O bebê Dragão escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 6
Primeiro dia no maternal




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P.O.V. Professora Danielle.

O ano letivo começou e dentre todas as crianças que eu já ensinei eu nunca tinha visto nenhuma como Sophie Cullen.

Ela fazia todas as tarefas com uma facilidade incrível. Ela entendia tudo logo de primeira.

Mas, não tinha muita paciência de esperar que eu ensinasse os outros alunos então ela pegava um livro na bolsa e ficava foleando, todos os dias ela vinha com um livro diferente.

—O que você está lendo hoje Sophie?

—Freud. O cara é um gênio. Sabia que ele é o pai da psicanálise?

Quando ouvi uma menininha de um ano dizer psicanálise eu fiquei sem palavras.

—Está mesmo lendo esse livro?

Como resposta a minha pergunta ela começou a ler em voz alta.

—Respondido?

—Como? Como você consegue ler Freud?

—Lendo.

—Você compreende o que está escrito ai?

—Melhor do que você. Freud é difícil para as mentes humanas.

Ela parou de falar e recomeçou a ler. Era muito difícil aceitar que uma criança de um ano estivesse lendo livros de Freud.

Bateu o sinal do fim do período e ela foi até a mãe que a recebeu de braços abertos.

—Como foi o primeiro dia na escola?

—Uma droga. Essa raça é muito burra.

—Sophie!

—Porque eu tenho que conviver com essa gentinha? Eu sei mais do que a professora!

—Eles são diferentes de nós Sophie, mas isso não os torna ruins.

—Não, só os torna burros.

—O nível de evolução deles é mais baixo que o nosso, mas deve se lembrar que o seu pai e a maioria dos que hoje são como ele nasceram humanos. Os seus avós, bisavós, tios e tias todos nasceram humanos.

—Eu odeio os humanos, eles se acham tão inteligentes mas na verdade são muito tapados. É muito raro um humano realmente inteligente, alguém que se destaque. Por isso eu gosto de Sigmund Freud, Galileu Galilei, William Shakespeare.

—Só que todos eles já estão mortos minha filha. Você tem que se socializar com gente viva.

—Mas, gente viva é chata. Mas, eu gosto da professora Danielle, ela é legal.

—Viu? E ela é uma pessoa viva. Ela é humana.

—É você tá certa.

—Viu? Nem todo mundo é ruim.

—Mas, ainda assim os mortos são mais interessantes.

—Claro.

A mãe deu risada como se aquilo fosse normal.

—Com licença senhora.

—Pois não?

—Já considerou levar a sua filha a um psicólogo? Ou um psiquiatra?

—Psicólogos e psiquiatras não ajudam. Não no nosso caso.

—Eu to com sede.

—Posso te pegar um copo d'água.

Ela deu risada e a mãe também.

—Não se preocupe, água não vai fazer a menor diferença. Vamos pra casa e hoje você vai comer um pouco de comida.

—Mas, eu não gosto de comida! Comida tem gosto de comida de hospital!

—Tem que comer pelo menos um pouco de comida humana.

O diálogo entre mãe e filha era inusitado.

—Mas, comida humana tem um gosto nojento.

—Eu sei, mas tem que comer poque se você não come você passa mal Sophie. O seu corpo precisa de comida mortal.

—Porque?

—Porque você é filha do seu pai. Contanto que mantenha uma dieta estável de sangue humano o seu corpo funciona normalmente ou seja, precisa comer.

—Tá.

—E não faça essa cara que hoje temos a sua festinha de aniversário filha. Hoje você faz um ano.

A menina ainda não tinha um ano e já lia Freud?!

Vi a mãe colocar a menina na cadeirinha dentro de um Ford Escape e sair dirigindo.

Mais tarde na reunião de professores a diretora da escola fez um discurso, mas eu não estava ouvindo, ainda estava em choque pelo fato da menina ler livros de psicologia e psicanálise ainda estando no maternal.

—Senhorita Carter!

—O que?

—Ouviu alguma palavra do que eu disse?

—Não, sinto muito.

—E porque não?

—Eu tenho uma aluna que lê Freud.

—Você dá aula no maternal.

—Eu sei. E uma garotinha do maternal lê Freud! Ela recitou um parágrafo inteiro do livro pra mim.

—Eu não acredito.

—Eu também não acreditaria se não tivesse visto com os meus próprios olhos e ouvido com os meus próprios ouvidos.

—E essa aluna tem nome?

—Sophie Cullen Mikaelson.

—E quantos anos ela tem?

—Nem um. Ela faz um ano hoje.

P.O.V. Elijah.

A festa de aniversário da Sophie foi incrível, a casa estava todinha decorada com coisas de criança, papel crepom. O tema do aniversário era fadas e como na nossa família nada é comum a festa da Sophie tinha fadas de verdade.

As fadas a concederam dons como presente de aniversário. O dom da beleza, o dom da graça, da gentileza e uma sereia lhe concedeu o dom de cantar.

A fada que lhe concedeu o dom da beleza disse:

—Fiz o melhor que pude, mas ela tem magia própria e sua aparência física já foi pré determinada. Eu fiz o melhor que pude com o que tinha.

—Obrigado Primavera.

—Disponha.


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