Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 36
Capítulo 36 - You are the Reason


Notas iniciais do capítulo

Dia 5 de novembro é meu aniversário e o inferno astral chegou aqui com tudo. Tive crise de rinite, bronquite e problemas musculares em um dos braços, por isso o atraso do capítulo. De qualquer modo, aqui está ele. Espero que gostem.



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Congelado era como estava meu mundo há três horas. Esse era o tempo que Roman havia saído de perto de mim e ido para uma cirurgia de emergência. Nesses longos minutos que se passaram, muita coisa se passou pela minha cabeça, mas a principal delas foi o desespero. Me lembrei de quando Patterson perdeu David e eu jurei para mim mesma que ia protegê-la e que iria fazer de tudo para que ninguém da equipe nunca mais passasse pelo que ela passou na época. 

Agora, lá estava eu passando pela mesma dor por causa do homem que eu amava. 

xxx

Por estar rastreando Roman, Patterson foi a primeira a chegar no hospital depois de mim e do Reade — este tinha ficado encarregado de ligar para Jane para contar parte do que havia ocorrido. Ao me ver e olhar nos meus olhos, entendendo a angústia e a dor que me cercava, ela cuidou de mim. Em silêncio, me levou para o banheiro, onde me ajudou a trocar de roupa e me livrar de tanto sangue. Ela também me abraçou e me acolheu sem pedir explicações. Ela sempre sabia do que eu precisava quando estava abalada. 

Já estávamos na sala de espera, a loira tinha ido buscar uma comida, embora eu não sentisse fome, quando a família Weller chegou com Aubree. Jane parecia abalada, Kurt preocupado e a menina tinha um olhar cheio de medo. Ao me ver, como quem buscava uma âncora para se segurar, ela correu em meu sentido. 

— Tia! Onde que tá meu pai? Ele tá bem? Por que ele veio para tão longe? 

Eram muitas perguntas difíceis a se responder para uma criança. Uma esperta, mas ainda criança. Decidi ser sincera de uma maneira simples e, me abaixando para ficar na sua altura, respondi.

— Oi, meu amor. Seu pai está em cirurgia. Lembra quando eu me machuquei no trabalho e tive que vir ao hospital? Hoje foi seu pai. Mas a tia ficou bem e, se Deus quiser, ele também vai ficar, ta?

Ela me respondeu com um abraço que, embora fosse em busca de conforto para si, acabou por me confortar também. Roman iria viver. Se não fosse por mim, seria pela filha que ele tanto tinha orgulho em ter escolhido.

— Alguma atualização do médico? — Jane perguntou, interrompendo nosso momento. 

— Não. — Respondi séria. — Ele apenas disse que ele entraria em cirurgia. 

Ao ver que não queria dar detalhes na frente de Aubree, Jane olhou para Kurt, que entendeu que ele teria que distrair a pequena enquanto conversávamos. 

— Podemos conversar? — Ela perguntou apontando para uma sala mais reservada que havia ao lado. 

Eu apenas respondi que sim com a cabeça. 

— Aubree, a tia Patterson foi atrás de comida. Você pode ficar com ela e com o tio Kurt enquanto eu converso com a tia Jane?

Ao sinal afirmativo da garota, eu e Jane nos encaminhamos para a sala mais reserva. 

Se alguém entendia o que eu sentia naquele momento, era ela. Assim como ela era a pessoa que mais devia uma explicação sobre o que diabos estava acontecendo. Não era a melhor hora para isso acontecer, mas estaria acontecendo de qualquer modo.

— Pode me dizer o que aconteceu? — Ela perguntou ao fechar a porta atrás de nós.

— Você pode sentar, por favor? —  Pedi.

— Acho melhor não. 

— Você está grávida, Jane. 

— Estou, Tasha, e mesmo assim o meu irmão atravessou a cidade sem pensar nisso e terminou baleado. Posso saber como isso aconteceu? 

— Roman matou o Weitz. — Falei firme e continuei antes que ela pedisse uma explicação. — Não sei como, mas ele saiu da prisão, estava trabalhando na CIA, só que ele não estava muito feliz por isso. Então ele voltou a me ameaçar. Disse que estava infeliz e que eu também ficaria, mas que ele não me mataria, mas que eu teria que ajudá-lo ou ele arruinaria a vida das pessoas ao meu redor. A primeira coisa que ele fez foi se meter no processo de adoção da Aubree. Com os amigos políticos dele, fez com que o Roman não conseguisse a guarda enquanto eu não limpasse a ficha dele para que ele tentasse voltar no futuro para o mundo político mais uma vez. Eu fiz isso, mas não queria que ele continuasse mexendo com a vida de todos vocês, então eu fui embora. 

