Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 20
Capítulo 20: The Only Exception


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos!
Peço mil perdões pela falta de atualização, mas prometo que não irá mais acontecer.
Um feliz natal a todos e espero que gostem do capítulo. O próximo já está sendo escrito, então se ele vai logo ao ar ou não, vai depender de como vocês irão reagir a esse capítulo.



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Acordei um pouco antes dele. Talvez fosse meu relógio biológico, mas como ele quase sempre estava acordado antes de mim, era algo um pouco novo poder observá-lo no profundo sono.

Geralmente o começo do dia, quando acordava, era o único momento que eu parava pra pensar na vida e tudo ao meu redor, então eu o olhei e comecei a pensar sobre como a minha vida estava diferente. Como eu estava diferente e ele também depois de apenas uma semana juntos.

Meu lado controlador odiava isso porque eu achava que de algum modo isso era ele controlando quem eu era, mas ao mesmo tempo eu expulsava esse sentimento pois Roman nunca havia me pedido nada, então ele não me coagia a nada. Ele sabia como eu era mandona e odiava ser controlada então não pediu pra ficar, pra vir até ele porque ele não queria me pressionar a nada. Era tudo uma atitude minha, logo, eu fazia porque eu queria e ele desfrutava disso.

Era tão engraçado observar isso enquanto o observava dormir. Pensar em tantas mudanças em pouco tempo, principalmente em como nossa visão um do outro mudou. Eu nunca me imaginei deitada ao lado dele antes por quase todo dia, mas agora que eu o tinha ali, tudo que eu queria era desfrutar daquilo e dos seus beijos no início da manhã e suas cócegas com sua barba até eu me acabar de rir.

Como se estivesse lendo meus pensamentos, ele deu um suspiro mais forte e sorriu, abrindo lentamente os olhos e logo procurou meu olhar. Demoramos uns segundos sorrindo e olhando um pro outro, nos deliciando da paz de acordarmos juntos, realmente como se só a felicidade de estarmos juntos naquele momento nos importasse.

—  O que você está pensando? — Ele perguntou chegando um pouco mais perto de mim.

Eu sorri de modo desajeitado e, sabendo que eu não diria exatamente o que eu estava pensando e sentindo sobre como eu amava acordar nos vendo sorrindo, eu apenas resolvi brincar com ele.

— Você é muito curioso, sim?

— Eu sou? — Ele perguntou com um pouco de deboche e sorriu com o canto da boca.

— Infelizmente vejo que não é uma das suas habilidades ler mentes, então eu não vou te dizer. — Eu disse com humor, o que o fez tirar os centímetros de distância que existia entre nós e me puxar de maneira firme pros seus braços.

Eu amava sentir os músculos dos seus braços ao redor do meu e logo rimos mais alto do que pretendíamos com o abraço e nos beijamos.

Quebramos o beijo alguns minutos depois com alguns selinhos de seus lábios em meu lábio inferior, até que ele pousou sua barba em meu pescoço e riu, um pouco mais baixo dessa vez. Eu ri não só da sensação de sua barba em meu pescoço, mas porque ele sussurrou que havíamos acordado Aubree.

Virei-me para olhar para a cama dela e ela estava de costas, mas já não estava relaxada.

— Aubree. — Eu chamei, mas ela não se moveu. — Vem aqui.

Quando ela virou-se, Roman se afastou um pouco de mim, e com um pouco de hesitação ela se aproximou. Estávamos nos divertindo, então decidimos colocar ela para se divertir conosco. Roman trocou um olhar malicioso comigo e alguns segundos depois estávamos os dois fazendo cócegas nela, nós três rindo.

Fomos interrompidos quando meu celular tocou.

Era Patterson.

Por conta da semana com Roman, eu tinha esquecido totalmente que havia marcado de fazer um churrasco com Patterson pela volta de Jane e Kurt na casa deles. Somente agora que ela estava ligando que eu relembrei.

Para minha sorte, eu apenas tinha que comprar bebidas.

Atendi o celular e pedi para Roman fazer silêncio com Aubree. Eles obedeceram, embora com uma dificuldade da Aubree que ainda estava se recuperando das cócegas.

