Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 2
Capítulo 2 - Adaptação?


Notas iniciais do capítulo

Voltei meu povo! ... Sei que demorei um pouquinho, mas a semana foi complicada, mas o que importa é que temos um novo capítulo! Divirtam-se!



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O carro ia adentrando a fazenda devagar, seus olhos verdes se arregalaram quando viu através do vido do carro em um campo, muitos cavalos soltos, desfrutando aquele pequeno lazer no fim do dia, antes de voltarem para o estábulo. Olhou para o lado oposto e viu que havia um homem montado em outro cavalo enquanto um em pé no chão falava com ele e o instruindo na montaria. Em uma reação inconsciente, Emma apertava suas pelúcias contra o corpo e um imenso sorriso estampava seu rosto.

— Vejo que alguém ficou entusiasmada? – disse Ingrid olhando sua filha. A menina tinha um brilho no olhar e um sorriso sincero.

— Nossa! Quantos cavalos lindos! – apenas exclamou sem prestar muita atenção ao que a mulher mais velha havia dito – Eu poderei chegar perto deles?

— Não só poderá chegar perto, como também poderá montá-los futuramente. – respondeu George feliz com a euforia da filha ao olhá-la brevemente através do retrovisor.

— Vocês não mentiram, quando disseram que tinha muitos cavalos! – disse Emma ainda olhando tudo com entusiasmo.

— Por que mentiríamos para você sobre isso? – a mulher mais velha perguntou confusa agora.

Emma encolheu os ombros – Não sei... – murmurou – Talvez para fingirem que gostam de mim, assim como os outros fizeram.

— Minha pequena... – foi a vez de George falar, assim que parou e desligou o carro perto dos fundos da casa principal – Não precisamos mentir, sabe por que? – ele se virou para a loirinha e esperou pela resposta, que balançou a cabeça negativamente – Porque não precisamos fingir que gostamos de você... – seus olhos verdes se arregalaram e começaram a se encherem de água – Nós já gostamos e muito de você. – ele passou a mão na cabeça dela fazendo um afago carinhoso, tentando espantar a tristeza.

— Isso mesmo, Emma... – reforçou Ingrid também fazendo um afago carinhoso no rosto da menina, limpando a lágrima que desceu pela bochecha – Nós já gostamos muito de você. – sorriu por fim.

— Eu também já gosto muito muito de vocês. – ela disse abrindo um pequeno sorriso.

— Então vamos descer, pois agora é hora de conhecer Eugenia. – disse o homem – Iremos jantar, depois banho e amanhã eu te levo para conhecer a fazenda, tudo bem?

— Sim. – respondeu ela feliz novamente, descendo do carro quando Ingrid abriu a porta traseira.

— Vamos entrar. – anunciou Ingrid oferecendo sua mão para que Emma a pegasse – Não se preocupe, você gostará de Eugenia. – disse quando viu que Emma mostrou um pequeno receio – E com certeza ela ira gostar muito de você também. – a loirinha passou as duas pelúcias para um braço só e pegou na mão que a mulher mais velha oferecia, sem dizer mais nada entraram pela porta da cozinha.

— Olha quem chegou! – disse Eugenia assim que olhou rapidamente por cima do ombro para quem entrava, logo voltando sua atenção para as panelas em cima do enorme fogão – Como foram as coisas lá em Boston?

— Veja por você mesma. – respondeu George ao fechar a porta atrás de si, quando passou por último.

— Só um minuto, se não queimo as coisas aqui e não teremos jantar. – respondeu a mulher de seus não mais que quarenta e poucos anos – Pronto! – disse alguns minutos depois apagar as bocas do fogão e finalmente se virar para o casal. Seus olhos se arregalaram surpresos – Meus botões! Que menina linda! – disse assim que se aproximou – Olá, eu me chamo Eugenia e você? – perguntou ao se abaixar para ficar na altura da garota.

— Não precisa ficar com vergonha. – falou Ingrid sorrindo quando Emma se escondeu atrás de suas pernas – Pode falar com ela. – passou a mão pelos cabelos loiros da menina. Os profundos olhos verdes se ergueram para ver a sua frente a mulher que havia se aproximado, e timidamente ela acenou com a sua pequena mão.

