Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 46
O local está marcado com um "X"


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, milhares de desculpa pela minha demora, mas vocês precisam entender que essa época natal e ano novo é horrível pra mim postar, mas eu me sinto culpada por que eu precisava avisar vocês. Então booa leitura, eu converso com vocês lá em baixo ;)



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Você pode pensar que quando Dan disse que a volta para casa era o momento mais perigoso da vida de um meio-sangue que ele estava brincando. Eu sinto lhe informar que não ele não estava brincando. Se você acredita que existe a possibilidade de você ser um meio-sangue, eu lhe aconselho a tomar muito cuidado à volta para casa, mesmo que não seja o acampamento, pode ser perigosa.

Tivemos que caminhar de volta a estação de trem, por sorte era uma das poucas missões que não trabalhávamos com um relógio, girando em contagem regressiva. Não tínhamos dinheiro para pagar o trem, e sem duvida não tínhamos outro meio de voltar para casa. O tamanho do nosso grupo havia aumentado então era impossível passar despercebido.

Muitas pessoas quando passávamos, seguravam as bolsas mais forte e homens tiravam a carteira do bolso traseiro e colocavam no dos internos dos paletós. Eu jamais poderia tirar a razão deles. Por mais que Mike fosse bem apessoado, sua camiseta estava suada e com grandes manchas, Clarisse que usava uma blusa branca, a tinha desgastado com manchas parecidas com a de Mike. Nós, os outros, não estávamos muito melhores, arranhões por toda parte, e nossas roupas estavam igualmente sujas.

- Não temos dinheiro. – disse parando no meio da estação.

- Jura?! – disse Clarisse carregada de ironia.

Deuses, nessas horas eu sentia falta de Luiza. A única coisa que ela fazia era dar olhares mortais, cortes de vez em quando e ficar emburrada algumas vezes. Já Clarisse com filha legitima de Ares, tinha um dom de irritar sempre que abria a boca.

- Bom, eu tenho um plano. – Clara disse com os olhinhos brilhando.

Obvio que tinha. Devo admitir que eu esperava que a qualquer momento Clara dissesse algo do tipo. Desde que a conheço e posso dizer que isso é a um bom tempo, ela nunca fora uma criança das mais quietas. Normalmente ele inventava alguma brincadeira nova, talvez não tão nova para as outras crianças mas eram novas para mim e isso que importava.

- Conte logo, estou começando a ter nojo de mim mesma. – disse Flávia puxando as próprias roupas.

(...)

Era isso. O próximo trem para Nova York partiria por volta das duas da tarde. Isso nos deu a possibilidade de comer mais um pouco até a hora. O que no momento precisávamos era saber se o trem passaria vazio, tudo estava planejado, mas se o trem fosse para Nova York lotado não teríamos um vagão para usar.

Mas acho que mesmo sendo meio-sangue a sorte estava do nosso lado.

- Espero que não cancelem a nossa viagem. – uma mulher que usava um terninho e tinha aparência de executiva disse para outra com roupa parecida.

- Por que cancelariam? – elas estavam sentadas num banco próximo a nós.

- Você sabe, normalmente é uma ida feita por executivos. – ela explicava para amiga como se fosse uma coisa obvia. – E pelo que a moça me disse nem metade do trem estava ocupado.

- Ah, você fala por que poderiam achar caro demais fazer a viagem? – disse a outra.

- É... – ela concordou.

Perfeito. Com o trem ocupado só pela metade teríamos mais facilidade para entrar sem bilhete. O plano da Clara era bem simples de se executar, bastava saber se iríamos conseguir fazê-lo. Eu adoraria poder lhe falar agora, mas sou supersticiosa e não gosto de falar das coisas sem que elas estejam certas.

Peguei o pulso de Mike, para ver as horas naquele trambolho que ele chamava de relógio. Durante o caminho até aqui, ele ficara exibindo aquilo, dizendo que há dois anos atrás quando fizera dezesseis anos, o pai dele, conseqüentemente meu pai, tinha da o relógio pra ele. Via as horas, dava a data, temperatura, tinha alarme e bateria recarregável no sol. Eu simplesmente respondi com o meu melhor sarcasmo “Posso morre agora, já vi a coisa mais legal do mundo”. Mas no fundo eu ficara pensando será que meu pai me daria algo quando eu completasse dezesseis anos?

- Legal, são vinte pras duas. – olhei pra Clara.

- Todos sabem o que fazer. Estão colocando algumas malas de passageiros que não carregaram na cabine no bagageiro. É a hora de agirmos, pois se tudo der certo devem estar passando para olhar os bilhetes. – Clara disse dirigindo-se ao posto dela.

