Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 41
Seven Devils (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal quase meia noite e eu aqui postando um capítulo dessa fanfic que amo. Eu sei que tinha que ter postado bem antes, mas estava tão atarefada com meu trabalho que o tempinho que conseguia escrever eu escrevia e escrevia sem parar, o que resultou em um capítulo gigantesco com quase 6.000 palavras, muito assunto a ser dito e não dito kkkk daí resolvi dividir em dois capítulos e terminei esses dois capítulos já, mas só postarei o outro amanhã, ok? Bem vcs irão me matar, mas enfim continuo amando cada um de vcs e os comentários que vcs sempre estão arrasando e quero mais comentários e teorias. Estou tentando agradar a todos com um final plausível, vamos ver se vou conseguir atender a todos. Bem sem mais delongas vamos ao capítulo...

Ps: Escutem essa música ao lerem, dará mais sentido a emoção do contexto, mais ainda na segunda parte.



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Água benta não pode te ajudar agora

Mil exércitos não puderam me conter

Não quero seu dinheiro

Não quero sua coroa

Veja, eu vim para queimar o seu reino

 

Água benta não pode te ajudar agora

Veja, eu vim para queimar o seu reino

E nenhum rio e nenhum lago podem apagar o fogo

Vou levantar as estacas

Vou acabar com você

 

Sete demônios ao meu redor

Sete demônios na minha casa

Veja, eles estavam lá quando acordei esta manhã

Eu estarei morta antes do dia acabar

 

(Seven Devils - Florence + The Machine)

 

 

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O destino tem duas maneiras de nos destruir. Seja recusando nossos desejos ou cumprindo-os.

Tento correr e novamente minhas pernas fraquejam. Os paraquedas não foram um sinal de ajuda da Capital e sim um bombardeio em massa. Chamo pela minha irmã mais uma vez em meio aos paramédicos rebeldes. Ela parece não me escutar e continuo insistindo. Quando, enfim se vira, vejo Peeta se aproximar agarrando-a.

— Peetaaaa nããão...

Sou arremessada para trás com o impacto da segunda explosão. Algo em mim arde como brasa. Meus olhos pinicam pelas lágrimas já derramadas. Perdi as duas pessoas que mais amo.

 

 

24 horas antes...

 

 

O dia amanhece cinzento e frio. Conseguimos tomar um café da manhã razoável com direito a chá, pão de centeio e uma carne seca desidratada. Peeta passou uma noite agitada e acordou dizendo que levaria todos nós para o Snow. Lipp ficou em alerta dizendo que era um episódio do soro e agilmente Jackson aplicou um sedativo nele.

— Sabe a Johanna queria muito estar aqui. – Inicia Finnick se aproximando de onde estou. Peeta está deitado próximo a nós dois, ainda apagado. — Mas aí teve um último teste... – ele hesita antes de prosseguir. — Tinha iniciado uma chuva torrencial e quando olhei em sua direção, ela gritava desesperadamente. Como se estivesse tendo um terrível pesadelo, mesmo estando acordada, sabe? Ela começou a convulsionar e os paramédicos a levaram para o hospital. Quando fui vê-la me disse que na Capital a torturaram afundando a cabeça dela dentro de um tanque com água gelada e deram choques. Ela implorou pra morrer e não permitiram. – Fico chocada com o relato. Percebi que Johanna estava diferente, mas não imaginei que se encontrava tão quebrada quanto Peeta e os demais que foram sequestrados pela Capital. — Um dia antes de virmos pra cá, entrei na floresta e colhi alguns galhos, plantas e até lascas de um tronco de uma árvore robusta. Depois fiz um arranjo e levei para ela. Vi seus olhos transbordarem e me disse uma última frase... – ele indaga ao recordar. — “Prometa pra mim, Finnick que o Snow pagará com a vida”.

— Vamos acabar com o Snow, Finnick. Todo esse tempo fomos peças desse jogo doentio que criou para cada um de nós. Mas a hora dele está chegando – digo firme.

— O Peeta ficará bem, você vai ver – diz olhando para onde ele está deitado. — Sei que é difícil, mas precisa ser bastante paciente quando ele tiver um episódio. Tente sempre se lembrar do amor que sentem um pelo o outro.

— Obrigada – digo sincera. — Não aguento mais... – expresso não conseguindo segurar o choro. Sinto os braços do Finnick e me permito sentir o afeto.