— Qual o seu nome? – perguntou de novo a cozinheira sorrindo para a garota, ainda não havia obtido uma resposta – Sabe, aposto que você tem a idade da minha neta Ruby.

Ingrid se abaixou também, abraçando Emma e a encorajando a falar com a senhora a sua frente – Vamos minha querida, diga seu nome para a Eugenia.

— Oi... – disse timidamente, apertando suas pelúcias contra o corpo – Emma. – sussurrou.

— Mas você tem um nome lindo, Emma. – sorriu mais ainda Eugenia – Quantos anos você tem? – Emma apenas abriu sua mão mostrando ter cinco anos – Não falei que você tem a idade da minha neta? – olhou as pelúcias - E aposto também que você adora cavalos? – a menina afirmou com a cabeça – Amanhã minha neta estará aqui e você poderá conhecer a fazenda junto com ela, pois ela também irá morar aqui comigo e vocês poderão ser amigas.

— Muito bem, então amanhã temos um compromisso marcado! – disse George – Vamos conhecer a fazenda, eu, você e a Ruby, tudo bem?

— Sim! – respondeu um pouco mais animada e menos tímida dessa vez.

— Vamos comer que a janta está pronta. – anunciou Eugenia ao se levantar – Ah antes que me esqueça, George, o Senhor Leroy quer falar com você depois do jantar. – o homem apenas assentiu com a cabeça.

—SQ-

— Vender a fazenda? – perguntou George surpreso.

— Sim... – respondeu Leroy com pesar – Eu não ando bem de saúde, já faz algum tempo... – fez uma pausa – E não tenho mais pique para continuar administrando, então resolvi vendê-la.

— Entendo, senhor. – respondeu George com o olhar triste – Como ficarão as coisas?

— Estou vendendo a fazenda para um amigo meu de longa data... – respondeu o homem mais baixo – Não se preocupe, pois uma das condições para ele comprar é manter os empregados... Vocês são ótimos empregados e não tem porque mandá-los embora.

— E você? – perguntou o homem mais alto, preocupado, pois ele havia se tornado um amigo de George.

— Eu irei para uma casa de repouso. – respondeu Leroy depois que soltou um longo suspiro – Não se preocupe, virei visitá-los, ou vocês poderão me visitar lá... Fiquei sabendo que você e Ingrid finalmente adotaram uma criança. – falou Leroy sorrindo, mudando o rumo do assunto.

— Sim, é uma linda garotinha, e se chama Emma... – respondeu abrindo um enorme sorriso – Agora ela esta tomando banho e amanhã eu apresento ela a você, e a levo para conhecer a fazenda, ela tem verdadeira paixão por cavalos.

— Então veio morar no lugar cedo. – falou Leroy feliz pelo amigo – Amanhã Henry estará aqui para conversarmos sobre a venda e gostaria que você estivesse presente para mostrar a ele melhor a fazenda, pode ser?

— Claro, sem problemas, é só mandar me chamar. – respondeu George. Ficaram ali mais algum tempo conversando.

—SQ-

— Você está nervosa? – perguntou Cora assim que chegou com Regina a porta da nova escola. A morena negou com a cabeça.

— Por que eu tenho que ir para a escola? – perguntou a menina de mãos dadas com a mãe – Se lá na nossa casa eu já vou para a escola? Achei que estávamos viajando, e quando viajamos, eu não vou para a escola.

— Meu amor, a mamãe já explicou isso para você. – respondeu Cora se abaixando e ficando na altura da filha – Apesar de estarmos viajando, nós iremos passar bastante tempo aqui, então você não pode ficar sem ir a escola.

— Mas aqui não tenho meus amigos. – reclamou a menina triste.

— Não... Mas poderá fazer novos amigos. O que você acha? – tentou incentivar a mulher mais velha. Antes que Regina pudesse responder, um homem parou ao lado de Cora.

— Olá Cora! – cumprimentou o homem de mãos dadas com uma garotinha loira e olhos azuis.

— Olá Senhor Midas. – respondeu Cora ao olhar quem a chamava.

