Psi-Cullen (Sunset - pôr-do-sol) escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

~o julgamento pt 2
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 PdV de Caroline

...Quando foi minha vez de falar eu disse o que aconteceu e mostrei a cicatriz na minha perna.

— Ela deve ter feito algo para merecer – diz o advogado de defesa.

Papai e mamãe, Carlisle e Esme, se entreolham indignados, pois nada justificaria tamanha violência ainda mais contra uma criança. Um homem forte adulto sobre uma frágil menina. Ainda que seja sua filha ele não pode fazer o que bem entender. Há limites para a autoridade dos pais, e o limite é esse, quando coloca em risco a vida do filho.

— Nada justifica esse ato de extrema violência e além do mais não estamos aqui estudando vitimologia, meu caro colega - diz nosso advogado. – Isso foi um abuso do temor reverencial que os filhos têm pelos pais. Por isso houve a perda do pátrio poder (poder parental). Foi um preter dolo que esse senhor cometeu contra a vida da própria filha. As conseqüências de sua ação foram muito mais graves do que ele pretendia e por pouco não ocasionaram a morte da minha cliente.

O defensor público veio me perguntar:

— Você tem certeza do que está fazendo?

Nosso advogado interrompe antes que eu possa responder:

— Com licença meritíssimo, mas o promotor está tentando coagir minha cliente.

O juiz bate o martelo:

— Ordem! – ele olha para mim e diz. - Responda apenas se quiser.

— Sim – faço uma pequena anuência a ele e me volto para o advogado em pé na minha frente. – Eu tenho dezesseis anos e tenho plena consciência do que estou fazendo, assim como ele também tinha consciência do que estava me fazendo. – gesticulo com um olhar de relance para o meu ex-pai, digamos. – Ele sabia que poderia ser preso, quis pagar para ver se eu iria ter coragem de denunciá-lo e eu tive. Com ajuda da minha psicóloga, mas tive. – Esme sorri levemente com a referencia a ela.

— E quem era a sua psicóloga?

— Minha mãe, quer dizer, minha mãe adotiva— eu olhei para Esme antes de dizer essa palavra porque ela sabe que para mim ela é minha mãe agora. E pelo jeito que ela me retribuiu o olhar, ela entendeu o que eu quis dizer.

— Isso foi um tipo de coação senhor juiz! – diz o advogado de defesa.

— Não, não foi não. Minha cliente apenas ajudou a menina com os tramites legais, não a induziu a tal e nem muito menos forçou o pai dela a fazer o que fez com a própria filha – diz o nosso advogado em meu socorro.

Meu pai se exalta e me insulta:

— Sua vagabunda, deveria ter morrido quando nasceu.

O juiz bate seu martelo:

— Ordem no tribunal – diz olhando para o advogado de defesa.- Contenha seu cliente. As provas são contundentes, vamos ao veredicto dos jurados.

Os jurados se levantam então, saem um a um e se reúnem numa sala anexa ao auditório. Esme e Carlisle vêm ao meu encontro, então eu me levanto e eles me abraçam cada um por um lado de mim, me sinto como o recheio de um sanduíche.

— Você está bem, querida? – me pede Esme.

— Vai ficar tudo bem, criança – diz Carlisle.

Quando ele me chama assim eu esqueço por um instante de onde eu estou. Afinal, não há mais porque ficar apreensiva, já foi. Acabou. Quer dizer, só falta a decisão do juiz. Mas não deve ser tão aquém do esperado, ao menos para a nossa parte. Para a parte da defesa provavelmente será péssima.

....

Após alguns minutos - o que foi rápido até, mas esse caso não é difícil - o juiz e os jurados logo em seguida do magistrado retornam para pronunciar a sentença. Sua excelência anda lentamente para sua posição e enquanto isso meu coração palpita. Esme e Carlisle devem estar ouvindo e isso é um pouco constrangedor, tenho de admitir. Cadê minha privacidade? Não tenho nem esse direito?

Meu ex-pai deve estar tão nervoso quanto eu. Bom, ele nunca precisou de muito para perder a paciência, se é que tinha alguma. Ele era como se pode dizer, pavio curto.

O meritíssimo proclama o veredicto: “declaramos o réu culpado e por isso ele está condenado por unanimidade a vinte anos de reclusão em regime fechado, sem recurso e sem fiança, por tentativa de homicídio por motivo fútil”.

Me viro para lançar um último olhar para meu ex-pai antes de ele ser levado para a penitenciária. Ele intercepta e sustenta meu olhar com dureza, como se dissesse que eu iria pagar por isso. Ele vai me matar quando sair da cadeia. Eu me escondo atrás de meus novos pais com medo.

Eu sei que isso é ridículo, ele pode até tentar me procurar depois, mas duvido que vai me encontrar. E, mesmo se encontrar, eu não serei mais tão indefesa quanto agora.

— Ele não vai mais te fazer nenhum mal, querida. Não se preocupe – diz Esme ao perceber o que está me assustando.

— Nós vamos protegê-la e jamais deixaremos ele chegar perto de você novamente – diz Carlisle, olhando para meu ex-pai furiosamente e alertando-o para não tentar nada contra mim porque ele vai me defender se for preciso.

— Eu vou matar você e todos que estiverem no meu caminho quando eu sair da cadeia, sua vadia. Você não perde por esperar. – Meu pai grita enquanto é algemado e conduzido pelos policiais para fora do tribunal.

Olho para ele da forma mais furiosa que pude respondendo a esse último xingamento. Espero que ele tenha entendido o alerta se não por mim, pelo olhar de papai. Nós não somos quem ele pensa que somos, ele se acha superior a qualquer um, mas não é assim. O mundo não é dele e ele manda em todos a hora que ele quer para fazer o que ele quiser. Ele que não tente vir atrás de mim porque vai ser pior para ele.

Se ele vier, não vou ter pena dele como ele não teve de mim. Eu vou ser uma vampira, e se ele me encontrar lá nos Estados Unidos, vou ter que me defender e serei obrigada a matá-lo.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

eu usei alguns termos do direito para deixar o texto mais adequado. as palavras estão em negrito mas eu expliquei o que significam na fala do advogado.
~~ a situação é inspirada pela minhas lembranças da vez em que eu participei de um juri simulado, acho que foi em 2010. claro que inseri Esme e Carlisle no contexto e eu não era nem ré nem testemunha, eu era uma das juradas.



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