— Olá esposa.

— Eu odeio você. — Ela começou com um tom brincalhão. — Você esqueceu que tem um compromisso hoje, Natasha?

— Não, baby. Eu estarei perto de você em breve.

— Em quantos minutos?

— Uma hora. Ainda preciso comprar as bebidas.

— Te pego na sua casa em 40 minutos e vamos comprar as bebidas no supermercado no caminho da casa de Kurt, ok?

— Em uma hora te vejo no supermercado. — Eu respondi rapidamente.

Ela quase me perguntou algo, mas só balbuciou e não disse nada entendível.

— Ok. Até. — Ela disse com um ar mais animado.

— Ok. Te amo!

Me reaproximei do Roman jogando o telefone sob a cama e olhando pra ele e Aubree que agora estava deitada jogada sob a cama.

— Eu e Patterson estamos planejando um churrasco para eles na casa deles então terei que ir encontrar ela em breve e nos veremos lá.

Ele me roubou um beijo rápido.

— Ok.

Aubree olhou para nós dois ansiosa.

— Eu também irei ou é só coisa de adultos?

— Claro que você vai, filha. Eu não deixaria você aqui sozinha.

— Você e seu pai irão pegar a tia Jane e o tio Kurt no aeroporto e nós iremos nos reencontrar lá na casa deles.

Eu troquei um olhar rápido com Roman, e parecia que já tínhamos um relacionamento há muito tempo, pois ele entendeu o que meu olhar quis dizer.

— Filha. — Ele disse bem sério. — Na casa da tia Jane e do tio Kurt você não pode falar que eu e a tia Tasha estamos namorando, ok? E nem que tia Tasha estava aqui.

— É nosso segredo. — Eu disse num sussurro pra ela.

Ela franziu as sobrancelhas, mas balançou positivamente a cabeça.

— Preciso me arrumar logo. Tenho que encontrar Patterson em uma hora.

— Ok. — Ele disse sério. — Então você vai tomar banho e eu e Aubree preparamos o café. Comemos algo e você vai

— Parece um bom plano. — Eu disse e fui pro banheiro.

Tomei banho, me vesti e sequei meus cabelos e os amarrei.

Saí do banheiro para encontrar Aubree já comendo e Roman mexendo com bacon no fogão.

Tomamos café juntos, mas Aubree terminou primeiro e foi tomar banho. Pouco tempo depois eu terminei de comer. Me coloquei mais ao lado do Roman quando ela saiu e ao terminar de comer, roubei um beijo lento dele.

— Eu preciso ir. — Disse quando nos separamos.

Ele me olhou com malícia.

— Você me dá um beijo desses e diz que tem que ir?

Eu respondi com um sorriso e roubei mais um beijo, do qual ele terminou com uma mordida no meu lábio inferior, me provocando.

— Você também não ajuda. — Eu disse e bati no ombro dele e me levantei.

Vi que Aubree ainda estava no banho por conta do barulho do chuveiro e gritei que já estava indo.

— Até mais tarde. — Ela respondeu também gritando e eu e Roman nos olhamos e rimos.

Seus olhares para mim eram tão ternos quando eu estava com Aubree que me aquecia. Eu sempre havia visto intensos olhares apaixonados dos meus amigos para seus parceiros, mas eu nunca tinha recebido. Sempre achei que talvez fosse culpa minha por não me abrir, mas agora eu o via com tanta frequência na pupila do olho do Roman que eu já não me lembrava mais de como era seu olhar de outro modo. Se pudesse ser sincera, eu esperava nunca mais olhar pros olhos dele sem ver ali paixão. Eu amava me sentir acolhida, aquecida, venerada e feliz apenas por olhar no fundo dos seus olhos ou por tocar suas mãos ásperas.

Ele foi até a porta comigo, o que me lembrou quando nos beijamos pela primeira vez. Quando chegamos lá, novamente ele roubou um beijo meu, dessa vez ainda mais intenso e eu me obriguei a me separar dele embora meu corpo não quisesse.

— Você realmente não ajuda. — Eu sussurrei e ele respondeu com um riso.

