Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 30
Capítulo 30 - Consequences


Notas iniciais do capítulo

Nem nos meus melhores sonhos eu imaginei que esta história ultrapassaria 10 mil visualizações, mas agora que assim o fez, eu só tenho a agradecer a todas vocês por isso. MUITO obrigada, por amarem esse shipp, essa história, esses personagens, ou seja lá mais o que te traz aqui.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/724093/chapter/30

Entrar na clínica de Mônica me dava um pouco de conforto naquele início de dia. Ela cuidava de mim desde que eu havia chegado em Nova York. Milhões de sentimentos ainda tomavam minha mente, mas eu tentava me confortar e também lembrar das reações de Roman ao perceber que algo poderia estar acontecendo comigo. Também estava torcendo para que a doutora pudesse me dar boas notícias, assim, eu poderia esclarecer tudo para que ele não ficasse preocupado e foi isso que ela me deu. Após pedir meus exames de sangue, que eu consegui fazer no mesmo dia, ela me deu o veredito.

—  Oh, você realmente não está grávida. — Ela disse mostrando os números do HCG do meu exame: zero. — Mas têm faltado algumas vitaminas para você. Vou lhe passar algumas em comprimido, mas vou transcrever para você algumas refeições ricas com o que falta para você se alimentar melhor, ta? 

— Tudo bem, doutora. — Respondi recebendo a receita. Nos despedimos e eu parti. No caminho para o trabalho, refleti bastante sobre como chega a esse assunto com Roman, afinal, eu sabia que filhos era uma pauta delicada para nós. Já tínhamos começado esse relacionamento com ele adotando Aubree e ele vivia verbalizando que queria mais filhos. Hoje, eu compartilhava da mesma vontade, mas sabia que ele tinha muito mais animosidade para isso.  

Procurei não pensar muito nisso e, após chegar ao trabalho, vi que tínhamos que antecipar a chegada de uma carga de contrabando de balas para evitar que ela chegasse nas mãos de um membro de uma organização terrorista que estava tentando se instalar em Nova York. Fazia uns dias que eu não ia a campo por estar me sentindo cansada, mas, sabendo que não estava mesmo grávida, acabei voltando a ativa. A embarcação, que chegaria somente no final da tarde de amanhã acabou chegando no início da madrugada e conseguimos pegá-los antes do dia amanhecer, mas somente na madrugada consegui chegar em casa.

 

Roman já estava dormindo, mas ele sempre acaba acordando quando eu chegava e fingia que tinha acordado para beber água. Me despindo para ir ao banheiro, o vi bebendo água e ri sozinha porque ele daria a desculpa que não o acordei.

— Boa madrugada. — Falei e ele se aproximou de mim, me dando um beijo na testa.

— Boa madrugada. Você não me acordou, ta? — Ele falou e eu ri.

— Eu sei, você levantou para beber água. — E sorri. 

Ele sorriu de volta, me olhando com um olhar preguiçoso de quem voltaria a dormir em cinco minutos se deitasse novamente na cama naquele momento. Não quis tirá-lo do seu sono.

— Vou tomar banho e me junto daqui a pouco a você, ta? 

Ele balançou positivamente a cabeça e foi para o quarto. Não demorou para que eu me juntasse a ele na cama. Ele já parecia dormir profundamente e eu guardava aqueles momentos para observá-lo, assim como ele fazia sempre comigo. Ele vestia uma calça de moletom cinza, mas estava sem camisa, provavelmente porque o tempo estava mais quente que o normal. Seu corpo estava de frente para onde eu deitava, sua cabeça torta para o mesmo lado. Mesmo apenas com a luz do abajur, sua cicatriz era bem visível, mas ela dava uma peculiaridade a sua beleza. Sob aquela luz, seus fios loiros fazia com que ele parecesse de ouro. E, para mim, ele era realmente um homem de ouro. Lamentei por não ter mais tempo para ficar ali admirando-o, embora estivesse grata pelo meu trabalho, mas sabia que ele entendia.

Ao me deitar, beijei seu rosto e ele reagiu com um sorriso.

— Não sei se você vai lembrar disso amanhã, mas só quero dizer que sou muito grata por ter você. 

Ele retribuiu o beijo no meu rosto.

— Eu também sou grato por ter você. — Respondeu porém sem abrir os olhos. Eu sorri e me juntei a ele naquele embalado sono. 