— Soldados, vamos sair agora. – Jackson nos alerta.

Peeta está bem grogue e desorientado.

— O que eu tentei desta vez? – pergunta quando o ajudo a colocar a mochila com alguns suprimentos em suas costas.

— Disse um monte de bobagens e que ia nos entregar para o Snow.

— Meu Deus, preciso me livrar disso ou vou me corroer – desabafa ele.

— Ei, já te disse que vamos dar um jeito. – Fico de frente pra ele segurando em seus ombros. — O que mais me importa é sairmos de tudo isso e voltarmos para os nossos filhos.

— Katniss, tem uma chamada pra você – anuncia Boggs.

— Já volto, fique aqui quietinho – ele assente, assim que passo por Lipp, falo pra ficar perto de Peeta. Chego frente ao aparelho mediano a um computador e vejo a imagem do Haymitch.

— Fiquei sabendo da sua fuga e quis matar a Johanna por isso. – Começa ele. — Onde estava com a cabeça, Katniss? Não imaginei que faria algo assim, quer dizer, sendo você pode-se imaginar qualquer coisa. Mesmo assim, achei que pensaria mais nos seus filhos.

— Como posso pensar nos meus filhos, enquanto o pai deles estava sendo torturado pela Capital e coisa pior? Meus olhos vertem lágrimas ao relembrar tudo que passei nas últimas semanas. — Eu não queria ter feito isso, mas a Coin não estava fazendo nada a respeito.

— Nisso você tem razão. A propósito, deixa eu ver seu pescoço – pede ele. Eu tenho escondido os hematomas de todos. Seria difícil ter pessoas encarando as marcas que as mãos de Peeta deixaram. Afasto a gola alta da blusa e me aproximo um pouco da tela. — É docinho, o garoto perdeu o juízo mesmo. Nunca em meu sonho imaginei ele fazendo isso. Boggs me disse que tem um membro do esquadrão do Peeta que é especialista em tecnologia – assinto com a cabeça. — E ele não consegue fazer algo?

— Ele tentou, mas disse que um microchip frontal pode rastreá-lo.

— E não é perigoso surpreenderem vocês?

— Lipp sempre invade o sistema deles e impede que isso aconteça, mas não sabemos até quando conseguirá fazer isso.

— Olha quem chegou aqui... – Haymitch se afasta e Prim surge com seus olhos brilhantes e preocupados.

— Prim...

— É, você nos deu um baita susto. A mamãe ficou muito preocupada.

— Eu tinha que fazer isso, Prim. Agora ele está aqui comigo... – Enxugo as lágrimas e procuro ser firme. — Tem notícias das crianças?

— A Hope está confiante que logo vocês estarão juntos. O Esdras e a Delly estão ajudando a ficar com ela. E o Benjen está se alimentando melhor a cada dia... Olhe. – Prim mostra uma fotografia que diz ter tirado dele.

— Está tão lindo. – Sou invadida por um sentimento tão esplêndido que fico muda. Encerramos a ligação com a promessa de nos encontrarmos em breve.

 

 

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Caminhamos cautelosamente por pelo menos uma hora. Chegamos próximos a um conjunto de pilares e Boggs nos informa de casulos nas proximidades. Holmes e Jackson posicionam suas armas e atiram na direção dos casulos para desativá-los. Há uma onda de explosões e quando dou por mim, Peeta está ajoelhado tentando a todo custo tampar os ouvidos. As algemas não permitem que realize esse simples movimento. Me ajoelho diante dele e tento acalmá-lo. Assim que tudo parece ter terminado a nossa volta, o ajudo a se levantar, pego meu cantil de água e coloco sobre seus lábios para que beba.

— Vamos seguir em frente – ordena Boggs. — Tenham cautela.

