Obliviate - Dramione escrita por Bruna Fernandes


Capítulo 5
Falar torna tudo mais real


Notas iniciais do capítulo

Hoje demorei um pouco, porque ontem foi minha festa de aniversário e as coisas foram um pouco corridas. Por sorte eu tinha esse capitulo pronto, mas talvez o de amanhã demore mais.
Minha internet também tá caindo muito, então espero que não demore ainda mais para enviar esse capitulo.
Enfim, o de hoje é para quem perguntou sobre a Gina!



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Hermione! Amor, acorde! – Ela ouviu uma voz distante segurando sua mão. Ela não conseguia abrir os olhos. Segurou a mão dele com mais força, sentia tanta falta.

—Draco...- Ela se esforçou para dizer enquanto segurava com mais firmeza sua mão.

— O que? – A mão se soltou bruscamente enquanto ela finalmente conseguia abrir os olhos. Não era Draco que a encarava, que segurava sua mão. Era Rony.

Draco a havia enfeitiçado, feito ela esquecer de tudo que viveram naquele ano. Por que ele fez isso? Eles poderiam ter superado tudo juntos! Eles...

Droga! Hermione, o que está dizendo? Você está casada, muito bem casada! Tem dois filhos, tem uma vida com Rony! Droga, por que tinha feito aquilo? Por que se deixou cair nos encantos daqueles olhos? Por que ainda sente falta?

Ainda estava na mesma sala onde o feitiço fora retirado – paredes em branco, assim como todos os moveis, a maior fonte de cor era o cabelo de Rony e Gina. A segunda estava parada perto da porta com Harry, o primeiro ainda a olhava com os olhos arregalados.

— Você lembrou de algo sobre o Malfoy? – Perguntou Gina se aproximando dela, e afastando Rony calmamente com a mão. Ele apenas aceitou.

— Eu...- Hermione passou os olhos de Gina até Rony – Descobri que ele estava no sétimo ano em Hogwarts, só isso. Não esqueci nada demais.

— Você esqueceu que ele estudou conosco no sétimo ano? – Perguntou Gina intrigada – Por que iria esquecer disso?

— Eu não sei! – Hermione disse em um tom tão alto que quase poderia ser qualificado com um grito. Gina entendeu a mensagem, era melhor esperar por um momento que estaria sozinha com a amiga, sem os meninos, para poder interroga-la. E ela faria isso, ou não se chamaria Gina.

— O que ele fez com você? – Rony tomou seu lugar ao lado da cama de novo, empurrando de leve a irmã. Gina não gostou de sua atitude e fechou o semblante facial.

— Rony, por que não a deixa descansar? Depois ela vai explicar tudo, não é? – Gina perguntou puxando o irmão pelo braço até encontrar a saída. Ele parecia resistir, mas se deixou conducir.

Hermione concordou com a cabeça vendo a ruiva empurrar os dois homens para fora do quarto. Gina trancou a porta assim que Rony passou. O ruivo a encarou pelo vidro, mas a mulher apenas o espantou com um movimento com as mãos. Quando já não se via nem a sombra dos meninos,  a ruiva se aproximou de Hermione.

Ela mantinha os olhos fechados.

— Pode ir acordando! – Gina começou a cutucar a perna da menina rapidamente. Hermione abriu os olhos contra sua vontade. Suspirou com a expressão determinada que a amiga possuía.

— Você mesma disse que eu precisava descansar – Hermione disse voltando a fechar os olhos, mas Gina a cutucou novamente. Por que mesmo ela era amiga da ruiva?

— Foi só para nos livrarmos dos meninos. Agora pode ir me contando o que você lembrou. Ou vai querer que eu saia falando que naquele ano, você não dormia no nosso quarto, só aparecia pela manhã e agora a primeira coisa que diz quando lembra é o nome do Malfoy! – Gina ameaçou a encarando com seus tempestuosos olhos azuis. Ela era boa. Como que o Harry conseguia ganhar uma discussão com ela?

— Você não faria isso! – Hermione disse se sentando na cama. Não estava cansada, mas muito menos queria falar sobre as lembranças.

Deus! Ela teve um caso com Malfoy, muito mais que um caso, ela é – quer dizer – era apaixonada por ele. Ela havia traído o  Rony, e nunca o contou. Como poderia contar? Não se lembrava! Isso pode ser uma desculpa? Mas ela e Ron não haviam dado um tempo? Ela vai perdoa-la? Mesmo que ela tenha ficado com  Malfoy?

Ai Deus, em que ela havia se metido?

— Eu realmente não faria, mas você precisa me contar! Eu sou sua melhor amiga! – A ruiva reclamou fingindo, da pior maneira possível, que estava magoada por Hermione não lhe contar seu segredo.

— Tudo bem – Hermione se rendeu. Gina se acomodou melhor na cadeira, como se estivesse esperando Hermione narrar um roteiro de uma novela mexicana. Talvez, não estivesse muito longe disso.

— Há algumas horas, eu não lembrava de nada. Não lembrava que Malfoy havia estudado conosco, não lembrava que tinha sido monitora...

— Por que não me disse? Eu te diria tudo isso. Eu estava lá, lembra?