 

Fiquei mais um dia sem ir para o orfanato. Como havia chegado em casa de madrugada, tava sem energia para ir e quando acordei Roman já havia deixado café da manhã e um bilhete para mim.

“Cuide-se, meu amor. Te amo.”. Tirei uma foto meio sexy enquanto mordia a uva que ele tinha deixado e mandei por mensagem para ele.

“Fazendo o que me pediu”

Pouco tempo depois ele respondeu

“Você consegue ser sexy até simplesmente comendo uma uva. Sou muito grato por ser seu namorado”

Respondi com um emoji rindo e piscando o olho.

 

Após me alimentar, aproveitei um pouco do tempo folgado para ir até uma farmácia comprar meus suplementos antes de arrumar tudo para ir ao trabalho. Quando voltei da farmácia, por um milagre, o telefone estava tocando.

— Roman Kruger? — Perguntou a voz do outro lado.

— Esse telefone é da casa dele, mas ele não se encontra. É somente com ele?

— Sou Maicon, gerente do Banco Central. Você é a irmã dele, Jane Doe?

— Não. Sou a namorada dele, Natasha Zapata.

— Hum. Ok. — Ele não prolongou o assunto. — Você avisa que entramos em contato?

— Aviso sim. Bom dia.

Após isso, ele desligou o telefone. O que será que era para o banco ligar?, me questionei, mas não dei muita atenção para isso e me arrumei e parti para o trabalho. O dia acabou sendo mais tranquilo e voltei para casa cedo.

 

— Hey, olha quem já chegou. — Roman falou animado ao chegar e me ver na cozinha. — Ta melhor? Como foi seu dia? 

— Bem. — Falei abraçando-o enquanto ele chegava perto de mim. — Saudades de você. Ontem a médica passou uns suplementos. É falta de umas vitaminas, pois não tenho me alimentado bem no trabalho.

Ele me olhou preocupado, mas tratei de acalmá-lo.

— Mas estou me cuidando já, como você cuida de mim. — E sorrimos. Decidi que aquele seria o momento para tocar no assunto da gravidez. Tentando fingir tranquilidade, ri ainda com seu corpo colado ao meu, tirando um pouco de coragem do fundo do seu olhar calmo.

— Acredita que eu cogitei estar grávida? 

Vi surpresa em seu olhar.

— Eu sei que você tava mal com isso. — Foi a minha vez de demonstrar espanto. — Encontrei os exames no banheiro enquanto você dormia. 

Aquilo me pegou de surpresa. Eu não lembrava no momento, mas ao escutar ele falando, lembrei que deixei tudo dentro da pia após ficar desnorteada com o resultado.

— Desculpa não ter falado sobre isso com você antes. É só que eu fiquei com medo. — Desabafei respirando fundo. — Sei que você quer ser pai um dia, mas não sabia se esse dia era agora. — Ele quase falou, mas não o deixei me interromper. — E se esse dia fosse agora, eu não queria lhe dar esperanças para depois lhe tirar.

— Sinto muito por você ter passado por isso sozinha. — Ele expressou, me puxando para mais perto de si e cheirando meu cabelo. — E saiba que eu quero sim, um dia ter filho com você. Não apenas um. Mas espero seu tempo, ta?

E me deu um beijo na testa, seguido de um na boca.

Respirei fundo e me aconcheguei em seu peito.

Era tão bom ver no Roman alguém em quem eu pudesse buscar conforto. Eu sempre amei ser uma pessoa independente, mas dois caminhando juntos era sempre melhor que um sozinho.

— Tudo bem. Não precisa ser agora, mas acho que um, talvez eu pense. — Contei.

Ele riu e se afastou, juntando-se sem permissão a mim e cortando tomates enquanto eu cortava cebolas

— Será que ele deve parecer mais comigo ou com você?

— Não sei, mas acho que será uma criança linda e cheia de amor. Aubree vai amar ter alguém para cuidar.

Tocar no nome da Aubree foi a deixa para que mudássemos de assunto.

— Ela perguntou muito por você nesses dois últimos dias.

— Amanhã acho que consigo ir lá, já que hoje acabei saindo cedo do trabalho. Estou com muitas saudades dela.

— E ela de você. — Ele apontou sorrindo, mas com um olhar provocatório. — Acho que estou perdendo minha filha para você.

— Que bom que namoramos então. Imagina se ela tivesse esse apego todo por mim e a gente não se gostasse.

Ele fingiu pensar.

— Acho que não conseguiria te odiar por tanto tempo.