Peguei a mão de Flávia e fomos fazer as nossas partes do plano. Com sorte ele daria certo. Chegamos até o senhor que colocava as bagagens no bagageiro.

- Moço, desculpe, mas para onde este trem vai? – perguntei chamando sua atenção.

- Nova York, garotinha. – eu tinha quinze anos e o cara diz garotinha?

- Hm. Eu queria saber, se tem como a gente ir pra casa? – perguntou Flávia.

- Claro. Comprando os bilhetes quem sou eu para negar, vocês tem bagagem? – enquanto ele falava conosco, nossos amigos subiam no trem pela por a qual ele estava de costas agora.

- Na verdade senhor, estamos com um problema. Nós somos primas e as nossas mães nos mandaram para passar um tempo com a nossa avó. Mas esqueceram de falar com ela, e acho que a vovó saiu para fazer alguma viagem com o grupo da igreja. – eu expliquei.

- Hm. Temos um problema, por quê? – ele disse passando a mão nos fios grisalhos da sua barba.

- Elas só pagaram nossa passagem de ida, acreditando que vovó nos daria dinheiro para volta, mas estamos sem dinheiro e pretendemos voltar para casa. – explicou Flávia.

- Vocês têm alguém em Nova York? Por que não pedem dinheiro para essa pessoa? – ele disse se virando para ir a direção a porta, mas Clara, Liam e Dan ainda não tinham entrado.

- Senhor! – disse alto demais o fazendo sobressaltar-se. – Nós temos os nossos pais, mas eles são separados das nossas mães, e não queríamos dar mais um motivo para brigarem. – eu disse uma meia verdade.

- Hm. Certo. Mas eu precisaria ligar para algum de seus responsáveis. Não sei se vocês não estão mentindo. – ele disse nos encarando.

- Poderíamos fazer assim, ligamos para os nossos pais e eles nos buscam na estação de trem em Nova York. – sugeriu Flávia.

Isso logo fez com que meus olhos arregalassem, mas para não dar motivo para o senhor se preocupar ou pensar que estávamos mentindo, retomei minha aparência anterior pensando nas formas de matar a Flávia.

- Assim eles não brigariam, - completou Flávia, que quase se embolara na própria mentira – pensaram apenas que estamos voltando de viagem.

- Bom, por favor embarquem então. – ele disse parando ao lado da porta. – E vão para o ultimo vagão assim não trarão qualquer problema, e comerão depois que todos tiverem saído do vagão restaurante. Olhem os horários de lá e apareçam uma hora depois a comida estará servida, coloquem no microondas, é o máximo que posso fazer por vocês.

- Já está ótimo. – disse sorrindo.

- Obrigada. – Flávia disse depois de mim.

Caminhamos até a porta e entramos no trem. Ele tinha um cheiro bom, acho que de alguma madeira. O chão brilhava, resultado de vários produtos ali aplicado. Enquanto caminhávamos entre as cabines, muitas delas estavam fechadas com as cortinas azuis. Íamos procurando nas que estavam abertas, os nossos amigos.

Acabamos encontrando eles na penúltima cabine. A cortina tinha uma fresta aberta e era possível ver os cabelos loiros da Clara e a sua jaqueta de couro característica. Abrimos a porta e por pouco não apanhamos. Vou explicar. Tínhamos combinado que daríamos três batidinhas na porta da cabine, mas vendo que era a Clara, eu e Flávia acabamos achando desnecessário e então eles pensaram que éramos um dos funcionários do trem.

- Hey! – disse – Somos nós. – disse segurando o pulso da Clara que vinha na direção do meu rosto.

- Combinamos três batidas. – ela falou dando ombros e soltando o pulso.

- Sim... e vocês pretendiam espancar o funcionário? – Flávia disse com uma sobrancelha erguida.

- Não pensamos muito nisso. – falou Clara. – Simplesmente agi por impulso.

Franzi a testa e a olhei confusa. Sem duvida essa era minha amiga, nunca pensava nas consequências ela simplesmente agia. Na verdade nenhum de nós pensava muito nas consequências não éramos filhos de Athena.

- Então como foi? – Mike perguntou olhando para mim e para Flá.

- Tranqüilo. – ela respondeu.

- Em parte. – falei, lembrando da conversa que tivemos com o senhor.

- Por que Lola, foi bem tranqüilo. Não viemos problema algum para embarcar. E quando chegarmos lá é só os nossos pais estarem lá.... – seu tom de voz diminuía à medida que falava a frase.

Todos ficamos olhando para ela enquanto esperávamos ela raciocinar.