— Eu passarei as próximas horas sob o mesmo teto que você mas sem te beijar e sob o olhar desconfiado de uma Aubree que muito fala e do Weller. Tenho que aproveitar enquanto ainda posso fazer isso.

Nos beijamos mais uma vez e eu sussurrei.

— Eu preciso ir.

Ele riu e soltou minha mão e eu fui.

***

Já estava pegando umas últimas bebidas quando Patterson chegou já com um olhar desconfiado.

— Caiu da cama quando te liguei? — Ela perguntou me assustando.

— Não. Eu tinha acordado fazia pouco tempo. Como você ta?

— Eu estou bem. Sabe que hora os pombinhos chegam?

Olhei pro relógio pra ver a hora e lembrar do horário que Roman havia me passado.

— Em uma hora, mais ou menos, se não me engano. — Eu disse e completei sob o olhar dela. — Foi o que Roman me disse quando foi ao FBI.

— Ok. — Ela disse parecendo não muito convencida. — Vocês estão bem próximos, não?

— Estamos trabalhando juntos. Temos amigos em comum então acabamos conversando. Você sabe que ele já foi na minha casa porque você tava lá então acho normal que conversemos sobre Jeller, não?

Ela riu da minha resposta direta, arqueando suas sobrancelhas.

— Ok, então temos que ir logo. — Ela completou empurrando o carrinho. — Garota esperta.

Agora também teríamos o olhar desconfiado de Patterson, pensei.

Partimos para a casa dos Weller onde começamos a arrumar a comida e guardamos e conservamos a temperatura das bebidas. Patterson mudou o disco e conversamos sobre a semana dela, no qual eu não estive muito presente graças aos quilos de trabalho que eu e ela tivemos com a ausência de Jeller, mas aparentemente ela estava bem feliz com um trabalho que estava fazendo fora do FBI com um antigo parceiro de universidade. Eu sabia que Aubree também apareceria, então coloquei refrigerantes na geladeira.

Já estávamos na varanda da casa reclamando sobre como o dia estava quente quando a campainha tocou.

— Oiii, pessoal. — Patterson disse super animada, abraçando Jane e depois Kurt.

Eu os ajudei a empurrar as malas pra dentro de casa e depois fui abraçar Weller. Roman estava logo atrás com Aubree nos braços.

— Eu espero que tenha algum presente para mim nessas malas tão cheias.

Eles começaram a rir e então abracei Jane.

— Senti sua falta. — Disse e sorri pra ela e então Roman olhou para nós duas.

— Nós sentimos. — Ele completou e trocamos um olhar rápido.

Jane foi abraçar o irmão e Patterson foi animadamente pegar as bebidas. Weller me olhou com humor.

— Pode me ajudar a colocar essas malas pra dentro?

— Claro. — Eu disse com sarcasmo.

Eu não sabia de onde ele e Jane tinham tirado tantas malas, mas eu carreguei duas. Quando estávamos no meio do corredor, percebendo a felicidade dele, resolvi brincar um pouco com ele.

— Gostou de conhecer a Grécia?

Ele olhou pra mim com um riso.

— Claro que sim. Até indico pra você e Roman irem lá algum dia.

Eu gaguejei, pois eu não achava que ele iria me rebater assim, mas não consegui falar nada e comecei a rir.

— Você falou algo pra Jane?

— Não, mas ela vai insistir em querer juntar vocês agora porque ela acha que vocês combinam e falou bastante sobre isso sempre que falava sobre o irmão.

— Ela não está errada, eu acho.

Ele me olhou com ceticismo.

— Estou vendo que a semana não foi amorosamente proveitosa somente para mim e para Jane.

Eu coloquei minha mão na cintura, como sempre falo quando vou confrontá-lo, mas depois eu baixei a guarda pois nós tínhamos realmente aproveitado bem a semana para nos conhecermos e a cada dia que passava eu estava gostando mais dele.

— Nós não desgrudamos por um segundo essa semana. Patterson não nos viu juntos, mas ela está suspeitando. Tô ferrada. — Completei e me encostei perto da porta pra sair.

Kurt olhou pra mim, que estava com a testa franzida com essa afirmação, e riu.