Terminamos de fazer um bife com purê e juntamos com as verduras que cozinhamos. Jantamos conversando amenidades. Roman me contava como estava sua leitura de seu livro que eu havia lhe dado de presente. Ao terminarmos de comer, resolvemos assistir algo antes de dormir. Ao nos aconchegarmos no sofá, lembrei do telefone que havia recebido mais cedo.

— Você tem conta no Banco Central? — Perguntei e o senti endurecer, mas ele tentou não aparentar nervosismo.

— Eu e Jane temos uma conta conjunta. Quando descobrimos nossa real identidade, as coisas da nossa família que estavam na África foram transferidas para o nosso nome no Banco Central.

— Ah sim. — Falei dando não muita importância para aquele assunto. — Eles ligaram atrás de você mais cedo, mas pediram para falar com você ou Jane e pediram para avisar. Eu havia esquecido.

Ele me olhou.

— Não deve ser nada demais. Amanhã eu ligo novamente.

Finalizado aquele assunto, nos voltamos a TV, onde colocamos um filme de suspense para assistir, mas eu pouco prestei atenção no que estava passando. Aconchegada nos braços de Roman eu percebi como aquele mês havia passado correndo e como eu sentia falta de estar assim nos braços dele, afinal, minha nova rotina como diretora do setor de contrabando estava me engolindo.

— Tava sentindo falta de estar com você assim. — Desabafei de repente e ele me respondeu com um beijo profundo.

— Também tava sentindo sua falta, meu amor. 

Eu o olhei com malícia, decidida então a matar aquela saudade que a nossa agitada rotina nos colocou. Desliguei a TV com o controle e sussurrei.

— Então vamos matar essa saudade.

Logo ele respondeu com um riso divertido e me arrastou para nosso quarto, me jogando em cima de nossa cama, na qual eu cai com um riso divertido no rosto e resolvi preocupado.

— Vejo que está realmente com saudades. — E ele respondeu já tirando sua cama e vindo para cima de mim, me beijar. Eu sempre gostei de estar no domínio da situação, mas não tinha como não gostar de ver todo aquele corpo másculo e bem definido sob mim. Ele me beijava em um ritmo rápido, mas sensual, de uma maneira que ele sabia que me incendiava rápido e, ágil, fazia isso enquanto me despia.

Logo sua boca deixou a minha para explorar o restante do meu corpo e ele deu atenção para cada uma das zonas erógenas. Me fazendo gozar pela primeira vez ainda no sexo oral, eu decidi tomar as rédeas da situação e, me colocando sob ele, explorei e me deliciei de cada uma das partes do seu corpo. Como era possível nos encaixarmos tão bem na hora do sexo? Eu me perguntava enquanto o chupava e, quando percebi que ele estava perto de gozar, subi em cima dele, sussurrando em seu ouvido.

— Estou pronta quando você estiver, amor.

Entendendo o recado, ele voltou a se colocar por cima de mim, me colocando de costas e me penetrou. Era incrível o que seu corpo fazia com o meu quando adentrava em mim e logo nossos gemidos se misturavam dentro daquele quarto, enquanto nos movimentávamos no mesmo frenético ritmo. Se eu morresse ali, morreria feliz e via em seu rosto que ele também. Vimos estrelas juntos de uma sensação inexplicável que somente nosso orgasmo me dava e, ainda com nossos corpos nus e entrelaçados, nós dormimos.

 

Acordei com o sol se estendendo de maneira preguiçosa no céu. Roman não estava mais ao meu lado, mas logo que olhei para o lado, ele estava entrando no quarto, já vestido e com uma bandeja de café da manhã. 

— Bom dia, flor do dia. — E me beijou após colocar a bandeja em cima da cama. — Sei que você planeja se cuidar melhor, mas estou aqui para ajudar nisso.

— Obrigada, amor. — Respondi e comemos. Junto da bandeja estava um pequeno jarro de flores e um joguinho de dados de Aubree que marcavam que dia era hoje. Aquilo fez com que eu percebesse que fazia nove meses exatos que eu e Roman estávamos juntos, mas, mais do que isso, me fazia perceber que já fazia mais de 10 meses que Roman havia dado entrada na adoção da Aubree. Sabia que não era o momento de tocar naquele assunto e que ele não gostaria que eu o fizesse, mas não deixei de pensar nisso e de como isso me incomodava.