- Lola! – ela disse pulando pro meu lado – Desculpa! Eu esqueci! – ela disse dando tapinhas em sua testa.

- O que houve? – perguntou Dan. – Por que ta se batendo, Flávia? – Dan encarava Flávia confuso.

- É que o pai da Lola é um deus, e eu esqueci disso e acabei concordando com a ideia de ligarmos para os nossos pais nos buscarem na estação. – ela explicou. – É que a minha parte olimpiana vem da minha mãe, então meu pai é um mortal comum.

Todos me encaravam esperando que eu esboçasse alguma reação e eu não fazia isso. Eu não sabia o que pensar. Eu desceria na estação de NY e abraçaria um completo estranho, o chamaria de pai e rezaria para que ele não fizesse nada?

- Nenhum de nós pode chamar o pai? – Mike pensou.

- Impossível, Michael. – Liam não o chamava pelo apelido de maneira alguma. – Todos temos pais deuses. – disse sério.

- Que tal isso, o problema é da garota ela resolve. Eu vou dormir to cansada. – Clarisse disse bancando a idiota como sempre.

- Então vai pra outra cabine – Flávia disse ríspida. – Não precisamos de pessimistas e ignorantes aqui.

Por um momento pensei que Clarisse ia bater na Flávia. Seus olhos brilharam e era possível ver as chamas crepitando nos olhos dela. Sua mandíbula travou e seu corpo se inclinou na direção da garota de Afrodite. Porém ao contrario do que eu faria, Flávia inclinou seu corpo igualmente para frente, com uma das sobrancelhas erguidas. Sua pose como sempre mostrava que ela não tinha medo e esperava que Clarisse se retirasse.

Clarisse emburrada pegou a mão de Mike e saiu da cabine batendo a porta em seguida, mas antes pude ver o olhar de Mike que se desculpava. Os dois eram incrivelmente diferentes e eu nunca entendi como eles podiam estar junto. Era uma das coisas que a Annabeth deveria saber a resposta, ela era do tempo que eles eram os “heróis”.

- LÔ! Desculpa. – Flávia falava fazendo biquinho.

- Deixa, vocês vão para o acampamento e falam com o Quíron. Eu volto pro Texas e dou um jeito de conseguir dinheiro pra voltar. – dei de ombros.

- Como vai fazer isso? – perguntou Clara. – Vendendo o corpo? – ela disse erguendo as sobrancelhas.

- NÃO! Obvio que não! – disse afastando a imagem dos meus pensamentos. – Que nojo.

- Cara a gente vai pensar em alguma coisa. – Clara dizia com a mão no queixo.

- Tenho certeza que vamos. – falei.

Mas depois de duas horas em silencio, apenas parando às vezes para rir das piadas e das ideias absurdas do Dan, a certeza já não parecia tão concreta. Eu simplesmente não tinha o que fazer. Ligaria para o Olimpo, esperaria alguém atender, que com a minha sorte seria a deusa dos telefones, se ela existe, e pediria para falar com o deus do sol. Esse diria que tudo bem, ele me esperaria na estação de Nova York, por que afinal ele não tinha mais nada para fazer, o sol podia atrasar, talvez o meio-dia durasse algumas horas a mais e atrasaríamos os coitados dos chineses que teriam o dia amanhecendo às oito horas da manhã.

- Er... Lola. – Flávia me chamou – Eu odeio interromper seus devaneios. Mas temos que ir buscar a nossa comida. – ela disse franzindo o nariz.

- Pega o meu por favor? – disse fazendo uma cara pidona.

Ela revirou os olhos e saiu pela porta. Liam encarava o chão com o olhar vago. Dan encarava a porta e Clara tinha encostado a cabeça no encosto do banco e tinha os olhos fechados. Olhei pra cabine inteira pela primeira vez prestando atenção nela. O chão era de madeira clara. Os bancos tinham uma cor de mogno com almofadas brancas embutidas. A janela possuía cortinas que antigamente deveria ter o mesmo tom da cortina da porta, mas agora estavam desbotadas pelo sol.

Encostei minha cabeça na parede da janela. Aos poucos meus olhos foram pesando e a inconsciência foi tomando conta de mim. Não tive uma noite tranquila, sonhos de meio-sangue sempre dizem alguma coisa. Os meus, eu não sabia ao certo. Eles eram confusos mas Quíron gritava com a gente e nos chamava de irresponsáveis. Pra mim nada daquilo fazia sentido, quem costumava gritar com a gente era o Sr. D.

