Contos Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 10
Em Perigo - Parte Um




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Astrid

Enquanto terminava de dar um banho em tempestade escutei um barulho de uma explosão vindo do cabana dos gêmeos. Imaginando o que eles poderiam estar aprontando corri até lá para ver o que estava acontecendo.

Assim que abri a porta, encontrei cabeça quente e cabeça dura colocando fogo no iaquete Jorgenson, o iaque empalhado que o melequento tinha trazido de Berk para o domínio a apenas a dois dias atrás.

—Vocês só podem estar de brincadeira. Cabeças, quando o melequento voltar do deposito com o soluço, não vai gostar nada em saber que vocês estão colocando fogo no Iaquete.

—Astrid, é só substituir por outro ! Fácil.

—É ! Eu e a cabeça quente vamos achar o iaquete Jorgenson Segundo ! Melequento nem vai perceber.

Tenho que admitir, cabeça dura estava certo. Do jeito que ele é, muito tempo irá se passar para ele perceber que o iaque foi trocado. Como ainda tinha muitas coisas para fazer, deixei aqueles cabeças ocas conversando sobre um futuro concurso para escolher o próximo iaque do melequento e fui finalizar o banho da tempestade e logo em seguida a levei para treinar junto com os terrores terríveis.

Pelo fim da tarde, tinha marcado uma patrulha junto com o Perna-de-peixe. Voamos por toda a ilha, verificando cada ponto do domínio do dragão. Assim que terminamos guardamos os dragões no galpão dos estábulos e resolvi ficar esperando a hora que Soluço e Melequento haviam falado que iriam retornar.

Quanto mais tempo foi passando, mais eu ficava preocupada. Já era começo da noite e nada deles aparecerem. Algo havia acontecido para eles não terem chegado ainda. Reuni imediatamente todos os cavaleiros e quando já estávamos pegando nossos dragões que descansavam nos estábulos, ouvimos um bater de azas se aproximando.

Senti alivio ao ouvir e imaginar que finalmente eles estavam de volta, mas quando me virei e me deparei apenas com o Dente de anzol pousando na minha frente o desespero me tomou completamente. Chegando mais perto, pude ver que Melequento se encontrava em cima do dragão mas estava desacordado. Perna-de-peixe não perdeu tempo e logo foi socorrer e sem perder tempo o levamos até a sua cabana.

—Eu não sei o que deve ter acontecido, mas precisamos ir atrás do soluço.

—Sabemos disso Astrid, mas não temos ideia de onde ele possa estar. Melequento tem que acordar para nos dizer o que aconteceu.

—E se ele demorar para acordar Perna-de-peixe, Soluço deve estar em perigo. Não vou ficar parada sem fazer nada!

—Temos que esperar Astrid.

Por mais que eu quisesse naquele momento sair daquele lugar e procurar pelo soluço, Perna-de-peixe estava certo, tinha que esperar mas a cada minuto que passava minha angustia em saber sobre o soluço aumentava. Depois de quase duas horas, com o céu já tomado completamente pelas estrelas, Melequento lentamente começou a acordar.

—Melequento, cadê o soluço ? O que aconteceu ?

—Assim que saímos do depósito com os suprimentos que fomos pegar, ouvimos gritos de socorro vindos daquela pequena ilha que fica bem perto. Soluço e eu fomos até lá, quando já estávamos próximos jogaram redes em nossa direção, soluço estava mais próximos deles e foram capturados. Eu tentei resgatar eles, foi quando eu levei uma flechada e comecei a ficar zonzo ainda consegui escutar o soluço mandando que eu retornasse ao domínio. Eu apaguei alguns segundos depois.

—Eram caçadores ?

—Eu não sei Astrid, talvez sim, mas não são nada parecidos com os caçadores que o Viggo tinha.

—Bom, já fazem meses desde a morte do Viggo e não vimos nenhum caçador de dragões desde então.

—E nem Ryker também, talvez ele tenha sobrevivido ao estripador submarino Astrid e agora tem novos caçadores trabalhando para ele.

—Talvez Perna-de-peixe, você pode estar certo

—Não sei perna-de-peixe pode estar certo Astrid mas talvez não, pude ver alguns homens antes de ficar desacordado, eles eram diferentes, pareciam ser cruéis em um nível que nunca enfrentamos antes.