— Tasha, por que você não pediu nossa ajuda? Por que você acha que sempre tem que resolver tudo sozinha?

— Porque eu não quero ter sangue de vocês nas minhas mãos, Jane. Eu já fiz você sofrer antes, já fiz outros parceiros de trabalho sofrerem no passado e não queria que isso acontecesse com vocês. Vocês são minha família. Se eu precisasse me afastar por um tempo pra manter vocês seguros, por mais difícil que fosse, eu ia fazer. 

— Você é uma das minhas melhores amigas e é o amor da vida do meu irmão. Lidar com alguém ameaçando você e vocês jamais seria um fardo pra mim. Eu faria questão de manter você bem.  

— Eu sei, e eu amo cada um de vocês por isso, mas é como eu falei pro seu irmão: entre salvar a minha vida e a de vocês, eu escolho a de vocês. Você tem seu marido, seu bebê a caminho e Roman tem Aubree. Eu ia deixar vocês se meterem nisso? Não ia, Jane, pois vocês teriam muito a perder. Eu sei que eu também teria porque eu amo seu irmão e amo aquela garota como uma filha, mas…

— Não termine. — Ela me interrompeu. — Não quero brigar com você. Temos outras preocupações agora e eu entendo o que é se colocar sempre na frente do outro no fogo cruzado, mas quero que você saiba que nós não seríamos os mesmos sem você, então não pense desse modo. Esse tempo que o Roman ficou longe de você foi o mais difícil da vida atual dele, então não pense que seria fácil sem você.

— Eu sei que não seria, sei que ele me ama, mas seria eu dentro naquela sala de cirurgia e não ele. Eu estaria mais tranquila se fosse assim.

Ouvindo a aflição por trás da minha fala, ela me abraçou e nos confortamos. Quando nos separamos, ela me olhou dentro do meu olho. 

— Você sabe que se fosse você lá ele estaria aqui fora passando pela mesma agonia que você está passando, né?

— Sei. — Falei enquanto escorria uma lágrima em meu olhar. — Mas ele não estaria correndo perigo algum. 

— Ele vai ficar bem. — Ela disse tentando me confortar, mas o pavor e o medo ainda tomavam conta do meu corpo e da minha mente.

— Como você consegue ser tão otimista? — Perguntei cética.

— Preciso me manter assim, pela Aubree. E sei que ele vai voltar, por mim, por você e por ela. Eu e meu irmão já passamos por muito, Tasha. Não é desse jeito que ele nos dará adeus.

Fomos interrompidas com duas batidas na porta e logo Kurt apareceu.

— Desculpa interromper, mas a médica tá aqui. Patterson foi atrás de comida para distrair a Aubree.

Fomos em direção a doutora, que estava com parte da roupa suja de sangue, mas não tinha aquela cara de quem daria uma notícia ruim. Isso me aliviou um pouco. 

— Vocês são familiares do paciente Ian?

— Sim. —  Respondemos ao mesmo tempo.

— Meu nome é Mariana. Sou médica cirurgiã do hospital e fui a responsável pela cirurgia dele. Tudo correu bem, embora o estado dele fosse bastante crítico. Essas próximas horas ele ficará em observação, mas uma pessoa pode ir vê-lo em uma hora caso ele responda bem a ida ao quarto. Quem gostaria de ir primeiro?

 — Jane.  — Respondi. 

Embora estivesse desesperada para vê-lo, tocá-lo e senti-lo em vida, a irmã dele precisa disso mais que eu naquele momento. Eles tinham inúmeras experiências de quase morte, mas agora Jane estava grávida e ela precisava de mais norte. Eu poderia me consolar em oração por mais algumas horas. 

Ela me olhou com um pouco de negação. 

— Eu devo ficar um bom tempo com ele aqui. Você precisa desse momento antes de levar a Aubree de volta pra casa. — Justifiquei.

Quando os 60 longos minutos passaram e Jane entrou, resolvi ir para a capela do hospital. Fazia muito tempo que eu não ia a uma igreja, mas ainda me sentia conectada com Deus. E se aquela fosse a minha última prece, que ela fosse pela vida do Roman. 