Andamos quase que em fila única. Após alguns metros somos surpreendidos por um casulo que o Holo não captou. Holo é uma espécie de manual que produz imagem holográfica de toda a Capital. Ele detalha onde possíveis armadilhas estão escondidas, nos dando uma vantagem de preparação para o perigo. Sua funcionalidade só pode ser ativada pelo comandante em exercício, sendo esse no momento Boggs e a segunda é a comandante Jackson que pode substituí-lo em caso de inatividade deste. Em caso de todos nós estarmos em perigo eminente, qualquer um dos soldados do 13 pode repetir a palavra “cadeado” três vezes seguidas, o Holo explodirá, destruindo tudo num raio de quatro metros. Lipp diz a Boggs que a Capital pode ter implantado recentemente algum outro casulo. Infelizmente no minuto seguinte Boggs pisa em falso e acaba por ativar um casulo que explode o arremessando para longe. Holmes corre em sua direção com um kit de primeiros socorros e Finnick vai junto para auxiliá-lo, corro na direção deles e noto que o comandante perdeu as duas pernas e em sua volta já se forma uma poça de sangue.

— Preciso fazer um torniquete – diz Holmes exasperado. — Me ajude aqui!

— Ka-katiniss... – chama Boggs e logo estou ao seu lado. — O Holo... pegue o Holo. – Imediatamente o procuro e o vejo um pouco afastado. Pego e me volto para Boggs entregando-lhe. — Comandante incapacitado. Transferir comando – diz ele e coloca o aparelho frente ao meu rosto. — D-diga seu nome de solteira.

— N-não...

— Diga!

— Katniss Everdeen. – Uma luz scannea meu rosto.

— K-katniss... não confie neles. Faça o que veio fazer. Mate quem precisar e acabe logo com essa guerra... – Boggs usa o restante do seu oxigênio pra me dizer e morre.

Não tenho tempo para absorver suas palavras, pois a nossa volta algo começa a se mover. Paredões são erguidos do nada e quando olho na direção onde estão tentando ajudar Legg 1 que foi atingida, um liquido espesso e negro começa a jorrar de todos os lados.

— Corram! – exclama Jackson.

Ondas enormes se formam e vêm em nossa direção com o intuito de nos engolir. Acabo por tropeçar, caio no chão e quando olho para trás, Peeta foi quem me fez tombar. Seus olhos estão alucinados.

— Peeta nãããão... – Lipp tenta impedi-lo de me atingir e Peeta o arremessa contra o negrume. Um cabo farpado se ergue em meio ao lamaçal e o corpo do jovem é envolvido e retorcido fazendo sua vida se extinguir.

— Vem Katniss continue a correr! – Gale me ergue do chão e segurando o Holo em minhas mãos sigo os demais.

Entramos rapidamente em um prédio e subimos os lances de escada que parecem intermináveis. A lava negra parece parar de subir, então quase sem fôlego, paramos em um determinado andar. Dou uma rápida olhada no grupo e noto que ficaram para trás, além de Boggs, Legg 1 e Lipp. Finnick ainda está segurando por trás um Peeta agitado, até que Holmes insere em seu braço a seringa que o apaga rapidamente.

— O Snow deve estar adorando essa edição dos jogos – comenta Cressida.

Ainda estou perdida em meio a pensamentos e não acreditando que tivemos mais perdas e que, além de dois dos nossos, Lipp, o qual estava dando total apoio a nós, se foi. Peeta ficará arrasado quando recobrar os sentidos. Os dois pareciam próximos.

— Katniss me entregue o Holo – pede Jackson. Como apenas a observo sem soar uma palavra, insiste ela. — O Holo. – Sua mão está estendida.

— Boggs me passou o comando – digo.

— Ah! Faça-me o favor. Anda, me entrega a droga desse Holo – exige ela.

— Não! Já disse que o Boggs me deu.

Quando ela tenta avançar, Holmes diz:

— Comandante é verdade. Eu estava com eles, quando Boggs deu a ordem.

— E para que você está aqui mesmo? Nunca acatou a nenhuma ordem e ainda por cima fugiu para cá? – desdenha Jackson.

— Estou aqui a pedido da presidenta para matar o Snow – falo o primeiro pensamento que me vem à cabeça.

— Não acredito nisso nem por um momento.

— O que ela diz é verdade – concorda Cressida. — Plutarch quer televisionar o Tordo matando o Snow.

Jackson enruga os lábios e por fim, concorda.

— Eu não sei mexer no Holo e Boggs disse que você me orientaria – confesso, sem ter o mínimo de noção o próximo passo que devemos dar.

— Vou te ajudar. – Mesmo ela não gostando de se submeter a uma cadete inexperiente como eu, aceita me auxiliar. — Primeiro precisamos sair daqui. As câmeras lá fora capturaram nossa posição. Daqui a pouco aqui estará cheio de Pacificadores – conclui ela.