— Por favor, apenas me chame de John. – pediu o homem – Não estamos no local de trabalho, e aqui não sou seu patrão. – fez uma pausa – Sou apenas o pai dessa garotinha.

— Como quiser, John. – Cora disse sorrindo e olhou para menina ao lado dele - E essa linda garotinha, quem é?

— Minha filha. – respondeu ele sorrindo – Se apresente meu anjo.

— Olá! Eu sou Kathryn. – falou a loirinha sem timidez nenhuma.

— Oi minha linda. – disse Cora amavelmente, sorrindo abertamente.

— Como você se chama? – perguntou Kathryn olhando para a menina ao lado de Cora.

— Me chamo Regina. – disse timidamente.

— Ela esta começando agora a turminha de cinco anos. – explicou Cora - Ainda estou um pouco perdida nessa escola. É nosso primeiro dia aqui, e não sei para onde vou.

— Que coincidência, Kathryn também está na turma de cinco anos. – disse o pai da loirinha, então se abaixou na altura da filha – Kathryn, porque você não ajuda a Regina a achar a sala de vocês? – ele pediu e a menina acenou com a cabeça e se aproximou da pequena morena.

— Regina, você quer ser minha amiga? – perguntou a loirinha ansiosa, a olhando. A pequena morena acenou afirmativamente com a cabeça – Que legal. Então agora somos amigas! – disse estendendo sua mão para a mais nova amiga – Vamos! Vou te lavar para a sala, e vou te mostrar todos os meus desenhos, e meus amigos também vão ser seus amigos.

— Tudo bem. – disse por fim Regina pegando na mão de sua mais nova amiga e saíram em direção da sala. Elas foram seguidas de não muito longe pelos dois adultos que observavam a cena e sorriam.

— Elas irão se dar muito bem. – comentou Cora andando ao lado do pai de Kathryn.

— Disso eu não tenho dúvidas. – riu John e continuaram caminhando até finalmente chegarem a sala e Cora conversar brevemente com a professora de sua filha. Depois os dois adultos partiram para seu local de trabalho, pois o dia ia ser longo.

—SQ-

O tempo foi passando lentamente. Henry não fez muitas mudanças depois que a comprou, ele manteve os mesmos empregados em suas mesmas funções, mas sempre conversava com todos e aos poucos a fazenda foi ficando do jeito que ele queria. Notoriamente ela foi se tornando conhecida principalmente no ramo de comércio de cavalos, as aulas de montaria ainda não era tão conhecida assim, mas ele pretendia mudar isso o mais rápido possível. No passar dos anos, Henry abriu mais uma frente de seus negócios, pois havia acabado de formar uma pequena equipe de treinamento para campeonatos, que a principio não visava prestígio, mas sim se consolidar para depois crescer. Em uma manobra de negócio um pouco mais ousada, recentemente aos fins de semana passou a abrir para visitação e passeio. Henry conseguiu erguer seu império de cavalos, como ele chamava para si, a partir de uma simples fazenda. Agora ela tinha praticamente o triplo do tamanho quando ele a comprou, e aumentaria mais ainda, pois havia acabado de comprar a fazenda ao fundo da sua e já estava com todos os planos prontos para ampliaçao. Seu amigo Leroy, não durou muito na casa de repouso, e logo veio a falecer. Apesar da distância Henry nunca deixou de estar perto de sua filha, uma vez ao mês ele passava uma semana a uma semana e meia com ela. Poucas eram as vezes Regina fora visitar o pai, pois geralmente era ele que o fazia. Quando ela tinha idade suficiente para entender, ele e Cora finalmente explicaram a situação para a filha, pois apesar de viverem separadamente eles nunca assinaram os papéis do divórcio, mas depois de alguns anos a frente eles entraram em um acordo e acabaram por assinar os papeis do divórcio.