Ao adentrar no local, me ajoelhei no banco que havia do lado direito e comecei a rezar. Pedi a Deus que iluminasse a vida do Roman, da Aubree, pedi perdão pelos meus erros e escolhas erradas e também prometi a Deus que aquele seria meu último pedido: manter o Roman vivo e bem. Se aquilo acontecesse, eu ia buscar ser uma pessoa melhor e jamais cometeria erros que nos colocasse naquela situação novamente. 

Minhas orações foram interrompidas por Aubree.

— Tia, meu pai acordou. Meu tio Kurt pediu que eu lhe chamasse. 

No caminho até o saguão do hospital, a menina pediu que eu a levasse até o pai, mas eu sabia que dificilmente a norma do hospital  autorizaria. Também questionei se seria bom para ela ver o seu pai debilitado, mas sabia que ela só ficaria quieta quando o visse, assim como foi quando eu estive no hospital e ele só respirou sossegado após me ver.. 

Acabei conseguindo convencer a enfermeira a deixá-la entrar por dois minutos e pedi que ela se comportasse, alegando que o pai dela deveria estar cansado. Ela entendeu. O caminho até o quarto foi longo. Não em distância, mas a cada porta que eu passava ao lado da enfermeira me deixava mais apavorada. Em que situação Roman estaria? O que eu tinha feito com a minha vida e, consequentemente, com a dele? Como Aubree reagiria ao vê-lo de cama?

Antes que eu me apavorasse mais, chegamos até a porta do quarto onde ele estava. Logo que eu a abri, ele fez um pequeno esforço para se virar.

— Pai! — Disse Aubree animada, indo no sentido dele e pegando em sua mão logo que se aproximou. — Nossa, o senhor tá de vestido. E quantos fios. — Ela disse com humor.

Por trás da máscara respiratória, ele deu um sorriso. 

— Oi, meus amores. Estou. É que fica mais fácil cuidar do ferimento que eu tive na barriga vestido assim e com esses fios. 

— O que o senhor tava aprontando para ficar assim? Se eu aprontasse desse jeito, você ia me deixar sem sobremesa.

Ao ver que ele fazia esforço para falar, tentei poupá-lo e também Aubree. 

— E nós podemos deixá-lo agora que ele foi malcriado, né?

Ao ouvir minha fala, ele se virou pra mim.

— Pelo menos eu vou ter vocês em casa comigo. — Ele respondeu

— Quando vamos pra casa, pai?

Como não tínhamos ideia, eu a respondi.

— Eu devo ficar uns dias aqui com seu pai, bebê. Os médicos vão cuidar dele para que ele fique bem e aí nós vamos para casa, tá?

Percebi que Roman me olhava com um brilho nos olhos, provavelmente por me escutar falando em ir para casa, mas queria que ele se focasse na filha enquanto ela estava ali. Os minutos seriam preciosos para os dois.

— Eu não vou demorar, filha. Eu prometo. — Ele disse apertando a mão da pequena. — Por enquanto, você tá em semana de prova final. Vai ficar com a tia Jane, ta? Ela vai te levar pra escola e cuidar de você e em breve eu estarei de volta.

Aquele foi o momento em que Aubree virou-se para mim.

— Você também vai, tia? Ou ainda precisa morar com o tio Reade?

Roman me olhou ansioso ao ouvir a pergunta da filha, provavelmente com uma esperança que minha resposta fosse sim. Mas que outra resposta eu poderia dar depois de tudo que ele havia feito pra me ter de volta?

— Eu vou sim, meu amor. Seu pai não me deixaria ir pra qualquer outro lugar.

Um sorriso brotou no rosto dele por trás da máscara e também no rosto da Aubree, que mais uma vez beijou a mão do pai. Fomos interrompidos quando a enfermeira bateu na porta do quarto para levar Aubree de volta. Ela não poderia ficar mais tempo. 

— Aubree, você precisa ir. — Expliquei. — Mas prometo que volto nos próximos dias e volto com seu pai, ta?

— Se cuida bem, pai. Quero você bem logo. — Ela disse ao se despedir e se foi com a enfermeira. 

Era só nós dois ali naquele momento e era tão bom olhar nos olhos dele e vê-lo vivo. E embora ele não estivesse bem, eu não sairia do lado dele até que ele ficasse, até que tivéssemos condição de recomeçar novamente nossa vida juntos e bem.

