- Vem aqui... – disse me puxando. 

Ela era mais nova que eu, morena de olhos azuis, não pensei muito apenas a segui. Acompanhada de uma Flávia curiosa e uma Clara um tanto perturbada. Não sei bem por que mas fomos para a enfermaria. Continuei atrás dela, que fazia força no meu pulso me puxando. Chegando lá, vi as duas ultimas pessoas que esperava lá. Luiza e Paul. Ele tava machucado e ela tava do lado dele. Confuso no mínimo, e pra completar Angelina estava com os dois.

- Oi happy family. – disse debochada.

- Hilário, Lola. Mas estamos com um problema... – disse Angel.

- Certo, estou ouvindo. – disse prestando atenção.

- Paul quis dar de machão, brigando com o meu irmão Jack, e bem ele sofreu vários arranhões e um soco no nariz... – disse Luiza séria.

- Legal, Paul. Isso prova que você é inútil. – disse a Clara.

- Bem só restou você e ele dos filhos de Apolo... – continuou Angel. –

- E daí? – agora disse a Flá.

- Será que dá pra parar de interromper e ouvir?! CALEM A BOCA! – exaltou-se Luiza, que resultou numa risada marota da Flávia.

- Eu não trabalho no departamento médico galera, acho que os sátiros e as ninfas farão um trabalho melhor. – esclareci.

 - Por favor, Lolaaa... – disse a Angelina... garota mimada.

- Está bem, está bem. Mas ele vai ter que me ensinar a azarar as pessoas... eu o vi fazendo isso com um garoto de Hefesto.

- Depois vemos isso, anda logo, raio de sol – disse a Luiza.

Certo ela estava nervosa, espera aí, ela gostava do Paul? Segurei o braço dele, e não comentei nada sobre o que acontecia ou que achei que acontecia, murmurei o que deveria e não cicatrizou como sempre.

- A espada do Jack... é feita de que? – perguntei um tanto curiosa.

- Nunca falou... – disse a Luiza.

- Clara, Flávia venham comigo. De Néctar ou Ambrósia para ele. Angel, faça um favor, mantenha o Jack ocupado. – depois delas assentirem saí dali.

Fomos em direção ao local favorito dos filhos de Hefesto e de Apollo. “Artes e Ofícios” estava escrito em letras grandes, em cima da porta do grande galpão. Eu tinha ido ali apenas uma vez, mas aquele lugar sem duvida alguma me fascinava de alguma maneira. Os filhos de Hefesto trabalhavam com veemência. Cheguei aonde eu queria.

- Lino! – exclamei.

Um garoto maior que eu, bastante bronzeado de cabelos escuros e olhos igualmente. Com uma aparência um tanto assustadora tirou a mascara de solda que usava e sorriu.

- Lutz! Então, o que faz aqui? – perguntou curioso. Havia o visto uma vez, mas gostei dele logo de cara.

- Preciso de uma ajudinha... – disse envergonhada.

- Hm... estou ouvindo. – disse pensativo.

- De que é feito a espada do Jack?

- Qual Jack? O filho de Dionísio?

- Não, o de Ares. – disse Flávia pela primeira vez desde que entrara ali.

- Não forjamos a espada dele, ele simplesmente a tinha. Ganhou de alguém... não sei de quem, mas é uma espada legal.

- Meio mortífera não? – perguntou Clara.

Elas tinham atinado o mesmo que eu, mantinham a mesma linha de raciocínio.

- Sabe, poderia dizer olhando para ela apenas. Mas não tenho a chave do armário dele. – disse claro.

- Hm... precisaríamos de um filho de Hermes. – disse Clara. – Legítimo – ressaltou.

- Fica pra próxima, galera. Eles foram viajar, só ficaram os que esperam um pingo de coragem para ir até a fogueira. – disse a Flávia.

- Te avisarei se souber de algo. – disse Lino.

- Estarei esperando. Até.. – disse saindo. – Vocês pensam o mesmo que eu?

- Viramos as Spice Girls? Três Espiãs Demais? – disse a minha amiga animada.

- Quase. Mas saibam, o Paul ficou ferido bastante. Não era uma simples espada de bronze celestial. Ou de bronze celestial com o comum...

- Não vamos descobrir nada agora, não até o Dan voltar, então que tal uma escalada na parede? – propôs Clara.

- Vão precisar me ensinar. – falei enquanto caminhávamos.

- Não é necessário ensinar... – disse a Flávia.

Assim que chegamos a Clara subiu primeiro, ela tinha agilidade por ser pequena então se virava bem com as pedras que caiam. Não demorou muito e já estava no topo. Antes que eu amarelasse a Flávia tomou a dianteira. Ela era mais alta que eu, mas era esguia e tinha bons reflexos, se virou bem lá para chegar lá em cima, um pouco mais rápida que a Clara mas ela já estava acostumada a subir.

- Venha Lola! – gritou lá de cima.

Tentei três vezes até consegui tirar os dois pés do chão. Assim que fui subindo, se tornou um pouco mais fácil, porém assim que as pedras começaram a cair, meu braço foi acertado no mínimo três vezes e quando veio a lava só agravou a situação. No fim de uma meia hora cheguei lá em cima, com a roupa queimada e o braço dolorido.

- Então? – perguntei receosa.

- Uma hora... é tão decente. Agora vamos. – disse a Flávia enquanto saltava lá de cima e caia graciosamente.

Merda, qual a graça de subir pra depois cair?