Acordei com o sol que entrava pela fresta da cortina desbotada. Senti logo em seguida um peso sobre as minhas pernas. Cocei os olhos e vi que era a cabeça de Liam, ele tinha deitado no meu colo e agora estava dormindo. Instintivamente passei a mão por entre os cachos do seu cabelo.  Ele não acordou nem esboçou nenhuma reação.

- Liam? – murmurei chamando ele.

No outro banco, Flávia tinha a cabeça encostada no ombro de Dan, que tinha a mão envolta em sua cintura. Clara mantinha a mesma posição que antes de eu dormir.

- Liam? – o chamei novamente.

- Hm? – ele falou abrindo os olhos repentinamente. 

- Há quanto tempo você está acordado? – perguntei olhando pra ele.

- Desde que você acordou. A propósito, obrigada pelo cafuné. – revirei os olhos.

Encostei no ombro de Liam e ele levantou. Agradeci silenciosamente e fui em direção à porta.

- Aonde você vai, Lola? – ele perguntou.

- No vagão restaurante, são dez horas deve ter o nosso café lá. – disse dando ombros.

- Temos comida aqui. – ele falou levantando a mochila.

- Sim, eu sei, mas o senhor ofereceu e eu o achei tão educado acho que podíamos fazer um esforço né? – e ele sorriu assentindo.

Girei a maçaneta e encostei a porta sem fazer barulho. Passei pela ultima cabine que era de Mike e Clarisse, assim me dirigindo para o vagão de trás. Era estranho fazer esse percurso sozinha, na verdade eu não andava sozinha normalmente. Empurrei a porta e entrei no vagão.

Ele parecia dos anos sessenta. Mesas redondas com banquinhos sem encostos estavam espalhadas sem uma ordem certa. Tinha um balcão clássico, em tons de vermelho, as janelas tinham alguns desenhos com néon. Bizarro. Era a única palavra pra descrever aquele salão. O trem inteiro parecia ser feito para executivos e pessoas com classe social elevado, e aquele parecia ser um vagão feito para classe baixa, de uma maneira que era inevitável não perceber as manchas de gordura nas mesas.

Uma mulher, pelo menos foi o que eu achei que era primeiramente, surgiu de trás do balcão enquanto eu procurava a comida que fora me prometida. Seu rosto continha rugas e seus cabelos curtos estavam desgrenhados.

- Posso ajudar, senhorita? – ela disse, sua voz era grave e ao mesmo tempo fina.

- Não sei ao certo. – respondi insegura, eu combinara que seria invisível.

- Me fale o que lhe aflige? – depois disso eu fiquei confusa nada me afligia.

- Nada, senhora, eu gostaria de saber, eu perdi uma coisa, não encontraste nada? – perguntei.

- Hm. Pode ser que sim. Pode ser que não. O que você perdeu? – mas ela não deu tempo de responder.

Virando de frente pra mim pela primeira vez, antes ela me encarava de perfil, pude ver que ela não pertencia ao mundo dos mortais. Se antes eu achava que ela era uma mulher, agora eu já não sabia ao certo como classificá-la. Metade de seu rosto e inclusive de seu corpo era feminino, porém a outra metade era masculino. Ela me fitava com um misto de curiosidade como se esperasse alguma reação exagerada minha e com um olhar intrigado por eu não estar falando nada.

- Algum problema? – ela disse, como se ela continuasse sendo a mesma pessoa.

- N-Nenhum. – gaguejei, tateando os meus bolsos.

- Sabe de uma coisa? – sua voz agora alternava do tom masculino para o feminino - Prometeram-me que eu não encontraria nenhum filho dos lá de cima. Mas vendo você aqui tão frágil e indefesa, não me resta outra opção se não me lembrar do meu passado.

- Desculpe? – minha cara devia esboçar confusão, pois era assim que eu me sentia.

- Você não deve saber quem eu sou. Nenhum meio-sangue sabe quem eu sou. Afinal é como se eu fosse invisível, aqueles que me conhecem morrem. – ela disse explicando. – Te contaria toda a minha história mas estou realmente precisando tomar providencias logo. Só para que saiba, você vai morrer em nome de seu pai. Ele e os traidores do olimpo me colocaram aqui.

Eu estava estática, não tinha a espada e as flechas tinham ficado na mochila. Ninguém viria atrás de mim tão cedo. Eu tinha entendido bem o que Mike e Clarisse faziam na cabine ao lado e eu posso garantir que não jogavam xadrez. Liam provavelmente tinha voltado a dormir e os outros não acordariam tão cedo.

Ela / ele pulou em cima do balcão e com a mesma destreza voltou para o chão agora à frente do balcão.

- Não vai se defender? – ela/ ele dizia com os olhinhos brilhando. – Nunca pensei que seria tão fácil.