Regina cresceu e se tornou uma bela mulher, cursou direito na universidade de Stanford, apesar dos protestos de sua mãe que tentou influenciá-la a cursar arquitetura. Desde o primeiro dia que conheceu Kathryn, elas nunca mais se separaram, fizeram o ginásio, colegial e inclusive o mesmo curso na mesma universidade. Regina acabou por se especializar em direito empresarial, e Kathryn se especializou em direito da família. Uma foi para a outra a irmã que não nunca tiveram e sempre juntas viveram muitas situações. Ela e a amiga se formaram com louvor e isso abriu muitas portas no mercado de trabalho, e devido aos seus esforços receberam uma proposta de emprego do famoso escritório Mr. Gold em Boston, entre outras. Não pensaram duas vezes, no dia seguinte estavam de malas prontas e embarcando no avião rumo a Boston. No começo fora difícil adaptar, mas agora depois de alguns anos ali, seus trabalhos eram reconhecidos e suas carreiras estavam começando a crescer. Ali elas conheceram Robin, ele era advogado criminal e trabalhava junto de seu pai, o Senhor Gold. Os três juntos resolveram abrir seu próprio escritório de advogados. O escritório Mills & Midas e Associados começou pequeno e em praticamente sete anos cresceu consideravelmente e ganhou respeito e prestígio perante os outros escritórios e advogados, passando a ser um dos escritórios mais conceituados de Boston, mesmo em tão pouco tempo.

Nesse tempo Regina se sentia incompleta, mesmo se realizando profissionalmente. Um dia em seu apartamento, descobriu que gostaria de ser mãe, e no dia seguinte já estava em um clinica de fertilização para saber todos os procedimentos. Não demorou muito e ela se descobriu grávida de dois meses quando subitamente passou mal. Mesmo ficando sobrecarregada, afinal fazia apenas dois anos que ela juntamente com seus amigos abriram o escritório, mas isso não a impediu de continuar trabalhando ou mesmo se dedicar a maternidade. Hoje seu pequeno filho estava com quase cinco anos. Era sua alegria maior e orgulho, e o tesouro maior de seu avô. Cora mesmo no começo achando aquilo uma loucura sem precedentes se afeiçoou ao seu neto. O pequeno Henry uma criança dócil e muito educada.

Com muita insistência tanto da parte de Robin, quanto de sua mãe, Regina acabou por aceitar namorar Robin, que logo se desenvolveu para um noivado, e isso já durava três anos. Ela gostava de Robin, mas não o amava perdidamente.

—SQ-

Emma cresceu em meio aos cavalos que tanto gostava, era mulher de extrema beleza e simples nos gostos. Ela fez vários cursos para aprender mais e mais a arte de domar os cavalos, ela tinha um dom extraordinário. Juntamente com seu pai, aprendeu a fazer muitas coisas na fazenda e acabou se tornando o braço direito de Henry. Emma o ajudou a expandir a fazenda e os negócios, e sabia como ninguém como administrar aquela fazenda. Henry até se surpreendeu quando ela o sugeriu que abrissem de fim de semana para visitação, pois ele achou que essa ideia não vingaria, mas ela o mostrou que estava errado e os fins de semana eram sempre cheios na fazenda, vindo gente de todas as partes para visitarem e passarem um tempo agradável com a família ou mesmo em negócios.

Na época de colegial Emma teve a oportunidade de ir cursar administração na universidade de Nova Iorque, mas infelizmente não chegou a se matricular, pois nessa mesma época sua mãe falecera seguida de seu pai ficar muito doente, a impossibilitando de se afastar da fazenda. Mas ela não se deixou abater e mesmo depois que seu pai melhorou, ela fez vários cursos técnicos de administração e ajudou a solidificar mais ainda os negócios na fazenda. Tanto seu pai quanto Henry tentou a incentivar a ir para a faculdade, mas ela sempre saia com a resposta de que já estava velha demais para essas coisas. Henry gostava de brincar falando que ele sabia administrar, mas era extremamente desorganizado e quando Emma entrou em sua vida, ela colocou organização em tudo e tinha visão para negócios. Quando Henry ficou muito doente, ele deixou a fazenda aos encargos de Emma, que não o decepcionou e continuou a frente dos negócios da fazenda, mesmo depois que ele melhorou achou por bem deixar tudo nas mãos de Emma, apenas fazia alguma consultoria quando ela o pedia.

