Stolen Moments escrita por STatic


Capítulo 6
Boom!


Notas iniciais do capítulo

OLÁ ME DESCULPEM!
Eu sei que demorei, mas o motivo é aquele velho: Faculdade. Época de provas, essas coisas. Eu estava muito exausta e sem muito animo para escrever (ou mesmo finalizar e editar um capítulo). Horrível, mas verdade hahhahha

Gente, obrigada pelos comentários INCRÍVEIS no ultimo capítulo, eu amei saber que gostaram! E aaaaa muito obrigada Gaby pela recomendação!! Eu juro que não acreditei quando vi, olha. Foi linda e me deixou feliz demais, muito obrigada!! ♥

Sobre esse capítulo: Se passa depois de Boom! na segunda temporada, e a ideia veio de um textinho lindo que a Priscylla (aka Prytchz) me mostrou no facebook e sugeriu para cá e eu amei demais, comecei a escrever na hora, mas só agora consegui finalizar. Pri, eu não sei se é isso que tinha em mente, mas espero meesmo que goste! Obrigada pela ideia! ♥

Tudo bem, chega de falação! Boa leitura!
PS: Coloquei a tradução aí no comecinho para vocês verem que amor.



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"Quando te conheci você era nada além de mais um rosto.

 Mas seis meses depois e você é o único rosto que eu poderia encontrar em uma multidão. "

 

Kate POV

Meus olhos se abriram subitamente, meu corpo quente demais e meu peito pesado, parecendo ter o desejo de me afundar. Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar as batidas erráticas do meu coração, tentando novamente me situar.

Eu não estava em casa, aquilo era obvio. Eu não tinha mais uma casa. Não tecnicamente, o que me levava a conclusão de que eu estava na casa da minha mãe... Que também era minha, eu deveria supor, mas não era meu apartamento. Meu lindo apartamento com as minhas coisas. Que agora eram nada além de um amontoado de cinzas.

Virei a cabeça e encarei o relógio do meu pai como em um reflexo. Em toda a confusão e perda das últimas semanas, aquele objeto era agora mais do que um símbolo do que eu perdera. Mais que isso, porém, dessa vez era símbolo do que eu reencontrara. Símbolo de uma pequena esperança no fim do túnel, símbolo de um gesto pequeno – mas de extrema importância.

Eu não o havia perdido graças a Castle. Castle, que o encontrou no meio do caos e o consertou, deixando-o tão perfeito quanto antes. Apesar de ter agradecido, eu sentia que jamais seria o suficiente. Eu não podia prever, mas podia ao menos imaginar qual seria minha reação se depois de todos os eventos daquele dia, eu acabasse com o precioso relógio destroçado. Não tinha certeza se poderia me segurar, nem mesmo agora.

Ele era importante. Um símbolo e um lembrete do que eu perdera, de que a justiça falhara daquela vez, mas que eu poderia faze-la dar certo todos os dias enquanto fizesse meu trabalho e, além disso, uma esperança de quem sabe um dia, conseguir descobrir o que de fato acontecera.

Eu carregava outros símbolos. Desviei os olhos um pouco para a esquerda, analisando a corrente que repousava ali, ainda em minha tentativa de fazer o coração voltar a bater como deveria. Os dois anéis descansavam em uma ponta da corrente, sempre seguras e unidas. Aquilo havia sido um presente surpreendente.

Logo após o funeral, minha mãe e eu havíamos fugido e caminhado por horas pela praia, totalmente em silencio, mas ainda presentes. Em algum momento ela havia se virado para mim e me entregado ambas as alianças. Mesmo hoje ainda posso sentir o choque e a mágoa em meu rosto quando perguntei o que ela estava fazendo. Ela havia dito, me olhando muito séria: “Eu não posso usar a minha sozinha. Elas deviam ficar juntas... Juntas com algo que nós dois criamos juntos. ”

Eu não havia dito nada e nós duas nos sentamos na areia, fitando sem realmente ver a imensidão azul a nossa frente.