Eu sentia dentro de mim que algo de ruim poderia estar acontecendo e assim que melequento se recuperou completamente, preparamos os dragões que já estavam descansando e voamos até a ilha que fica próxima ao deposito. Mas já era tarde demais.

No local, apenas encontramos alguns barris velhos e com uma marca estranha não tinha nada dentro deles e também achamos restos de comida. Nenhum sinal de algo vivo naquele lugar e o pior é claro, soluço não estava  lá. Dei a ideia de procurarmos por ele nas ilhas mais  próximas, mas não achamos nada, nenhum sinal.

Soluço

—Já é o suficiente melequento, podemos voltar.

—Que ótimo ! Como se eu estivesse animado para comer a comida da cabeça quente.

—Mas você não elogiou a comida dela ontem ?

—Eu apenas estava sendo educado soluço.

Me lembro da forma em que melequento estava falando com a cabeça quente ontem, não parecia apenas ser educação, parecia mais, só não sei definir bem o que era.

Terminei de juntar tudo que estamos levando do depósito para o domínio enquanto melequento tem algum tipo de discussão com o dente de anzol. Pensei que eles dois já haviam tido uma conversa hoje pela  manhã antes de virmos.

Depois que tudo se cessou entre eles, melequento guardou todos os suprimentos que faltavam e em seguida levantamos voo.

—Socorro !

—Ouviu isso melequento ?

—Sim, acho que veio daquela ilha.

Como estávamos muito alto, nenhum de nós conseguiu enxergar perfeitamente se realmente o grito por ajuda vinha daquela ilha. Decidimos, por via das dúvidas, descer e verificar.

Quando já tínhamos descido o suficiente e as nuvens que estavam ao nosso redor se dissiparam, fomos surpreendidos por redes sendo lançadas em nossa direção. Foi tão rápido consegui desviar de uma, mas outra pegou a mim e banguela. Enquanto caiamos, pude ver homens armados com espadas e clavas esperando pelo nosso impacto. Vi rapidamente que melequento não havia sido pego e estava voando na minha direção para tentar me salvar.

—Não! são muitos, volte para o domínio e avise aos outros !

Consegui ver dente-de-anzol que entendeu meu comando retornando para a direção do domínio. Caímos no chão com muita força a rede era muito pesada diferentes das redes que o Viggo usava para capturar aquilo que ele bem quisesse.

Fomos cercados pelos homens que nos esperavam. Sem quererem perder tempo prenderam a mim e ao banguela, não havia muita coisa que eu poderia fazer.

Não reconheci nenhum dos rostos que estavam a minha frente, até um homem encapuzado surgir. Era ele, o caçador de recompensas que havia me capturado quase um ano atrás quando Viggo colocou minha cabeça a prêmio.

Eu me lembro da última vez que o vi, ele desapareceu do nada pensei que tivesse morrido talvez, mas pelo que vejo estava enganado.

—Eu me lembro de  você.

—E eu de você soluço. Ouvi por alguns arquipélagos que você matou os irmãos Grimborn.

—Eu não os matei, foi um acidente.

—Com ambos ? Irei fingir que acredito no que diz, mas iremos conversar depois, temos uma longa viagem pela frente.

Senti uma picada em meu pescoço e não demorou para minha visão começar a ficar turva. A última coisa que vi foi banguela na minha frente amarrado e sendo levado a um navio.

Astrid

Uma semana já se passou, sete dias de angústia e ainda não conseguimos encontrar nenhuma pista do soluço ou do banguela e tão pouco dos homens que os capturaram. Stoico, Dagur e Heater vieram nos ajudar a procurar por eles.

Hoje, nos preparamos bem cedo, dividimos novamente três grupos de busca. Já vasculhamos por todas as ilhas que ficam ao redor  de todo o deposito e mesmo com Melequento detalhando o máximo que pode para nós do pouco que viu naquele dia, cada detalhe sobre os homens que os capturaram, não achamos nada. Naquele momento todos do arquipélago já sabiam sobre o que havia acontecido, até a rainha Mala nos ofereceu apoio.

—Vamos seguir pelo lado sul dessa vez e não se esqueça de prestar atenção em cada ilha melequento, como aconteceu ontem.

—Eu só me distrai Astrid, como se isso acontecesse sempre. Os gêmeos não vão com a gente como ontem ?

—Não hoje eles irão com o perna de peixe. Pronto ?