Como Eugenia havia dito, Emma e Ruby cresceram melhores amigas, uma sempre cúmplice da outra. Ruby fora estudar medicina veterinária e havia voltado para a fazenda assim que se formou, pois Emma a ofereceu o cargo chefe de médica veterinária da fazenda, pois com o aumento das atividades, fora preciso aumentar o numero de veterinários para dar contar e não sobrecarregar ninguém. A amizade das duas, apesar da distância as vezes as separarem, nunca mudou com o passar dos anos. Ruby contava seus casos amorosos, assim como Emma também o fazia.

A loira se considerava como um cavalo selvagem, no sentido de não se apegar, era difícil ela se fixar em um relacionamento sério que durasse mais que uma semana. Principalmente porque as poucas mulheres as quais se relacionou, sim ela era assumidamente lésbica, só queria ficar junto por interesse, achando que a fazenda fosse dela, e quando descobriam que Emma era apenas uma funcionária elas achavam um jeito de terminar o “namoro”. E isso foi minando sua visão de relacionamentos sérios, mas não significava que não tivera alguns casos, e como a palavra mesmo diz, casos, todos passageiros. Talvez a única que durou e ainda dura, seja o relacionamento com Lily, filha do prefeito de Storybrooke, por mais que Emma tenha deixado claro, que o que elas têm é apenas sexo casual, a morena sempre imaginou um algo a mais.

Atualmente Emma andava preocupa, pois o senhor Henry não estava muito bem de saúde, e inclusive havia pedido a presença de seus advogados, pois estava pensando em fazer seu testamento e deixar tudo certo para quando ele não estivesse mais vivo. A loira sabia que ele tinha uma filha, mas não a conhecia, as poucas vezes que ela viera para a fazenda Emma estava fora fazendo seus cursos, então nunca teve a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, apenas pelo que Henry falava com orgulho dela. Havia muitas fotos na sala, mas todas de quando era criança e nenhuma de sua fase adulta, e sabia também que tinha um neto o qual sempre colocava um imenso sorriso no rosto do senhor, mas infelizmente com a vida atribulada da filha quase não o via.

—SQ-

Regina se deixou cair pesadamente em sua cadeira confortável da sala de seu escritório, atrás de sua grande mesa. Apoiou os cotovelos sobre a mesma e começou a massagear as têmporas, tentando inutilmente afastar uma grande dor de cabeça. Soltou um longo e cansado suspiro. Aqueles dias estavam sendo difíceis. Ela mesma estava envolvida com um grande caso de uma empresa de produtos do qual ela não saberia dizer, mas saberia dizer que o que o dono fez estava errado e ele a havia contratado para provar o contrário, e isso consumiu praticamente todo seu tempo durante uma semana e meia. De acordo com as normas do estabelecimento um dos funcionários fora mandado embora depois que sua invenção fora patenteada por essa empresa, assim ganhando todos os lucros, mas o próprio funcionário havia achado uma brecha no contrato que dizia que o produto era dele e que o que a empresa havia feito era roubo, e assim começou a guerra nos tribunais, até ambas as partes entrarem em um acordo que os beneficiariam.

— Dia difícil? – disse Kathryn entrando na sala.

— Eu diria caso difícil... Mas finalmente acabou. – respondeu a morena olhando para sua amiga que havia se sentando a sua frente – Dias difíceis... E para piorar ainda tem Robin... – fez uma pausa passando as mãos pelos seus cabelos, que iam um pouco abaixo do ombro, e se encostou a cadeira – Que perdeu mais um caso, que praticamente estava ganho para nós. Ele está começando a perder a credibilidade, e consequentemente perdendo clientes, e com isso levando nosso nome junto.

Kathryn suspirou profundamente - Então precisamos conversar com Robin e saber o que está acontecendo... – outro suspiro.

— Você tem algo a mais para me contar? – perguntou Regina olhando para sua amiga, sabia que tinha mais coisa.

— Tem dois advogados a sua espera. – disse a loira por fim, e a morena a olhou interrogativamente – Eles estão atrás de você tem alguns dias, mas não conseguiram te encontrar por você quase não estar aqui no escritório devido a esse caso o qual estava trabalhando, você estava praticamente incomunicável.