— Eu sei, Gina. Mas eu precisava lembrar, precisava saber exatamente o que tinha acontecido comigo.

— E o que descobriu?

— Se você ficar me interrompendo não vou conseguir contar toda a historia – Hermione reclamou revirando os olhos. Gina fez uma mimica, onde trancava sua boca com uma chave invisível e depois a engolia. Hermione riu.

— Então, descobri que realmente tudo isso aconteceu, e eu esqueci porque...- Hermione respirou fundo antes de continuar. Falar em voz alta tornava tudo ainda mais real – Draco me lançou um Obliviate.

Gina abriu a boca em um sinal de susto. A ruiva abaixou a cabeça e Hermione quase pode ver as engrenagens do cérebro dela se movimentando rapidamente. Bruscamente a mulher levantou o olhar para a amiga. Seus olhos estavam arregalados e sua boca meio aberta. Estava mais branca do que de costume.

— O homem misterioso que você passava todas as noites... Era o Malfoy?
Hermione travou a respiração. Não queria dizer, não queria admitir. Temia a reação da amiga. Droga, ela havia traído o irmão dela. O que Gina ia pensar? E logo com Draco!

Hermione fechou os olhos e assentiu lentamente com a cabeça. Gina abriu ainda mais a boca. Ficaram em silencio pelos minutos que se seguiram – Para a morena pareciam horas.

— Por que? – Gina simplesmente perguntou quebrando o silencio.

— Por que, o que? – Hermione se atrapalhou com as palavras, nunca esteve tão confusa. Olhava para todos os lados, menos para os olhos de Gina.

— Por que ele queria que você esquecesse? – Ela perguntou curiosa. Não parecia querer julgar as atitudes de Hermione, parecia apenas uma amiga que estava ansiosa para ouvir todos os segredos e angustias de sua melhor amiga.

— Acho que... acho que ele acreditava que eu iria me arrepender de ter ficado com ele, que eu merecia mais.

— E você se arrepende?

Hermione tampou os olhos com as mãos. Não sabia o que falar. Ela se arrependia dos momentos que havia passado com Draco? Ela se arrependia das sensações que ele provocava? Se arrependia dos beijos?

Não! Ela não se arrependia, e isso tornava tudo ainda mais errado.  Hermione sacudiu a cabeça de leve negando seu arrependimento.

Gina fechou os olhos lentamente, em um sinal claro de repudio ao que amiga acabara de falar. Entretanto, a ruiva se levantou e se aproximou da morena. Olhou em volta, respirou fundo e disse:

— Ele está na sala dele. Vai! – Ela sussurrou.

— Mas Gina...- Hermione tentou surpresa. Não esperava aquela reação da amiga. Queria que Gina a condenasse, a fizesse perceber o quão errado era o que ela havia feito. Mas não, Gina só queria a ver feliz.

—Vai! – Ela insistiu de novo. Hermione não se importou com a roupa que usava- Parecia um pijama de hospital trouxa- e saiu pelos corredores do Ministério. Algumas pessoas a olhavam da maneira mais disfarçada que podiam, enquanto outras comentavam na cara da mulher. Hermione só parou quando leu na porta o nome do cara que havia marcado seu ano esquecido: Draco Malfoy.

Respirou fundo. Estava pronta para vê-lo de novo depois de tudo? O que iria falar? Como iria olhar pra ele agora que se lembrava das noites em seu quarto?

Bateu na porta. Naquele instante se arrependeu. Por que não voltava pro quarto e dizia a todos que não se lembrara de nada em especial? Continuaria sua vida normal com Rony. Droga, ela tinha filhos! O que eles iam pensar dela? O que Rony ia pensar?

Assim que Draco abriu a porta todos os pensamentos que estavam pairando em sua cabeça desapareceram. Seus olhos encontraram os de Draco e ela travou a respiração. Os olhos do loiro estavam fundos, sua pele mais pálida do que o normal. Hermione pôde sentir um leve aroma de álcool. Ele não parecia nada bem.

— Granger. – Ele disse simplesmente depois de um período de tempo que Hermione não pode identificar. Quantos minutos se passaram?

— Draco... – Ela soltou seu nome em meio de suspirou.

Ele trancou a respiração. Seus olhos foram parar na boca da mulher, ele não acreditava que ela o chamara por seu primeiro nome. Se lembrou automaticamente das noites que passaram juntos em Hogwarts.

Sem controle sobre suas ações e seu próprio corpo, Hermione se viu jogando-se nos braços de Draco. O abraçou com toda a força que possuía. As mãos dele lentamente rodearam sua cintura e Hermione pôde ouvir os batimentos do seu coração.

Era como se ainda estivessem em Hogwarts e nada tivesse mudado. Que todos esses anos não tivessem acontecido. Então tudo voltou para sua mente: Esse anos aconteceram! Ela casou, tinha dois filhos com Rony, tinha uma família!

Hermione se afastou lentamente do abraço.

— Precisamos conversar sobre aquele ano – Ela disse acompanhado de um suspiro.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Como será a conversa desses dois depois de tanto tempo?
Até amanhã, que é meu aniversario uhuuu