—  Você vai mesmo voltar? — Ele perguntou com um sorriso no rosto, já sabendo a resposta, mas ainda um pouco nervoso pelo que eu responderia.

— Eu já menti para a sua filha alguma vez? — Perguntei com ironia.

Rindo, ele me olhou de maneira travessa e respondeu.

— Queria tanto poder te abraçar agora. 

— Eu te odeio. — Respondi enquanto uma lágrima escapava do meu olho.

— Já disse que ia acreditar quando você falasse isso pela quarta vez. 

— Acredite então. — Falei com ironia, mas ouviu um pouco do desespero que havia em minha voz. — Você é inconsequente. Não pensou no que poderia acontecer se você morresse? Eu te disse, Roman, eu consigo lidar com qualquer perda na vida, menos com a sua. 

Quando o olhei no olho, vi que também escorriam lágrimas dos olhos dele e eu enxuguei seu olhar marejado.

— Tasha, eu… — Ele começou, mas eu o interrompi.

 

— Não faça esforço, por favor. E deixe eu falar. Eu sou tão ruim com palavras, mas quero falar com você agora.  

Ele acenou que sim com a cabeça.

— Eu amo você, Roman, mas hoje você me fez entrar numa capela. Sabe a última vez que isso aconteceu? Quando meu parceiro de trabalho morreu. Você sabe que eu acredito em Deus, a gente precisa dessa fé pra não se corromper nesse tipo de trabalho, mas eu evito ir a igreja. Me lembra muito quando meus colegas de farda falecem e não é uma memória que eu goste de ter. As famílias chorando, o sentimento de impotência que nos invade, nos faz perceber que talvez não possamos proteger o mundo com as mãos como prometemos na nossa formatura. Fazia tempo que eu não sentia isso e você me fez sentir isso, Roman. Você faz alguma ideia do que é isso? Do que é ter medo do que iria ocorrer com a sua filha sem você? Do quanto eu ia me culpar, sua irmã ia me odiar?

— Desculpa. — Ele sussurrou.

— Me prometa que nunca mais fará isso. — Pedi enquanto mais lágrimas corriam no meu rosto.

— Você tem que entender que ele ia machucar você e minha filha.Eu só ia dar uma lição nele, mas escutei ele dizendo isso e que depois ele ia atrás da minha irmã. Que ninguém ali poderia ser feliz enquanto ele não tivesse a vida dele de volta. O que você faria no meu lugar?

— O mesmo, provavelmente. — Assumi com relutância. — Mas seria uma responsabilidade minha. 

— Eu faria tudo novamente, por você e pela minha família.

— E eu amo você por isso, mas eu também te amo por você saber controlar seus instintos negativos. Me inspirava a controlar os meus também.

— Desculpa. — Ele pediu mais uma vez.

— Você não precisa pedir desculpas, mas isso não pode acontecer de novo.

— Eu espero que não. Acho que meu corpo nem aguenta mais. — Ele pontuou fazendo uma careta e acenou com a mão para que eu segurasse a dele. Era excelente tocá-lo, senti-lo vivo. Ele ia ficar bem. E se ele ficaria bem, nós também ficaríamos.

— Eu te amo. — Ele falou ao perceber que encarava seu rosto enquanto pensava no quanto eu o amava.

— Também te amo. 

Nosso momento bonito foi interrompido por mais uma careta dele. 

— Desculpa, mas eu ainda sinto muita dor no abdômen. Quero descansar pra gente voltar logo pra casa. Pode pedir a enfermeira pra me dar remédio?

Eu apertei o botão que havia ao lado da cama, que acionava a enfermagem, e em questão de segundos ela entrou.Antes que ela aplicasse e eu saísse do seu lado, ele apertou a minha mão com a pouca força que tinha.

— Fica aqui. Quero te ver quando eu acordar.

— Eu não desejaria estar em outro lugar. — Respondi enquanto a enfermeira mexia no equipamento de remédio na veia e ele então relaxou e dormiu. 

Somente depois que ele dormiu foi que eu consegui processar as informações: Roman quase havia morrido por minha causa. E se ele quase não tivesse morrido, teria sido a filha dele e a irmã. Como eu tinha sido tola em pensar que Weitz iria brigar de pega-pega comigo ao invés de fazer o simples que era matar as pessoas que eu amo para me atrair para onde ele queria.  