— Advogados do meu pai? – ergueu uma sobrancelha questionadora – Você sabe do que se trata? – perguntou e Kathryn titubeou, mas negou com a cabeça, na realidade ela tinha acabado de ficar sabendo, mas achou melhor os próprios advogados falarem – Bom, então vou deixá-los entrar. – pegou seu telefone e pediu para sua secretária deixar os dois homens entrarem.

— Boa tarde, Senhorita Mills. – cumprimentou os homens assim que entraram.

— Boa tarde. – respondeu de volta e ofereceu as duas cadeiras vagas a sua frente para eles se sentarem – O que devo a visita de vocês aqui? Sei que vocês são advogados de meu pai.

— Sim Senhorita Mills... – começou o homem um pouco mais velho que o outro – O que trago não são boas notícias, infelizmente... – fez uma pausa e Regina se quebrou – Você sabe que seu pai algum tempo atrás não andava muito bem de saúde? – continuou o homem, e a morena apenas concordou com um breve aceno – E infelizmente ele veio a falecer dias atrás.

— E porque só agora eu fiquei sabendo disso? – disse ela brava e se levantando da cadeira – Por que não vieram me dizer antes? – disse andando de um lado a outro, com uma mão na cintura e outra na testa, tentando digerir a informação.

— Nós tentamos entrar em contato direto com a senhorita, mas não conseguimos... – respondeu agora o homem mais novo – E também foi um pedido de seu pai que não falássemos nada sobre isso com você. Que só viesse entrar em contato com a senhorita quando ele falecesse.

Regina parou de frente para a grande janela de vidro de seu escritório, olhando para fora vendo o movimento nas ruas, e uma pequena lágrima escorreu por sua bochecha.

— Senhorita Mills, seu pai deixou tudo pronto para quando morresse... – disse o homem mais velho depois de alguns minutos de silencio no ambiente – Desde seu enterro até seu testamento, e essa é a outra razão de estamos aqui.

— Quando ele foi enterrado? – perguntou em um fio de voz, ainda olhando para a rua através da janela.

— Três dias atrás.

— Minha mãe já sabe?

— Sim... Ela também tentou entrar em contato com a senhorita, mas infelizmente não conseguiu.

Regina suspirou profundamente e limpou o restante da lágrima que havia descido por seu rosto, então se lembrou de todos os números e recados direcionados a ela que sua secretária a havia informado, mas como estava extremamente envolvida no recente caso, acabou por deixar de lado e depois daria a devida atenção, mas agora já era tarde. Outro suspiro profundo então se virou e voltou para sua cadeira – Onde ele está enterrado?

— Na cidade em que estava morando, Storybrooke.

— Vocês mencionaram um testamento. – disse depois de alguns minutos.

— Sim... – disse o homem mais velho, tirando um documento de sua pasta – Aqui está uma cópia dele, o original está no cofre da fazenda. – fez outra pausa assim que Regina começou a folhear o documento – Ele pediu uma última coisa... – ela levantou o seu olhar castanho do documento – O Senhor Henry pediu que você antes de tomar qualquer decisão, que olhasse para esse documento, não como um documento, mas sim como a última vontade de seu pai, um pedido dele a você. – sem mais os dois advogado se levantaram – Esperaremos por uma resposta sua Senhorita Mills. A senhorita tem uma semana a partir da data de hoje para nos dar uma resposta, caso contrário, tomaremos as precauções necessárias.

— Tudo bem... – disse Regina ao se levantar e acompanhar os dois homens até a porta de sua sala – Nessa semana irei analisar e entrarei em contato para que os senhores fiquem sabendo a minha resposta.

— Estaremos esperando. – respondeu por fim – Até mais. – e saíram da sala. Regina fechou a porta e suspirou profundamente, e assim que se virou deu de cara com Kathryn que a envolveu em um abraço apertado e sem perceber se deixou cair em um choro ressentido e culpado.

