Contos Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 9
Uma Longa Noite




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Logo ao anoitecer, depois de uma patrulha com Tempestade por Berk para verificar se tudo estava em completa ordem, Astrid retornou ao grande salão onde soluço ficou durante todo o dia ouvindo as reclamações dos habitantes. Assim que ela atravessou pelos grandes portões, uma extensa fila ainda se encontrava a espera de falar com líder. Olhando para seu companheiro, percebeu que parecia estar esgotado daquilo e vendo o quanto ele estava cansado, resolveu intervir.

—Sei que vocês ainda precisam falar com o soluço, mas acho que por hoje já foi o suficiente. Agora todos para fora - Diz as pessoas esperando por sua vez, enquanto se dirigia até o trono posicionado no meio do grande salão. Quando viu que ninguém ali moveu um pequeno músculo, gritou a todos - Saiam ! Agora !

Uma correria se dispersou por todo o local. Astrid tinha a capacidade de amedrontar a todos quando queria e também de encantar as pessoas com sua habilidade, principalmente quando travava suas batalhas.

Soluço a olhava com admiração. Sua parceira o conhecia o suficiente para saber que ele não estava mais aguentando tanta pressão que a quase um ano fora derrubada sobre seus ombros. A jovem se aproximou dele e acariciando seus cabelos falou.

—Conheço essa carinha. Você tem que descansar, mal dormiu noite passada - Quando percebeu que soluço iria tentar falar ela logo o cortou - E não minta para mim, percebi quando você e banguela saíram hoje durante a madrugada e também quando retornaram pela manhã bem cedo. - Continuou - Sei que está preocupado com tantos problemas e tarefas que tem que lidar, mas você precisa relaxar um pouco.

—Não posso Astrid. Primeiro, como você mesma disse tenho muitos problemas e tarefas com que lidar. Não posso descansar. Segundo, eu tentei relaxar voando um pouco, mas nem isso fez com que os problemas saíssem da minha cabeça. Terceiro, eu só preciso encontrar uma forma de tornar as coisas mais fáceis. Porque nada nos últimos meses está sendo fácil. - Explicou soluço franzindo um pouco a testa sentindo sua cabeça começar a doer.

—E quem disse que tudo isso seria fácil soluço. Como eu já falei uma vez, você precisa apenas aprender a lidar com tudo isso. - Falou enquanto ia pegar uma peça de gelo. O segurando na mão ela se sentou no colo de soluço e o colocou o gelo sobre sua cabeça.

—Obrigada. Me lembro de quando eu chegava em casa no fim do dia e meu pai estava sentado na mesa segurando um pedaço de gelo da mesma forma que estou fazendo. Naquela época não sabia ao certo o que se passava pela mente dele mas agora sei. É difícil ser ele Astrid.

—Soluço ele é uma pessoa e você outra é impossível ser igual. Você só pode tentar se parecer ou ser melhor. Apenas isso.

Astrid tentava ao máximo dar seu total apoio a soluço desde a morte de seu pai. E ele agradecia a todos os deuses por tê-la em sua vida. Mas ela estava chegando ao seu limite. Não aguentava mais ver o seu amado neste estado.

Os dois aconchegados na trono de líder, conversaram por um longo tempo até que o som de um trovão os surpreendeu. Quando saíram viram que o céu esta noite estava nublado, uma grande tempestade se aproximava.

Soluço pode ver os encarregados em preparar berk para momentos assim correndo de um lado para o outro, guardando tudo que poderia causar algum acidente ou uma possível destruição.

—Vou ajudar eles - Diz soluço tentando ir na direção de vários barris que estavam começando a serem levados pelo forte vento.

—Não, você vai descansar. Deixa que eu vou ajudar eles - Falou Astrid parando soluço.

—Mas Astrid.. - Tentou falar, porém ela o impediu.

—Vai pra casa ! - Gritou irritada perdendo um pouca da paciência e atraindo a atenção de alguns habitantes que estavam mais próximos do casal.