Eu me lembro também de pensar em como era ridículo que o mundo continuasse como sempre.

Suspirei, passando a mão pelo rosto em uma tentativa de apagar as imagens e me levantei. Revirei os olhos quando novamente vi o relógio, pensando em como Castle havia feito algo tão incrível. Ele era inacreditável e, cada vez mais, inacreditável significava algo bom. Muito bom e droga, era tão fácil não gostar dele no começo!

Saí do quarto e fiz o caminho até a porta seguinte, parando por um segundo antes de abri-la lentamente. Eu havia ficado no loft do Castle no começo, mas era estranho. Eles eram uma família incrível, mas uma vez que se encontra um Castle sem camisa na cozinha no meio da madrugada... As coisas ficam difíceis de controlar. E então eu havia mudado minhas poucas coisas para a casa da minha mãe. Temporariamente.

Deixei que a luz fraca do corredor iluminasse o quarto, surpresa de vê-la sentada, um livro no colo iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama. Avancei para o outro lado sem pensar muito e me deitei no espaço vazio, encarando o teto por um segundo antes de mudar o foco para minha mãe. Ela sequer havia desviado os olhos do livro. Caramba.

— Você não deveria estar dormindo? – Perguntamos exatamente ao mesmo tempo. Ela finalmente afastou os olhos e me olhou, as sobrancelhas erguidas.

— Pare de encarar. – disse e depois: – Eu estava apenas terminando esse capítulo.

— Você está terminando esse capítulo há umas cem páginas, certo? – Perguntei apesar de já saber a resposta.

— Não julgue. Talvez. – Disse e deu de ombros. – Não é minha culpa se fazem livros tão bons! Qual sua desculpa?

Sorri para ela, mas provavelmente parecia mais uma careta.

— Castle consertou meu relógio e eu tive um pesadelo.

— Isso é... sem lógica. – tentou, sustentando meu olhar.

— Um pouco... – apertei os lábios e voltei a encarar o teto.

— Então... Como foi o pesadelo? – perguntou com cautela.

Eu já havia me acostumado com os pesadelos. Com uma profissão como a minha, eles não são muito surpreendentes. Mas ainda assim, só as vezes, eles eram perturbadores demais.

— Hum, a bomba, no meu apartamento? – Respirei fundo, ignorando como saiu tremula. – Castle estava lá. Não se escondeu a tempo... Não acabou bem.

— Oh.

— É.

Alguns segundos se passaram antes que ela voltasse a falar.

— Ele está bem, você sabe.

— Eu sei... É só estranho, sabe? Esse tipo de coisa não deveria estar acontecendo.

— Que tipo de coisa?

— Os pesadelos, o frio na barriga, a satisfação quando compartilhamos uma teoria ou um café! Meu relógio que está perfeito! Não deveria estar acontecendo nada disso.

Quando ela não disse nada da minha explosão eu levantei a cabeça para olhá-la. Ela me encarava, um brilho nos olhos enquanto mordia os lábios – eu podia ver o sorriso lutando por liberdade ali.

— O quê? – perguntei.

— Deus. – revirou os olhos. – Você é tão boba as vezes! Não é claro? Você o.. bom, gosta dele!

Eu ri, mas uma risada nervosa. Não era como se eu não tivesse pensado sobre isso também. Eu suspeitava que fosse um pouco obvio, até. Ele era gentil, engraçado e incrivelmente bonito. Lindo. Mesmo as características que me deixavam maluca eram, de certo modo, adoráveis. Castle era uma pequena criança ao mesmo tempo que era um grande homem e a mistura era intrigante.

— É, bom, isso não pode acontecer! – soltei. Que bem faria negar? – É irracional. Quer dizer, há apenas alguns meses ele era nada além do intrometido irritante que eu era obrigada a aturar. Aquela pessoa que eu passaria direto sem um segundo olhar se encontrasse por aí, não repararia muito. Agora? Ele é como aquela pessoa que se destaca mesmo há cem metros de distância, como se só tivesse ele ali e o resto do mundo fosse um borrão.