Agora, Roman teria que lidar com uma acusação de morte e isso poderia tirar a Aubree dele. Pensar nisso me deixava inquieta e, quando pensava nisso, fui pegar um café. Vendo o líquido cair no copo, suspirei pensando em tudo e em nada. Meu pensamento foi interrompido quando Reade apareceu ao meu lado com um copo de chá na mão. 

— Roman está acordado?

— Ele estava sentindo dores e a enfermeira o deu remédio para que ele dormisse. Ele será reavaliado amanhã.

— Espero que tudo fique bem. — Ele disse me olhando no fundo dos meus olhos.

Ter Reade ao meu lado era exatamente o que eu precisava no momento, pois precisava conversar com alguém sobre tudo que ainda me atormentava, embora Roman estivesse vivo. Percebendo em meu olhar que eu precisava da sua companhia, ele sugeriu que fossemos para a praça que havia ao lado do hospital.

Quando sentamos em um banco verde que lá havia, acompanhados somente das estrelas e de um senhor que vendia pipoca do outro lado, ele me abraçou de lado, me cedendo o ombro para que eu me apoiasse nele. Sempre que Reade fazia aquilo eu me lembrava do meu irmão. De certo modo, ele era um irmão pra mim.

—  Quer me falar o que tanto te aflige? — Ele perguntou e, ao ver que eu hesitava, continuou. — Lembra que foi você não me contar tudo que fez com que estivéssemos aqui, Tasha. Não quero fazer com que você se sinta culpado, mas quero ajudar vocês.

— Roman pode ser preso e perder a Aubree. — Falei com preocupação na voz. — Tudo por minha culpa. 

— Isso não vai acontecer, Tasha. Não vou deixar acontecer. 

— Mas o que você pode fazer pra impedir isso? Ele matou uma pessoa. 

— Lembra que antes de eu voltar com a Sarah, assim que o Roman veio pro nosso lado, inclusive, você encobriu o assassinato do treinador Jones? Eu não o matei, mas você não quis saber disso, você apenas me ajudou.

— Você é meu melhor amigo. Faria aquilo por você mas 100 vezes se fosse preciso.

— Eu fiz o mesmo por você. 

Ao ver que eu não entendia sobre o que ele falava, ele continuou.

— Depois que os Wellers chegaram, eu voltei ao local onde Weitz estava, chamei minha equipe e contei que Weitz estava ameaçando você, que você veio para cá com outro nome por isso e que ele acabou sequestrando o seu namorado para fazer uma armadilha para lhe atrair. Eu e você fomos, achamos ele, mas ele já tinha machucado seu namorado e que não tivemos escolha a não ser matá-lo, por legítima defesa.

— Reade, você não… — Quando lágrimas começaram a cair no meu rosto, eu o olhei com gratidão.

— Eu amo você, Tasha. Você é a irmã malcriada que eu nunca tive. — Ele completou com diversão, o que me fez rir. — Faço tudo pela sua felicidade e pela sua família.

— Não precisava. — Finalizei.

— Mas eu fiz. E pra te ver feliz com Roman novamente eu faria quantas vezes fossem precisas. 

Nos abraçamos e terminamos de tomar nosso café vendo o sol nascer. O dia já começava a parecer manhã com o movimento crescente das pessoas quando Reade começou a se preparar para ir pra casa e a enfermeira apareceu me avisando que Roman havia acordado e perguntado por mim.

Quando entrei no quarto, ele tinha um aspecto menos cansado, embora ainda tivesse muito debilitado.

— Você não tinha dito que não queria estar em outro lugar, Zapata? — Ele perguntou com ironia logo que eu bati a porta atrás de mim. 

Ao me aproximar dele, coloquei a mão na testa para sentir a temperatura e depois puxei uma cadeira para ficar ao seu lado. Depois que segurei sua mão e olhei no seu olho, o respondi. 

— Estava limpando nossa bagunça. 

— Vamos ficar bem? — Ele perguntou de repente preocupado.

— Vai sim. Nossos amigos são se encarregar dessa tragédia.

— E quanto a nós? — Ele perguntou com um pouco de medo no tom da voz. — Vamos ficar bem?

— Vamos sim. Eu te prometo. — Respondi beijando a mão dele, que me respondeu com um sorriso enquanto colocava meu braço para mais perto do seu corpo. 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam e o que esperam pros próximos capítulos, por favor! Adoro vocês e, ah, obrigada pelas 15 mil visualizações nessa história maluca que eu e vocês amamos tanto.



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