado recentemente. Obrigando o loiro a ir até o outro lado da cidade apenas para relaxar.

***

Castiel acordou com o barulho do despertador. Resmungou bastante antes de finalmente conseguir deslizar o dedo em seu celular para desligar a barulheira infernal. Olhou a hora: Já passava das duas da tarde. Ficou tentando raciocinar por alguns segundos, e esfregou os olhos com as mãos.

Tinha ficado trabalhando no turno noturno no dia anterior, e só de lembrar que logo teria que voltar para o local tinha vontade de ficar em coma por cinco anos... Estava cansado, realmente cansado. Mas era assim que tinha de se virar, já que o dinheiro que os pais mandavam mensalmente não estava nem pagando as contas de seu novo apartamento.

Pelo menos ele não morava tão longe assim do trabalho, o que já ajudava um pouco. Tinha conseguido vender sua casa e comprar um apartamento legal no centro da cidade. Claro, a troca não fora barata ou lucrativa, mas o garoto gostava do movimento da cidade. Gostava da fumaça, do barulho e até mesmo dos turistas...

Ok, nem tanto assim dos turistas.

Já faziam alguns anos que havia terminado o ensino médio, e perdera contato com todos os colegas, menos com Lysandre, seu melhor amigo na época. Agora eles se falavam periodicamente e encontravam-se vez ou outra no mês. Castiel tinha se tornado uma pessoa solitária, talvez devido ao seu orgulho excessivo. Não que ele odiasse essa situação, sempre estivera sozinho, afinal de contas.

Mas não podia evitar desejar rever algumas pessoas que importavam consideravelmente para ele no ensino médio.

Chacoalhou a cabeça. Não era hora de pensar em solidão e melancolia agora. Na verdade, nunca era hora de pensar sobre esse tipo de coisa, mas ultimamente esses pensamentos estavam se tornando mais frequentes.

Finalmente levantou-se, e ouviu a porta do quarto ser arranhada freneticamente. Quase já podia ouvir os latidos de seu cachorro ensandecido... Estava com fome, óbvio. Assim que abriu a bendita porta, Dragon pulou sobre ele, o fazendo se desequilibrar e bater na parede. Riu de leve enquanto o cachorro lambia seu rosto e abanava o rabo, animado.

— Vem, vamos comer algo. - a voz saiu rouca por causa do sono, e ele bocejou cansado

Assim que colocou a comida no potinho de Dragon, fritou alguns hambúrgueres e pegou dois pães para comer. Preparou seu lanche e praticamente o engoliu, correndo por causa do horário.

Tomou um banho rápido e vestiu-se com roupas grossas e pretas. O tempo só esfriava mais e mais, e Castiel tinha certeza de que a neve começaria a cair logo. Calçou suas botas, pegou suas chaves e saiu correndo pelo apartamento, sendo seguido por Dragon.

— Fica aí e se comporta, ok? - olhou-o feio enquanto ajeitava uma touca sobre os cabelos - Não queremos ter que comprar almofadas novas de novo, né?

Bateu a porta com força enquanto tentava vestir a jaqueta desajeitadamente, praticamente correndo nos corredores do prédio. Ainda bem que seu gerente já conhecia muito bem seu histórico de atrasos, e só se irritava verdadeiramente se tinham algum evento ou a casa cheia. Castiel realmente esperava que não fosse o caso.

Pegou um ônibus e se sentou no assento ao lado da janela. As ruas estavam movimentadas... Devia ser a época do ano. Suas mãos estavam congelando, ele tinha esquecido de pegar luvas. Claro que tinha, amaldiçoou-se por isso.

Logo sua parada chegou, e o ruivo de farmácia desceu apressado, andando em passos largos até a porta dos fundos do estabelecimento em que trabalhava. Agradeceu aos céus por terem ligado o aquecedor ali, deixando o ambiente numa temperatura agradável e confortável.

Foi até seu armário na sala dos funcionários, onde deixava suas coisas até o fim do expediente. Retirou a jaqueta de couro e vestiu o avental verde escuro, com o logo do estabelecimento e um bolso, em que guardava o pequeno tablet para atender aos pedidos.

Tirou a touca e prendeu os cabelos de maneira desajeitada, saindo rapidamente para tomar lugar em seu posto, atrás do balcão.

— Atrasado de novo, uh? - Castiel fechou os olhos, suspirando. Nem precisava se virar para ver direitinho Rick, seu gerente, ali parado e com os braços cruzados - Sorte a sua saber preparar um dos melhores cafés de Paris, ou então...

— Você me adora, não conseguiria viver sem mim. - o leonino lançou um sorriso torto na direção de seu superior. Argh, como Castiel odiava aquela palavra.