—SQ-

Emma estava sentada em uma cadeira de balanço na varanda da casa principal da fazenda, um copo de uísque na mão. Seu olhar estava longe, e seus pensamentos estavam a mil. Ela mal havia se organizado após o enterro de Henry quando os advogados a chamaram para uma conversa sobre o testamento de Henry. A loira havia pedido pelo menos mais um dia para ela para colocar as coisas e os pensamentos em ordem, mas os dois homens disseram que não podiam, pois eles ainda tinham que ir para Boston, atrás de Regina e dar as notícias. Assim que conversaram eles imediatamente partiram em viagem e ela tomou a liberdade de pegar um pouco da bebida e fora para a varanda da casa.

Um longo suspiro saiu de sua boca, assim que tomou mais um gole de sua bebida, então se encostou a trás no banco e pendeu sua cabeça para trás, fechando os olhos. Ela estava muito perdida naquele momento. Estava triste por perder seu amigo de longa data, praticamente um segundo pai para ela. O barulho da porta chamou sua atenção e ela viu Ruby sentar-se ao seu lado com um copo de uísque em mãos também.

— E agora? – perguntou a morena que apesar de agora não ser mais rebelde como era quando adolescente, mantinha as mechas vermelhas nos cabelos.

— Eu sinceramente não sei... – respondeu Emma após outro longo suspiro – Vamos continuar o trabalho e esperar.

As duas amigas ficaram ali mais um tempo, não precisavam trocar palavras para conversarem. Uma entendia muito bem a outra. Quando suas bebidas acabaram elas foram cada uma para sua casa respectivamente. Isso era uma coisa que Henry manteve desde os tempos de Leroy, em uma parte da fazenda havia pequenas casas para muitos dos trabalhadores, em uma dessas casas morava Emma com o pai, e na do lado morava Ruby e sua avó Eugenia.

—SQ-

A morena havia acabado de sair do banho. Estava exausta, tanto pelos problemas no escritório, quanto com a notícia que havia recebido. Vestiu uma camiseta e uma calça de moletom, o seu humor pedia roupas confortáveis hoje. Desceu até a sala e viu seu filho estava pintando um desenho que havia feito.

— Mamãe! – disse ele assim que ela se fez presente na sala – Olhe meu desenho. – mostrou a sua mãe. No desenho continha ela, Henry e um pequeno cachorro. Atualmente ele estava obcecado por um cachorro. Ela sorriu, se lembrando de que ela mesma nessa idade também implorou por um cachorro.

— Que lindo, meu amor. – disse ela amavelmente – Mas nós conversamos sobre isso já, por hora não podemos ter um cachorro.

— E quando poderemos ter um então? – perguntou ele esperançoso.

— Vou pensar direitinho quanto a isso. O que você quer jantar hoje? – perguntou Regina mudando o foco da conversa.

— Podemos pedir pizza? – perguntou Henry com olhos pidões para ela.

— Claro, vou pegar o telefone. – Regina aceitou, geralmente ela não deixava Henry comer esse tipo de comida, mas hoje ela não estava com cabeça para fazer comida.

Depois de jantados, Regina deu banho no menino, e o colocou para dormir. Henry pediu para sua mãe contar a história do cavalo Spirit, o menino tinha uma verdadeira fascinação por esse livro infantil, assim como o desenho. Ela sorriu, pois em alguma coisa seu pai havia influenciado em seu filho. Henry havia passado seu amor por cavalos para seu neto. E por falar em seu pai, ela lembrou que precisava analisar o testamento. Olhou para seu filho constatando que o mesmo já estava dormindo profundamente, ajeitou o edredom e beijou-lhe a testa antes de apagar a luz, sair do quarto e ir em direção ao seu escritório.

Regina se serviu de uma taça de vinho, pegou o testamento de seu pai e sentou-se na sua confortável poltrona ao canto da sala, ao lado de uma pequena mesa com um abajur. Depositou a taça sobre a mesinha e antes que começasse a ler o papel, lembrou-se que o homem mais velho disse última vontade de meu pai. Ela soltou um longo suspiro e abriu a pasta com o documento. Ela correu os olhos na documentação e viu que a mesma tinha validade, então se dispôs a ler com mais calma.