—Sim

Melequento e eu voamos novamente para tentar encontrar soluço e banguela. Para mim, não estava sendo nada fácil tudo aquilo, tão pouco para Stoico, que também está sofrendo com o desaparecimento do seu filho. Quando soube ficou irado. Quase que destrói quase todo o grande salão de Berk, agora uma semana depois, seu rosto denunciava a tristeza que estava sentindo mas não perdia a esperança de acha-lo.

Enquanto voávamos sobre uma área que já tínhamos vasculhado anteriormente, avistei de longe alguma coisa na praia de uma das ilhas daquele local. Disse para Melequento me dar cobertura enquanto verificava, mas sem me escutar desceu rapidamente e pousou na pequena ilha.

Fiquei surpresa ao encontrar barris iguais aqueles que achamos no local onde soluço foi capturado.

—Astrid, são iguais aos barris que encontramos naquela ilha.

Assim que pousei com tempestade percebi que realmente os barris que foram deixados eram exatamente iguais a marca estranha era a mesma.

Começamos a andar pela ilha tentando encontrar mais vestígios deles. O lugar não era tão grande mas tinha uma vegetação bem densa e quanto mais avançávamos para dentro, uma neblina com um cheiro estranho que nunca havia sentido antes nos cercava completamente. Eu e melequento nos deparamos no meio daquela floresta um grande acampamento e nos escondemos rapidamente atrás de uma grande rocha.

Um grande caldeirão sobre uma fogueira estava localizado no meio do acampamento. Tomando cuidado nos aproximamos mais, não precisei que melequento me confirmasse que aqueles eram as pessoas que haviam capturado o soluço. Pois ele estava bem na nossa frente, muito machucado, em seu rosto sangue e além disso, amarrado de cabeça para baixo a uma árvore.

Soluço

Abro meu olhos e sinto eles bastantes pesados. Não sei a quanto tempo estou apagado e não faço a mínima ideia de como nem onde está o meu dragão.

Percebo que minhas mãos estão amarradas a uma estaca de madeira, olho em volta e vejo que estou no porão de um navio. Na minha frente, dois homens me vigiam, não falam nada e não demonstram nada, o caçador de recompensas aparece descendo a pequena escada com mais dois homens, será que todos eles trabalhavam para aquele caçador?

—Vejo que acordou.

—Onde está o meu dragão ?

—Ele está bem e sendo cuidado e principalmente, ainda está vivo.

—Quem é você e o que quer ?

—Tantas perguntas. Quem eu sou não lhe interessa. E com você soluço, só desejo fazer algumas perguntas como : Onde você conseguiu aquele fúria da noite ?

O caçador que não teve a decência de me falar quem era, me encarava esperando uma resposta.

—Onde eu o consegui não lhe interessa. 

O homem começou a gargalhar como se a minha resposta tivesse sido a piada mais engraçada que ele já ouviu na vida.

—Tem senso de humor. Eu também tenho, e também sou bem paciente, então irei perguntar novamente. Onde conseguiu aquele fúria da noite ?

—Por que tanto quer saber ?

—Digamos que quero ter uma garantia, um só não seria o suficiente para o comprador que o encomendou?

—Então você não é só um caçador de recompensas, também é um caçador de dragões.

—Eu sou o que for necessário para conseguir um bom dinheiro.

—Como exemplo vender o banguela.

—"Banguela" você dá nomes aos dragões? Coisa ridícula. Na verdade estou mais interessado em vender a pele do seu dragão, não sei se sabe mas a pele de um fúria dá noite é a mais resistente comparada a todos os outros. Então mais uma vez, onde conseguiu aquele fúria da noite?.

—Mais uma vez, isso não lhe interessa.

O homem me olhou com um sorriso no rosto, com certeza escondia seu verdadeiro sentimento por detrás dele. Alguém começou a descer as escadas para aquele porão, chamou o caçador e lhe falou algo, em seguida subiu as escadas de volta ao deck e se dirigindo as quatro pessoas que estavam lá disse.

—Chegaremos em breve ao local marcado, preparem para que tudo seja desembarcado, iremos acampar na ilha durante alguns dias. Amarrem ele em um local e tentem tirar dele alguma resposta. Tenho que tratar de um assunto. Façam o que bem entenderem, só não o matem sem a informação que preciso.


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