— Kate.

— E meus olhos vão direto para ele! Em qualquer lugar que estou, lá estou eu, procurando seu rosto no meio da multidão. Mesmo quando eu tenho certeza que ele não poderia estar ali, eu não consigo evitar. Eu estou... infectada por Richard Castle!

Ouvi minha mãe rir ao meu lado e com um grunhido escondi o rosto no travesseiro.

— Isso é legal... Kate, ele é bom para você.

— Nem tão legal. – me sentei na cama. – Você acha que caras como ele mudam? Ele gosta de festas e autografa peitos, como eu poderia ter certeza? Quer dizer...

Eu estava tagarelando e minha mãe me interrompeu.

— Katie. – pegou uma das minhas mãos e esperou até que eu olhasse para ela. – Aquele homem derrubou uma porta e entrou em um apartamento em chamas para te tirar de lá. Não me julgue mal, mas ao meu ver? Ele merece o benefício da dúvida. 

— Eu sei. – concordei. Ele havia arrumado meu relógio. Deus! Era claro que aquele não era o mesmo Castle de apenas meses atrás.

— Vocês dois merecem. – ela sorriu para mim. – E você não tem que fazer nada agora, só... não descarte o pensamento, tudo bem?

Olhei para ela por um longo tempo antes de responder.

— Obrigada.

— Claro. Eu gosto de estar certa.

Eu ri e voltei a me deitar. Ela voltou para o seu livro por mais alguns minutos antes de ser vencida e afundar nos cobertores, dormindo profundamente em um tempo recorde. Me levantei com cuidado, dando a volta na cama e retirando o livro de cima dela. Não pude deixar de sorrir quando ela resmungou e se revirou um pouco e então eu me abaixei, beijando seu rosto e murmurando um “boa noite” antes de me retirar.

Voltando ao meu quarto, eu ainda estava enérgica. Meus pensamentos pareciam gritar em minha cabeça, todos ao mesmo tempo, adicionando para minha confusão.

Então eu poderia gostar de Castle. Talvez. Possivelmente. Deus! Aquilo não estava nos planos de jeito nenhum. Absolutamente.

Deitada novamente em minha cama, incapaz de descansar, peguei meu telefone. Eu devia estar fora de mim porque realmente – de verdade – mandei uma mensagem para Castle. Revirei os olhos enquanto relia. “Você está acordado? ” Idiota. Era uma hora da manhã, porque ele estaria acordado? A não ser que estivesse acompanhado... Mas antes que meus pensamentos fossem para caminhos obscuros demais, o celular vibrou. Nova mensagem.

Muito acordado. E depois: Você está?

Balancei a cabeça, mordendo os lábios para não rir.

Digitei: Não. Apenas muito avançada no sonambulismo.

Alguns segundos depois a resposta chegou. Isso é legal. Posso ganhar um vídeo?

Mas é claro que ele faria aquilo. Bom, era um jogo para dois. Com o que estou vestida? Você sonha!  

Eu prometo. Então, fato engraçado.

A mensagem acabava ali e eu fiquei esperando o restante. Estava pronta para perguntar onde estava a moral da história não contada quando o telefone tocou. Atendi com o coração aos pulos.

— Eu jurava ter visto você hoje bem perto da editora. Alguma chance de estar me passando a perna e escrevendo um livro? – ele disse sem qualquer saudação.

Bom, aquela era nova.

— Oi. Não, definitivamente não era eu. E tenho um álibi: fiquei em casa o dia inteiro.

E aquilo com certeza foi patético, mas ele não comentou. Eu estava de folga, não tinha nada de estranho naquilo!

— Desconfiei. – Ele respondeu. – Eu a persegui por alguns metros e ela não ameaçou atirar em mim, sabe.

— Existem versões melhores e mais educadas de mim por aí.

— Eu duvido. – Disse e eu demorei alguns segundos até conseguir fazer meu cérebro funcionar novamente. – Tinha uma multidão e eu tinha quase certeza que era você. Estranho, hã?