Eu, Henry Mills, em pleno controle de minhas capacidades, faculdades e habilidades físicas e mentais, venho por meio desta, expressar minha mais profunda vontade, que de acordo com a lei... Regina continuou lendo o documento Deixo todos os meus bens, ou seja, minha fazenda e tudo que a ela pertence, para minha única filha Regina Mills. A morena soltou um longo suspiro, tomou um gole de seu vinho e voltou a ler a documentação, e tudo que fazia parte da fazenda, tanto em território quanto o que havia erguido ao longo dos anos. Mas deixo duas condições para que minha própria filha venha herdar a fazenda. A primeira condição é que ela fixe residência na fazenda por pelo menos um ano (365 dias), e ao findar esse ano comprovadamente, ela será oficialmente a beneficiária. Mas caso isso não venha a ocorrer, minha fazenda passar a ser de Emma Swan.  Regina parou naquele nome – Quem é Emma Swan? – murmurou para si – E como assim eu tenho que morar um ano inteiro no meio do mato? – perguntou incrédula. Ela mesma se considerava uma pessoa muito urbana, apaixonada por cidades grandes, gente, caos e tudo o que as cidades grandes oferecem. E nunca se viu morar em uma cidade pequena, e muito menos em uma fazenda, no meio do mato, rodeada por verde e cavalos. Ela desde criança sempre gostou de cavalos, mas não ao ponto de se ver rodeada por eles. Gostava de passar alguns dias na fazenda de seu pai, mas era isso alguns dias, e não um ano todo. Soltou um longo suspiro e deixou esses pensamentos de lado e voltou sua atenção ao testamento Minha segunda condição é que Emma Swan continue na administração da fazenda durante esse ano em que minha filha fixará residência na mesma. Regina soltou mais um longo suspiro, tomou mais um gole de seu vinho e continuou lendo o documento. Após o terminar de ler, ela tomou o resto do vinho e olhou um ponto qualquer na sala e deixou seus pensamentos analisarem o que havia acabado de ler.

Ela pensou nos últimos dias que passou. Pensou nos prós e contras de se deixar o escritório, pois aquilo havia se tornado sua vida, mas também tomava muito de seu tempo. Nesses dias que estava trabalhando nesse complicadíssimo caso, perdeu a chance de ver uma peça que Henry estava participando na escola, pois quando se deu conta, havia perdido a hora por estar analisando a documentação para apresentar nos tribunais dias depois. Isso deixou seu filho muito chateado. Sem falar de algumas outras pequenas coisas que ela acabou perdendo da vida se seu filho, por causa dessa entrega maior de seu tempo ao trabalho que a sua família. Perdeu a chance de ir ao enterro do próprio pai, por causa do, agora maldito, caso. Ela percebeu que devido ao seu trabalho ocupar boa parte de seu tempo, ela estava perdendo a melhor fase de seu filho, estava perdendo as pequenas coisas que ele estava conquistando. Enfim, ela analisou mais alguns pontos e ponderou que por mais que tenha feito seu nome ser respeitado, se perguntou o preço que pagou por isso, e o que mais ela poderia perder para continuar com tudo isso. Ela estava disposta a continuar pagando esse preço? Agora ela não podia mais pensar somente nela, também tinha que pensar em seu filho, será que ele gostaria de morar em uma fazenda? Ele se adaptaria com esse modo de vida? O que um ano poderia mudar em suas vidas? E ainda tinha Robin, seu noivo. Soltou um longo suspiro. Nessa hora ela desejou estar solteira, mas por impulso havia se jogado de um namoro para um noivado. Ela precisava conversar com ele sobre o escritório e também sobre o testamento. Eram tantas perguntas que Regina resolveu para tomar essa decisão no decorrer dessa semana que ela tinha de prazo, e ela também conversaria com Henry e saber da opinião de seu filho. E com esses pensamentos ela arrumou suas coisas e foi para seu quarto dormir.


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Notas finais do capítulo

Temos um pouco mais sobre a infância de Emma e Regina, mas não se preocupem durante o decorrer da história teremos flashback contando mais.

No próximo capítulo teremos finalmente o tão esperado encontro das duas!

Espero que tenham gostado e até o próximo! o/



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