Roman sempre esperava o pior. Eu sabia que ele torcia para tudo dar certo, mas, se não desse, ele só culparia a si mesmo, diria que aquilo seria o preço a se pagar pelo que ele fez no passado. Eu não gostaria de presenciar aquilo acontecer, então pagaria meu preço para dar certo.

 

Finalmente era o dia que eu voltaria ao orfanato e, da mesma maneira que estava com saudades de ver Aubree, estava com mais saudades ainda de ver ela com seu pai. Não demorou muito para meu coração disparar vendo os dois juntos. Logo que subimos para o corredor das salas, ela correu na direção de seu pai e eles se abraçaram.

Me lembrei da primeira vez que a vi e que os vi juntos. Sabia desde ali que o destino deles estavam entrelaçados, mas agora, eu fazia parte dessa trança e me sentia tão abençoada e amada por Deus por isso. Não via a hora de poder vivenciar isso mais intimamente no dia-a-dia de casa.

Logo ela me viu.

— Tia Tasha — E pulou em cima de mim.

— Eu estava morrendo de saudades, meu amor. — Falei abraçando-a e deixando aquele sentimento emanar-se de mim. — Não deu muita dor de cabeça pro seu pai na minha ausência aqui não, né?

Os dois riram.

— Só um pouquinho. Meu pai me contou que você está trabalhando mais. Você vai deixar de vir, tia?

— Claro que não, meu amor. Só não vou poder passar a manhã inteira. Agora há pessoas que dependem de mim. Entende? 

— Entendi, tia. — E me abraçou. — A senhora é muito inteligente e linda e merece isso.

Eu e Roman rimos de sua resposta e ela então foi para a sala de aula com o pai dela. Como eu estava com deveres administrativos, eu ficava na coordenação e não mais na sala de aula junto a eles. 

 

Cerca de uma hora depois, Aubree apareceu na porta da coordenação.

— O que você faz aqui? — Perguntei de sobrancelha levantada. — Seu pai vai brigar com você.

— Tia, preciso falar com você. Hoje eu quase vim com aquela calça rosa.

 

Meu coração acelerou ao ouvir a Aubree falar nosso código. Eu havia prometido para ela, algum tempo atrás, que jamais colocaria ela e seu pai em perigo e disse que, quando ela assim se sentisse, ou alguém estranho se aproximasse dela com esse intuito, ela me dissesse Hoje eu quase vim com aquela calça rosa, que eu iria entender que se tratava de algo e buscaria alguma maneira de conversar a sós com ela.

Carreguei ela para fora da coordenação, indo para uma sala onde não estava tendo aula.

— Sente-se aqui. — Falei, me encostando na porta e olhando bem firme para ela. — Me conte o que aconteceu.

— Tia, um homem veio aqui. Me fez muitas perguntas sobre você e meu pai. Mas era estranho, sabe? Ele me disse um nome, mas a psicóloga chamou ele por outro. Ele me pediu segredo, mas não gostei dele. Achei melhor lhe contar.

— O que ele perguntou exatamente, princesa? Ele te tocou? Você lembra o nome dele?

— Ele me perguntou se vocês já estavam morando juntos, se você havia me prometido algo ou para o meu pai perto de mim. Mas eu juro que não falei nada para ele, tia. 

— E o nome dele, você lembra?

— Ele me disse que o nome dele era Aaron, mas a psicóloga chamou ele de Weitz. Matthew Weitz, algo assim. 

 

Uma hora depois

 

Eu já havia revirado a casa de Roman, mas dessa vez, não tive tanta sorte quanto da primeira vez que fiz isso na minha casa, alguns bons anos atrás. Não achei nenhuma escuta. A cada minuto que passava, aquilo me angustiava mais. O que diabos que Matthew Weitz havia feito para sair da prisão? O que ele queria abordando a Aubree? Se era me infernizar em busca de vingança, ele já havia conseguido. E eu sabia que aquilo era apenas o começo. A casa já estava de pernas pro ar, assim como meu juízo, mas antes que eu perdesse o resto da minha sanidade ali, o telefone tocou.

 

Quando atendi, aquela infernal e conhecida voz estava do outro lado da linha.

 

— Quanto tempo, Natasha Zapata. Ou devo chamar de Natasha Kruger? Acho que temos algumas coisas para conversar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que o cretino do Martin Gero está fazendo o Weitz de bonzinho, mas não vou mudar minha ideia inicial por causa disso. Eu sei que vamos entrar em uma fase não muito boa desta história, mas eu prometo que será rápido e espero que vocês pelo menos curtam e comentem. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Don't Wanna Know" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.