Soluço nem tentou ir contra a ordem de sua esposa e se dirigiu para a casa que ficava ao lado direito do grande salão.

Astrid logo se prontificou a ajudar os encarregados a guardarem tudo. Enquanto fazia o trabalho ela pensava o quanto já estava mais do que cansada da teimosia do soluço em querer ficar trabalhando todos os dias por vinte e quatro horas, sem parar.

Ela queria voltar a ter momentos com ele, viajar descobrindo novas ilhas, aldeias, novos dragões. Sentia falta de completar o mapa que a tempos já fora esquecido. Astrid estava com saudades de tudo aquilo mas tentava compreender pelo que seu amado estava passando, porém não podia negar o que sentia.

Ao mesmo tempo em que Astrid cuidava dos barris, soluço chateado por sua companheira o ter impedido de fazer a tarefa, entrou em sua casa batendo fortemente a porta assustando assim banguela que dormia tranquilamente.

—Desculpa amigão. - Disse enquanto acariciava o dragão que logo retornou ao sonho que estava tendo.

Tentando aliviar a tensão que carregou durante todo o dia, soluço sem pensar duas vezes saiu de sua casa e decidiu caminhar sem um rumo definido. Mas durante seu percurso não percebeu quem o acompanhava. Astrid que depois de ajudar com os barris e finalmente ir para casa, fisgou o momento em que seu marido estava indo para dentro da floresta.

Tomando cuidado, Astrid seguiu soluço até a enseada. Ele estava sentado a beira do pequeno lago, pensativo e cabisbaixo.

—Pensei que iria ficar em casa - Soluço escutou a voz de Astrid que surgiu através da vegetação que escondia uma das pequenas entradas daquele lugar. - Mas vi quando você saiu.

Astrid se aproximou do local em que soluço estava. Trovões começaram a ser escutados. O céu cada vez mais nublado.

—Está anoitecendo e daqui a pouco vai cair uma grande tempestade, seria melhor voltarmos.

—Não pedi para você vir aqui Astrid ! Você me seguiu porque quis.  - Disse de maneira ríspida.

Astrid espantada pela forma que ele nunca havia falado com ela antes, retrucou.

—Não tem necessidade de você falar assim comigo soluço, eu só...

Ela tentou argumentar mas logo ele não querendo ouvir, a cortou.

—Preciso sim. Astrid pelo visto já se esqueceu mas vou lhe lembrar - Falou enquanto se levantada da pedra que estava sentado. E encarando em seguida os olhos azuis de sua amada continuou - Você gritou comigo alguns minutos atrás só porque eu queria ajudar.

—Foi necessário. Soluço eu tento te entender e te dar todo o apoio que eu posso. Mas você tem que se lembrar que em certos dias, para falar a verdade muitos dias, se esquece que tem uma casa e que tem uma esposa te esperando ! - Exclamou astrid irritada e chateada com o ataque dele. - Nunca sobra nenhum tempo para ficarmos juntos porque você sempre prefere resolver as coisas por conta própria, mesmo que já tenha alguém encarregado. Você não pode sempre resolver tudo sozinho.

Soluço olhava nos olhos dela. A pequena raiva que estava sentindo, havia saído completamente de dentro de si, tinha que concordar com sua companheira, ela estava correta sobre aquilo. Um relâmpago os assustou e logo a chuva que começou a cair com força e os molhou rapidamente.

Com a tempestade se intensificando, já completamente molhados, Astrid e soluço pararam a discussão que estavam tendo e procuraram por um abrigo o mais perto possível deles. Encontraram uma pequena caverna escondida por de trás das raízes de uma grande árvore.

Tiveram um pouco de dificuldade em passar pelas raízes, Astrid acabou se enroscando em um dos galhos, Soluço ofereceu sua ajuda mas ela a recusou. Quando já estavam dentro da caverna que se encontrava completamente escura, ele pegou sua espada inferno e iluminou o local. E assim conseguiram olhar um para o outro.