— Vai sonhando. - Rick ergueu a sobrancelha esquerda. Os cabelos pretos quase caíam-lhe sobre os olhos puxados, fazendo contraste com a pele pálida e os lábios finos e vermelhos. As expressões dele eram consideravelmente assustadoras para alguém tão pequeno - Os clientes estão esperando atendimento, corre que o tempo voa!

Castiel resmungou contrariado. Não gostava de receber ordens, não importava o quanto tentasse se acostumar. Tinha espírito livre, não gostava de se sentir rebaixado.

Limpou desajeitadamente as torneiras do café e do chantilly, seria um longo dia...

Com o tablet em mãos, ele finalmente se virou para atender o primeiro cliente do dia. Mal olhou para seu rosto, concentrado em anotar o pedido.

— Em que posso ajudá-lo...?

Nathaniel, que até então se encontrava extremamente concentrado no cardápio, ergueu o rosto, que ainda tinha metade coberto pelo cachecol azul que usava, para olhá-lo. Seus olhos antes tranquilos, arregalaram-se ao olhar para o atendente do outro lado do balcão e bem na sua frente. O cardápio automaticamente escorregou de suas mãos, enquanto seu olhar examinava bem o rosto do ruivo.

O loiro não tinha total certeza, mas lá no fundo, sentia que conhecia aquele rapaz. Ele lhe lembrava alguém. Alguém que teve uma grande participação em sua infância e adolescência. Alguém por quem sua irmã se dizia apaixonada. Castiel?

O nome vagava na mente de Nathaniel como um fantasma, lhe deixando com grandes dúvidas e com uma expressão clara de surpresa. Se era mesmo Castiel, ele havia mudado bastante. Isso Nathaniel podia dizer tendo certeza.  Os cabelos ruivos, bem vermelhos, haviam crescido, e muito, chegando na altura dos ombros largos do mesmo. A altura também tinha aumentado. As feições estavam mais maduras, e haviam até mesmo alguns resquícios de barba por seu rosto. Além do piercing em sua orelha.

— C-Castiel? – a pergunta saiu automática e gaguejada pelos lábios do loiro. Ele nem teve tempo de impedir.

E se fosse mesmo ele? O que faria? Não iriam simplesmente sentar ali e jogar conversa fora, afinal, pelo que Nathaniel se lembrava, ele e o ruivo se odiavam desde a adolescência.

Assim que percebeu o que havia feito, o loiro bateu na própria testa com um pouco de força, como se tentasse descontar sua raiva em si mesmo. Era muito desatento em certos momentos. Precisava aprender a controlar mais sua língua.

Castiel olhou o garoto loiro a sua frente com uma careta exagerada de pavor.

Queria que fosse qualquer um, qualquer um mesmo, menos quem achava que era... Mas quando o garoto abriu a boca, ele teve uma amarga certeza.

— Nathaniel?! - apertou forte o tablet e sentiu algo no rosto, como se estivesse quente. Ele não estava com vergonha, claro que não... Como se encontrar seu rival de adolescência depois de tantos anos em seu período de trabalho no café fosse motivo para se envergonhar... - O que você está fazendo aqui?!

Percebeu que elevou a voz quando um casal apaixonado ao lado olhou curioso em sua direção. Ele só lançou um sorriso amarelo para os dois.

Depois do vexame, ele ajeitou sua expressão. Tentou passar indiferença e superioridade, mas se sentia muito curioso. Em tantos anos nunca havia esbarrado em ninguém. Porque fora encontrar justo ele, com seu futuro tão brilhante e tudo mais, algo para o que Castiel estava longe de ligar...

Analisou Nathaniel fingindo descaso. Ele parecia ainda mais maduro do que era no colegial, e isso era assustador. Tinha mudado o corte de cabelo, e Castiel pensou que o atual combinava muito mais com ele do que o antigo. Seus ombros pareciam mais largos, e o ruivo soube instantaneamente que o aquariano não abandonara os treinos de boxe, só os intensificara. Parecia mais alto também, mas ainda não o bastante para ultrapassá-lo.

O loiro parecia a ponto de se jogar de um precipício, e suas bochechas estavam levemente avermelhadas, enquanto ele se escondia pateticamente com o cachecol azul.

— Pfff... - Castiel cruzou os braços, com a voz carregada de deboche -  Depois de tantos anos você continua usando as mesmas roupas de nerd.


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Notas finais do capítulo

(Lady Nightmare): E então? Gostaram? GOSTARAM?? :3
Tem esse ódiozinho CasNath que nós já estamos acostumadas, mas com o tempo eles irão melhorando :v
Tem muita coisa por trás desse "drama" do Nath, aguardem só u.u :v
(Miss Daydream):O tempo passou e as coisas não mudaram... Ainda! AAAAAAAA O QUE VOCÊS ACHARAM? Contem pra gente, e obrigada por estarem lendo! ♥



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