Gale e Valla verificam o negrume e concluem que além de baixar, ficando a uns dois centímetros, secou e não nos coloca mais em risco. Holmes e Finnick carregam Peeta, ao passo que o restante segue a mim e a Jackson. As câmeras das ruas estão deterioradas pelo estrago do que houve aqui. Seguimos a apenas alguns quarteirões e encontramos um prédio abandonado e nele entramos em um dos apartamentos vazios. Messalla vai à procura de alimento e acha um tipo de dispensa secreta. Diz que os cidadãos estocam comida quando há ameaça de guerra. Porém neste apartamento encontramos toda a comida estocada.

É quase uma da tarde quando espiono pela fresta das persianas e vejo vários Pacificadores explodirem o prédio que acabamos de abandonar. Estamos almoçando enlatados, biscoitos e algumas castanhas quando a TV liga sozinha.

 

VISUALIZAÇÃO OBRIGATÓRIA

ATENÇÃO MORADORES DE PANEM

 

— Olá sou Caesar Flickerman, vamos continuar com a nossa cobertura da defesa da Capital.— As imagens que aparecem é desde o momento em que Boggs foi atingido pela explosão até a gosma negra quase nos engolir. Depois disso as imagens das câmeras se danificam. — E tivemos a ilustre aparição de Katniss Everdeen Mellark. Nossa ex-favorita, se infiltrou na cidade se juntando aos rebeldes e ainda por cima, raptaram o nosso, agora comandante do Esquadrão Especial de Segurança da Capital, Peeta Mellark. Acho que não tem feito muito bem a ele estar entre esses rebeldes. — Agora aparece o momento que Peeta me empurra e quando Lipp tenta pará-lo é empurrado para o negrume e enrolado pelo cabo farpado. — A arrogância trouxe essa traiçoeira até nós e bravamente nossos Pacificadores acabaram de explodir o prédio onde se refugiavam há pouco. Katniss que inspirou tanta violência, encontrou um fim violento para si mesma.

— Bom, agora que somos dados como mortos, temos um tempinho a nossa disposição – diz Finnick, quando a TV desliga.

— O que faremos nesse meio tempo? – pergunta Valla.

— Isso não é óbvio? – Nem tinha percebido que ele havia acordado. — Vocês têm que me matar – declara Peeta, sua voz soa melancólica. — Surtei de novo e agora que matei o Lipp, a Capital pode me rastrear e fazer com que eu enlouqueça de vez.

— Não vamos te matar – declara Jackson.

— Mas precisam me deixar para trás – insiste ele.

Um pensamento enlouquecedor me vem. Se o Snow se apoderar de Peeta novamente pode fazer algo pior, aumentando ainda mais o soro em seu corpo e talvez se torne irreversível. Não posso permitir que isso aconteça.

— Você continua conosco – digo firme, ao me aproximar dele. Olho dentro de seus olhos que, neste momento me encaram com aflição. — Não vou deixar o Snow te pegar de novo.

— Mas me prometa que se algo der errado, alguém atira em mim? – Esse é um pedido ao qual devo negar de qualquer modo, mas se é para tranquiliza-lo devo consentir.

— No acampamento cada um de nós recebemos uma pílula dessa aqui. – Jackson estende um pequeno estojo de metal e oferece a mim e a Peeta. — Peguem, é pílula Cadeado. – Pego uma e guardo no pequeno bolso frontal da minha camisa. Ela explica que só devemos tomar essa pílula em caso extremo como ser pego pela Capital.

Olho preocupada para Peeta quando ele pega e fica um tempinho analisando a pílula.

— Não esquenta, vou tomar somente na emergência – fala tentando me tranquilizar. — Temos que nos refugiar em outro local – começa Peeta. — O Snow vai pedir para cavarem os destroços e vai descobrir que nem todos morreram.

Ele tem razão e logo começo a pensar, mas não faço ideia por onde começar.

— Pollux está me dizendo que pelo subterrâneo conseguiremos passar sem sermos notados – informa Castor.

Então, chegamos a um consenso e começamos a nos preparar para algo que mais odeio. Não gosto de lugares subterrâneos. Sempre detestei o 13 por isso.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Esse continua que mata né? Mas não se desesperem, já, já vou postar o próximo, enquanto isso comentem por favor, me digam o que estão achando.



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