Corri para trás da mesa de uma forma inútil de defesa, mas pelo menos atrasaria um pouco.

- Vamos brincar de pega-pega então. – ela/ ele disse vindo atrás de mim, enquanto eu ia indo para mesa de trás.

Quando tinha chegado a ultima mesa, meu pé trancou no pé de uma das mesas e eu caí sentada. Estava colocando me de pé quando fui empurrada brutalmente para o chão de novo.

- Calminha aí garota. Já chega de brincar, quero me vingar do seu pai e dos outros por terem me colocado aqui. – ela/ ele disse parando em pé a minha frente.

- Minha morte não vingará nada. – disse ríspida. – Sou apenas mais uma.

- Calada! – ela/ ele falou mais alto. – Sei muito bem que você é a filha mais nova de seu pai. Os caçulas sempre são os preferidos.

Ela continuou falando, mas eu não prestei atenção. Eu estava passando meus olhos por perto de mim procurando alguma coisa que pudesse me ajudar. Então eu vi que minha cabeça estava encostada na jukebox. O pé era de metal e estava solto.

- Então... é isso... o seu final. – ela disse se inclinando pro meu pescoço. Pude ver que ela carregava um punhal consigo.

Choquei minha mão no metal da jukebox e dei um soco. Ele não se desprendeu mas acabou afrouxando. Dei mais um mas sua mão já estava perigosamente perto da minha garganta. Com a mão esquerda tentei fazer força contra sua mão.

- Não vai adiantar, estou apenas deixando tudo mais lento e doloroso. – ela disse empurrando a minha mão na mesma hora que eu consegui soltar o ferro.

A minha sorte que ele era em formato de cone e tinha uma ponta num dos lados. Eu já podia sentir a lamina fria no meu pescoço e não demorou muito pra eu sentir uma dor latejante e um pequeno corte sendo aberto.

- Vou continuar cortando, eu preciso fazer um “x” seja uma boa garota e espere, seu papai precisa saber que fui eu. – ela disse.

Minha respiração já saia entrecortada. Meus olhos já pesavam. A única coisa que eu pensei em fazer foi colocar o pé da jukebox entre o meu peito e o dela, afinal ela estava quase com todo o seu peso em cima de mim.

Quando eu sentir a lamina de novo em meu pescoço e seu peso agora mais forte sobre mim, levantei minha mão encaixando entre duas costelas a ponta. Mas ao mesmo tempo em que seu corpo, ainda sem ver o que eu fazia, se largou sobre mim, a lamina terminou seu trabalho. Muito sangue já escorrera. Minha visão ficara escura.

Eu não enxergava mais nada, meus pensamentos não faziam sentidos, milhares de momentos passavam pelos meus olhos. Então um pensamento mais forte passou pela minha cabeça.

Dizem que quando se morre, sua vida passa pelos seus olhos. Adeus.


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Notas finais do capítulo

Gente. Eu peço desculpas de novo, mas me entendam, eu sou gaúcha e acabo de chegar em Santa Catarina/ Jurerê, mais precisamente, e ao invés de estar na praia estou aqui postando pra vocês.

Primeiro: Foi irresponsabilidade minha, não ter postado antes, mas esse capítulo acaba de ser finalizado.(31/12/2010 - 15:52)

Segundo: Feliz Natal, atrasado, mas vocês que fizeram companhia pra mim esse tempão merecem mesmo atrasado.

Terceiro: Não quis que nossa ultima postagem do ano fosse uma sem graça e que eu nem me despedi, e achei que ia ser pior se eu aparecesse com um aviso e as mensagens de boas festas sem capítulo.

Quarto: Feliz Ano Novo, obrigada por tudo que vocês me proporcionaram nesse primeiro ano de Nyah. E todos vocês que me reviewseiam/recomendam a fic foram muito importantes pra mim e sem duvida tem total importancia aqui. Que ano que vem seja perfeito para todos vocês, com muiiito dinheiro, saúde, paz, alegria e namorados (as).

Quinto: Acho que é isso. Eu me desculpo novamente. E que tal reviews? Nem que seja pra me xingar e coisinhas do tipo! To aqui pra ouvir e aceitar as criticas, mesmo que seja pra me encher de palavrão (só não xinguem a mãe tá? ela não tem culpa de eu ser negligente aqui, soaisjas)

— Dedico esse capítulo pra luiza brasil, parabéns por ter passado de anoo, 2011 não seria o mesmo sem você me apoiando por aqui. Obrigada pela recomendação e por me mandar tomar vergonha na cara e postar aqui logo. -



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