— Estranho. – concordei em um fio de voz. Estranho que eu não seja a única com esse problema, isso sim. – Então, o que está fazendo?

Sutil mudança de assunto.

— Nada, apenas assistindo um filme.

— Algo indecente? – perguntei.

— Sempre. – respondeu e eu podia fisicamente sentir a malicia em sua voz, rolando como ondas diretamente para mim.

— Qual deles? Eu conheço todos.

— Uma fã! Detetive Beckett...

— Eu sei! – parei por um minuto. – Então, o que está realmente fazendo?

— Pesquisa para um livro. – respondeu de imediato, o tom de voz mudando e eu podia notar que havia algo oculto e estranho sobre o que quer que ele estava pesquisando.

— Eu vou querer saber? – perguntei, escolhendo a cautela. Com Castle, as vezes era melhor assim. Nunca se sabia o que se passava em sua mente criativa.

— Não se gosta de comer. Ou de dormir. – respondeu.

— Eu gosto. - decidi. 

— Então você não quer saber.

Sacudi a cabeça. – Acho que não.

— E você? O que estava fazendo? - ele perguntou.

Ah, droga. Eu com certeza não queria falar sobre aquilo. Nada mesmo. Nem sobre pesadelos ou muito menos sobre meus atuais pensamentos.

— Eu, hmm... Nada. Só tive um sonho? Pensei em checar você, sabe.

— Algo indecente? – ele usou minhas palavras de antes e eu fiz uma careta.

— Sim, e minha primeira reação foi ligar para você. – respondi sarcasticamente.

— Eu sabia. – ele ignorou meu sarcasmo.

— Castle! – exclamei e ele riu. – Não foi um bom sonho, então... Meu sono se foi com ele.

Eu estava enrolando, tentando desesperadamente mudar de assunto. Não queria que ele desligasse. Admitindo ou não, eu gostava de falar com ele e, acima de tudo, não queria ficar sozinha agora, só eu e meus pensamentos descontrolados.

Imaginei que ele pediria – como sempre – por detalhes, que insistiria que eu lhe contasse tudo sobre meu pesadelo e inventar uma teoria mirabolante que o explicasse. Eu não precisava de uma explicação, já a tinha. Eu me importava com Richard Castle e meu subconsciente sabia disso melhor que eu mesma. Imaginei que ele pressionaria, de modo que fiquei realmente surpresa quando, após um tempo de silencio, Castle simplesmente mudou de assunto.

— Você quer ouvir no que estou trabalhando então? É sobre o novo Nikki Heat.

Sorri, incapaz de evitar. Aquilo era inesperadamente doce.

— Claro. Eu adoraria.

— Ótimo! – ele se empolgou do outro lado e eu mordi os lábios para conter a risada.

— Assim eu posso saber o que está aprontando com minha personagem e te impedir. – brinquei. Nem eu acreditava naquilo.

— Oh, você vai amar. – desdenhou minha falsa preocupação e começou a ilustrar o cenário para mim, descrevendo o que estaria acontecendo, e então começou a ler.

Teorias foram trocadas, risadas e provocações. Era assim com a gente normalmente, mas quase nunca fora do trabalho e eu me sentia bem fazendo aquilo. Talvez fosse apenas resquício do sonho, mas não parecia estranho como eu imaginava. Só bom. Reconfortante.

Muito tempo se passou até ambos estarmos finalmente cansados o suficiente para dormir e desligarmos. Após tudo, eu dormi com um sorriso no rosto, imaginando que, no final das contas, aquilo podia mesmo ser algo real. Não agora, mas talvez um dia, nós dois nos tornaríamos ainda mais que apenas rostos na multidão.  


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Notas finais do capítulo

Eu tenho mais ideias de vocês nos próximos capítulos! Se alguém tiver sugestões, já sabem, só gritar!

Me contem o que acharam e até a próxima!
Beejo ♥



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