—Devemos esperar. A chuva só deve diminuir por alguns instantes ai teremos uma chance de voltar.  -  Disse soluço enquanto juntava alguns galhos caídos dentro da caverna e juntando eles em uma pilha formando uma fogueira.

Astrid ainda chateada pela forma como seu esposo falou decidiu se sentar no chão daquele lugar bem perto da entrada. Ficou olhando a chuva forte cair. Soluço querendo conversar se aproximou dela.

—Desculpe. Não deveria ter gritado com você daquela forma. - diz soluço se sentando ao seu lado enquanto a pequena fogueira acesa iluminava a caverna.

—Eu estou muito brava com você soluço. Mas pensando melhor agora, acho que também lhe devo desculpas. Eu também gritei com você. Mas eu fiz isso sem perceber.

—Nós dois gritamos um com o outro. - Reconheceu soluço que abraçou sua esposa.- Mas você está certa estou trabalhando demais e esquecendo de todo o resto inclusive de você. Vou mudar isso, eu prometo. Me desculpe.

Não havia nada no mundo que fizesse Astrid não perdoar soluço. Ela o amava na mesma intensidade que ele a amava. Um completava o outro. Soluço e Astrid enroscados um nos braços do outro se beijavam concluindo o fim da discussão que tiveram.

Ele a deitou cuidadosamente no chão da caverna. A fogueira que antes iluminava quase todo o lugar agora era apenas uma pequena chama. A chuva não dava nenhum sinal de que iria cessar. Movidos pelo desejo que estavam sentindo naquele momento iniciaram uma noite que acabariam se lembrando dela para sempre. 

O olhar que um dirigia ao outro era o suficiente para que nada precisasse ser falado. Aproximando seu rosto do dela, soluço sentiu sua respiração rápida e quente ao tocar seus lábios algumas vezes antes beija-la completamente. Segurou seu cabelo com uma de suas mãos e com a outra tocava o corpo de sua esposa. Beijou o rosto dela depois o pescoço, mordiscando suavemente e retornou a beijar seus lábios novamente, sussurrando seu amor por ela.

Astrid levou seus braços ao pescoço dele, em meio ao beijos, mordeu gentilmente o lábio inferior do soluço e acabou fazendo mais efeito do que ela esperava. As mãos dele apertaram a cintura dela com força e o desejo deles aumentou ainda mais.

Possuíram um ao outro sem pressa alguma. Soluço movia-se por cima dela, desejando que aquele momento durasse para sempre da mesma forma que ela também desejava. Ele sentia o corpo dela tremer e astrid percebia que seu companheiro estava perto de perder o completo controle.

Depois de terem feito amor pela segunda vez naquela caverna, eles deitaram um de frente ao outro, conversaram, riram e acariciaramse antes dele deslizar os dedos gentilmente em seu rosto e finalmente perceber que a chuva havia parado.

Do lado de fora da caverna observaram o céu, que ainda estava completamente nublado mais chuva estava por vir. Saindo da enseada, começaram a retornar para a aldeia em passos rápidos para não serem pegos pela próxima chuva, muitos relâmpagos se propagaram pelas nuvens carregadas. Não sabiam exatamente se ainda era começo da madrugada ou se já estava perto de amanhecer.   

Assim que Soluço e Astrid chegarem ao seu lar já deitados em sua cama, passaram um pequeno tempo aproveitando o barulho da chuva que voltava a cair do lado de fora. Aquilo fez com que os dois que se encontrava em um completo estado de exaustão, dormissem facilmente naquele restante de noite.

Quando a luz do sol já os iluminavam , sabiam que naquele dia os dois teriam uma série de afazeres e deveres para serem serem feitos mas nenhum deles queria sair um dos braços do outro. O desejo de passar um tempo sozinhos foi maior do que já haviam sentido em um bom tempo e depois de avisarem apenas a bocão e Valka que se prontificou a cuidar de tudo, os dois saíram voando em em seus dragões para algum destino que ainda era desconhecido por eles mesmos.


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