— Ele está apaixonado por você, não é?

— Eu acho melhor você tirar suas conclusões.

— Eu sei que sim. E sei que você sente um frio na barriga que soa como um desespero quando você pensa nisso.

Eu o olhei com ceticismo, pois não acreditava que ele tivesse o poder de ler mentes e ele então continuou.

— Você também gosta dele. Eu vejo isso nos seus olhos mesmo nem vendo vocês dois perto um do outro por muito tempo.

Ele se aproximou, colocando a mão na porta com gesto para sairmos, mas antes completou.

— Não tenha medo disso, senão você vai perder tempo e ele também. Apenas dê tudo que você quer dar a ele, sem medo do que pode acontecer ou do quão difícil é fazer isso sendo alguém tão fechado como você é, como eu era antes de conhecer Jane. Aproveite cada segundo que você tiver com ele e dê o de melhor que você tiver, pois vocês merecem e sei que ele com certeza irá retribuir do modo que você merece.

Eu o olhei com humor enquanto ele abria a porta e saia na minha frente e quando saí sussurrei.

— Parece que a família Kruger tem algum poder de transformar corações de pedra. — Respondi e sorri para Kurt no que soou como um agradecimento pelo conselho e como amigo de muitos anos ele entendeu retribuindo e logo estávamos na sala.

Roman estava sentado largado e quase deitado em um dos sofás logo a frente de sua irmã e Patterson estava na poltrona única com uma cerveja na mão, rindo de algo que Jane falava. Aubree estava no colo de seu pai, mexendo no cordão dele. Weller logo sentou ao lado de Jane e o único lugar que restou para que eu me sentasse foi ao lado de Roman.

— Você quer tomar algo, Aubree? — Perguntei e ela afirmou com a cabeça.

— Eu aceito uma cerveja. — Roman completou e eu o olhei com ceticismo.

Entreguei refrigerante pra Aubree e uma cerveja pro Roman, dando um tapa na perna dele para que ele me desse espaço para sentar ao seu lado. Vi um sorriso cínico no rosto dele enquanto sentava ao seu lado.

— Só não se acostuma muito, porque eu não nasci pra servir ninguém.

— Ok, madame. — Ele completou baixo e Jane olhou para nós dois e riu.

Ao perceber isso, me resguardei um pouco e logo comecei a interrogar Jane e Kurt sobre a lua de mel deles, do melhor modo possível já que Aubree estava conosco.

Logo o casal também estava bebendo e almoçamos escutando sobre as praias gregas e também outros pontos turísticos e recebemos alguns presentes que ela foi buscar enquanto Patterson servia o sorvete que havíamos comprado.

— Nós estávamos apenas em Atenas, mas ganhamos um dia em Santorini com um almoço romântico no restaurante 218. A melhor comida que já comi na vida e a vista de lá era perfeita. — Jane disse e Kurt protestou por conta do comentário da comida. — Depois da sua, óbvio.

— Nada mal ter um primeiro jantar romântico na Grécia com uma das melhores vistas. — Comentei.

— O primeiro que eu me lembro. — Ela completou rindo. — Mas tenho certeza que foi o melhor que já tive.

— Eu nunca tive nenhum então nem posso dizer do que lembro ou não. — Rebati com humor e todos riram.

Jane e Kurt pareciam tão felizes com o novo passo da vida deles que não tinha como ficar feliz também. Em determinado momento, troquei olhares com Roman enquanto Jane falava algo, e ao olhar, eu sabia que também poderia ser feliz assim, se eu quisesse.

Talvez seja tão cedo pra pensar nisso, pensei, mas ao mesmo tempo eu sabia que com Jane e Kurt ele soube desde que ele a abraçou pela primeira vez e ela ainda nem sabia quem ela era. Ela ainda não sabia quem ela queria ser, mas Kurt já tinha a determinação de se apaixonar por cada coisa que ela se tornasse porque ela era a exceção na vida dele.

Sorri escondido pro Roman e ele retribuiu, enquanto eu pensava que ele poderia ser o mesmo para mim. Era só eu querer, e eu estava aberta a isso.


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Notas finais do capítulo

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